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EPIDEMIOLOGIA, HIGIENE E SANEAMENTO 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 3 1. INTRODUÇÃO ................................................................................ 4 2. SAÚDE E DOENÇA ........................................................................ 5 2.1 Modelos explicativos do processo Saúde-doença.......................... 5 2.2 Determinantes do processo Saúde-doença ................................... 8 3. EPIDEMIOLOGIA ......................................................................... 10 3.1 Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) .............. 11 3.2 Objetivos da Vigilância Epidemiológica ........................................ 12 3.3 Tipos de dados epidemiológicos .................................................. 14 4. HIGIENE E PROFILAXIA ............................................................. 18 4.1 História do saneamento básico no Brasil ..................................... 20 4.2 Relação entre saneamento, saúde pública e meio ambiente ....... 21 4.3 Abastecimento de água ................................................................ 23 4.3.1 Tratamento da água .............................................................. 24 4.4 Águas residuais ou esgotamento sanitário ................................... 27 4.4.1 Pré-tratamento ....................................................................... 30 4.4.2 Tratamento primário ............................................................ 30 4.4.3 Tratamento secundário .......................................................... 30 4.4.4 Tratamento terciário ............................................................... 31 4.5 Lixo hospitalar e suas consequências .......................................... 35 4.5.1 Os resíduos ........................................................................... 35 4.5.2 Coleta de lixo ......................................................................... 36 5. HIGIENE DA HABITAÇÃO CORPORAL E DO VESTUÁRIO ....... 42 2 5.1 Higiene corporal ........................................................................... 43 6. REFERÊNCIAS ............................................................................ 46 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 4 1. INTRODUÇÃO Epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição e os determinantes dos problemas de saúde (fenômenos e processos associados) em populações humanas. É uma das áreas fundamentais na elaboração das estratégias públicas de combate e prevenção às patologias que acometem a sociedade brasileira. O processo de reformulação institucional no qual o SUS tem enfrentado, necessariamente deve dispor de estatísticas epidemiológicas que permitam a descentralização dos serviços e consequentemente uma abordagem mais efetiva junto à comunidade. Os dados que a epidemiologia oferece ao SUS são de intensa importância dentro das políticas de saúde descentralizadas, de modo que as estatísticas locais possibilitam reconhecer populações e fatores de risco e eliminá-los de forma mais eficaz. Tal como, a pulverização de inseticidas contra mosquitos da dengue é favorável somente em locais que possuem altos índices pluviométricos e clima quente, essas informações, no entanto, são levantadas apenas com dados locais. Identifica-se a desqualificação de levantamentos epidemiológicos necessários para o SUS tal qual, mortes maternas e infantis, acidentes de trabalho e doenças profissionais. A escassez desses dados acarreta no comprometimento do investimento em diversas áreas, uma vez que sem esses dados se torna difícil desenvolver um planejamento de combate e prevenção oportuna o que tende a gerar restrição da verba. A falta de saneamento básico é um dos motivos principais da ocorrência de mortalidade infantil no Brasil, sendo originadas de doenças parasitárias e infecciosas, as quais se propagam rapidamente em áreas sem coleta e tratamento de esgoto. 5 2. SAÚDE E DOENÇA De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a saúde é um completo estado de bem-estar físico, mental e social (WHO, 1946). Sendo assim, não é somente ausência de doença. A 8ª Conferência Nacional de Saúde, em 1986, definiu a saúde de forma ampla: “A saúde é resultante das condições de alimentação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse da terra, acesso a serviços de saúde” (Brasil, 1986). Os conceitos do processo saúde-doença são marcados por várias tentativas de buscar modelos que expliquem o sofrimento humano que pudessem superar a visão religiosa dominante. Com a Medicina Moderna as explicações foram aos poucos substituídas pela busca das causas biológicas que estariam na origem dos processos de adoecimento (ARANTES, 2008). 2.1 Modelos explicativos do processo Saúde-doença Modelo Mágico-religioso A visão da medicina mágico-religiosa era predominante na antiguidade. O adoecer era resultado de transgressões de natureza individual ou coletiva, e era preciso os rituais liderados pelos feiticeiros, sacerdotes ou xamãs para reatar o enlace com as divindades (BARROS, 2002). A cura era realizada através dos sacerdotes incas, os xamãs e pajés entre os índios brasileiros, as benzedeiras e os curandeiros na África. Os curandeiros utilizavam músicas, danças, instrumentos musicais, infusões, emplastos, plantas psicoativas, jejum, restrições alimentares, tabaco, calor, reclusão, massagem 6 dentre outros recursos (Scliar, 2002). Essa visão ainda é utilizada por muitas pessoas nos dias de hoje. Modelo holístico A medicina holística é proveniente da ideia de equilíbrio. A saúde era entendida como o equilíbrio entre os elementos e humores que compõem o organismo humano. E a doença surgia a partir do desequilíbrio desses elementos. A causa do desequilíbrio estava relacionada com o ambiente físico como os astros, o clima etc. (GONDIM, 2009). Modelo empírico-racional (hipocrático) Hipócrates relacionava o ambiente com o processo saúde-doença. Observava as funções do organismo como as relações com o meio natural como a frequência das chuvas, ventos, calor ou frio, com o meio social como o trabalho, moradia e classe social. E relacionava a doença como o desequilíbrio dos quatro humores fundamentais do organismo: sangue, linfa, bile amarela e bile negra. A teoria dos miasmas explicava o aparecimento das doenças a partir da emanação do ar dos locais insalubres, daí a origem da palavra malária como maus ares (FERREIRA,2007). Modelo sistêmico O processo sistêmico ganhou maior repercussãono final da década de 1970. A noção de sistema incorpora a ideia de todo, de contribuição de distintos elementos do ecossistema no processo saúde-doença, dessa forma faz um contraponto à visão unidimensional e fragmentária do modelo biomédico (GONDIM, 2009). Modelo biomédico Baseia-se numa visão cartesiana de divisão corpo e mente, desconsiderando os aspectos psicológicos, sociais e ambientais envolvidos no processo de adoecer (ARAUJO, 2007). 7 O modelo biomédico utiliza uma lógica unicausal, também denominada lógica linear, buscando-se identificar uma causa a qual, por determinação mecânica, unidirecional e progressiva, o fenômeno de adoecer seria explicado direcionando a explicação a se tornar universal (LUZ, 1988 apud PUTTINI, 2010). Modelo da História Natural das Doenças Leavell & Clark foram os responsáveis pela base conceitual do movimento de medicina preventiva no livro “Medicina Preventiva” (1976) e a primeira edição surgiu em 1958 ressaltando a tríade ecológica que define o modelo de causalidade das doenças a partir das relações entre agente, hospedeiro e meio- ambiente. Modelo multicausal: a tríade ecológica E a história natural das doenças é conceituada como “todas as interrelações do agente, do hospedeiro e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde os primeiros estímulos que criam o estímulo patológico no meio ambiente ou em qualquer outro lugar (pré- patogênese), passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte (patogênese)” (LEAVELL; CLARK, 1976 apud ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2002). E em 1965, Leavell e Clark, delinearam o modelo da história natural das doenças, que apresenta três níveis de prevenção: primária, secundária e terciária (LEAVELL & CLARCK,1976 apud Czeresnia). A prevenção primária atua no período de pré-patogênese. A fase de prevenção secundária engloba o diagnóstico e tratamento precoce e a limitação da invalidez e a prevenção terciária que diz respeito a ações de invalidez (LEAVELL & CLARCK, 1976 apud Czeresnia). 