Buscar

AVALIAÇÃO SOCIAL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 20 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1
Avaliação social: Uma ferramenta para a reconfiguração de espaços de 
exclusão social. 1 
 
 
Maria José Soares de Mendonça 2 
Samira Kauchakje 3 
Carlos Mello Garcias 4 
Palavras-chave: avaliação social, projeto social, política pública. 
Resumo 
O presente artigo discute as metodologias de avaliação em programas e projetos 
sociais, considerando que quando monitoramento e avaliação inserem-se na gestão, a 
construção de estudos, pesquisa e diagnóstico acerca dos resultados alcançados pelos 
serviços, de modo a aperfeiçoar os recursos disponíveis, os objetivos e alcance das 
políticas públicas. Discorre sobre o diagnostico social e o estudo social da população. 
Tal diagnóstico é balizador para o processo de avaliação e ao mesmo tempo, a 
avaliação fornece subsídios para um novo diagnóstico social para elaboração de 
projetos e políticas. Avaliação social é, portanto, um instrumento de conhecimento da 
população alvo de projetos e políticas. Isto é especialmente importante em propostas 
destinadas a grupos populacionais destituídos de direitos e que objetivam impactar os 
indicadores de desigualdade social, bem como, reconfigurar espaços de exclusão no 
sentido da justiça social. Apresenta a conceituação e usos mais freqüentes da avaliação 
de programas sociais e os pressupostos teóricos e metodológicos que orientam esta 
atividade com foco nas questões teóricas relativas às modalidades de avaliação dos 
projetos sociais. Por fim, traz conclusões preliminares referentes à importância do 
monitoramento e avaliação para o aprimoramento dos projetos sociais, caracterizados 
neste estudo como uma tecnologia social e um processo de ação coletiva, de iniciativa 
estatal e da sociedade civil, que ocupa um espaço de destaque na implementação de 
políticas públicas. 
 
1 “Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- 
MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008” 
2 Assistente Social, Mestranda em Gestão Urbana pela Pontifícia Universidade católica do Paraná 
(PUCPR)2007. mendonca.maria@gmail.com –.Áreas preferenciais de atuação: Gestão Social e Avaliação 
Social. 
3 Assistente Social, Doutora em Educação- Unicamp, 1997. Docente do PPGTU- Mestrado em Gestão Urbana- 
PUCPR. Áreas preferenciais de atuação: Gestão social e políticas públicas; Rede de proteção social: justiça 
social e direitos fundamentais; Participação sócio-política e movimentos sociais urbanos. 
4 Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia Civil (Planejamento em Engenharia Urbana) - Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo, 1992. Docente do PPGTU- Mestrado em Gestão Urbana- PUCPR Áreas 
preferenciais de atuação: Indicadores de sustentabilidade ambiental urbana; Gestão da qualidade das águas 
urbanas; Gestão habitacional e recuperação de assentamentos degradados. 
 2
Avaliação social: Uma ferramenta para a reconfiguração de espaços de 
exclusão social. 5 
 
 
Maria José Soares de Mendonça 6 
Samira Kauchakje 7 
Carlos Mello Garcias 8 
Introdução 
Este artigo discute a avaliação como uma ferramenta gerencial poderosa, fornecendo 
aos formuladores de políticas públicas e aos gestores de programas condições para aumentar a 
eficiência e a efetividade dos recursos aplicados em programas sociais. Segundo Castanhar e 
Costa (2003), a avaliação de programas e projetos sociais consiste num processo de 
construção permanente centrada no aperfeiçoamento contínuo de modelos de análise, técnicas 
e instrumentos com objetivo de aprimoramento das políticas sociais em seus propósitos de 
decidir sobre os desdobramentos dos conflitos gerados pela questão social. 
Partimos do entendimento que a avaliação é intrínseca ao processo político, devido ao 
fato de que qualquer atividade que se apliquem os diversos valores dos variados públicos para 
julgar o mérito de um objeto tem implicações políticas (WHORTEN, 2004, p. 320). A 
contribuição da avaliação na formulação de políticas e projetos e eficácia na aplicação de 
recursos é particularmente importantes ao se tratar de espaços de exclusão, configurado, em 
especial, pela pobreza. Maricato et al (2000) afirma que o modelo estrutural adotado pela 
maioria dos paises na América Latina, contribuiu significativamente para a escalada da 
pobreza nas últimas décadas. Fatos relevantes como este recolocou na agenda política e social 
os temas do combate à pobreza. 
A extensão do drama urbano brasileira pede o aumento de respostas que devem partir 
do conhecimento da realidade empírica para evitar a formulação das idéias externas, distante 
das características do planejamento urbano no Brasil. 
O objetivo deste texto é contribuir para maior conhecimento da realidade avaliativa, 
ocupando-se em caracterizar a arquitetura das políticas sociais, sobretudo aquelas diretamente 
relacionadas ao enfrentamento da pobreza. Correlacionado aos pressupostos teóricos 
refletidos sobre a avaliação de programas e projetos sociais, enfocando os principais 
instrumentos necessários e quais potencialidades estão contidas no processo avaliativoque 
exige o seguimento de passos definidos, conforme quadro de Marino (2003). 
 
5 “Trabalho apresentado no XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais, ABEP, realizado em Caxambú- 
MG – Brasil, de 29 de setembro a 03 de outubro de 2008” 
6 Assistente Social, Mestranda em Gestão Urbana pela Pontifícia Universidade católica do Paraná (PUCPR). 
mendonca.maria@gmail.com – 2007.Áreas preferenciais de atuação: Planejamento e Avaliação Social. 
7 Assistente Social, Doutora em - Unicamp, 1997. Docente do PPGTU- Mestrado em Gestão Urbana- PUCPR. 
Áreas preferenciais de atuação: Gestão social e políticas públicas; Rede de proteção social: justiça social e 
direitos fundamentais; Participação sócio-política e movimentos sociais urbanos. 
8 Engenheiro Civil, Doutor em Engenharia Civil (Planejamento em Engenharia Urbana) - Escola Politécnica, 
Universidade de São Paulo, 1992. Docente do PPGTU- Mestrado em Gestão Urbana- PUCPR Áreas 
preferenciais de atuação: Indicadores de sustentabilidade ambiental urbana; Gestão da qualidade das águas 
urbanas; Gestão habitacional e recuperação de assentamentos degradados. 
 3
Fundamentação Teórica 
O debate acerca da questão da avaliação, seus métodos e suas imbricações políticas, 
tem sido objeto de estudo e reflexão e ocupa um espaço significativo tanto na literatura 
acadêmica quanto técnica. Para alguns observadores críticos, o emprego cada vez mais 
freqüente da palavra avaliação tem a aparência e um efeito que revela a necessidade de se dar 
um novo status a certas práticas que vão da pesquisa aplicada à consultoria de gestão 
(PERRET, 1997). 
Atualmente a demanda dos pesquisadores por inovar conceitos e metodologias 
avaliativas, pauta-se na rejeição dos modelos tradicionais, que não conseguem apreender a 
totalidade dos fluxos e não ofertam informações substantivas (BRANT de Carvalho, 1997, 
apud BARREIRA, 2000:61). 
No Brasil a expansão da avaliação de políticas e programas deu-se na década de 1980. 
Na perspectiva da avaliação, as Políticas Públicas são decisões governamentais que geram 
impactos tangível, mensurável ou substantivo, alterando as condições de vida de um grupo ou 
população, produzindo mudança de atitudes, comportamentos e opiniões. Sobre aspectos 
metodológicos não se trata apenas procedimentos e técnicas, mas como corpo teórico de 
explicação do objeto, onde são considerados os sujeitos e os modelos utilizados na avaliação 
das políticas, ou seja, a Integração da avaliação social utilizada para o fortalecimento das 
políticas públicas. (WHORTEN et al, 2004). 
