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Modificações fisiológicas na gravidez

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Modificações fisiológicas na gravidez 
O organismo materno sofre inúmeras 
modificações devido a influencia de 
hormônios produzidos na gravidez 
como o estrógeno e a progesterona, 
estando extremamente sobre influência 
desses hormônios em que todos os 
órgãos sofrerão adaptações, para 
receber a criança 
Não devem ser confundidas com 
patologias, pois muitas delas se 
fossem observadas fora do período 
gravídico poderiam ser consideradas 
como patológica 
Praticamente todos os sistemas 
passam por alterações anatômicas 
(cardiovascular, renal, hematológico, 
entre outros) do início ao fim da 
gestação 
A m a i o r i a d e s s a s a l t e r a ç õ e s 
desaparecem com o fim da gravidez 
M o d i f i c a ç õ e s s i s t ê m i c a s d o 
organismo materno 
➜ Metabolismo 
➜ S i s t e m a E s q u e l é t i c o ( P o s t u r a e 
deambulação) 
➜ Sistema Circulatório (Hematológica e 
Cardiovascular) 
➜ Sistema Úrinário 
➜ Sistema Respiratório 
➜ Sistema Digestório 
➜ Sistema Endócrino 
➜ Pele e anexos 
Modificações locais do organismo 
materno 
➜ Mamas 
➜ Vulva e vagina 
➜ Útero 
Pele 
➜ Aumento da pigmentação da pele 
↳ Progesterona aumenta a produção de 
melanócitos, o que gera o aumento da 
pigmentação 
↳ Linha Nigrans 
↪ Linha vertical que divide a barriga da 
paciente em 2 metades. A paciente com a pele 
muito branca, ficam mais evidentes e muitas 
vezes é uma queixa que incomoda a paciente 
↳ Melasma 
↪ Hiperpigmentação da pele causada pelo 
acúmulo de melanócitos, incentivado pelo 
grande número de estrogênio e progesterona. 
Deve-se usar protetor solar, pois não 
consegue prevenir se vai o não ter o melasma, 
mas consegue-se previnir a existência do 
melasma pós-gestação com o cuidado da 
pele, já que o melasma pode ser permanente 
com a falta de cuidado e exposição ao sol. 
Tende a desaparecer até 6 semanas após a 
gravidez. Pode em alguns casos estender até 
1 ano 
↳ Sinal de Hunter 
↪ Aoréola escurece 
↳ Hiperpigmentação da Vulva 
➜ Aumento do fluxo sanguíneo 
↳ O estrogênio causa uma vasodilatação 
periférica 
↳ Eritema palmar 
↳ Aranhas vasculares 
➜ Estrias 
↳ Distensão do volume abdominal 
↳ Algumas podem ficar com mais do que 
outras, devido à distensão de pele, ou ganho 
ponderal muito maior do que a outra 
➜ Pelos finos 
↳ Progesterona circulante no corpo 
➜ Unhas quebradiças 
↳ Progesterona circulante no corpo 
Mamas 
↳ Hiperplasia glandular e proliferação dos 
ductos lactíferos - O mamilo da paciente irá 
crescer 
↳ Tubérculos de Montgomery 
↪ É uma alteração da fisiologia mamária 
↳ Hipertrofia das glândulas sebáceas 
↳ Aumento da vascularização superficial - 
Rede venosa de Haller 
↪ Aporte sanguíneo para a amamentação 
Modificações sistêmicas 
➜ Postura e deambulação 
↳ Aumento do volume abdominal e das 
mamas, desvia anteriormente o centro de 
gravidade materno. O centro de gravidade 
tende a ser ereto, mas devido ao volume de 
mamas aumentados e abdômen aumentado, a 
grávida tende a jogar o corpo para trás, para 
tentar mudar o seu centro de gravidade 
↳ Gestante direciona o corpo todo 
posteriormente para se manter ereta 
↳ Surgem: hiperlordose + hipercifose da 
coluna vertebral, aumentando base de 
sustentação, afastamento dos pés e 
diminuição da amplitude dos passos durante a 
deambulação (marcha anserina). “A postura 
da gestante altera-se antes mesmo da 
expansão de volume do útero gestante.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
↳ Aumento da flexão cervical, devido à 
compressão de raízes cervicais, acarretando 
fadiga muscular, dores lombares e parestesias 
de extremidades. Assim gera uma parestesia 
(formigamento das mãos) 
https://www.youtube.com/watch?v=qMUUPwXLJBU
↳ O aumento da flexão cervical causa 
compressão de raízes cervicais que originam 
os nervos ulnar e mediano, acarretando fadiga 
muscular, dores lombares e cervicais e 
parestesias de extremidades. 
