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Diarreia crônica na infância Queixa comum em pediatria Pode representar uma situação complexa para os profissionais e famílias Tanto um sintoma e um sinal Definições: ➜ Duração maior que 4 semanas (maioria dos autores) ➜ Diarreia persistente: De 14 dias a 30 dias Epidemiologia ➜ Estudos em grande escala indicam que a prevalência de diarreica crônica em todo o mundo varia de 3% a 20% ➜ Prevalência vem crescendo entre as crianças ➜ Principais causas e prevalência diferem entre países ricos e os países com recursos limitados: ➜ Países com recursos limitados: ↳ Tipicamente associada com infecções entéricas e desnutrição → Enteropatia crônica, com cicatrização da mucosa prejudicada e capacidade de absorção diminuída ➜ Países ricos em recursos: ↳ Diarreia crónica é mais provável de ser induzida por causa subjacente ↳ Infecções entéricas (imunocomprometidos), desnutrição, e fatores dietéticos (consumo excessivo de suco), podem desempenhar um papel em alguns casos Fisiopatologia ➜ As muitas causas de diarreia crônica podem ser divididas em 4 mecanismos fisiopatológicos principais, tanto para adultos quanto para crianças ↳ Osmótica ↳ Secretora ↳ Associada à dismotilidade ↳ Inflamatória ➜ Independentemente da causa ➜ Á g u a n o l ú m e n i n t e s t i n a l é incompletamente absorvida – por: ↳ Absorção diminuída ↳ Secreção aumentada ↳ Gradiente osmótico ➜ Redução na absorção de água em 1% pode ser suficiente para causar diarreia, ou seja, 1% acometido pode levar à diarreia ➜ Diarreia Osmótica ↳ Falha de absorver um soluto luminal ↳ Resulta em secreção de fluidos e a retenção de água através de um gradiente osmótico ↳ Piora quando a criança se alimenta, por chegar mais soluto no intestino e mais osmose irá fazer, sendo esse o principal sintoma da diarreia osmótica. Se ela ficar o dia inteiro sem comer, ela não terá diarreia, se comer, haverá. ↳ Doença congênita ou adquirida ↳ Melhor exemplo: Má absorção de lactose ↳ Hidratos de carbono mal absorvidos: ↪ Ficam parados no lúmen intestinal fazendo diarreia osmótica ↪ Deficiência de dissacaridases (enzimas produzidas nas bordas em escova) ➤ Lactase é produzida nas bordas em escovas, quando ausente, não é possível absorver ↪ Capacidade de absorção intestinal de carboidratos insuficiente para consumo excessivo (frutose e sorbitol) ➤ Excesso de consumo de sucos, por exemplo Muitas vezes, um único distúrbio irá envolver mecanismos múltiplos sobrepostos ↳ Deficiência de dissacaridases raramente são congênitas ↪ Geralmente resultantes de lesão mucosa intestinal secundária a algum processo, como uma enterite ↪ Deficiência primária de lactose ↪ Diarreia osmótica cessa quando removidos os alimentos desencadeantes ➜ Diarreia Secretora ↳ Secreção de eletrólito e fluidos à partir do intestino, sem absorção compensatória ↳ Substâncias endógenas “secretagogos” induzem a secreção de eletrólitos no lúmen mesmo da ausência de um gradiente osmótico ↳ Diarreia secretora pura continua mesmo durante o jejum ↳ Secretagogos afetam o transporte de íons no intestino: Inibição da absorção de sódio e de cloreto ↪ Estimula a secreção de cloreto (CFTR) ↳ Exemplos de diarreia secretora: ↪ Distúrbios diarreicos congênitos ↪ Mutações genéticas que afetam transporte iónico epitel ial intestinal: Cloridorreia congênita ➜ Diarreia Associada a Dismotilidade ↳ Alterações da motilidade intestinal ↳ Normalmente no contexto de capacidades de absorção intactas ↳ Tempo de trânsito intestinal alterado ↪ Tempo para absorção é minimizado e fluido é retido no interior do lúmen ↳ Alta amplitude de contrações propagadas ↳ Exemplo: Síndrome do Intestino Irritável (Predomina em adolescentes) ↳ Crianças: Comumente apresentam “Diarreia inespecífica da infância” - Mudanças na pequena motilidade