8 2.2 Determinantes do processo Saúde-doença O processo saúde-doença é um conceito importante de epidemiologia social, que procura caracterizar a saúde e a doença como componentes integrados, de modo dinâmico, nas condições concretas de vida das pessoas e dos diversos grupos sociais; cada situação de saúde específica, individual ou coletiva é o resultado, em dado momento, de um conjunto de determinantes históricos, sociais, econômicos, culturais e biológicos (ROUQUAYROL, 2002). As definições de determinantes sociais de saúde (DSS) explicam que as condições de vida e trabalho dos indivíduos e de grupos da população estão relacionadas com sua situação de saúde. Para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde (CNDSS), os DSS são os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população (BUSS,2007). Os pesquisadores Dahlgren e Whitehead propõem um esquema que permite visualizar as relações hierárquicas entres os diversos determinantes da saúde Dessa forma, os Determinantes Sociais da Saúde – DSS se relacionam com as condições de vida e de trabalho, educação e habitação. E esses determinantes influenciam o estilo de vida das pessoas uma vez que o hábito de fumar, atividade física, hábitos alimentares e outros estão também condicionadas pelos DSS. O primeiro nível: Estilo de vida dos indivíduos Relacionado com os fatores comportamentais e de estilos de vida das pessoas. Para uma ação eficaz neste nível são necessárias políticas públicas que estimulem a mudança de comportamento por meio de programas educativos, comunicação social, acesso facilitado a uma alimentação saudável, criação de espaços públicos para a prática de esportes e exercícios físicos, bem como proibição à propaganda do tabaco e do álcool em todas as suas formas (BUSS, 2007). 9 O segundo nível: Redes sociais e comunitárias As relações de solidariedade e confiança entre pessoas e grupos são importantes para a promoção e proteção da saúde individual e coletiva. Para atuar neste nível são incluídas as políticas que buscam estabelecer redes de apoio e fortalecer a participação das pessoas e das comunidades (BUSS,2007). O terceiro nível: Condições de vida e trabalho Esse nível se relaciona com as condições materiais e psicossociais nas quais as pessoas vivem e trabalham. As políticas que atuam nesse nível normalmente são de responsabilidade de vários setores, como oferecer a população água limpa e tratada, saneamento básico, habitação, alimentos saudáveis e nutritivos, emprego, ambientes de trabalho saudáveis, serviços de saúde e educação de qualidade etc... (BUSS,2007). O quarto nível de atuação: Condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais Este nível é conhecido como à atuação ao nível dos macros determinantes, através de políticas macroeconômicas e de mercado de trabalho, de proteção ambiental e de promoção de uma cultura de paz e solidariedade que possam promover um desenvolvimento sustentável, diminuindo as desigualdades sociais e econômicas, as violências, a degradação ambiental e seus efeitos sobre a sociedade (CNDSS, 2006; PELEGRINI FILHO, 2006 apud BUSS, 2007). 10 3. EPIDEMIOLOGIA Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora A presença distante das estrelas! Mário Quintana É um termo de origem grega que significa “estudo sobre a população”. A Epidemiologia pode ser conceituada como a “Ciência que estuda o processo saúde-doença na sociedade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das doenças, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde” (Brasil, 2005). A Epidemiologia tem como principais objetivos: •Descrever a distribuição e a magnitude dos problemas de saúde das populações humanas, •Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de prevenção, controle e tratamento das doenças, e estabelecer prioridades, •Identificar fatores etiológicos no início das doenças (Brasil, 2005). A epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da população (MENEZES,2001). John Snow é considerado o pai da Epidemiologia, pois foi ele quem, em uma epidemia de cólera em Londres, no século passado, concluiu que existia uma associação causal entre a doença e o consumo de água contaminada pelas fezes de doentes. 11 3.1 Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE) O Ministério da Saúde instituiu o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica – SNVE através da Lei nº 6.259/1975 e Decreto nº 78.231/76. O SNVE tornou obrigatória a notificação de doenças transmissíveis selecionadas através de uma portaria (Brasil, 2005). E em 1977, o Ministério da Saúde elaborou o primeiro Manual de Vigilância Epidemiológica onde definiu normas técnicas utilizadas para a vigilância de cada doença (Brasil, 2005). O Sistema Único de Saúde (SUS) incorporou o SNVE, e definiu a vigilância epidemiológica na Lei nº 8.080/90 como “um conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos” (Brasil, 2005). Essa definição ampliou o conceito do SNVE e as ações de vigilância epidemiológica tiveram uma reorganização do sistema desaúde brasileiro, caracterizada pela descentralização de responsabilidades e integralidade da prestação de serviços (BRASIL, 2005 b). Atualmente, a lista de doenças transmissíveis de notificação obrigatória, no Brasil, foi definida através da Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014, a qual define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional. A Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014, ressalta que a autoridade de saúde que receber a notificação compulsória imediata deverá informá-la - em até 24 (vinte e quatro) horas desse recebimento - às demais esferas de gestão do SUS, o conhecimento de qualquer uma das doenças ou agravos. 12 A notificação é realizada através do preenchimento da Ficha de Notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação – SINAN. É dever de todo cidadão comunicar, à autoridade sanitária local, a ocorrência de fato, comprovado ou suspeito, de caso de doença transmissível; sendo obrigatória a médicos e outros profissionais de saúde, no exercício da profissão, bem como aos responsáveis por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e ensino, a notificação de casos suspeitos ou confirmados de doenças e agravos (BRASIL, 2005). 3.2 Objetivos da Vigilância Epidemiológica A intenção da vigilância epidemiológica é fornecer orientação técnica constante para os profissionais de saúde que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos, tornando disponíveis, para esse fim, informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou população definida (BRASIL, 2009). São funções da vigilância epidemiológica: •coleta de dados; •processamento dos dados coletados; •análise e interpretação dos dados processados; •recomendação das medidas de controle apropriadas; • promoção das ações de controle indicadas; •avaliação da eficácia e efetividade das medidas adotadas; •divulgação de informações pertinentes (BRASIL, 2009). 13 Coleta de dados O Dado é entendido como “um valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”, “o número bruto que ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico”, ou “a matéria-prima da produção de informação” (BRASIL, 2009). A Informação é definida como “o conhecimento obtido a partir dos dados”, “o dado trabalhado” ou “o resultado da análise e combinação de vários dados”, o que implica em interpretação, por parte do usuário. É “uma descrição de uma situação real, associada a um referencial explicativo sistemático” (BRASIL, 2009). A informação (dado trabalhado) depende da qualidade e veracidade com que os dados são gerados e coletados. As notificações são úteis em pelo menos quatro situações (BRASIL, 2009): a. Medidas de controle implementadas de acordo com as evidências encontradas no local; b. Para identificar as falhas nas medidas de controle adotadas; c. Indicadores que reflitam o quadro epidemiológico da doença na coletividade; d. avaliação do impacto das medidas de controle. A notificação deve ser sigilosa, não podendo ser divulgada fora do âmbito médico-sanitário – em caso de risco para a comunidade –, sendo respeitado o direito de anonimato dos cidadãos. Assim, quando não forem registrados casos de doenças notificáveis no decorrer do período, deve-se proceder à notificação negativa (BRASIL, 2009). 14 A Notificação negativa é a notificação da não-ocorrência de doenças de notificação compulsória na área de abrangência da unidade de saúde; demonstra que o sistema de vigilância e os profissionais da área estão alertas para a ocorrência de tais eventos. 3.3 Tipos de dados epidemiológicos Dados demográficos, ambientais e socioeconômicos Os dados demográficos permitem quantificar grupos populacionais. Os dados sobre o número de habitantes, nascimentos e óbitos devem ser descritos de acordo com as características de sua distribuição por sexo, idade, situação do domicílio, escolaridade, ocupação, condições de saneamento, etc (Brasil, 2009). Os indicadores demográficos e socioeconômicos são importantes para a caracterização da dinâmica populacional e das condições gerais de vida, às quais se vinculam os fatores condicionantes da doença ou agravo sob vigilância (Brasil, 2009). Os dados sobre aspectos climáticos e ecológicos também podem ser necessários para a compreensão do fenômeno analisado (Brasil, 2009). Como exemplo de dados demográficos, tem no Brasil os Indicadores e Dados Básicos para a Saúde – IDB que fazem parte de uma ação integrada de base nacional que utiliza dados do Ministério da Saúde, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA e Ministério da Previdência Social. O folheto IDB 2011 abordou o tema do envelhecimento da população brasileira, à luz dos resultados do Censo Demográfico 2010. 