↳ “ G r u p a m e n t o s m u s c u l a r e s q u e 
ordinariamente não têm função nítida ou 
constante passam a atuar, estirando-se e 
contraindo-se, e sua fadiga responde pelas 
dores cervicais e lombares, queixa comum.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
Sistema músculo esquelético 
➜ Mobilidade nas articulações sacroilíacas, 
sacrococcígenas e púbica, já que o bebê 
precisa passar pela vagina 
➜ Objetivo de fazer a ampliação do canal de 
parto 
➜ Pode causar dor 
↳ Muito diferente da dor de parto 
↳ Paciente relata a dor na vagina 
↳ Pacientes muito jovens têm um pouco mais 
de sintomatologia 
↳ Começa meio para o fim da gestação 
➜ Regridem imediatamente após o parto a até 
no máximo 5 meses 
➜ Tudo isso para receber a criança. As dores 
não melhoram com analgésicos, logo não 
adianta fazer o uso 
Sistema digestivo 
➜ Náuseas e vômitos 
↳ “A base f isiológica das náuseas, 
habitualmente matinais, é desconhecida, 
embora possa estar relacionada com níveis 
crescentes de gonadotrofina coriônica humana 
(hCG) e de estrogênios.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
↳ Meclin®, Plasil e Bromoprida a priori 
↳ Pode ser dado o Vonau em casos mais 
incômodos e persistentes, refratários 
↪ Hiperêmese gravídica 
➤ Náuseas e vômitos graves durante a 
gestação que resultam em desidratação, 
perda ponderal e cetose. Devendo ser 
internada 
➜ Todo o sistema digestivo está lentificado 
↳ A progesterona lentifica o sistema 
digestório 
↳ Tende a ter constipação 
↪ A depender do grau da constipação faz-se 
uma conduta. Se for apenas constipação 
inicial pode ser usado óleo mineral 100% 10ml 
de 8/8h. Se for muito alto, pode-se utilizar 
supositório de glicerina 15 a 20min 
➜ Redução da contratilidade da vesícula 
➜ Relaxamento do esfíncter esofagiano 
inferior 
↳ Queixa de pirose 
➜ Aumento da salivação (sialorêeia) 
➜ Redução do pH da boca 
➜ Gengivas hipertrofiadas e friáveis 
Sistem sanguíneo 
➜ Volume plasmático aumenta em 40% 
➜ Reduz-se hemoglobina, por ela estar 
hemodiluida, havendo uma anemia dilucional 
fisiológica 
➜ Aumento da produção de hemácias com 
aumento da demanda de ferro 
➜ Queda dos níveis hematimétricos 
➜ L e u c o c i t o s e c o m p r e d o m í n i o d e 
polimorfonucleados, principalmente no terceiro 
trimenstre e no pós parto imediato 
Valores normais de hemoglobina de 
hematócrito
1º trimestre 11,0 33%
2º trimestre 10,5 32%
3º trimestre 11,0 33%
↳ Leucócitos em torno de 14.000, por isso 
olhar outros parâmetros como os bastões. Se 
estiverem presentes com os leucócitos fala-se 
mais a favor de infecções (leucocitose com 
desvio à esquerda) 
➜ Pode haver queda discreta nas plaquetas 
↳ Abaixo de 100.000 preocupa-se 
➜ Aumento dos fatores de coagulação e do 
fibrinogênio, assim toda gestante é mais 
propícia de fazer fibrose 
➜ Redução da atividade fibrinolítica 
↳ Mais propensa a trombose e embolia 
pulmonar 
➜ Fatores de coagulação: estão de uma 
m a n e i r a g e r a l a u m e n t a d o e o s 
anticoagulantes estão diminuídos, o que 
c o n f e r e a g r a v i d e z u m E s t a d o d e 
Hipercoagulabilidade 
↳ Estágio de hipercoagulabilidade para que 
não haja choque hipovolêmico no parto 
↳ Estado de hipercoagulabilidade começa a 
se reverter 1 hora após o parto 
↪ Mulheres com trombofilia utiliza-se clexane 
para que ela não faça trombose ou embolia na 