Como tem sido tratada avaliação social. 
Para conceituar e compreender o processo de avaliação dos programas sociais torna-se 
necessário conhecer as questões relevantes que perpassam este debate. Um deles é a busca de 
graus mais altos de equidade, eficácia e eficiência nas políticas sociaisque tornam-se 
inseparáveis de reformas institucionais e de gestão. Neste ponto, a necessidade de constituição 
de um sistema de monitoramento e avaliação dos programas, projetos e ações sociais torna-se 
necessária. Costa et al. (1997) enfatiza que a avaliação sistemática de programas tem sido 
uma persistente lacuna na América Latina e o Brasil não tem sido exceção. Ele aponta 
algumas destas desconsiderações no entendimento e reconhecimento da avaliação: 
1 A avaliação só acontece ao final do programa e significa geralmente apenas a 
comparação entre metas previstas e as alcançadas, contribuindo muito pouco para a correção 
dos rumos. 
2. Uso de tecnologia "branda" e conhecimento precário do objeto da ação e das 
relações entre custo e resultados 
3. Desconsideração sobre busca de práticas inovadoras que demandam maiores 
flexibilidade e adaptabilidade dos programas. 
4. Questão política envolvida nos processos avaliativos, como um dos fatores que 
desfavorece as políticas sociais frente ao núcleo central dos governos. 
5. Falta de informações mais precisas sobre resultados e impactos das políticas e 
programas e, principalmente, sobre seu custo / impacto ou seu custo / efetividade. 
 4
6. Em outras áreas, como as de infra-estrutura, financeira e monetária ou mesmo a 
industrial, levam larga vantagem sobre a área social, o que favorece mais argumentos no 
momento de disputar recursos, além de contar também com aliados poderosos fora do 
governo. 
Concluímos que além de uma boa metodologia, a relevância atribuída ao processo 
avaliativo exige a tríade: estrutura, processo e resultados, como lembrado por Donabedian 
(1996). Segundo este autor o elemento estrutura obedece à avaliação de recursos existentes 
para a execução dos serviços. Esses recursos são: físicos, compreendendo planta física, 
equipamentos, materiais de consumo; recursos humanos, compreendendo número e 
qualificação dos mesmos; fontes e recursos financeiros para manutenção da infra-estrutura e 
da tecnologia disponível. Já o componente processo focaliza a avaliação da execução das 
atividades e da dinâmica apresentada na inter-relação entre elas. A análise das relações entre 
as atividades deverá possibilitar a avaliação da utilização da tecnologia prevista na estrutura, 
para ser aplicada na execução. Este processo avaliativo, portanto requisita a participação dos 
usuários, desta forma o componente resultado refere-se aos efeitos ou aos produtos das ações 
sociais que modificaram a situação social dos usuários ou da comunidade. 
Ou seja, é imprescindível a necessidade do conhecimento prévio da situação para que 
se possa atribuir a modificação observada ao processo de intervenção, objeto da avaliação. A 
partir desta análise integrada da situação é que será possível identificar as condicionantes, 
deficiência e potencialidades de cada composição da tríade mencionada. E esta mesma 
análise subsidiará a implantação de programas e projetos sociais entendidos como objetivação 
de políticas. 
O Projeto Social 
Segundo Kauchakje, projeto social é uma tecnologia social composta por um processo 
de ação coletiva, de iniciativa estatal ou da sociedade civil, que tem como objetivo intervir 
para a mudança de uma realidade, por meio de provimento de serviços sociais tendo em vista 
o desenvolvimento social. Seu desenvolvimento passa pelos momentos planejamento, 
execução e monitoramento / avaliação, e sua elaboração deve responder a questões tais como: 
Vinculação políticas e demandatários do projeto, local do desenvolvimento, população alvo, 
motivo do desenvolvimento daquela ação e objetivo que se destina, formas de realização, 
fontes de financiamento e durabilidade do projeto. (KAUCHAKJE, 2007:99) 
A autora apresenta tipos de projeto social, que podem ser agrupados sob a perspectiva 
da: Prevenção – projetos que previnem situações de vulnerabilidade e risco; Proteção – 
projetos destinados a pessoas e populações em situações de vulnerabilidade e risco; 
Promoção Social – aqueles destinados a combater a situações de exclusão social. 
A classificação também se dá a partir dos objetivos: Projetos emergenciais – 
situações de risco; Projetos redistributivos – distribuição indireta de bens e recursos 
socioeconômicos; Projetos para construção de autonomia – superação das situações de 
subalternidade / estigmatizacão; Projetos de apoio ao desenvolvimento social – dinamizar 
atividades econômicas e da rede socioeconômica produtiva. (KAUCHAKJE, 2007:107) 
A partir destas classificações evidencia-se que a atividade avaliativa de um programa 
necessita partir de uma compreensão clara sobre o desenho da intervenção e sobre os critérios 
de êxito. Ou seja, é preciso identificar e analisar o marco conceitual e os parâmetros pelos 
quais serão considerados seus resultados finais, riscos e potencialidades. 
 5
Entre os riscos usuais voltados ao desenvolvimento de projetos sociais, Coimbra 
(2001) lembra que em algumas instâncias as políticas públicas vão sendo pulverizadas e a 
assistência à população passa do campo do direito para o da filantropia. Constituindo-se numa 
cultura política baseada na desmobilização das lutas por direitos que tende a reforçar as 
políticas assistenciais e compensatórias. 
Quadro 1: Esquema Políticas Públicas 
 
Fonte: autores. 
Cabe lembrar que em sua estratégia social o governo federal atual enfatiza o 
aprimoramento da gerência e avaliação do impacto e desempenho dos programas sociais, 
quando procura garantir a esses programas apoio para gerenciamento dinâmico e adequado, 
monitoramento regular da implementação e avaliação periódica do cumprimento das metas 
preestabelecidas9. Ressalta-se, porém, que a exigência por avaliação permanente da utilização 
de recursos públicos e sua tradução em ações e conseqüências sobre a melhoria das condições 
das pessoas e do espaço urbano são imperativas, sinais de transparência da ação pública. 
Draibe (2001) reforça a vivacidade implícita nas políticas e programas sociais, com ciclo vital 
nascimento, vida e morte, passando por processo de maturação, envelhecimento, estagnação, 
momentos que se tornam objetos da avaliação. 
 
9 Brasil – Presidência da República. Uma estratégia de desenvolvimento social. Brasília. 1996 - O texto é o 
resultado-resumo de um ano e meio de pesquisas e discussões sobre como destravar o desenvolvimento do 
"andar de baixo" da economia, com medidas práticas de acesso ao financiamento, de redes de apoio tecnológico, 
de mudança institucional, bem como de outras medidas nas áreas de informação, comunicação, capacitação, 
emprego e meio-ambiente. O trabalho envolveu muita gente das mais variadas áreas. Paul Singer, Tânia Bacelar, 
Ignacy Sachs, ministros, líderes comunitários. E se trata também de uma proposta para evolução das políticas 
distributivas para a inclusão produtiva. Foi entregue formalmente ao presidente Lula no dia 4 de dezembro de 
2006. Pode ser acessado http://dowbor.org/linhaspesq.asp. 
Dinâmica das 
Políticas 
Públicas 
Dinâmicas Soc. 