15 Dados de morbidade São os dados mais utilizados em vigilância epidemiológica. Os dados de morbidade permitem a detecção imediata ou precoce dos problemas sanitários (Brasil, 2009). Refere-se, em geral, de dados provenientes da notificação de casos e surtos, da produção de serviços ambulatoriais e hospitalares, de investigações epidemiológicas, da busca ativa de casos, de estudos amostrais e de inquéritos, entre outras formas (Brasil, 2009). Notificação de surtos e epidemias A identificação precoce de surtos e epidemias ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica local está bem estruturado. O Surto epidêmico é definido como uma epidemia de proporções reduzidas, atingindo pequena comunidade humana. Exemplo: surtos em creches, escolas, instituições fechadas (Brasil, 1977). A Epidemia é a ocorrência, numa coletividade ou região, de casos da mesma doença (ou surto epidêmico) em número que ultrapassa o quantitativo de casos normalmente esperados conforme descrito na Figura 9. O número de casos que caracteriza a presença de uma epidemia varia de acordo com o agente infeccioso, o tamanho e o tipo da população exposta, sua experiência prévia com a doença ou a ausência de casos anteriores e o tempo e o lugar da ocorrência (Brasil, 1977). Roteiro de investigação de Epidemias e Surtos O objetivo principal da investigação de uma epidemia ou surto de determinada doença infecciosa é identificar formas de interromper a transmissão e evitar a ocorrência de novos casos (Brasil, 2005). Etapa 1 - Confirmação do diagnóstico da doença 16 Na ocorrência de uma epidemia é importante verificar se a suspeita inicial é de fato uma suspeita ou confirmação da doença. Em seguida deve ser realizada a coleta dos dados que servirão como base para os passos da investigação. Conforme a suspeita, um plano diagnóstico deve ser definido para orientar a coleta de material para exames laboratoriais, envolvendo - a depender da doença - amostra proveniente dos indivíduos (fezes, sangue, líquor, etc.) e do ambiente (água, vetores, mechas, etc.) (Brasil, 2009). Etapa 2 - Confirmação da existência de epidemia/surto A confirmação de uma epidemia ou surto abrange o estabelecimento do diagnóstico da doença e do estado epidêmico. A confirmação é realizada com base na comparação dos coeficientes de incidência (ou do número de casos novos) da doença no momento de ocorrência do evento investigado, com aqueles usualmente verificados na mesma população (Brasil, 2009). Etapa 3 – Caracterização da epidemia As informações disponíveis devem ser organizadas de forma a permitir a análise de algumas características e responder algumas questões relativas à sua distribuição no tempo, lugar e pessoa. As informações relativas ao tempo abrangem o períodode duração da epidemia e o período provável de exposição. As informações referentes ao lugar envolvem a distribuição geográfica predominante, o bairro de residência, escola, local de trabalho ou outra. As características consideradas são as individuais (sexo, idade, etnia, estado imunitário, estado civil), atividades (trabalho, esporte, práticas religiosas, costumes, etc.) e condições de vida (estrato social, meio ambiente, situação econômica) (Brasil, 2009). Etapa 4 - Formulação de hipóteses preliminares As hipóteses devem ser testáveis, uma vez que a avaliação faz parte de uma das etapas de uma investigação epidemiológica. As hipóteses provisórias 17 são elaboradas com base nas informações obtidas anteriormente (análise da distribuição, segundo características de pessoa, tempo e lugar) e na análise da curva epidêmica (Brasil, 2009). Etapa 5 – Análises parciais Em cada uma das etapas da investigação e com prazos definidos de acordo com a magnitude e gravidade do evento (diária, semanal, mensal), deve- se realizar a consolidação dos dados disponíveis, análises clínicas epidemiológicas, identificação de informações adicionais e definição de medidas de controle (Brasil, 2009). Etapa 6 – Busca ativa de casos Tem como objetivo reconhecer e proceder à investigação de casos semelhantes na região com suspeita da existência de contatos e/ou fonte de contágio ativa (Brasil, 2009). Etapa 7 - Busca de dados adicionais Quando necessário, pode ser realizada uma investigação mais minuciosa de todos os casos ou de amostra representativa dos mesmos, com o objetivo de esclarecer/fortalecer as hipóteses iniciais (Brasil, 2009). Etapa 8 – Análise final Os dados coletados são consolidados em tabelas, gráficos, mapas da área em estudo, fluxos de pacientes, dentre outros (Brasil, 2009). Etapa 9 – Medidas de controle Após a identificação das fontes de infecção, do modo de transmissão e da população exposta a elevado risco de infecção, deverão ser recomendadas as medidas adequadas de controle e elaborado um relatório para ser divulgado a todos os profissionais de saúde (Brasil, 2009). Etapa 10 – Relatório final 18 Os dados da investigação deverão ser resumidos em um relatório que descreva o evento e todas as etapas da investigação (Brasil, 2009). Etapa 11 – Divulgação O relatório deverá ser enviado aos profissionais que prestaram assistência médica aos casos e aos participantes da investigação clínica e epidemiológica, representantes da comunidade, autoridades locais, administração central dos órgãos responsáveis pela investigação e controle do evento. Quando se tratar de surto ou agravo inusitado, se possível, divulgar um resumo da investigação em boletins (Brasil, 2009). - Endemia É a ocorrência habitual de uma doença ou de um agente infeccioso, em determinada área geográfica; pode significar, também, a prevalência usual de determinada doença nessa área. - Pandemia Epidemia de grandes proporções, atingindo grande número de pessoas em uma grande área geográfica (um ou mais continentes). 4. HIGIENE E PROFILAXIA Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saneamento pode ser entendido como o controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem estar físico, mental e social. Neste enfoque, o saneamento tem por objetivo minimizar os danos ao meio ambiente que interferem na saúde da população, pode-se dizer que saneamento caracteriza o conjunto de ações socioeconômicas que têm por objetivo alcançar salubridade ambiental. Também é fator essencial para saúde, economia e produção de um país. 19 De acordo com dados da Organização das Nações Unidas - ONU (2008), A população mundial ultrapassa a marca impressionante de mais de 6 bilhões de habitantes. Destes, 2,6 bilhões, ou seja, 40% não têm acesso à rede de coleta de tratamento de esgotos. São 200 milhões de toneladas de dejetos humanos lançados anualmente em nossos rios e lagos. Como consequência, a cada 20 segundos uma criança morre em função de doenças como (diarreia, cólera, tifo, etc.). Isto significa 1,5 milhões de mortes de crianças a cada ano. O saneamento básico, considerado uma das mais importantes Metas do Milênio, ainda inexiste para uma parcela significativa da população mundial. No caso específico do Brasil, país de destaque no cenário econômico mundial ainda não cumpriu uma tarefa fundamental: garantir saneamento básico a sua população. Hoje de acordo com os dados da Fundação Getúlio Vargas 53% dos brasileiros não tem acesso à rede geral de esgoto. Isso possibilita afirmar que apesar de ter evoluído muito nos últimos anos, o país ainda tem sérios problemas de saúde pública em virtude da falta de saneamento. Crianças morrem, e muitas são hospitalizadas com doenças ocasionadas pela falta desse recurso. Neste aspecto, permite-se assegurar que a questão do saneamento básico é uma problemática urbana e ambiental, como um dos piores serviços públicos no País. Somente 20% dos esgotos produzidos no Brasil são tratados, o que significa que os demais 80% vão parar em rios, lagos, mares e mananciais. Além disso, só um em cada três brasileiros, conta com coleta e tratamento de esgoto simultaneamente. A partir desse contexto, saneamento no Brasil é um problema de saúde pública de grande destaque para a população e que na maioria das vezes não é dada a real importância e passa, por consequência, despercebido, apesar da sua relevância para a saúde do homem e do meio ambiente. 