gravidez. A trombolfilia, na grávida, é uma das 
principais causas de óbito intrauterino e de 
abortamento, pois a gestante ao soltar um 
êmbolo interrompe a circulação materno-fetal 
Adaptações cardiovasculares 
➜ Maiores alterações hemodinâmicas: 
➜ Aumento do DC (7L/min – 40/50%) 
➜ O acréscimo significativo da frequência 
cardíaca já pode ser observado na gestação 
de 5 semanas, e isso contribui para a 
elevação do débito cardíaco 
➜ Aumento do volume sanguíneo 
↳ Essas alterações já aparentes no início da 
gestação, alcançam o seu máximo no 3º 
trimestre (28 a 32 semanas) e permanecem 
relativamente constantes até o parto. Além 
disso, contribuem para o ótimo crescimento e 
desenvolvimento do feto e protegema mãe 
das perdas fisiológicas de sangue no parto. 
↪ Sistema renina-angiotensina-aldosterona 
regula isso 
➜ Vasodilatação periférica, provavelmente 
consequência do aumento do óxido nítrico 
➜ Aumento da frequência cardíaca (10 - 15 
bpm mais rápido) (até 28 a 32 sem) 
➜ Diminuição da pressão arterial no 2º 
trimestre 
↳ 3º trimestre: PA se eleva e se normaliza no 
termo 
↪ A pressão venosa nos membros inferiores 
aumenta cerca de três vezes, em virtude da 
compressão das veias pélvicas pelo útero 
➜ Edema periférico 
➜ Turgência jugular 
➜ Ápice deslocado para esquerda 
➜ Estase venosa 
➜ Síndrome da Hipotensão Supina 
↳ A partir da 20 semanas, o útero gravídico 
impede o retorno venoso ao coração (exerce 
compressão sobre os vasos pélvicos em 
especial veia cava inferior), na posição supina, 
com consequente hipotensão supina, às vezes 
apresentando perda da consciência 
↳ DC restaurado quase automaticamente em 
decúbito lateral esquerdo 
➜ Resumo sistema cardiovascular 
↳ Vasodilatação periférica 
↳ Aumento da Fc em 10 a 15bpm 
↳ Aumento do volume sistólico 
↳ Aumento do DC em 2L/mim 
↳ Queda da PA em até 20mmHg 
↳ Desdobramento de B1 
↳ Sopro sistólico 
Parto normal Cesariana
Perda de 500ml de 
sangue
Perda de 1000ml de 
sangue
↳ O aumento do volume uterino faz 
compressão da Veia Cava Inferior e dos vasos 
pélvicos 
↳ Aumento da pressão nos MMII e edema e 
varizes 
↳ Redução do retorno venoso 
↳ Hipotensão ortostática 
Sistema urinário 
➜ Elevação e aumento no volume dos rins 
↳ Como aumenta o volume circulante, 
aumenta-se a TFG e assim, trabalha muito 
d i latando. USG tem-se hidronefrose, 
principalmente à direita, pois é o lado em que 
o ureter fica mais exposto à compressão 
vesical (no lado esquerdo o ureter repousa 
sob o sigmoide fazendo-se uma proteção) 
↪ Pode haver insuficiência renal, por não 
conseguir escoar a urina para a bexiga, 
fazendo-se cateter duplo J, que consiste em 
um stent introduzido no canal ureteral com o 
objetivo de permitir o fluxo adequado da urina 
do rim para a bexiga 
➜ Aumento da TFG, levando a: 
↳ Glicosúria fisiológica 
↳ Proteinúria normal até 300mg/dL em 24 
horas 
↳ Redução sérica da creatinina. (VR: 0,5 A 
0,8mg/dL) 
↳ Dilatação do ureter 
↳ Redução da contratilidade vesical pela 
progesterona 
↳ Compressão vesical pelo repouso do útero 
sobre a bexiga gerando polaciúria e muitas 
vezes incontinência urinária 
Sistema respiratório 
➜ Elevação do diafragma (cerca de 4cm 
superiormente), sem perda da função, pois a 
Progesterona estimula o centro respiratório, 
aumentando o volume corrente e promovendo 
uma hiperventilação, responsável pela falsa 
sensação de dispnéia. 