intestinal também implicados na causa ➜ Diarreia Inflamatória ↳ Pode abranger todos os mecanismos fisiopatológicos ↳ Inflamação com lesão intestinal pode levar à má absorção de macronutrientes da dieta → Gradiente osmótico luminal ↳ Determinados agentes infecciosos podem induzir a secreção de fluidos para o lúmen → Secretória ↳ Sangue no intestino pode alterar a motilidade intestinal → Dismotilidade ↳ Exemplos: Doença infamatória intestinal (Colite ulcerativa / Crohn) e Doença Celíaca Avaliação ➜ História cuidadosa características da diarreia: Gravidade e diagnóstico diferencial ↳ Frequência das fezes (noturna?), volume, aparência ↳ Presença de sangue ou muco ↳ Relação com a alimentação ou ingestão alimentar ↳ TGI: Presença ou ausência de dor abdominal, vômitos, úlceras orais ↳ Extra TGI: Perda de peso, erupção cutânea, fadiga, dores articulares ... ↳ Viagem recente, a exposição a novas fontes de água ↳ História familiar e contatos doentes Tal ingestão excessiva pode ser vista em crianças novas que bebem sucos de frutas NÃO EXISTE INTOLERÂNCIA A LACTOSE EM LACTENTES!!! O leite materno apresenta mais do que o dobro de lactose no leite de vaca Diário de 3 dias pode ser útil Padrão de fezes, ingestão alimentar e os sintomas associados Exame físico ➜ Peso, altura e perímetro cefálico ➜ Curva de crescimento ➜ Sinais de deficiência de nutrientes: Dermatite perianal (Zn), quielite angular (Vitamina B e ferro), alterações ósseas (Vita D), ... ➜ Abdômen: Distensão (má absorção, supercrescimento bacteriano do intestino delgado); doloroso (estado inflamatório) ➜ Exame do reto: Doença perianal DII Diarreia crônica sem déficit de crescimento Diarreia inespecífica da infância ➜ Forma mais comum nos primeiros 3 anos de vida ➜ Início entre 1 a 3 anos de idade e pode até 5 anos (ou mais) ↳ 4 a 10 episódios, sem sangue ou muco ↳ Restos de alimentos não digeridos ↳ Evacua apenas durante a vigília: Começa o dia com maior volume de fezes semi-formadas que avança para líquida e menor em volume ↪ Não levanta de madrugada para evacuar ➜ Tempo de trânsito pode ser curto ➜ Algumas crianças queixam desconforto abdominal leve ➜ É um t rans to rno gas t ro in tes t i na l FUNCIONAL ➜ Fisiopatologia potencial: ↳ Motilidade intestinal aumentada e efeitos osmóticos de carboidratos intraluminais ↳ Ingestão excessiva de sucos de frutas que contêm sorbitol ou frutose ↳ Não há tratamento preciso ↳ Intervenção dietética - prudente: Garantir hidratação adequada ↳ Restrição do suco de frutas ↳ Ingerir gordura saudável (cautela para ingestão calórica): retardar tempo de transição intestinal ↳ Não restringir a fibra (solúveis de preferência) Colite infecciosa ➜ Causas in fecc iosas resu l tam em apresentação aguda e curta duração, mas outras bactérias e parasitas patogênicos podem causar DC ➜ Y e r s i n i a e n t e r o c o l i t i c a e Y . pseudotuberculosis: ↳ Carne suína e produtos lácteos ↳ Fezes podem conter sangue, muco e leucócitos → Inflamação da mucosa ↳ Sintomas podem parecer doença de Crohn ileal ↳ Eficácia dos antibióticos não estabelecida para doença não complicada ➜ E. coli enteropatogênica: ↳ Das principais causas de DC em países em desenvolvimento ↳ Algumas vezes associada a febre, dor abdominal e vômitos ↳ Antibioticoterapia reduz a morbimortalidade da doença diarreica crônica ➜ Pleisomonas shigelloides: ↳ Peixes, cascos, gatos e cachorros ↳ Diarreia secretora ↳ Curso pode ser encurtado por terapia antibiótica ➜ Giardia intestinalis e Cryptosporidium: ↳ Podem afetar crianças e adolescentes i m u n o c o m p e t e n t e s , b e m c o m o imunodeficientes Vírus raramente causam diarreia por mais de 14 dias (Rotavírus: pode diarréia por até 20 dias) ↳ Afetam o duodeno e o intestino delgado superior: Ânsia de vômito, deficiência de dissacaridases ↳ Diarreia crônica ↳ Má absorção: Agrava a diarreia ↳ Água contaminada (creches,exposição a animais selvagens, parques aquáticos) ↳ Giardíase sintomática DEVE ser tratada: Metronidazol ➜ Cryptosporidium geralmente não precisa ser tratado em imunocompetentes sem sintomas (Nitazoxanida - Annita) Intolerância a dissacaridases ➜ Intolerância à lactose – tipo mais comum ➜ A partir que o mamífero sai da fase lactente, ele comeca a reduzir a produção da enzima lactase, já que o alimento principal não será mais o leite. Logo se ingerir mais lactose do que o necessário, não haverá enzimas o suficiente para digerir e com isso haverão sintomas, já que é dose-dependente ➜ Aproximadamente 70% da população adulta mundial tem deficiência de lactase primária ➜ Idade de início varia entre as populações: Américas geralmente > 5 anos de idade ➜ Def ic iência congêni ta de lactase: Extremamente rara e apenas alguns casos na literatura ➜ Deficiência secundária de lactase: Lesão da mucosa do intestino delgado ↳ Rotavírus, parasitária, doença celíaca, doença de Crohn e outras enteropatias Supercrescimento bacteriano do intestino delgado ➜ Flora intestinal está invadindo o intestino delgado, fermentando nutrientes que era para ser absorvidos pelo corpo humano. Muito comum ser causado por yakult ➜ Intestino delgado tem relativamente poucas bactérias (tipicamente <104 cfu/cc) ➜ Associado a várias condições: ↳ Síndrome do intestino curto ↳ Pseudo-obstrução ↳ Trânsito lento ↳ Uso crônico de IBP ↳ Estenoses intestinais ↳ Desnutrição Podem resultar no crescimento excessivo de bactérias no intestino delgado ➜ Ácidos biliares desconjugados e ácidos graxos são hidroxilados pelas bactérias → Diarréia osmótica ➜ Sintomas: Diarreia, dor e distensão abdominal ➜ Tratamento: Metronidazol (Se necessário, associações) Síndrome do Intestino Irritável ➜ Caracterizada por dor abdominal recorrente e hábitos intestinais alterados ➜ Comum e pode afetar adolescentes ➜ Distúrbio funcional – Roma IV: ↳ Dor abdominal recorrente, em média, pelo menos 1 dia por semana durante os últimos 3 meses, associado a 2 ou mais dos seguintes critérios: ↪ Relacionada com a defecação ↪ Associada a alteração da frequência das fezes ↪ Associada a alteração da forma (aparência) das fezes ↪ Início dos sintomas há pelo menos 6 meses ➜ Pacientes NÃO apresentam sangramento retal, anemia, perda de peso ou febre Lactose incompletamente digerida → fermentação pela microbiota colônica → Hidrogênio e outros gases → Distensão gasosa, inflamação e efeito osmótico → Diarreia osmótica ➜ Tratamento desafiador, justamente por ser um transtorno funcional e não saber exatamente a f i isopatologia. Agentes antiespasmódicos, antidepressivos tricíclicos e ISRS Diarreia crônica com déficit de crescimento Diarreia Intratável da Infância ➜ Diarreia persistente após episódio agudo de diarreia infecciosa presumida ➜ G r u p o d e r i s c o : D e s n u t r i d o s , imunodeficientes ➜ Perda de peso associada a má absorção e evidência histológica de enteropatia (é diferente de diarreia inespecífica da infância) ➜ Importante causa de morbidade e mortalidade ➜ Sem suporte nutricional os pacientes podem ficar gravemente doentes, por ser uma diarreia constante ➜ Suspeitar em qualquer crianças com diarreia persistente após uma gastroenterite aguda ➜ Biópsia intestinal – delgado: Atrofia vilosa e infiltrado inflamatório ➜ Proteínas e gorduras são importantes na dieta de recuperação, e deve-se minimizar os carboidratos simples Enteropatia alérgica ➜ Induzida por proteínas alimentares - mais comuns leite de vaca e soja ➜ Pequeno dano intestinal na mucosa → Má absorção de proteína, carboidrato e gordura → Hipoalbuminemia e edema difuso ➜ Vômitos profusos e diarreia podem levar a desidratação grave, letargia e hipotensão - mimetizando