20 4.1 História do saneamento básico no Brasil Basicamente, inicia-se no Período Colonial, momento em que a economia era dependente da exploração intensiva de recursos naturais e às monoculturas do pau-brasil, do açúcar, da borracha e do café. Com a vinda da família real, em 1808, a população cresceu rapidamente, de 50.000 para 100.000 em 1822. Em decorrência desse fato, aumentou-se a demanda por abastecimento de água, o que provocou o acúmulo de resíduos e dejetos no meio ambiente. Neste período, as ações do saneamento eram tidas como soluções individuais. Após a 1ª Guerra Mundial, o Brasil se depara com o declínio do controle estrangeiro no campo das concessões dos serviços públicos, causado pelo constrangimento generalizado com o atendimento e, sobretudo, pela falta de investimentos para a ampliação das redes públicas de saneamento básico. Seguindo esta fase, a década de 1970, período do Regime Militar. Época que se caracterizou pela extrema concentração de decisões, com imposições das companhias estaduais sobre os serviços municipais e uma separação radical das instituições que cuidam da saúde no Brasil e as que planejam o Saneamento. Apesar de sua relevância para a saúde e meio ambiente, o saneamento básico no Brasil está além de ser adequado. Isto porque dados oficiais mostram que mais da metade da população não conta com redes para a coleta de esgotos. Além disso, mais de 80% dos resíduos gerados são disseminados diretamente nos rios, sem nenhum tipo de tratamento, a falta de saneamento básico é a principal pedra no caminho do Brasil e dos países em desenvolvimento para atingir as Metas do Milênio, estabelecida para 2015. Objetivando mudar esse panorama, a ONU instituiu o ano de 2008 como o Ano Internacional do Saneamento na perspectiva de promover um alerta à crítica situação de carência de saneamento na esfera mundial. Essa iniciativa tem por finalidade cooperar para uma maior sensibilização acerca do problema e antecipar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, conforme pactuado na Cúpula do Milênio, realizada em Nova York, em setembro 21 de 2000. Naquela ocasião, 189 países, dentre eles o Brasil, consolidaram acordo que estabeleceu como prioridade a eliminação da extrema pobreza e da fome no planeta até 2015,a ser alcançada em associação a políticas de saúde, saneamento, educação, habitação, promoção da igualdade de gênero e meio ambiente. Visando associar esforços com vistas a reverter o quadro de déficit e carências em saneamento e melhorar a qualidade dos serviços prestados ao cidadão brasileiro. Indivíduos e grupos de uma sociedade á saber lidar com os problemas fundamentais da vida cotidiana, como instrução, desenvolvimento psicofisiológico, dentro do contesto da sociedade em rápidas mudanças. Para que a educação em saúde seja eficaz deva atingir cada indivíduo envolvendo-o de forma integral em um processo constante de desafios que desenvolvam habilidades para resolver problemas, perceber alternativas e construir encaminhamento de soluções baseadas nas construções da autoconfiança e de uma consciência social. 4.2 Relação entre saneamento, saúde pública e meio ambiente Nos últimos anos, tem-se observado que a finalidade dos projetos de saneamento tem saído de sua concepção sanitária clássica, recaindo em uma abordagem ambiental, que visa não só promover a saúde do homem, mas, também, a conservação do meio físico e biótipo. A avaliação da viabilidade ambiental assume caráter de forte condicionante das alternativas a serem analisadas, ocorrendo, muitas vezes, a predominância dos critérios ambientais em relação, por exemplo, aos critérios econômicos. Por outro lado, verifica-se a ausência de instrumentos de planejamento relacionados à saúde pública, constituindo, no Brasil, uma importante lacuna em programas governamentais no setor de saneamento. 22 A compreensão dessas diversas relações revela-se um pressuposto fundamental para o planejamento dos sistemas de saneamento em centros urbanos, de modo a privilegiar os impactos positivos sobre a saúde pública e sobre o meio ambiente. O que se avalia em um organismo patogênico não é apenas sua natureza biológica, nem o seu comportamento no corpo do doente, e sim o seu comportamento no meio ambiente, pois é nessa dimensão que as intervenções de saneamento podem influenciar na ação desses patógeno sobre o homem. A falta de saneamento está matando mais que à criminalidade desenfreada, sabemos que do saneamento de boa qualidade depende a queda da mortalidade infantil e dos índices inquietantes de doenças provocadas pela ausência, ou má prestação, de um serviço básico em locais civilizados. Para o setor, o orçamento no Brasil é uma peça mais ou menos de ficção. A lei está lá, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo Presidente da República, mas a execução do orçamento depende de humores e conveniências dos governantes e políticos em geral. Quando ocorrem calamidades não rotineiras, como as recentes inundações causadas por excesso de chuvas e não-planejamento do uso do solo, o estrago da falta de saneamento se revela em toda a sua dramaticidade. Efeitos positivos do saneamento básico •Melhoria da Saúde da População e redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que grande parte delas está relacionada com a falta de uma solução adequada de esgoto sanitário; •Diminuição dos custos de tratamento da água para abastecimento (que seriam ocasionados pela poluição dos mananciais); •Melhoria do potencial produtivo das pessoas; •Dinamização da economia e geração de empregos; •Eliminação da poluição estético-visual e desenvolvimento do turismo; 23 •Eliminação de barreiras não-tarifárias para os produtos exportáveis das empresas locais; •Conservação ambiental; •Melhoria da imagem institucional; •Valorização dos imóveis residenciais e comerciais; •Viabilização da “abertura” de novos negócios nos bairros beneficiados, que passam a reunir requisitos básicos para certos tipos de empreendimento; •Crescimento de negócios já instalados; •Crescimento da atividade de construção civil para atender ao aumento da procura por imóveis residenciais e comerciais num bairro mais “saudável”; •Criação de novos empregos a partir da dinamização da construção civil, da abertura de novos negócios ou do crescimento daqueles já existentes; •Aumento da arrecadação municipal de tributos Só preservamos aquilo que amamos e só amamos o que conhecemos. O poder público deve promover Educação Ambiental nas escolas para a conscientização da importância da contribuição coletiva nesse processo, através da fiscalização do meio ambiente e da garantia dos serviços de saneamento ambiental. Informada, a população colabora e participar. 4.3 Abastecimento de água O Brasil, assim como demais países em desenvolvimento e em franca urbanização, enfrenta um desafio especial no setor de fornecimento de água. O rápido aumento de centros urbanos acarreta um descontrole, por parte do governo, no que diz respeito à garantia de acesso à população a serviços básicos de saneamento, como no caso da água com qualidade para consumo, 24 bem como em quantidade satisfatória para o metabolismo humano. Diante de tal fato, depende de ações políticas estratégicas que, de um lado, conservem o ambiente e, de outro, promovam a saúde da população. O Brasil possui 11,6% da água doce do mundo e mesmo assim corre o risco da falta de água no país, pela falta da conservação do meio ambiente, principalmente onde se encontram os mananciais. A água própria para o consumo humano chama-se água potável. Para ser considerada como tal ela deve obedecer a padrões de potabilidade. Se ela tem substâncias que modificam estes padrões ela é considerada poluída. Por sua vez, a vigilância em saúde ambiental relacionada à qualidade da água para consumo humano consiste no conjunto de ações adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública para garantir que a água consumida pela população atenda ao padrão e as normas estabelecidas na legislação vigente, bem como avaliar os riscos que a mesma representa para a saúde humana. A falta de água afeta especialmente, países em desenvolvimento, propiciando a disseminação de doenças, sendo a causa mais comum de morte no mundo, entre as doenças veiculadas pela água, as mais comuns são: Leptospirose, Giardíase, Amebíase, Diarreias Infecciosas, Esquistossomose, Ascaridíase, Cólera, Febre Tifoide e Hepatite A, são doenças relacionadas com a água contaminada, bem como as consequências da falta de tratamento. 4.3.1 Tratamento da água As estações de tratamento se utilizam de várias fases de decantação e filtração, além de cloração. A água necessita de tratamento para se adequar ao consumo. Mas todos os métodos têm suas limitações, por isso não é possível tratar água de esgoto para torná-la potável. Os métodos vão desde a simples fervura até correção de dureza e corrosão. 