↳ O volume do bebê pressionou o diafragma 
para cima, fazendo uma respiração mais curta 
de acordo com o tamanho que o diafragma 
consegue movimentar, já que o útero ocupou 
aquele espaço 
➜ Consumo de O2 aumenta em 20% 
➜ Queixa de dispneia esta presente em 
60-70% 
↳ No entanto a saturação de O2 está normal 
➜ Gasometria 
↳ Aumento do consumo de oxigênio e da 
PaO2 
↳ Hiperventilação, com eliminação de CO2, 
leva a constante alcalose respiratória 
↳ Para compensar essa alcalose respiratória 
os rins elevam secreção de bicarbonato para 
manter pH normal 
Função da tireoide 
➜ As alterações fisiológicas da tireoide na 
gravidez são consideráveis e podem ser 
confundidas com a própria doença 
➜ Inicialmente ocorre estímulo da tireóide 
devido aos altos níveis de hCG, com redução 
temporária dos níveis de TSH, aumentando 
T3, T4 livre 
↳ Tendência de diminuir medicação se 
Hipotiroidismo 
➜ A partir do inicio segundo trimestre da 
gestação, volta as doses normais se 
Hipotiroidismo 
➜ O T4 livre materno é transferido para o feto 
durante toda a gravidez e é importante para o 
desenvolvimento normal do cérebro fetal, 
sendo especialmente relevante antes de a 
tireoide fetal começar a concentrar iodo e 
sintetizar o hormônio da tireoide, o que ocorre 
por volta das 12 semanas de gravidez. 
➜ Os níveis de TSH recomendados na 
gravidez pela American Thyroid Association 
(2011) são: 0,1 a 2,5 mUI/ℓ no 1º trimestre; 0,2 
a 3,0 mUI/ℓ no 2º trimestre; e 0,3 a 3,0 mUI/ℓ 
no 3º trimestre. Em relação aos níveis de T4 
livre, há divergências, mas podem ser 
adotados valores entre 0,8 e 2,0 ou 0,9 e 2,0 
ng/dℓ. 
Adaptações metabólicas 
➜ Feto exige nutrição do organismo materno 
– 150kcal por dia a mais para suprir a maior 
gasto energético e necessidade do feto. 
➜ Feto necessita de glicose e aminoácidos 
para o seu crescimento, extraindo-os da mãe 
constantemente, sendo isso um parasitismo 
verdadeiro. 
➜ Hiperinsulinemia + resistência periférica a 
insulina – mantém certo grau de hiperglicemia 
materna para que não falte glicose para o feto. 
↳ “A fim de prover suprimento ininterrupto de 
glicose e de aminoácidos para o concepto, a 
gestante faz ajustes importantes: deixa de 
consumir a glicose de modo indiscriminado, e, 
à medida que a gravidez se desenvolve, seu 
uso periférico diminui, graças à elaboração de 
hormônios contrainsulares pela placenta.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
↪ “A grávida exibe aumento na resistência à 
insulina ao fim do 2º trimestre, podendo 
chegar à aproximadamente 80% no termo. 