sepse em uma criança pequena ➜ Uma vez removida a proteína dietética, a enteropatia será resolvida Doença Celíaca ➜ Enteropatia imunomediada ➜ Apresentação clássica: Tríade de déficit de crescimento, diarreia e distensão abdominal → Observada com menos frequência ➜ Grande var iedade de s in tomas - assintomática até doença grave ➜ D i a g n ó s t i c o : I g A t o t a l + a n t i - transglutaminase IgA + Antiendomísios IgA (cerca de 100% de especificidade) associado a biópsia duodenal ➜ Tratamento: Dieta isenta de glúten (trigo, centeio e cevada) Doença Inflamatória Intestinal ➜ Crianças/adolescentes com DC, com ou sem perda de peso, deve suspeitar de DII ➜ Diarreia noturna com urgência pode ser sinal de inflamação do cólon ➜ Doença de Crohn ↳ 50% a 80% das crianças apresentam diarreia, entre outros sintomas ↳ Fezes podem conter sangue microscópico. Geralmente não apresenta quantidade excessiva de sangue (especialmente na ausência de doença colônica) ➜ Colite ulcerativa ↳ Diarreia mais consistente, muitas vezes ins id iosa, mas acaba desenvolvendo hematoquezia ↳ Diarreia geralmente melhora com a terapia à medida que a inflamação da mucosa é resolvida Doença de Hirschisprung ➜ Aganglionose intestinal que é ascendente, iniciando no reto podendo pegar até um pedaço do cólon ou o cólon inteiro. Assim, não há glânglio nervoso e o cérebro não consegue comunicar com o instestino, ficando hipotônico ➜ Diarreia em aproximadamente 1/3 dos neonatos com doença de Hirschsprung ➜ Geralmente consequente a enterocolite por estase bacteriana ➜ QC: Diarreia e distensão abdominal, pode vômitos e escoriações perianais ➜ Bebês mais velhos: Pode crescimento pobre, fezes explosiva ao toque retal ➜ Suspeita: Eliminação tardia de mecônio ↳ E n t e r o c o l i t e : S i g n i f i c a t i v a d e morbimortalidade - tratamento imediato com antibióticos intravenosos e cuidados de suporte ➜ Diagnóstico: Biópsia retal ➜ Tratamento: Cirúrgico Imunodeficiência ➜ I m u n o d e f i c i ê n c i a s p r i m á r i a s frequentemente cursam diarreia crônica ➜ Agamaglobulinemia ligada ao X: Diarreia secundária a infecções rotavirais crônicas ou giardíase recorrente ➜ Deficiência de IgA: Gardíase recorrente e crescimento bacteriano. Incidência aumentada de 10 a 20 x de doença celíaca ➜ HIV e Hiper-IgM: Diarreia crônica é comum, causada por Cryptosporidium parvum ➜ Imunodeficiência comum variável: Diarreia e má absorção significativa, além de graves infecções recorrentes com risco de vida durante os pr imei ros meses após o nascimento. ➜ Síndrome de desregulação imune, poliendocrinopatia e enteropatia (auto-imune), ligada ao X (síndrome IPEX): Diarreia intratável com diabetes insulino-dependente neonatal Diarreia congênita secretória ➜ Cloridorreia congênita e Diarréia congênita do sódio ↳ Ambas apresentam-se antes do nascimento com polidrâmnio (diarreia intra- útero) ➜ Ao nascer, diarreia secretória de alto volume que pode causar desidratação com risco de vida e distúrbios eletrolíticos ➜ Eletrólitos nas fezes muitas vezes auxiliam no diagnóstico, e os testes genéticos podem identificar genes de transporte de cloreto defeituosos ➜ Reposição agressiva de fluidos e eletrólitos é a base da terapia para ambas as doenças Enteropatia autoimune ➜ Diarreia secretora após as primeiras 8 semanas após o nascimento ➜ Outra doença auto-imune, como diabetes insulino-dependente, pode estar presente ➜ Enteropatia autoimune pode existir sem manifestações extraintestinais ➜ Diagnóstico: Anticorpos antienterócitos, anticolonócitos ou antígenos de células no sangue - limitado e especificidade não clara ➜ Tratamento: Difícil, mas pode ser realizado com agentes imunossupressores, como corticosteroides, 6-mercaptopurina, tacrolimus e infliximabe Fibrose cística ➜ Diarreia como resultado de