25 Os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e a vigilância da qualidade da água para consumo humano estão estabelecidos na Portaria MS no 518/04. O conceito de qualidade da água relaciona-se a seu uso e características por ela apresentadas, determinadas pelas substancias presentes. A cada uso corresponde uma qualidade e quantidade, necessárias e suficientes. Seu padrão de potabilidade e composto por um conjunto de parâmetros que lhe confere qualidade própria para o consumo humano. Água potável é aquela que pode ser consumida sem risco à saúde e sem causar rejeição ao consumo. O padrão brasileiro de potabilidade é composto por: •padrão microbiológico; •padrão de turbidez para a água pós-filtração ou pré desinfecção; •padrão para substancias químicas que representam risco a saúde (inorgânicas, orgânicas, agrotóxicos, desinfetantes e produtos secundários da desinfecção); •padrão de radioatividade; •padrão de aceitação para consumo humano. Em geral, no tratamento da água as bactérias e vírus são inativados no processo de desinfecção, enquanto os protozoários e helmintos são, preponderantemente, removidospor meio da filtração. Após a desinfecção, a água deve conter um teor mínimo de cloro residual livre de 0,5mg/l, sendo obrigatória a manutenção de, no mínimo, 0,2mg/l em qualquer ponto da rede de distribuição, recomendando-se que a cloração seja realizada em pH inferior a 8,0 e tempo de contato mínimo de 30 minutos. Cloro 26 Vantagens: Elevada eficiência na inativação de bactérias e vírus; Efeito residual relativamente estável; Baixo custo; Manuseio relativamente simples. Desvantagens: Grande disponibilidade no mercado; Limitada eficiência na inativação de cistos e oocistos de protozoários e ovos de helmintos; na presença de matéria orgânica pode formar compostos tóxicos, principalmente trihalometanos (THM); Em doses elevadas pode produzir forte odor e sabor; Alguns subprodutos, como clorofenóis, também provocam odor e sabor. Dióxido de cloro Vantagens: Desinfetante mais potente, inclusive na inativação de cistos e oocistos de protozoários; não forma trialometanos; Eficiência estável em amplas faixas de Ph. Desvantagens: Na presença de matéria orgânica pode formar outros subprodutos tóxicos (cloritos); residuais desinfetantes menos estáveis; em doses elevadas pode produzir forte odor e sabor; Operação mais delicada e complexa. Radiação ultravioleta Vantagens: Elevada eficiência na destruição dos mais diversos microrganismos em tempo de contato reduzido; não forma subprodutos; não provoca odor e sabor. Desvantagens: Não apresenta poder residual; Redução significativa da eficiência com o aumento da cor ou turbidez da água; Custos elevados; Técnicas de aplicação mais sofisticadas. Tipos de água Água de superfície: rios, riachos, represas, lagoa. Água de poços: artesianos, semi artesianos, rasos e profundos Águas meteóricas: Cisternas aproveitando as águas que caem sobre os telhados. 27 Distribuição da água Configuram-se as seguintes modalidades de fornecimento de água: sistemas de abastecimento e soluções alternativas coletivas providas de rede de distribuição; •soluções alternativas coletivas desprovidas de rede de distribuição, com fornecimento coletivo de água; •soluções individuais: As soluções individuais de abastecimento e instalações prediais também devem ser objeto de vigilância (incluindo a inspeção sanitária), haja vista que a qualidade da água da fonte de abastecimento e/ou problemas decorrentes de defeitos, má conservação ou manutenção das instalações podem representar risco a saúde de populações ou indivíduos que não tem acesso as soluções coletivas de fornecimento de água, ou acarretar a deterioração da qualidade da água fornecida pelas soluções coletivas de abastecimento. De modo geral, porém, impõe-se a colocação da chamada caixa-d'água superior, que, nos casos de pressão externa intensa, é suprida diretamente, mas nos grandes centros costuma ser alimentada através de cisternas inferiores, trabalhadas por bombas. A fim de evitar desperdícios e estabelecer um sistema de cobrança do imposto devido à prestação dos serviços de abastecimento de água, o consumo é controlado por meio de medidores os hidrômetros. 4.4 Águas residuais ou esgotamento sanitário A rede de esgoto no Brasil ainda é precária, e devido ao lançamento indiscriminado de esgotos domésticos é também um dos maiores problemas ambientais e de saúde pública, devido aos agentes patogênicos que podem causar doenças como a cólera, a difteria, o tifo, a hepatite e muitas outras. A 28 solução é um sistema adequado de saneamento básico que pode incluir uma Estação de Tratamento de Águas Residuais, conforme o caso a ser estudado. A devolução do esgoto ao meio ambiente deverá prever o tratamento de águas residuais seguido do lançamento adequado no corpo receptor que pode ser um rio, um lago ou no mar. Isso confirma que no Brasil os mananciais são poluídos e que isso dificulta cada vez mais as possibilidades de abastecimento normal. Essa é mais uma importante questão e que deve ser cobrada das autoridades. Diariamente são produzidos 32 milhões de metros cúbicos de águas residuais por dia no Brasil. Deste total, apenas 14 milhões são coletados e somente 4,8 milhões de metros cúbicos de esgoto são tratados, volume que corresponde a apenas 15% do total produzido; o serviço é estendido a apenas 44% das famílias brasileiras. O restante é descartado de forma indiscriminada nos rios. A construção do sistema público de esgotamento sanitário tem como objetivos: a coleta do esgoto individual ou coletivo; o transporte e afastamento rápido e seguro do esgoto, seja através de fossas ou de sistemas de redes coletoras; e o tratamento e disposição final, isto é, o destino a ser dado ao esgoto tratado. Na sua inexistência, pode-se utilizar a construção de fossa séptica, que recebe os dejetos transportados através da água Você parou para pensar que ao lavar seus pratos, tomar banho ou utilizar o banheiro gera certa quantidade de dejetos? E que estes devem ser processados no sistema de esgoto? A partir de agora, ao realizar essas atividades, lembre-se do quanto estão relacionadas com o uso da água, ou seja, com o sistema de abastecimento de sua cidade. Essa função compete aos serviços de esgotamento sanitário: separar os resíduos sólidos da água, tratá-la e devolvê-la para o meio ambiente, de forma a não causar danos à nossa saúde. 29 A devolução das águas residuais ao meio ambiente deverá prever, se necessário, o seu tratamento, seguido do lançamento adequado que pode ser um rio, um lago ou no mar. As águas residuais podem ser transportadas por tubulações diretamente aos rios, lagos, lagunas ou mares ou levado às estações de tratamento, e depois de tratado, devolvido aos cursos d'água. O esgoto pluvial pode ser drenado em um sistema próprio de coleta separado ou misturar-se ao sistema de esgotos sanitários. A contribuição domiciliar para o esgoto está diretamente relacionada com o consumo de água. Existem soluções para a retirada do esgoto e dos dejetos, havendo ou não água encanada. Existem três tipos de sistemas de esgotos: Sistema unitário: é a coleta dos esgotos pluviais, domésticos e industriais em um único coletor. Tem custo de implantação elevado, assim como o tratamento também é caro. Sistema separador: o esgoto doméstico e industrial fica separado do esgoto pluvial. É o usado no Brasil. O custo de implantação é menor, pois as águas pluviais não são tão prejudiciais quanto o esgoto doméstico, que tem prioridade por necessitar tratamento. Assim como o esgoto industrial nem sempre pode se juntar ao esgoto sanitário sem tratamento especial prévio. Sistema misto: a rede recebe o esgoto sanitário e uma parte de águas pluviais. Estação de Tratamento de Águas Residuais são estações que tratam as águas residuais de origem doméstica e industrial, comumente designados por esgotos, para depois serem escoados para o mar ou rio com um nível de poluição inofensivo para o meio ambiente receptor. 30 As águas residuais passam por vários processos de tratamento com o objetivo de separar a matéria poluente da água. 4.4.1 Pré-tratamento No pré-tratamento, o esgoto é sujeito aos processos de separação dos sólidos mais grosseiros como sejam a gradagem e o desarenamento. Apesar de o esgoto apresentar um aspecto bem mais razoável após a fase de pré- tratamento, possui ainda praticamente inalterado as suas características poluidoras. 4.4.2 Tratamento primário Trata-se do tratamento propriamente dito, tratamento primário, onde a matéria poluente é separada de água por sedimentação nos sedimentadores primários. Após o tratamento primário, a matéria poluente que permanece na água é de reduzidas dimensões, não sendo por isso passível de ser removida por processos exclusivamente físico-químicos. 4.4.3 Tratamentosecundário São os processos de tratamento biológicos, onde a matéria poluente é consumida por microrganismos nos chamados reactores biológicos. Estes reactores são normalmente constituídos por microrganismos aeróbios, havendo por isso a necessidade de promover o seu arejamento. 31 Findo este tratamento, as águas residuais tratadas apresentam um reduzido nível de poluição, podendo na maioria dos casos, serem admitidas no meio ambiente receptor. 