Níveis elevados de hormônio lactogênio 
placentário humano (hPL), hormônio do 
crescimento placentário humano (hPGH) e 
adipocinas (leptina, adiponectina, fator de 
necrose tumoral alfa [TNF-α], interleucina 
[IL]-6) estão implicados no processo.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
➜ “O efeito inibitório da insulina na lipólise é 
significativamente reduzido durante o 3o 
trimestre quando comparado ao de outras 
fases do ciclo gestatório.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
➜ “A gravidez avançada caracteriza-se por 
mudanças em seu metabolismo no que se 
refere à preservação de glicose, graças à 
utilização dos lipídios. A liberação excessiva 
de ácidos graxos também ajuda a reduzir o 
uso da gl icose materna.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
Metabolismo lipídico 
➜ “A placenta é praticamente impermeável 
aos lipídios, exceto aos AGL e aos corpos 
cetôn icos. Não obstante , a l te rações 
marcantes no metabolismo lipídico materno 
durante a gestação têm importantes 
implicações no crescimento fetal. Duas 
alterações consistentes no metabolismo 
materno durante a gestação são o acúmulo de 
l ipídios nos tecidos da gestante e a 
hiperlipidemia gestacional.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
➜ Metabolismo do tecido adiposo materno 
➜"O aumento do peso materno durante a 
gestação corresponde ao crescimento da 
unidade fetoplacentária e ao acúmulo dos 
seus próprios tecidos, especialmente o 
relacionado com a elevação de lipídios nos 
d e p ó s i t o s d e g o r d u r a . ” ( R E Z E N D E 
OBSTETRÍCIA) 
➜"A tendência de acumular gordura cessa 
durante o último trimestre da gravidez, quando 
o metabolismo lipídico transmuda-se para 
estado catabólico, em virtude de diversas 
alterações coincidentes no tecido adiposo, 
como: 
➜ Redução rápida do aumento da atividade 
lipogênica 
➜ Aumento da atividade lipolítica, talvez 
comandada pelo hPL por ação similar à do 
hormônio do crescimento.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
➜ Hiperlipidemia materna 
↳"Durante a gravidez normal há aumento 
constante nos triglicerídios plasmáticos e 
pequeno acréscimo no colesterol. […] A 
produção acentuada dos triglicerídios VLDL e 
sua remoção diminuída da circulação em 
deco r rênc ia da menor a t i v i dade da 
lipoproteína lipase (LPL) no tecido adiposo 
são as principais responsáveis pelo aumento 
dos triglicerídios VLDL durante a gestação.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
↳ Benefícios da hipertrigliceridemia materna 
para o feto 
↪ “Muito embora os TG não cruzem a barreira 
p l acen tá r i a , o f e to bene f i c i a - se da 
hipertrigliceridemia materna: 
➤ Sob condições de jejum, o fígado materno 
mostra aumento da atividade da LPL, 
tornando-se órgão receptor de triglicerídios 
circulantes usados como substrato para a 
síntese de corpos cetônicos, eesses 
compostos rapidamente difundem-se pela 
placenta e são usados pelo feto 
➤ A atividade da l ipase na placenta 
disponibiliza ao feto os ácidos graxos 
essenc ia i s (AGE) p roven ien tes dos 
triglicerídios maternos. A lipase da placenta 
hidrolisa os triglicerídios maternos, e os AGL 
liberados podem alcançar o feto para serem 
reconvertidos em triglicerídios 
➤ A indução da LPL nas mamas por volta do 
parto dirige triglicerídios circulantes para essa 
glândula, visando à produção de leite (ver 
Figura 5.2). Por esse mecanismo, AGE da 
dieta materna que circulam como triglicerídios 
podem se tornar disponíveis para o lactente. ” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
➜ Ácidos graxos essenciais 
↳ “Os AGE referem-se a lipídios que não 
podem ser sintetizados pelo organismo e 
devem provir da alimentação 
↳ Ômega 3 e ômega 6 são requeridas para 
funções fisiológicas, incluindo transporte de 
oxigênio, armazenamento de energia, atuação 
na membrana celular e regulação da 
inflamação e da proliferação celular. 