Civil 
Governo 
Instâncias 
deliberativas – 
MP; Proj. Lei 
Conselhos Federativos, 
Estaduais, Municipais. 
Discussão Teórica 
Programas Projetos 
Sociais 
Movimentos Sociais 
Organizados 
Avaliação das Políticas e 
Programas Sociais 
 6
Esse arranjo organizacional, que envolve recursos financeiros, administrativos e 
sociais, imprescindíveis para atender às demandas da população em situação de 
vulnerabilidade, torna-se o termômetro de mensurabilidade das diversas expressões da 
pobreza. Segundo a Política Nacional de Assistência Social, PNAS/2004: Os programas e 
projetos são executados pelas três instâncias de governo e devem ser articulados dentro do 
Sistema Único de Assistência Social. 
O Objetivo de inserir a avaliação de programas sociais na dinâmica da implantação 
das políticas publica de forma sistemática leva para o entendimento que a avaliação é parte 
essencial do processo decisório institucional,e produz informações para o aprimoramento das 
ações governamentais nas diferentes etapas do ciclo básico de intervenção estatal. 
A pobreza e sua repercussão. 
A temática da pobreza tem sido objeto de preocupação constante no campo teórico-
conceitual e de intervenção social. Raczynsk (2002) salienta a necessidade de se compreender 
a pobreza como fenômeno multidimensional, o que aponta para além da ausência de recursos 
materiais como elemento explicativo central para a análise da pobreza. 
Nos estudos que partem de uma concepção ampliada da pobreza, tem-se que as 
dimensões materiais são centrais para a determinação da pobreza e são também suas faces 
mais visíveis. Entretanto, Um diagnóstico e uma estratégia consistente de combate à pobreza 
persistente devem aspirar não apenas as diferentes dimensões materiais da pobreza, mas 
também as diversas maneiras pelas quais, em diferentes situações e contextos (CASTANHAR 
e COSTA, 2003). 
Silva adverte que a pobreza no Brasil decorre em grande parte de um quadro de 
extrema desigualdade em decorrência da profunda concentração de renda, expressa no 
pressuposto da carência, da escassez de meios de subsistência, ou da desvantagem em relação 
a um padrão ou nível de vida hegemônico (SILVA 2003, p. 234). Todavia, explicar o 
fenômeno da pobreza supõe buscar suas determinações estruturais, o que não é a preocupação 
deste artigo que está centrado nos processos de avaliação, encaminhando sua importância nas 
políticas e projetos relativos a pobreza e atuantes em espaços de exclusão. No entanto, a 
intersetorialidade e flexibilidade no desenho e gestão dos programas e a ênfase no 
fortalecimento da autonomia individual e comunitária, no empoderamento e incremento do 
capital social como diretrizes básicas da intervenção são os principais elementos presentes em 
uma estratégia exitosa de enfrentamento da pobreza e exclusão. (CASTANHAR e COSTA, 
2003) 
Entendemos que isso significa que determinadas concepções sobre exclusão, suas 
características e causas, têm diferentes repercussões sobre as políticas desenvolvidas, 
imprimindo constrangimentos de diversas ordens para o desenho e a implementação dos 
programas sociais. Neste sentido o aperfeiçoamento dos instrumentos avaliativos aumenta a 
eficácia das ações e democratiza sua gestão dos programas sociais. Para isto acontecer sem 
que se desestruture a execução, é fundamental uma grande proximidade e interlocução entre 
as áreas fim e as áreas meio dos órgãos (CASTANHAR e COSTA, 2003). O acerto entre estas 
áreas deve ser um ponto fundamental a se considerar. 
Esta interlocução é a responsável pelo conjunto que envolve as práticas avaliativas e 
pela compreensão das variáveis que caracterizam o desenho dos programas sociais, sobretudo 
 7
aspectos relacionados a legislações (direitos), bem como sua estratégia de implementação. 
Faz-se necessário trilhar passo a passo as etapas da avaliação. 
O processo avaliativo perpassa sete passos composto por três momentos distintos da 
avaliação que segundo Marino caracteriza-se como marco zero, processo e os resultados. 
TABELA 1 – Quadro passos da avaliação 
Passos avaliação 
7 Utilização e Disseminação 
6 Elaboração do Relatório e Divulgação 
5 Análise de fatos e informações 
4 Levantamento de Informações 
3 Identificação dos interessados, das perguntas e dos indicadores 
2 Formação da Equipe 
1 Decisão sobre o foco da avaliação 
Fonte: Manual de Avaliação de projetos sociais/2003. 
Para que ocorra a avaliação faz-se necessário trilhar cada passo específico, a saber: 1º 
decidir sobre o foco da avaliação envolve o conjunto de fatores que compõem o processo, 
baseados em análise das necessidades que levaram ao processo avaliativo. 2º Formação de 
equipe inclui todos os envolvidos. 3º Identificar os interessados exige a contribuição de todos 
para formulação das perguntas e definição dos ndicadores. 4º Levantar informações 
compreende as informações das fontes e escolha de métodos e treinamento da equipe. 5º 
Analisar as informações significa à sistematização e analise dos dados. 6º Elaborar relatório 
neste momento é realizado pela equipe a apresentação das conclusões e possíveis 
recomendações aos interessados. 7º Para utilização e disseminação dos resultados exige-se 
enfim a discussão por meio de jornais, seminários, reunião de coordenação de demais foros 
para debates. Marino (2003). 
Além disto, dada a heterogeneidade dos problemas, programas, atores envolvidos, não 
se pode muitas vezes pensar em instituições uniformemente organizadas. Os níveis de 
hierarquização, especialização dos técnicos e das equipes, controle sobre a execução, 
tolerância com o erro e o fracasso devem variar dentro de uma mesma estrutura de acordo 
com as características dos problemas. 
Formas de Medir e enfrentar a pobreza 
No Brasil entre os instrumentos de mensurabilidade da pobreza encontram-se 
frequentemente o uso de indicadores como baixa renda, comparecem também estudos que 
ampliam esse conceito, adotando um enfoque mais abrangente. Porém, estes indicadores não 
facilitam a compreensão do fenômeno da exclusão. Castanhar e Costa (2003) reforçam que 
“mesmo quando o foco nas privações múltiplas amplie o alcance de indicadores utilizados 
 8
para mensurar a pobreza, o objetivo permanece na identificação de indivíduos sem recursos 
para participação”. 
Ressaltamos que os termos pobreza e exclusão utilizados neste artigo ampliam o 
conceito da pobreza entendendo-o como fenômeno complexo, multicausal e 
multidimensional. Neste sentido, os dois termos parecem fazer parte de um mesmo contínuo e 
matriz conceitual10. Não pretendemos esgotar tal assunto, vasto por natureza, o objetivo aqui é 
tão somente fornecer pistas, a partir de reflexões suscitadas pelo exercício da prática 
avaliativa dos programas e projetos sociais. 
Na esfera pública aspectos das políticas de intervenção nas situações de pobreza e 
ocorre por meio de Programas de Transferência de Renda, que Silva (2001) considera como 
eixo prevalente no atual Sistema Brasileiro de Proteção Social e são importantes mecanismos 
para o enfrentamento do desemprego e da pobreza e como possibilidade de dinamização da 
economia, sobretudo em pequenos municípios. 
A autora realiza uma crítica a estes programas onde aponta o fato de não ter sido 
adotado uma estratégia de caráter global para enfrentamento da pobreza no país. Visto que o 
padrão de desenvolvimento adotado, como aponta Silva, “tem considerado a Política Social 
como questão marginal, desvinculada das questões macroeconômicas, numa perspectiva 
compensatória e assistencialista”. Sulbrandt (1994) adverte que as políticas e programas 
sociais apresentam certas características peculiares que têm conseqüências importantes sobre 
sua implementação e gestão e que devem se consideradas desde o planejamento até sua 
avaliação. 