4.4.4 Tratamento terciário Em certos casos, porém, é necessário proceder à desinfecção das águas residuais tratadas ou à remoção de determinados nutrientes como o azoto e o fósforo, que podem potenciar, isoladamente ou em conjunto, a eutrofização das águas receptoras. O lixo é o conjunto de resíduos sólidos resultantes da atividade humana. Ele é constituído de substâncias putrescíveis, combustíveis e incombustíveis. O lixo, também chamado resíduo sólido, é todo o resto de qualquer produto produzido pelo ser humano e jogado fora, tanto de residências como de atividades sociais ou industriais. Na saúde pública, representa fator indireto de transmissão de doenças, pois polui o meio ambiente e gera consequências adversas. Seu acúmulo em locais não apropriados propicia a proliferação de vetores que nele encontram alimento, abrigo e condições favoráveis, ocasionando doenças ao homem. Essas doenças podem, inclusive, ser de natureza química, motivo pelo qual as autoridades sanitárias devem constantemente fiscalizar fábricas e indústrias que jogam lixo químico em rios (chumbo, cromo e nitratos, outros), mares ou outras fontes de água utilizadas para consumo pela população. Mas como podemos livrar-nos dos vetores associados ao lixo. A resposta parece simples: devemos acondicionar e desprezar, de maneira adequada, o lixo produzido em nossa casa ou trabalho. Nessa fase, mais uma vez deparamo-nos com algo que envolve não apenas a responsabilidade individual, mas também a governamental. E aí a coisa deixa de 32 ser simples - por exemplo, se colocarmos o lixo em sacolas resistentes e adequadamente fechadas, mas a Prefeitura não o recolher, nosso problema persiste. Assim, para que a limpeza pública seja considerada eficaz, faz-se necessário cumprir quatro etapas: adequado acondicionamento do lixo, limpeza das ruas, coleta e transporte e seu tratamento ou disposição final. Você sabia que cada pessoa produz em média aproximadamente 1 kg de lixo todos os dias, Logicamente variando de acordo com o que cada um consome, pois algumas regiões em áreas econômicas mais altas essa média de lixo produzida é bem mais alta. Mas o que não se pode negar é que todos nós produzimos lixo e em uma alta taxa, e olhando a média de lixo produzida por pessoa diariamente pode parecer pouco, mas quando comparamos o lixo produzido por várias pessoas de uma cidade, essa média chega a mais de 12.000 toneladas de lixo produzidos por dia apenas na cidade de São Paulo, atualmente, a produção anual de lixo em todo o planeta é de aproximadamente 400 milhões de toneladas. No Brasil, todo esse lixo ocupa muito espaço de terrenos imensos que podiam ser utilizados para outras finalidades, mas agora são depósitos de lixo. Pior do que ocupar espaço é de toda matéria consumida do meio ambiente e jogada fora como se estivesse inútil e com isso a cada ano são desperdiçados R$ 4,6 bilhões porque não se recicla tudo o que poderia. Há muitas coisas do lixo que não se podem aproveitar, mas podemos peneirar isso e reciclar muitas coisas, como plásticos, metais, vidros, papel, que consumiram matérias preciosas da natureza como a celulose e são descartadas após ser utilizada uma única vez, e ao reciclarmos, estaremos criando um material novo e sem gastar mais nenhum recurso do meio ambiente. Por isso a prática de reciclagem do lixo é considerada uma das mais importantes, já que é produzido muito lixo, e nesse lixo há uma fonte de riquezas que pode ser reaproveitada, mas se for jogada fora, além de todo espaço ocupado pelos lixões e de todo risco que há nesses lixões, de crianças e adolescentes que trabalham no lixo e estão expostos a uma série de doenças que seriam facilmente evitadas já que por lidar com restos de comida, cacos de vidro, ferros retorcidos, plásticos pontiagudos e despejos com resíduos químicos, essas crianças sofrem de diarreias, tétano, 33 febre tifoide, tuberculose, doenças gástricas e leptospirose já que nos resíduos sólidos, os microrganismos causadores de doenças sobrevivem por dias e até meses, também estamos desperdiçando material que pode ser reaproveitado, e também, para os trabalhos de reciclagem de lixo nas de indústrias recicladoras são empregadas várias pessoas. O lixo orgânico, como restos de alimentos, também pode ser reaproveitado, sendo transformado em adubo através do processo de compostagem, um método de tratamento dessa parcela orgânica existente no lixo que consiste na transformação de restos de origem vegetal ou animal em adubo a ser utilizado na agricultura e jardinagem, sem ocasionar riscos ao meio ambiente. A compostagem possui várias vantagens, como por exemplo: aumento da vida útil do aterro sanitário; aproveitamento agrícola da matéria orgânica, a usina de compostagem pode ser artesanal, utilizando mão-de-obra e instalações de baixo custo; além de ser um processo ambientalmente seguro. Mas no Brasil, de acordo com o IBGE, apenas 9% do lixo doméstico segue para a compostagem. O Brasil é recordista mundial em reciclagem de latas de alumínio um marco inédito em 2022 na área ambiental: o país reciclou a mesma quantidade de latinhas de alumínio que produziu. O comércio de latinhas de alumínio vem aumentando nos últimos anos. Em 1990, o Brasil reciclava menos da metade do que era produzido pela indústria. No início dos anos 2000, esse percentual começou a aumentar progressivamente. E, em 2022, o país inverteu o índice e agora reaproveita a mesma quantidade de material que é fabricado: foram 390 mil toneladas recicladas e a indústria produziu 389 mil toneladas de lata em 2022. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), os resíduos recicláveis secos são compostos principalmente pelos plásticos (16,8%, com 13,8 milhões de toneladas por ano), papel e papelão (10,4%, ou 8,57 milhões de toneladas 34 anuais), vidros (2,7%), metais (2,3%) e embalagens multicamadas (1,4%). Os rejeitos, por sua vez, correspondem a 14,1% do total e contemplam, em especial, os materiais sanitários, não recicláveis. Em relação às demais frações, a sondagem mostra que os resíduos têxteis, couros e borrachas detêm 5,6% e outros resíduos, 1,4%. Por isso, além da reciclagem do lixo é muito importante que haja a coleta do lixo que não pode ser reciclado para que possam ser enviados para locais apropriados como aterros sanitários e não ser jogados em rios, matos, na rua, ou lixões comuns próximos a áreas urbanas, onde irá causar sérios problemas. Por isso não basta cobrar que o lixo seja coletado, mas o destino final desse lixo. Algumas pessoas acham ainda que o ideal fosse a incineração desse lixo para não ocupar espaço nenhum na natureza. A incineração consiste na queima controlada do lixo em fornos especialmente projetados para transformá-lo em cinzas. É um processo de desinfecção pelo calor, pelo vapor e pela água em elevadas temperaturas, sem a intervenção do trabalho manual. Mas isso é uma prática inviável, pois de fato não estaria mais consumindo espaço na natureza mas possui desvantagens, tais como: alto custo de instalação e manutenção da usina de incineração; gases emanados da queima do lixo que são altamente poluentes; para esse tipo de tratamento há a necessidade de mão-de-obra qualificada. O ideal seria a reciclagem de todo lixo possível para reaproveitarmatéria fornecida pelo meio ambiente, transformando o lixo em matéria-prima, consequentemente diminuindo o lixo a ser aterrado, e a coleta do lixo que não pode ser reciclado, deve ser enviado para aterros sanitários que consiste em espalhar e dispor o lixo em camadas cobertas com material inerte, de forma que não ocorra a poluição do meio ambiente. Com estes dois serviços (reciclagem e coleta de lixo) estaremos tendo boas vantagens econômicas, sociais, sanitárias e ambientais. Se na sua cidade não há reciclagem de lixo e/ou não tenha coleta seletiva de lixo, então se reúna com seus vizinhos, tente lhes convencer a importância da reciclagem e coleta seletiva do lixo com base no que foi abordado neste 35 artigo, e exijam esses dois importantes serviços para a sua cidade e para contribuir para o meio ambiente. 4.5 Lixo hospitalar e suas consequências Os resíduos hospitalares sempre constituíram um problema bastante sério para os administradores hospitalares, pois a atividade hospitalar é por si só uma geradora de resíduos, inerente as diversas atividades que se desenvolvem dentro desses estabelecimentos, devido ao grande volume de compras e insumos que se fazem necessários para fazer funcionar complexa organização. O correto gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde se faz necessário, principalmente quanto à ideia ou preocupação de segregação dos diferentes tipos de resíduos. O gerenciamento adequado tem como finalidade, minimizar os efeitos adversos causados pelos resíduos de serviço de saúde do ponto de vista sanitário, ambiental e ocupacional. 