↳ Os AGE são necessários para o 
desenvolvimento da unidade fetoplacentária 
no início da gestação 
↳ O ácido docosa-hexaenoico (DHA), um tipo 
de ômega-3 vital para a homeostase materna, 
assim como o desenvolvimento do cérebro e 
da retina fetal durante todo o 3º trimestre. 
↳ Os AGE são benéficos para a mãe por 
prevenirem doenças cardiovasculares, câncer 
do colo e doenças imunológicas, assim como 
são indispensáveis para o desenvolvimento 
cerebral e visual do concepto. 
↳ As principais fontes de ômega-3 são peixes 
gordurosos de água fria (salmão, atum), truta, 
sardinha, ostra, mariscos, óleos de linhaça e 
de canola, nozes e rúcula.” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
Metabolismo proteico 
➜ A concentração da maioria dos aminoácidos 
está reduzida na gravidez. 
➜ As proteínas totais, embora aumentem em 
valores absolutos pela hemodi lu ição 
p lasmát ica, têm suas concentrações 
diminuídas. 
Metabolismo hidroeletrolítico 
➜ Alteração mais notável → Retenção de 
líquidos (8 a 10L – intra e extracelular), 
responsável pelo aumento do volume 
plasmático e consequentemente: 
➜ Aumento do débito cardíaco 
➜ Aumento do fluxo plasmático renal 
➜ Mecanismo → Retenção de sódio (maior 
secreção de aldosterona pela suprarrenal, a 
d e s p e i t o d o e f e i t o n a t r i u r é t i c o d a 
progesterona) 
➜ Taxa de filtração glomerular aumenta em 
torno de 50% → sistema renina-angiotensina 
(mecanismo compensatório para conservar o 
sódio) 
↳ S i s t e m a r e n i n a - a n g i o t e n s i n a -
aldosterona 
↪ Renina (elaborada pelo aparelho 
justaglomerular renal) → estimulando 
secreção de aldosterona (córtex suprarrenal), 
via angiotensina. 
↪ Aldosterona é responsável pelo aumento da 
reabsorção tubular de sódio, preservando a 
homeostase materna → hiperaldosteronismo 
secundário da gravidez 
➤ O sódio deve ser conservado para prover 
quant idade adicional indispensável à 
expansão tecidual e dos compartimentos 
líquidos durante a gestação. 
➜ R e t e n ç ã o d e l í q u i d o ( f a t o r e s 
responsáveis): 
↳ Retenção de sódio (25 g ou 60 g cloreto de 
sódio) 
↳ Osmolaridade total diminuída (gestante 
aceita, sem elevar a diurese) 
↳ Diminuição do limiar de sede (gestante 
ingere líquido com baixa osmolaridade) 
↳ Redução da pressão oncótica (devido 
diminuição da albumina) 
↳ Consequentemente os líquidos conseguem 
atravessar mais facilmente as membranas 
ajudando na retenção de líquido, havendo 
como consequência 
↪ Redução na concentração de hemoglobina 
↪ Redução do hematócrito 
↪ Diminuição da concentração de albumina 
↪ Aumento do débito cardíaco 
↪ Elevação do fluxo plasmático renal 
↪ Edema periférico 
➜ O acúmulo do volume plasmático tem 
interferência direta na interpretação dos 
exames hematológicos durante a gravidez, 
pois esse acréscimo é maior na gravidez 
gemelar e menor naquela complicada por 
crescimento intrauterino restrito (CIR) e pré-
eclâmpsia. 