O autor discute algumas destas características constitutivas das políticas sociais, entre 
estas está o fato de os problemas sociais que se pretendem enfrentar com políticas sociais são 
debilmente estruturados e não podem ser definidos de maneira rigorosa. Entre a discussão 
referente à avaliação está a relevância dos indicadores para o monitoramento, análise do 
desenvolvimento e crescimento das organizações publica ou privadas. 
De acordo com a OTG - Observatório de Tecnologias de Gestão – glossário e ABIPTI 
– Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica, indicadores são: 
Dados ou informações numéricas que quantificam as entradas (recursos ou 
insumos), saídas (produtos) e o desempenho de processos, de produtos e da 
organização como um todo. Os indicadores são utilizados para acompanhar e 
melhorar os resultados ao longo do tempo e podem ser classificados em: simples 
(decorrentes de uma única medição) ou compostos; diretos ou indiretos em 
relação à característica medida; específicos (atividades ou processos específicos) 
ou globais (resultados pretendidos pela organização); e direcionadores(drivers) 
ou resultantes (outcomes). (ABIPTI apud OTG, 2008) 
 
10 Entretanto, essa concepção que tende a fundir pobreza e exclusão não é única. Outros grupos definem exclusão 
sem ter a baixa renda como variável dominante e incluem dimensões como polarização, dualização, 
diferenciação e desigualdade. Outros rejeitam uma identificação entre exclusão e desigualdade ou classes sociais 
e enfatizam o aspecto daqueles que estão dentro ou fora, mais do que aqueles que estão acima ou abaixo, tal 
como o registro de classes ou desigualdade sustenta (Burchardt, Le Grand, Piachaud). Esta discussão esta 
presente no artigo de Castanhar e Costa (2003)caderno de gestão pública e cidadania. 
 9
Conclui-se que decisões eficazes são baseadas na análise de dados e informações. Tal 
princípio reforça a utilização de dados e informações adequados para análise por parte da 
equipe de gestão e para conseqüente tomada de decisão. 
Porém, conforme ressalta Dowbor (2003), os meios de informação e de comunicação 
estão sendo revolucionados, e abrem perspectivas impressionantes para a racionalização das 
atividades econômicas e sociais. As mais diversas instituições, como IBGE, SEADE, IPEA, 
os ministérios, os hospitais, as empresas, as organizações da sociedade civil, todos produzem 
rios de informação. Temos as tecnologias e a informação de base, mas não se formaram 
ferramentas de conhecimento organizado para a ação cidadã. Entre compêndios de 
estatísticas, e o dilúvio de informações fragmentadas na mídia, continuamos essencialmente 
confusos. Trata-se de identificar instrumentos concretos de informação para a cidadania, a ser 
sistematizada segundo as necessidades de participação dos diversos atores sociais. 
Programas voltados para o combate á exclusão: desafios e limites da intervenção 
Citaremos previamente as iniciativas historicamente conhecida no século XX, e 
sugerimos o aprofundamento sobre o tema em publicações na imprensa e em circulação em 
páginas WEBs do Governo brasileiro e sobretudo nos estudos desenvolvidos por 11Silva 
(2002; 2003; 2005). Inicialmente reportaremos os estudos do centro interdisciplinar 
especializado em estudo e investigação de acompanhamento, monitoramento as políticas e 
programas governamentais. Destacando as 12avaliações de processo de implementação de 
reformas e inovações de policies e de programas e projetos de enfrentamento a pobreza, 
segundo o estudo foram desenvolvidos os seguintes projetos. 
Evolução dos Programas de Combate a Pobreza: 
13Silva (2001) adverte que os Programas de Transferência de Renda, considerados eixo 
estruturado no atual Sistema de Proteção Social,tem sua base nas transformações econômicas 
e societárias que vêm marcando a reestruturação do capitalismo mundial na sua fase mais 
recente, identificada a partir dos anos 1970, com maior aprofundamento nos anos 1980 e no 
Brasil, nos anos 1990. A Autora apresenta em seus estudos a iniciativa pública para combate a 
pobreza no Brasil. Situaremos apenas o período histórico e a nomenclatura dos programas: 
1990. É no início dos anos 1990 que as políticas públicas direcionadas à pobreza no 
Brasil foram caracterizadas a partir da Política Nacional de Assistência Social centralizada no 
Ministério de Bem-Estar Social, assumida por duas grandes agências: a Legião Brasileira de 
Assistência (LBA) e o Centro Brasileiro para a Infância e Adolescência (CBIA). Porém com a 
 
11 Doutora em Serviço Social, professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade 
Federal do Maranhão/Brasil e do Grupo de Avaliação e Estudo da pobreza e de Políticas Direcionadas à Pobreza 
- GAEPP; e-mail: maria.ozanira@pesquisadoracnpq.br. 
12 Este estudo está disponível no caderno de pesquisa Nº. 10 do Núcleo de estudos de políticas públicas NEPP 
(1989). Título “Há tendências e tendências: com que estado de Bem-estar social haveremos de conviver neste 
fim de século” 
13 Esse estudo constitui-se no projeto que sintetiza os demais projetos sobre a temática dos Programas de 
Transferência de Renda em desenvolvimento no GAEPP. Propõe-se a acompanhar a implementação e a proceder 
à avaliação do processo de Unificação dos Programas de Transferência de Renda no Brasil mediante o 
desenvolvimento de um estudo de abrangência nacional sobre o Programa Bolsa Família do Governo Federal. 
 10
Constituição Federal de 1988 é que se concretiza a tendência de descentralização e 
municipalização preconizada pelo debate político dos movimentos sociais dos anos 1980. 
1993. A Lei no 8.742 (BRASIL, 1993) instituiu o Benefício de Prestação Continuada, 
em 1996, Programa de Transferência de Renda PCFM direcionado à população idosa a partir 
de 65 anos de idade e a pessoas portadoras de deficiência, sendo exigida dos beneficiários 
uma renda per capita familiar inferior a ¼ do Salário Mínimo vigente. 
Ainda em 1993 o maior esforço de Política Pública direcionada para a população 
brasileira pobre foi inicialmente o Plano de Combate à Fome e a Miséria (PCFM), criado em 
1993, pelo Presidente Itamar Franco (1993-1994) (SILVA 2003). Tinha como público alvo 32 
milhões de indigentes diagnosticados pelo Mapa da Fome, elaborado pelo Instituto de 
Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Tratava-se de uma população que só detinha uma 
renda de um ¼ de Salário Mínimo, suficiente apenas para comprar uma cesta de alimentos. 
1995-1998; 1999-2002. Programa Comunidade Solidária, principal estratégia para 
enfrentamento da pobreza no governo Fernando Henrique Cardoso. 
1999. Ocorre a criação do Programa Comunidade Ativa, por recomendação do 
Conselho do Comunidade Solidária, propondo-se a superar o assistencialismo mediante a 
indução do desenvolvimento local, integrado e sustentável de municípios pobres em todo o 
país. 
2001. Em junho de 2001 foi criado o Fundo de Combate à Pobreza que passou a 
financiar programas de transferência de renda associados à educação, ações de saneamento. 