4.5.1 Os resíduos Dentre os diferentes tipos de resíduos gerados em áreas urbanas, os resíduos produzidos em serviços de saúde, mesmo constituindo-se uma pequena parcela em relação ao total dos resíduos sólidos urbanos gerados (cerca de 2%), são particularmente importantes pelo risco potencial que apresentam, podendo ser fonte de microrganismos patogênicos, cujo manuseio, tratamento e/ou descarte inadequado pode acarretar a disseminação de doenças infectocontagiosas, principalmente devido ao caráter infectante de algumas de suas frações componentes, além da existência eventual de quantidades tóxicas que aumentam os riscos e os problemas associados a esse tipo de resíduos. 36 Os resíduos sólidos que são produzidos em um determinado hospital, de acordo com a sua fonte geradora, podem ser classificados em diversos tipos. Entretanto a maioria do lixo hospitalar possui características similares ao lixo domiciliar, sendo que o que o diferencia é a pequena parcela que é considerada patogênica, que é composta por: gaze, algodão, agulhas, seringas descartáveis, pedaço de tecido humano, placenta, sangue e também resíduos que tenham em sua produção mantido contato com pacientes portadores de doenças infectocontagiosas, apenas 25% ou 30% do total do lixo hospitalar podem ser considerados como infectantes ou de risco biológico, e que dos organismos considerados perigosos encontravam-se mais facilmente entre eles o Staphilococus aureus. Cuidados especiais devem ser tomados no acondicionamento, manuseio, estocagem e tratamento de todo e qualquer lixo hospitalar. O manuseio com o lixo hospitalar necessita de cuidados especiais, tanto dos administradores hospitalares, quanto das autoridades municipais, desde a sua produção até a destinação final. É necessário possuir um local adequado para o armazenamento do lixo hospitalar, é necessário que a vigilância sanitária acompanha de perto esse armazenamento e coleta. 4.5.2 Coleta de lixo O sistema de coleta tem que ter periodicidade regular, intervalos curtos, e a coleta noturna ainda é a melhor, apesar dos ruídos. Coleta seletiva: Papel: Jornais, revistas, papelão, formulários, papéis brancos, cartões, aparas de papel, papel tolha, cartolina, embalagens de ovos, fotocópias, envelopes e caixas em geral. Plástico: Copos plásticos, vasilhas, embalagens de refrigerantes, sacos de leite, frasco de shampoos e de detergentes, embalagens de margarina, tubos de cano de PVC, sacolas plásticas. 37 Vidros: Copos, garrafas, potes, frascos e vidros. Metal: Chapas metálicas, latas de alumínio, panelas, fios, arames, pregos, sucatas de ferro e cobre Reciclagem: O material é reaproveitado passando por um processo de transformação e retornando ao ciclo produtivo. Vantagem: Diminuição dos problemas ambientais (menos poluição, menos gastos com água e energia) Desvantagem: Nenhuma O reaproveitamento de materiais é hoje indispensável quando se pensa em diminuir a quantidade de materiais nos lixões. É importante criar o hábito de doar roupas, brinquedos, móveis, livros, e outros objetos para que outras pessoas possam utilizá-los. Aproveitar garrafas e outras embalagens para fazer brinquedos, guardar alimentos, etc. Reutilizar também sacolas plásticas, mas nunca objetos que impliquem na falta de higiene. Atitudes corretivas Reutilize recipientes plásticos de produtos como margarina ou sorvete, bem lavados eles servem para guardar outros alimentos corretamente acondicionados os alimentos permanecem fresco por mais tempo dessa forma se joga menos alimentos no lixo. Evite comprar comida além do necessário. Uma parte acaba se estragando e indo para o lixo. Coloque a quantidade suficiente de comida para sua satisfação e não sobrar no prato e ir para o lixo. Não jogue lixo em terrenos baldios, rios e córregos, isso pode causar enchentes, e perigo de contaminação de ratos e insetos. Resíduos de construção civil também devem ser separados. Eles podem ser utilizados para pavimentação, contenção de encostas e na construção de casas populares. 38 Não jogue lixo na rua ou pela janela do carro. Colabore com a limpeza e saúde de sua cidade. Não é necessário jogar sobras de verduras e frutas no lixo. Muitas vezes eles podem ser reaproveitados, “Não se esqueça que muita gente passa fome no país...” Assim, você estará contribuindo para um planeta mais saudável. Educação em saúde é uma prática social cujo processo contribui para a formação da consciência crítica das pessoas a respeito de seus problemas de saúde e estimula a busca de soluções e organização para a ação individual e coletiva. Atualmente, há diversas formas de divulgar os conhecimentos necessários para envolver o cidadão nas ações de melhoria de suas condições de vida e de sua comunidade, na perspectiva de estimular o exercício efetivo de sua plena cidadania. Artrópodes Os Artrópodes (do grego arthros: articulado e podos: pés, patas, apêndices) são animais invertebrados caracterizados por possuírem membros rígidos e articulados. São o maior grupo de animais existentes, as classes são insetos, arachnida, crustáceos, quilópodes e diplópodes. Os artrópodes têm o corpo segmentado, envolvido num exoesqueleto de quitina, com vários apêndices articulados. Alguns deles fundindo-se para a formação de tagmas que são tipicamente: •Cabeça; •Tórax; e •Abdômen. Insetos Os insetos são animais invertebrados da classe Insecta. Os insetos são geralmente pequenos e têm o corpo segmentado e protegido por um exoesqueleto de quitina. O corpo é dividido em três tagmas: cabeça, tórax e 39 abdômen. Na cabeça encontram-se um par de antenas sensoriais, um par de olhos compostos, dois ou três olhos simples ou ocelos e as peças bucais: um par de mandíbulas, um par de maxilas e a hipofaringe Os insetos têm um sistema digestivo completo. O sistema excretor consiste em túbulos de Malpighi para a remoção dos dejetos. A respiração dos insetos é realizada por um sistema de traquéias que transportam o oxigênio dentro do corpo. O sistema circulatório dos insetos, como nos restantes artrópodes, é aberto. Aracnídeos Os aracnídeos (do latim científico: Arachnida). Seu corpo divide-se em duaspartes ou tagma: prossoma - a cabeça o cefalotórax, que pode estar dividido em mesossoma (pré-abdômen) e metassoma (pós-abdómen). Cabeça coberta por uma carapaça e contém a boca com os seus apêndices: as quelíceras; os pedipalpos; as patas, que são número de 8; e opistossoma - o abdômen, onde se encontram as fiandeiras que produzem a seda para a construção da teia de aranha. Os aracnídeos respiram por traqueias. Os animais desta classe são geralmente predadores e algumas espécies possuem glândulas de veneno. Os aracnídeos são dioicos e reproduzem-se por fecundação interna, e produzem ovos. Crustáceos Os crustáceos têm um exoesqueleto de quitina e outras proteínas, ao qual se prendem os músculos. Para poderem crescer, estes animais têm de se desfazer do exoesqueleto "apertado" e formar um novo. O sistema nervoso dos crustáceos é parecido com o dos anelídeos, com um gânglio "cerebral. Os crustáceos têm um sistema circulatório aberto. A maioria dos crustáceos tem sexos separados, que se podem distinguir como apêndices especializados, normalmente no último segmento torácico. 40 Quilópodes São animais de rápida locomoção, carnívoros e não se enrolam. Os quilópodes são predadores providos de uma garra com veneno; as quais podem levar perigo ao homem. A troca gasosa é feita através de um sistema traqueal que possui aberturas para o meio externo chamadas de espiráculos. A excreção é feita pelos Túbulos de Malpighi e excreta ácida úrico. O sistema de reprodução é sexuado. O sistema digestivo é completo, começando na boca e terminando no ânus. O sistema circulatório é aberto. O sistema nervoso é semelhante ao dos demais miriápodes. Diplópode Diplópode é qualquer organismo da classe Diplopoda que inclui os embuás, piolhos-de-cobra e gongolos. São animais de lenta locomoção, herbívoros e se enrolam em espiral. Possuem um corpo cilíndrico, com 1 par de antenas e 2 pares de patas locomotoras por segmento (que podem variar de 20 a 100) e seu sistema respiratório é traqueal. Sua reprodução é sexuada (fusão de dois gameta mas. fem.) e sua fecundação é interna. Todos os diplópodes são ovíparos. Controle de artrópodes Os artrópodes são animais invertebrados que possuem membros articulados e corpo coberto de quitina. Pertencem a esse grupo os insetos e os aracnídeos. Os artrópodes precisam ser controlados, pois são agentes transmissores de doenças. Os insetos de interesse sanitário são: mosca, mosquito, piolho, pulga, barbeiro, percevejo, borrachudos e baratas. As doenças que podem ser transmitidas: febre tifoide, diarreia infecciosa, transmitida por baratas e moscas. Peste bubônica e tifo murino: transmitidas palas pulgas. Febre amarela e filariose: transmitida pelo mosquito. Doença de chagas: transmitido pelo barbeiro. São cinco as principais classes representantes do filo Classes dos