insuficiência pancreática ➜ Aproximadamente 90% dos pacientes com FC têm insufiência pancreática ➜ Má absorção de carboidratos, gordura e proteína - enzimas disfuncionais/ausentes ➜ Incidênciaaumentada de supercrescimento b a c t e r i a n o d o i n t e s t i n o d e l g a d o , possivelmente secundária à mobilidade motora e secreções reduzidas ➜ Elastase fecal: Usada como preditor da função exócrina pancreática ➜ Te rap ia de repos ição enz imát i ca pancreática pode melhorar a diarréia disabsortiva Outros ➜ Tumores neuroendócrnos ↳ Que afetam o trato gastrointestinal em crianças são raros ↳ Produzem sintomas pelo efeito sistêmico de seus produtos secretórios ➜ Constipação oculta ↳ Soiling (escape fecal) - às vezes é mal interpretado como diarreia ➜ Diarreia factícia ↳ Quando surgem inconsistências entre a história do paciente, os sinais físicos e as constatações laboratoriais ↳ Munchausen por procuração Sintetizando Avaliação – Tempo de início ➜ Início neonatal de diarreia aquosa: sugere fortemente uma das diarreias congênitas ➜ Início abrupto da diarreia crônica: Sugere ser desencadeada por um insulto infeccioso (incluindo intolerância à lactose pós-infecciosa ou diarreia associada a antibióticos) ➜ Início gradual - diarreia crônica leve em uma criança saudável: Sugere uma diarreia funcional (diarreia inespecífica da infância) ➜ Muitos padrões diferentes de início são consistentes com a doença celíaca - semanas ou muitos anos após introdução de glúten na dieta (graduais, semi-agudos ou intermitentes) ➜ Relação temporal consistente com a ingestão de um alimento específico: ↳ Pode refletir intolerância à lactose ou alergia alimentar ➜ U s o d e m e d i c a m e n t o s : D i a r r e i a medicamentosa - mais de 700 medicamentos envolvidos (antibióticos, supressores de ácido, substitutos do açúcar, vitamina C, agentes antineoplásicos e alguns anti-hipertensivos, …) Características da fezes ➜ Fezes que ficam mais líquidas à medida que o dia avança: Típicas da diarreia funcional ➜ Fezes diarreicas que acorda o paciente de madrugada: Mais preocupantes para um distúrbio orgânico subjacente, como DII ➜ Fezes com sangue ou muco visível ou oculto: Sugerem diarreia inflamatória, que pode ser causada por intolerância à proteína na dieta (comum em bebês), DII ou infecção crônica por um patógeno entérico ➜ História de incontinência fecal de pequeno volume: constipação oculta pode estar presente Sintomas ➜ Falha no crescimento ou perda de peso: sugere a possibilidade de doença de má absorção (doença celíaca, fibrose cística ou outra causa de insuficiência exócrina pancreática) ou DII ➜ Histórico de infecções recorrentes: Sugere imunodeficiência subjacente ou fibrose cística ➜ Extra intestinais - artralgia/artrite, eritema nodoso, ...: DII ➜ H i s t ó r i a f a m i l i a r d e d o e n ç a s gastrointestinais pode fornecer pistas sobre doenças hereditárias/ predisposição genética (Doença celíaca, DII, …) Conclusão ➜ O diagnóstico diferencial de diarreia crônica em crianças é amplo ➜ Fundamental uma história detalhada e exame físico ➜ Os exames complementares serão guiados pelas hipóteses diagnósticas ➜ Atenção especial às medidas pondero- estaturais - distinguir entre diarreia crônica com e sem falha de crescimento ➜ C o m p r e e n d e r o s 4 m e c a n i s m o s fisiopatológicos básicos Osmótica, secretora, inflamatória e associada a dismotilidade ➜ Embora as terapias específicas variem para cada doença, a importância de manter a nutrição exige uma ênfase particular Independente da causa, cada paciente requer uma ingestão calórica adequada para permitir a cicatrização do insulto inicial ou, pelo menos, para apoiar a criança durante a realização de intervenções diagnósticas e terapêuticas
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