Ainda neste ano foi criado o Programa de Combate à Miséria, denominado Índice de 
Desenvolvimento Humano (IDH)14, posteriormente denominado Projeto Alvorada, 
direcionado, prioritariamente, aos bolsões de miséria das Regiões Norte e Nordeste, 
posteriormente estendido para outros Estados, com municípios com IDH inferior a 0,500. 
2003 -2008. O Governo de Luiz Inácio Lula da Silva propõe como principal estratégia 
de enfrentamento a pobreza o Fome Zero, que se desdobrou no Bolsa Família atualmente o 
maior Programa de Transferência de Renda do País. 
O programa Bolsa Família destina-se a famílias indigentes, com renda per capita 
familiar de até R$ 50,00 e a famílias consideradas pobres, com renda per capita familiar de até 
R$ 100,00, de modo que o primeiro grupo de famílias recebe um benefício fixo no valor de 
R$ 50,00, podendo receber mais R$15,00 por cada filho de até 15 anos de idade, até três 
filhos, podendo alcançar um benefício total de até R$ 95,00 por família. (SILVA, 2004). 
2004. Para desenvolver a unificação dos Programas de Transferência de Renda, foi 
criado em janeiro de 2004 o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome. 
Silva (2003) crítica o papel do estado e conseqüentemente a política de transferência 
de renda apontando que o Estado, enquanto ator social, que atua ou deveria atuar, na 
promoção da justiça social na emancipação dos processos de garantia e promoção dos 
direitos de cidadania. Oferece transferências unilaterais de recursos, afastando-se assim da 
lógica do mercado, que envolve trocas recíprocas. (COSTA, 1997) 
Conclui-se a com o embasamento teórico de Silva (2002, 2003, 2005), que os 
Programas de Transferência de Renda, supõem articulação numa política macroeconômica de 
 11
crescimento sustentável e de redistribuição de renda, ou significarão melhorias imediatas, mas 
sem superação da denominada linha de pobreza. 
Voltaremos ao centro de nossa abordagem presumindo que o processo avaliativonos 
programas sociais, permite concluir que embora, o desenho das políticas públicas ofereça uma 
maior eficiência e representatividade na ação governamental, também apresenta um viés 
distributivo quando os projetos são efetivamente postos em prática. Marette (1988) ressalta 
que a avaliação no campo social e entendida como um mecanismo de regulação de ações 
sociais e políticas sociais, que podem permitir uma notável diminuição das possibilidades de 
fracasso de um programa de interesse social. 
Afinal, Avaliação, o que é isto? 
Sobre a definição do conceito da palavra, recorremos a algumas definições mais 
utilizadas, porém a palavra avaliação é objeto de muitas definições. No âmbito internacional, 
Egg (1994), Champagne (1985), James (1969). Para estes autores, avaliação é fazer juízo 
sobre uma atividade, recurso ou resultado que podem ser classificados em três tipos (de 
estrutura, de processo e de impacto). Para Donabedian (1966) a primeira Função da avaliação 
é determinar valor, grau de êxito do objeto avaliado. Já Tyler (1942) ressalta que avaliar é um 
processo que tem por objetivo determinar até que ponto foi alcançado os objetivos 
previamente estabelecidos. Kaufman, (1979) discute que avaliar é analisar discrepâncias entre 
o que é e o que deve ser; disparidade entre a situação desejada ou esperada e outra existente 
ou real. O autor ressalta que neste caso o programa social deve compreender atividades de 
certo valor. 
No campo do Trabalho Social ou Desenvolvimento Comunitário, Dutrenit (1984) 
apresenta a idéia de que neste caso as definições sobre a avaliação trazem elementos práticos 
face a necessidade de solucionar problemas. Neste sentido a avaliação é utilizada para análise 
dos efeitos e das conseqüências dos diferentes modos de atuação sobre uma situação para 
definir dentro de prazos pré-estabelecidos e definição de quais são programas que trazem mais 
solução. Ou seja, a avaliação só será útil se for utilizada como meio para melhorar um 
programa. Desta forma introduz-se na pesquisa avaliativa de programas sociais “a visão da 
dinâmica social, inquietação com o contexto onde a ação se desenvolve, as apreensões da 
população beneficiária passam a ser consideradas durante o processo avaliativo” 
(BARREIRO, 2002 p. 47). 
Este entendimento nos leva a compreender que os membros das organizações 
precisam estar motivados para se empenharem no desenvolvimento e aperfeiçoamento do 
processo, fazendo balanço das prioridades das ações da organização e do programa, desde os 
aspectos legislativos até pequenas ações práticas. 
O que as Leis estabelecem sobre avaliação de programas sociais 
Segundo SANTOS, (1986), um dos problemas chave dos estudos de avaliação e o 
processo de implantação e formulação de programas e políticas sociais. Divididos em dois 
momentos: primeiro na escolha da política – Seus fundamentos e conteúdos. E segundo 
atenção aos problemas que surgem durante a implementação ou execução de políticas – 
constrangimentos burocráticos, institucionais e econômicos. 
 12
A questão da informação e as práticas de monitoramento e avaliação devem ser 
apreendidas como exercícios permanentes e, acima de tudo, comprometidas com as políticas 
sociais ao longo de sua realização. Ressaltamos aqui três leis fundamentais saúde, educação e 
assistência social que asseguram a legitimidade do aspecto avaliativo. 
A Lei Nº. 8.080/1990. Dispõem sobre as condições para a promoção, proteção e 
recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá 
outras providências. Em seu artigo 6º nos incisos VII, VIII, IV aponta sobre a legitimidade do 
processo avaliativo na gestão da saúde pública. 
Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único de Saúde (SUS): 
VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a 
saúde; VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano; 
IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à saúde. 
No âmbito educacional a Lei Nº. 9.394/1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. No seu art. 5º retrata que “o acesso ao ensino fundamental é direito 
público subjetivo, podendo qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, 
organização sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída, e, ainda, o Ministério 
Público, acionar o Poder Público para exigi-lo”. 
A mesma lei no art. 9º também descreve que a União incumbir-se-á de: V - coletar, 
analisar e disseminar informações sobre a educação; IX - autorizar, reconhecer, credenciar, 
supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das instituições de educação superior e os 
estabelecimentos do seu sistema de ensino. § 2° Para o cumprimento do disposto nos incisos 
V a IX, a União terá acesso a todos os dados e informações necessários de todos os 
estabelecimentos e órgãos educacionais. 
Alguns autores apontam que o problema da avaliação de programas na esfera 
educacional é decorrente do desenvolvimento tardio da avaliação educacional no Brasil. 
(STAKE, 1973). 
Quanto a Assistência Social falaremos um pouco mais devido ao aspecto intersetorial 
desta política. A Legislação que dispõe sobre a organização da Assistência Social é a Lei Nº. 
8.742, de 7 de dezembro 1993. No art. 1º está previsto que “a assistência social, direito do 
cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os 
mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e 
da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas”. 
Também o art. 18 diz que “compete ao Conselho Nacional de Assistência Social: VI - 
convocar ordinariamente a cada 2 (dois) anos, ou extraordinariamente, por maioria absoluta 
de seus membros, a Conferência Nacional de Assistência Social, que terá a atribuição de 
avaliar a situação da assistência social e propor diretrizes para o aperfeiçoamento do sistema. 
X - acompanhar e avaliar a gestão dos recursos, bem como os ganhos sociais e o desempenho 
dos programas e projetos aprovados”. 