Artrópodes Insecta: formigas, moscas, baratas, etc. 41 Arachnida: aranhas, escorpiões, carrapatos, ácaros, etc. Crustácea: siris, camarões, caranguejos, lagostas, etc. Chilopoda: lacraias ou centopéias. Diplópode: piolho-de-cobra Roedores Roedores transmitem várias doenças, por mordedura, pelas suas fezes e urina. As doenças que podem ser transmitidas pelos roedores: peste bubônica e leptospirose. Os sinais que indiquem a infestação de uma casa pelos ratos são: presença de ratos vivos e mortos, caminhos de ratos, manchas na parede, mancha de urina, excrementos em forma de bastonetes, odor de rato. Devido à necessidade de roer, os ratos danificam sacarias, mobiliário, instalação hidráulica, instalações elétricas entre outros. Existem três espécies: Os Camundongos são os de menor porte e estes possuem por características: peso médio de 10 a 20 g, expectativa de vida 12 meses, período de gestação de 19 a 21 dias e este repete-se de 5 a 6 vezes ao ano, sendo que de cada gestação nascem de 3 a 8 filhotes, caudas afiladas e orelhas salientes em relação ao tamanho da cabeça. Estes roedores, geralmente, vivem em pequenos grupos familiares e abrigam-se em caixas, moveis, pilhas de caixas e, ou, sacarias, e tocas escavadas em paredes. Os ratos de telhado chegam a pesar 300g. Possuem corpo esguio, orelhas e olhos grandes em relação a cabeça, a cauda é afilada e o comprimento desta é maior que o do corpo. Fato, que os conferem mobilidade e equilíbrio ao escalar paredes, cabos elétricos, galhos de árvores e outros tipos de superfícies verticais. A maturidade sexual ocorre de 60 a 75 dias e o período de gestação é de 20 a 22 dias, com ninhadas de 7 a 12 filhotes (4 a 8 ninhadas/ano). A expectativa de vida é de 18 meses e estes se organizam em colônias. 42 Geralmente, abrigam-se em lugares altos, onde constroem seus ninhos, descendo ao solo em busca de alimento e água. As ratazanas dentre as três espécies é a que possui maior porte, peso médio de 600 g, olhos e orelhas pequenas em relação ao tamanho da cabeça, cauda grossa com pelos e período de gestação de 22 a 24 dias, podendo ocorrer de 8 a 12 gestações por ano, sendo que a cada uma delas gerado de 7 a 12 filhotes. A maturidade sexual ocorre aos 60 a 90 dias de vida. Estes roedores abrigam-se, preferencialmente, em tocas em forma de túneis escavados no solo e estas podem chegar à profundidade de até 1,5 m. Fato que pode causar danos estruturais às edificações, como abrigo são galerias de esgoto ou de águas pluviais, caixas subterrâneas de telefone e rede elétrica e margens de córregos. 5. HIGIENE DA HABITAÇÃO CORPORAL E DO VESTUÁRIO A parte da medicina que estuda os meios próprios para conservar a saúde, permitindo o funcionamento normal do organismo e a harmonização das relações entre o homem e o meio no qual vive. Dentre as condições desejáveis para uma habitação higiênica, temos como necessário o ar puro, isento de poeiras, gases tóxicos e de germes tóxicos. Todos os cômodos devem ser rigorosamente limpos diariamente, para isso é preciso uma atenção especial com o lixo doméstico, que não deve ser acumulado. Deve haver em todas as casas medidas que visam proteger a saúde da população, chamado de saneamento básico, os principais serviços deste está relacionado com: o abastecimento de água, coleta de lixo, rede de esgotos entre outros. Quando falamos em higiene, falamos em um conjunto de ações que visam proteger o indivíduo ou toda população em geral. 43 5.1 Higiene corporal A pele tem milhões de glândulas especiais que produzem suor, e outras que produzem uma substância parecida com o sebo. A falta de banho provoca o acumulo progressivo dessas substâncias, que se somam às sujeiras exteriores (poeiras, terra, areia, etc.). A consequência de um banho mal tomado é o aparecimento de vermelhidão na pele, além do odor desagradável, o risco de aparecimento de piolhos e sarna, micoses, seborreia, infecções urinárias e corrimento vaginal nas meninas. O banho é importantíssimo e é indispensável à saúde do corpo. O banho de duche é mais econômico, o mais prático e o mais higiênico. Depois do banho, certifica-te que estejam bem limpos e secos os espaços entre os dedos, virilhas, ouvidos, nariz e outras dobras. Limpeza das mãos As mãos têm de estar sempre limpas. Nunca devemos comer ou mexer em alimentos sem antes termos lavado as mãos. Cortar as unhas e mantê-las sempre limpas são medidas importantes para prevenir certas doenças. Quando a pessoa coloca a mão na boca, a sujeira armazenada debaixo das unhas pode dar origem a verminoses e outras doenças intestinais. Além disso, devemos valorizar os aspectos estéticos relacionados à beleza das unhas. Cabelos Devem estar sempre lavados (duas vezes por semana no mínimo) e penteados. Devem ser cortados regularmente. Nos cabelos acumulam-se poeiras e gorduras que precisam ser eliminadas. É sempre agradável observarmos cabeloslimpos, brilhantes, cheirosos e bem cortados. Os cabelos grandes e sujos facilitam o aparecimento e a multiplicação de piolhos. 44 Vestuário A roupa e o calçado devem estar sempre limpos e serem adequados ao tempo que faz: frescos no Verão, quentes no Inverno e impermeáveis nos dias de chuva. Devem ser cômodos e folgados. O vestuário é importante para manter a temperatura corporal. Veste sempre, junto ao corpo, roupas de algodão pois não retém o suor o que evita o aparecimento de mau cheiro. Não esqueças também de mudar diariamente as tuas roupas intimas. Evita roupas justas e de fibras sintéticas. Prefira roupas confeccionadas em algodão, principalmente as meias e roupas íntimas. Horas de sono O sono é a forma que o nosso organismo tem de descansar. O sono assegura o repouso do cérebro. As horas de sono variam de pessoa para pessoa e são diferentes conforme a idade, etc. Deitar e levantar sempre à mesma hora ajudam a criar um ritmo de sono regular. O tempo de sono varia, mas recomendado seria de 6 a 8 horas. O sono deve vir naturalmente, sem esforço. Não "brigues com o travesseiro". Em vez disso, tenta relaxar, até que te sintas sonolento. -Faz do quarto um ambiente confortável, sem iluminação excessiva e com temperatura agradável. -Tenta controlar os ruídos do quarto. -Evita chá preto, café e refrigerantes, sobretudo à noite. -Deita – te na cama somente para dormir. -Evita ver TV na cama. Exercícios físicos O Exercício Físico, como todo mundo já sabe, faz muito bem à saúde. Traz muitos benefícios ao Sistema Respiratório e Cardiovascular, fortalece os 45 músculos, é bom para regularizar o intestino, baixar o colesterol, perder peso e muitas outras coisas. É recomendado para todas as idades, sendo que para os idosos é sempre melhor consultar um médico antes de começar a rotina dos exercícios físicos. Para um bom desenvolvimento e crescimento, começar a atividade física desde criança é o ideal. Jovens e adultos levam uma vida mais tranquila e saudável quando tem o hábito de se exercitarem. Caminhar é um dos melhores exercícios físicos, um estudo feito na Universidade de Harvard revelou que este tipo de atividade reduz até 50% o risco de males cardíacos nas mulheres. Previne a hipertensão arterial, reduz os níveis de colesterol, ativa a circulação sanguínea, diminui em 17% o risco de um infarto, aumenta a capacidade cardiopulmonar e melhora também a frequência cardíaca. Para quem faz atividade física tem também que estar sempre de olho na quantidade de água que está perdendo. A reposição de água é super importante para o organismo. A dica é beber água antes, durante e depois da caminhada. Quando um indivíduo está praticando atividades físicas, o corpo libera uma substância chamada endorfina que é responsável pelo bem estar, autoestima, assim esta pessoa desenvolve melhor seu lado psicológico. Quando falamos em higiene, não podemos esquecer que tudo em nossa volta precisa de cuidados para se manter tudo limpo e organizado só assim teremos uma vida mais saudável. 46 6. REFERÊNCIAS ARANTES RC, MARTINS JLA, LIMA MF, ROCHA RMN, SILVA RC, VILELA WV. Processo saúde-doença e promoção da saúde: aspectos históricos e conceituais. Rev. APS, v. 11, n. 2, p. 189-198, abr./jun. 2008. ARAUJO D, MIRANDA MCG, BRASIL SL. Formação de profissionais de saúde na perspectiva da integralidade. Revista Baiana de Saúde Pública. v.31, Supl.1, p.20-31 jun. 2007. BARROS JAC. Pensando o processo saúde doença: a que responde o modelo biomédico? Saúde e Sociedade. 11(1): 67-84. 2002. BRASIL. Conceitos e definições em saúde. Coordenação de Assistência Médica e Hospitalar. Secretaria Nacional de Ações Básicas de Saúde. Ministério da Saúde. Brasília – Brasil. 1977. BRASIL. Curso Básico em Vigilância Epidemiológica (CBVE). Secretaria de Vigilância em Saúde. Ministério da Saúde. 2005. BRASIL. Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 7ª ed. – Brasília: Ministério da Saúde. 2009. BRASIL. Lei 8.080/90, de 19 de setembro de 1990. 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