Metabolismo do cálcio 
➜ “O nível de cálcio no soro é rigorosamente 
regulado e mantido nos limites normais pelo 
hormônio da paratireoide ou paratormônio 
(PTH) e pela vitamina D. (…) O PTH, 
estimulado pela hipocalcemia e inibido pela 
hipercalcemia, influencia o metabolismo do 
cálcio pela reabsorção óssea e pela formação 
de vitamina D3” (REZENDE OBSTETRÍCIA) 
➜ “A calcitonina é um hormônio peptídico de 
32 aminoácidos elaborado pelas células 
parafoliculares da tireoide. Ela age como 
antagonista fisiológico de PTH, impedindo a 
elevação do cálcio acima dos níveis normais.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
➜ “Na gravidez, uma grande quantidade de 
cálcio (e de fósforo) é transferida contra 
gradiente de concentração da mãe para o feto 
(transporte ativo), com acúmulo de 25 a 30 g 
de cálcio no termo. Para isso, a absorção de 
cálcio no intestino dobra na gravidez, 
consequência também do nível duplamente 
elevado de vitamina D3 de origem placentária 
e materna renal. A vitamina D3 elevada abre 
os canais de cálcio voltagem-dependentes na 
membrana dos enterócitos e é, dessa 
maneira, responsável pela maior absorção do 
elemento.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) 
➜ “Durante a lactação, a perda diária de 
cálcio pelo leite é de 220 a 340 mg. Os níveis 
de PTHrP de or igem mamária estão 
significativamente elevados na lactante e são 
responsáveis pela desmineralização do seu 
esqueleto, por estímulo à reabsorção tubular 
renal de cálcio e por supressão do PTH.” 
(REZENDE OBSTETRÍCIA) 
Metabolismo hídrico 
➜ Ativação do sistema renina-angiotensina-
aldosterona 
➜ Resumo Consequências: 
↳ Aumento do volume plasmático 
↳ Aumento do débito cardíaco 
↳ Ganho de peso ponderal 
↳ Edema em membros inferiores 
Sistema nervoso central 
➜ Progesterona exerce efeito depressor do 
SNC 
➜ Sintomas de sonolência, fadiga e lentidão 
psicomotora 
➜ Alteração na qualidade do sono tanto pela 
ação da progesterona, quanto pela falta de 
posição para dormir 
Útero 
➜ O estrogênio age sobre o útero provocando 
amolecimento e hiperplasia e hipertrofia 
celular. O estrogênio que faz crescer o útero 
➜ Inicialmente o crescimento é desigual - 
Maior no lado em que o feto se implanta 
➜ Colo - Posterior afinamento, chegando a 
1,5cm a termo 
➜ Aumento da espessura do endométrio 
➜ Contrações de Braxton-Hicks 
↳ Contrações que não tem a capacidade de 
modificar o colo do útero. São as contrações 
de treinamento 
➜ Útero responsivo a ocitocina - Hormônio 
responsável pela contratilidade uterina tanto 
no momento das contrações quanto no pós 
parto para evitar hipotonia uterina 
➜ Aumento do fluxo sanguíneo em 10% do 
habitual, principalmente do fluxo placentário 
➜ O colo fica mais posterior, secretora e 
amolecido (sinal de Gooder) sob a influência 
dos estrogênios e da progesterona 
➜ O estrogenio favorece a eversão do epitélio 
colunar 
➜ O muco cervical torna-se viscoso e espesso 
➜ Crescimento uterino 
↳ “Nos primeiros 2 meses o útero é 
exclusivamente pélvico. Com 12 semanas, 
torna-se perceptível ao palpar abdominal, o 
que depende do panículo adiposo e da 
musculatura da parede. O crescimento 
subsequente pode ser acompanhado, mês a 
mês, delimitando-se o fundo e medindo-se a 
altura em relação à sínfise púbica” (REZENDE 
OBSTETRÍCIA) 
↳ O aumento do tamanho do útero é 
acompanhado por elevação de 10 vezes no 
seu fluxo sanguíneo 
Vagina 
➜ Aumento da vascularização (sinal de Kluge) 
➜ Aumento do comprimento e da largura 
➜ Hipertrofia glandular e descamação 
➜ pH mais ácido do que o existente na mulher 
não gestante, para proteger contra a infecção 
ascendente. 
Vulva 
➜ Hipervascularização - Coloração arroxeada 
- Sinal de Jacquemier-Chadwick 
Trompas e ovários 
➜ Trompas aumentam de volume 
➜ Ovário aumenta de volume no início da 
gravidez 
➜ Corpo lúteo efetivo até a 7ª semana de 
gestação

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