Confirmando as deliberações sucessivas desde a I Conferência Nacional de 
Assistência Social de 1995, a IV Conferência Nacional, realizada em 2003, define-se 
claramente pela elaboração e implementação de planos de monitoramento e avaliação e pela 
criação de um sistema oficial de informação que possibilitem: a mensuração da eficiência e da 
 13
eficácia das ações previstas nos Planos de Assistência Social; a transparência; o 
acompanhamento; a avaliação do sistema e a realização de estudos, pesquisas e diagnósticos a 
fim de contribuir para a formulação da política pelas três esferas de governo. Agregado a isto, 
a Conferência ainda aponta para a necessidade de utilização de um sistema de informação em 
orçamento público também para as três esferas de governo. 
O que se verifica com tal deliberação é a implantação de políticas articuladas de 
informação, monitoramento e avaliação que realmente promovam novos patamares de 
desenvolvimento da política de assistência social no Brasil, das ações realizadas e da 
utilização de recursos, favorecendo a participação, o controle social e uma gestão otimizada 
da política. 
A necessidade de implantação de sistemáticas de monitoramento e avaliação e 
sistemas de informações para a área social também, remontam aos instrumentos de 
planejamento institucional, onde aparecem como componente estrutural do sistema 
descentralizado e participativo, no que diz respeito aos recursos e sua alocação, aos serviços 
prestados e seus usuários. Desta forma, esta requisição começa a ser reconhecida nos 
documentos normativos básicos da instância social que estabelecem os fundamentos do 
processo político-administrativo da Assistência Social, no âmbito da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios. 
METODOLOGIA DA PESQUISA 
A questão metodológica para produção de conhecimento social, e, especificamente, 
para avaliaçãode políticas e programas sociais, coloca, inicialmente, questões conceituais 
relevantes. O tipo de pesquisa utilizada é a qualitativa com abordagem descritivo-
comparativa. Segundo Triviños (1987), a pesquisa qualitativa permite analisar os aspectos 
implícitos ao desenvolvimento das práticas organizacionais, e a abordagem descritiva é 
praticada quando o que se pretende buscar é o conhecimento de determinadas informações e 
por ser um método capaz de descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada 
realidade. A metodologia utilizada no presente trabalho tem o objetivo de selecionar as 
contribuições mais relevantes e atuais sobre avaliação de programas e projetos sociais. 
A pesquisa bibliográfica se deu através de consultas a livros, dissertações, teses, 
artigos em revistas especializadas, relatórios de trabalho, e textos veiculados pela 
INTERNET. Expõe o arcabouço teórico, ressaltando a variedade de conceitos e metodologias 
de avaliação utilizadas pelos estudiosos da matéria e instituições públicas. O conhecimento 
das diversas opções teóricas é fundamental na escolha do método mais adequado para cada 
tipo de programa em todas as etapas do processo, desde a elaboração da metodologia até a 
aferição dos resultados. 
A integração do monitoramento e da avaliação. 
Arregui et al (2004) revela que monitoramento identifica-se com o acompanhamento e 
com a avaliação sistemática e contínua, tanto das atividades, insumos, recursos, como dos 
defeitos e impactos das ações desenvolvidas. Deve fazer parte integrante da gestão, construído 
por dentro do projeto e ocorre durante a sua execução, permitindo ajuste nos objetivos e 
ações. É um processo limitado no tempo, no espaço e nos objetivo das propostas, mas não é 
uma atividade pontual. Necessita ser sistemática e contínua. Isso significa construir um 
 14
sistema de monitoramento capaz de oferecer informações necessárias para gestão e também 
para uma avaliação geral do projeto, de sua implementação, resultados e impactos. 
Segundo os autores, o monitoramento é entendido como um processo de avaliação 
permanente que permite coletar, armazenar, analisar informação do projeto, retroalimentando 
o próprio projeto desenvolvido. Como parte integral do projeto, subsidia a tomada de decisões 
política quanto a propósitos, processos de ações e alocação de recursos. O desenvolvimento 
do monitoramento reforça sobre a necessidade sobre o que registra e como registrar, isto é a 
base de um sistema definido previamente e de acordo com os objetivos do programa e dos 
gestores. Essa base de dados e o pleno funcionamento do sistema permitirão elaborar sínteses 
e relatórios analíticos de monitoramento e oferecer informações para futuras avaliações. 
Tanto o monitoramento quando a avaliação exige que se faça um planejamento e 
estruturação do sistema. Isso inclui a pesquisa e a definição de: indicadores, métodos e 
técnicas de coleta de dados, instrumentos e ferramentas de armazenamento das informações, 
desenvolvimento de tecnologias apropriadas, fluxos de monitoramento, instrumentos de 
interpretação e analise doas dados (ARREGUI et al, 2004). 
Indicadores Sociais como instrumento de medição social. 
De maneira geral, entende-se que indicadores são instrumentos de mediação, conjunto 
de variáveis, medidas indiretas, consistentes, especificas e sensíveis que possibilitam captar e 
medir um conceito. São, também, instrumentos de mediação, de forma a possibilitar um olhar 
para o real sob ângulos determinados, evidenciando aspectos e processos da realidade social 
cuja totalidade é de difícil apreensão. Ao mesmo tempo, resultam de escolhas dos sujeitos e 
das múltiplas relações que se estabelecem em um determinado contexto histórico e cultural. 
Indicadores sociais somente tem significado se inseridos nas relações sociais e práticas sociais 
que o determinam (ARREGUI et al, 2004). 
Esses autores reforçam ainda que indicadores sociais enquanto instrumentos de 
mediação e mediação social expressam concepções e pactos sociamente concluídos. Por isso, 
a legitimidade de um conjunto ou sistema de indicadores depende de sua construção histórica, 
do processo político das conjuntas nacionais e internacionais, do diálogo que estabelece os 
diferentes sujeitos sociais. Não há a menor possibilidade de que as avaliações de políticas 
públicas sejam meramente técnicas ou neutras. Elas carregam dentro de si escolhas e valores 
que orientam as relações que se estabelecem entre política e seus resultados (WANDERLEY 
et al, 2004). 
Segundo Jannuzzi (2001 p. 53), o indicador social para a pesquisa acadêmica é “o elo 
de ligação entre os modelos explicativos da teoria social e a evidência empírica dos 
fenômenos sociais observados”, e para a formulação de políticas públicas, é um instrumento 
operacional, de monitoramento, avaliação, formulação e reformulação de políticas públicas. 
“Um Indicador Social é uma medida em geral quantitativa, dotada de um 
significado social substantivo, usado para substituir, quantificar ou 
operacionalizar um conceito social abstrato de interesse teórico (para pesquisar 
acadêmica) ou programático (para formulação políticas). É um recurso 
metodológico, empiricamente referido, que informa algo sobre um aspecto da 
realidade social ou sobre mudanças que estão se processando na 
mesma.’’(JANNUZZI, 2002:54) 
 15
Porém, Costa et al (1997) reforça que a avaliação é o exame sistemático e critico dos 
objetivos de uma política ou de um programa, de sua implementação, de seu impacto social. 
Deve ser entendida como instrumento para o controle social das políticas publicas, que se 
desenvolvem em esferas públicas da sociedade. Aponta ainda que para fazer face a este 
complexo conjunto de características e problemas no desenvolvimento da avaliação e 
monitoramento de programas e projetos sociais, autores diversos têm apontado, com 
diferentes ênfases e nuances a necessidade de mudanças no desenho e gestão de políticas 
sociais que sejam capazes de articular os princípios de descentralização / municipalização das 
políticas; incorporar a participação comunitária e popular na formulação, acompanhamento e 
fiscalização das políticas e programas; normalizando parcerias entre poder público sociedade 
civil na execução de programas. A adoção destes princípios permitiria a inclusão mais 
legítima, concertada e transparente dos diversos atores envolvidos no programa; tornariam os 
processos decisórios mais públicos e informados; confeririam maior organicidade, 
flexibilidade e adaptabilidade às políticas; correspondendo ao anseio das demandas mais 
imediatas e particulares e partindo para o debate mais abrangente, ficando cada vez mais 
atrelado a necessidade do planejamento social. (COSTA et al, 1997). 
A avaliação e o planejamento social 
Baptista (2003) alerta que a avaliação pode ser o momento de maior conteúdo 
dialético do planejamento. Para tanto, será necessário abandonar o enfoque fragmentário e 
pensar a partir de premissas metodológicas da dialética que ponham ênfase na totalidade, no 
caráter histórico dos processos sociais e no objetivo transformador e não meramente 
modernizador desta proposta. 
Em seu livro “Planejamento Social; intencionalidade e instrumentação” Baptista 
(2003) revela os elementos fundamentais de dialética da avaliação, no processo de 
planejamento: 
A dimensão da historicidade: não pode ser esquecido que determinações da 
sociedade se impõe na conjuntura e na ação que se realiza no trabalho 
localizado. A dimensão do enfretamento da reificacão: a ação planejada, objeto 
do planejamento acorre no cotidiano, diante das questões imediatas, e o que vai 
determinar o desempenho é o controle que o planejador e o executor do 
planejador e o executor do planejamento tenha sobre as variáveis da objetividade 
posta pela sociedade. BAPTISTA (2003:114) 
A autora afirma ainda que considerando que a avaliação, no processo do planejamento 
corresponde ao momento em que às decisões, os procedimentos de implementaçãoe de 
implantação, o desempenho a partir de critérios determinados, visando a formulação de juízos, 
para que efetive,é importante que se tenha condições de confrontar informações obtidas antes 
e depois das operações do projeto. 
No planejamento de questões da área social, os problemas para a montagem de 
sistemas de avaliação encontram-se principalmente: 
 16
Na precariedade dos processos científicos e metodológicos de mensuração 
de dados sociais, principalmente os natureza qualitativa deve-se: a ausência de 
um referencial de estudos que permita determinar os efeitos de medidas 
macrossociais,em todas as dimensões do sistema: Na dificuldade para 
estabelecer a natureza estatística de relação entre indicadores, principalmente 
quando o processo envolve muitas espécies de mudanças,algumas a curto ,outras 
a médio ou a longo prazo,as quais estão naturalmente relacionadas. BAPTISTA 
(2003:116) 
Ou seja, o exercício da avaliação busca assegurar uma permanente adequação do 
planejado e do executado a intencionalidade do planejamento, considerando a dinâmica das 
variações e desafios permanentes postos na situação enfrentada. É na medida em que 
permitem detectar desvios, erros, bloqueios, os quais se interpõem a uma resposta 
significativa, aos desafios que se apresentam que a avaliação desvela caminhos que se abrem 
para a superação não apenas da ação,mas também do seu planejamento. 
Os Desafios da Avaliação de Programas Sociais. 
A enfatize que as políticas e programas sociais apontam certas características 
peculiares que têm conseqüências importantes sobre sua prática e gestão e que devem se 
consideradas desde o planejamento até sua avaliação. Sulbrandt (1994) aponta algumas destas 
características constitutivas das políticas sociais e que as diferenciam de outras: a) os 
problemas sociais que se pretendem enfrentar com estas políticas são debilmente estruturados 
e não podem ser definidos de maneira rigorosa; b) as políticas e programas desenhados e 
aprovados pelo governo não perseguem objetivos únicos e sim objetivos múltiplos, às vezes 
inconsistentes, e suas metas são definidas de maneira ambígua. c) as metas tendem a ser 
redefinidas, dentro de certos parâmetros, no decorrer da implementação. d) o caráter brando 
das tecnologias utilizadas na quase totalidade dos programas sociais significa que as supostas 
relações causais que vinculam os insumos e as atividades com os produtos, resultados e 
impactos. 
Além disto, o desenvolvimento de programas sociais está geralmente exposto à ação 
de uma série de fatores organizacionais que também têm influência decisiva sobre seus 
resultados. Kauchakje (2007:87-88) reforça esta tese e aponta que “a gestão social no Brasil 
tem cinco modalidades principais: gestão Patrimonial, Tecno-burocrática, Gerencial, 
Democrático participativo e gestão em Rede”, sendo que cada modalidade perpassa a cultura 
política brasileira como tendências que se entrecruzam e predominam em momentos 
históricos diferentes. 
Benefícios Gerados pela Avaliação frente à situação da pobreza. 
Filgueiras (2006) em seu trabalho apresentado no Seminário Internacional “Avaliação 
e administração pública: conexão entre conhecimento e ação” realizado em Belo Horizonte, 
2006, aponta algumas potencialidades dos processos avaliativos, neste item destacamos 
algumas situações que com freqüência surgem nos estudos de implementação e produtos e 
programas estudados e que poderiam representar possibilidade de aperfeiçoamento da gestão 
social. Segundo Filgueiras (2006), “a avaliação de um programa necessita partir de uma 
compreensão clara sobre o desenho da intervenção e sobre os critérios de êxito”. Ou seja, é 
preciso identificar e analisar o marco conceitual e os parâmetros pelos quais será considerado 
se a intervenção esta executada na direção correta para alcançar resultados valiosos: 
 17
“Para facilitar la transformación de la evaluación en un aliado que 
promueve el aprendizaje y fortalece la gerencia, el primer desafío que tenemos 
que enfrentar consiste indubitablemente en explicitar lo que queremos lograr (Y, 
por lo tanto, explicitar lo que queremos evalua). La especificación del marco 
conceptual de la iniciativa social que se propone evaluar, en forma de una 
jerarquía de objetivos interrelacionados, no sólo permite definir los procesos 
evaluativos, sino también constituye un insumo clave para orientar la gerencia de 
las iniciativas. La superación de ese primer desafío, por sólo, consolida y 
fortalece los procesos gerenciales y evaluativos.” (MOKATE, 2002:127). 
A autora ressalta ainda que o exame avaliativo permite refletir sobre a corrente de 
valor que o programa gera e compara-lo com os objetivos propostos. Todo programa social 
consistente deveria basear-se em noção de causalidade, que indica como se espera gerar 
efeitos positivos como o programa social desejado nas condições e qualidade de vida dos 
benefícios. Conclui-se, portanto, que a atividade avaliativa deve ser orientada ao exame 
sistemático e objetivo de cada situação / atividade / programa / projeto ou gestão. Com vista à 
observação da efetividade em determinada realidade. 
CONCLUSÃO 
Uma das questões deste trabalho aponta para necessidade de preencher lacunas de 
conhecimento em relação às dimensões da pesquisa avaliativas de programas e projetos 
sociais. As literaturas recentes sobre o tema explicitamente demanda por análise que 
possibilite avançar na compreensão dos objetivos da avaliação social e no desenvolvimento e 
análises formais que permitam mensurar e quantificar os diferentes graus e modalidades de 
avaliação social nos programas sociais no Brasil. 
Concluímos que as interfaces da avaliação de programas e projetos socias, emergem 
das políticas sociais nos aspectos que envolvem o desenvolvimento do trabalho social em 
territórios com presença de populações tradicionais ou específicas. Apontando para a urgência 
de articular o processo de implantação, execução, monitoramento, registro e avaliação das 
ações, usuários e serviços, com estas políticas. Visto que, as legislações analisadas legitimam 
este processo. 
 Em relação a política para a pobreza, como já é sabido por gestores e técnicos que 
atuam junto a estas demandas. As áreas priorizadas para intervenção, por serem caracterizadas 
como pobres, a sua melhoria depende de um conjunto de investimentos, que vão além dos 
direitos básicos: educação, saúde, alimentação, e outros programas emergências A aplicação 
dos critérios avaliativos descritos nos programas sociais para esta população requer, formas 
específicas de operacionalização, já que constituem, obviamente, medidas indiretas, ou seja, 
que devem ser mensuradas a partir dos resultados obtidos. E desta forma contribuir com os 
órgãos gestores do município, na avaliação relativa à cobertura dos programas sociais. 
Enfim, entendemos que o aprimoramento do processo de avaliação de programas e 
projetos sociais quando utilizado com sentidos variados, reforçam o intuito de permitir a 
determinação dos efeitos de medidas macrossociais, em todas as dimensões do sistema 
avaliativo das políticas publicas desde o nível local até federal. 
 18
REFERÊNCIAS 
ARREGUI et al. Metodologia de monitoramento e avaliação do trabalho com famílias. São 
Paulo. SAS – PUC-SP, 2004. 
BAPTISTA, Mirian Veras. Planejamento social: Intencionalidade e instrumentação. São 
Paulo. Veras Editora. Lisboa, 2003. 
BARREIRA, M. C. R. N. Avaliação participativa de programas sociais. São Paulo: Veras; 
Lisboa: CPIHTS, 2000. Cap. Avaliação participativa, p. 57- 92. 
BRASIL. Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção, e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços 
correspondentes e da outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 20/09/1990, 
p. 18055. 
BRASIL. Lei n 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 23 dedezembro de 1996. Seção 1, 
p. 27839. 
BRASIL. Lei nº 8742 de 07/12/1993. Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Dispõe 
sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 08/12/1993, p. 18769. 
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de 
Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social. Brasília, DF, set. 2004. 
CASTANHAR, José Cezar; COSTA, Frederico Lustosa. Avaliação de programas públicos: 
desafios conceituais e metodológicos. Revista da Administração Pública, ano 5, n. 37, 2003. 
CHAMPAGNE, F. et al. Cadre conceptuel á 1 evalution dês programes de sante. Rev. 
Epidemiologie et Sante Publique, 33 (1985) 
COSTA, Bruno Lazzarotti Diniz, CARNEIRO, Carla Bronzo Ladeira, VEIGA, Laura da. 
Desafio e inovação em políticas públicas: programas para crianças e adolescentes em situação 
de risco. Fundação Getúlio Vargas e Fundação Ford, cadernos gestão pública e cidadania, Rio 
de Janeiro – RJ, v. 3, Junho de 1997. 
DONABEDIAN, A. Evaluating the Quality of Medical Care. Milbank Memorial Fund 
Quarterly, 44 (1966). 
DOWBOR, Ladislau. Informação para a cidadania e o desenvolvimento sustentável / 2003 
Disponível em: <http://dowbor.org/04infocid.doc>. Acessado em 15/02/2008. 
DRAIBE, Sônia M. Avaliação de implementação: esboço de uma metodologia de trabalho em 
políticas públicas. In: BARREIRA, M.C.R.N. e CARVALHO. M.C.B. (orgs.). Tendências e 
perspectivas na avaliação de políticas e programas sociais. São Paulo, IEE/PUC-SP, 2001, 
p.13-42. 
EGG, Ezequiel Ander. Avaliação de programas e serviços sociais. Trad. Jaime Classen e 
Lúcia M. Oth. Petrópolis: Vozes, 1994. 
 19
FILGUEIRAS, Cristina Almeida Cunha. Avaliação de Programas: oportunidade para a 
institucionalidade social. BH, 2006. 
JANNUZZI, Martino Pasquali. Indicadores sociais no Brasil: conceitos, fonte de dados e 
aplicações. Campinas: Alínea, 2001. 
JANNUZZI, Martino Pasquali. Repensando a prática de uso de indicadores sociais na 
formulação e avaliação de políticas públicas municipais. IN: Qualidade de vida, 
observatórios, experiências e metodologias. São Paulo: Anablume; Fapesp, 2002.p 53-71. 
KAUCHAKJE, S. Gestão Pública de Serviços Sociais. Curitiba: IBEPX, 2007. 
KAUFMAN, R. Identificacion y resolucion de problemas. Um enfoque de sistemas. Mexico, 
Trilhas, 1988. 
MARICATO, E.; ARANTES, O. e VAINER, C. A cidade do pensamento único. Petrópolis, 
Vozes, 2000. 
MARINO, Eduardo. Manual de avaliação de projetos sociais. 2ª ed. São Paulo. Saraiva. 
Instituto Airton Senna, 2003 
MOKATE, K. M. (2002), "Convertiendo el monstruo en aliado: la evaluación como 
herramienta de la gerencia social". Revista do Serviço Público, 53 (1): 89-133. 
OTG - Observatório de Tecnologias de Gestão. GLOSSÁRIO. Disponível em: 
<http://www.otg.org.br/?page=glossario_letrai>, acessado em 15/03/2008. ABIPTI – 
Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica. 
PERRET, Bernard. Les enjeux épistemologiques de l´évaluation. Conseil Scientifique de 
l´évaluation em développement 1996 (rapport annuel sur l`évolution dês pratiques 
d´évaluation dês politiques publiques). Paris:La Documentation Française, 1997. 
SANTOS, W. G. dos. A Trágica Condição da política Social. Séries de estudos, nº.45. Rio de 
Janeiro: IUPERJ. 1986. 
SILVA, Maria Ozanira da (org). Avaliação de políticas e programas sociais: teoria e prática. 
São Paulo: Veras Editora, 2001. Cap. Avaliação de políticas e programas sociais: aspectos 
conceituais e metodológicos, p. 37-96. 
SILVA, Maria Ozanira da. A Política Pública de Transferência de Renda enquanto estratégia 
de enfrentamento à pobreza no Brasil. Revista de Políticas Públicas, v.7, n.2, 2003, p. 233-
253. 
SILVA, Maria Ozanira da. Os Programas de Transferência de Renda e a Pobreza no Brasil: 
superação ou regulação? Revista de Políticas Públicas, v. 9, n. 1, 2005, p. 251-278. 
SILVA, Maria Ozanira da. Os Programas de Transferência de Renda na Política Social 
Brasileira: seu desenvolvimento, possibilidades e limites. Revista de Políticas Públicas, v. 8, 
n. 2, 2004, p. 113-133. 
 20
STAKE, R. L. Evaluation design, instrumentation, data collection, and analyses of data. In: 
WORTHEN, Blaine R.; SANDERS, James R. (ed.) Educational evaluation: theory and 
practice. Worthington, Ohio: Charles A.Jones. 1973 
SULBRANDT, José. “A avaliação dos programas sociais: uma perspectiva crítica dos 
modelos usuais". In KLIKSBERG, Bernardo (org.). Pobreza: Uma Questão Inadiável. 
Brasília: ENAP, 1994. 
TRIVIÑOS, Augusto N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo, Atlas, 1987. 
WANDERLEY, M. B.; ARREGUI, C. C.; PAZ, R. D. O. Gestão de Programas Sociais - 
Referenciais Teóricos para Monitoramento e Avaliação. In: Mariangela Belfiore Wanderley; 
Isaura Isolde de Mello Castanho e Oliveira. (Org.). Trabalho com famílias. São Paulo: IEE-
PUCSP, 2004, v. 2, p. 169-190.

Continue navegando