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Modificações fisiológicas na gravidez O organismo materno sofre inúmeras modificações devido a influencia de hormônios produzidos na gravidez como o estrógeno e a progesterona, estando extremamente sobre influência desses hormônios em que todos os órgãos sofrerão adaptações, para receber a criança Não devem ser confundidas com patologias, pois muitas delas se fossem observadas fora do período gravídico poderiam ser consideradas como patológica Praticamente todos os sistemas passam por alterações anatômicas (cardiovascular, renal, hematológico, entre outros) do início ao fim da gestação A m a i o r i a d e s s a s a l t e r a ç õ e s desaparecem com o fim da gravidez M o d i f i c a ç õ e s s i s t ê m i c a s d o organismo materno ➜ Metabolismo ➜ S i s t e m a E s q u e l é t i c o ( P o s t u r a e deambulação) ➜ Sistema Circulatório (Hematológica e Cardiovascular) ➜ Sistema Úrinário ➜ Sistema Respiratório ➜ Sistema Digestório ➜ Sistema Endócrino ➜ Pele e anexos Modificações locais do organismo materno ➜ Mamas ➜ Vulva e vagina ➜ Útero Pele ➜ Aumento da pigmentação da pele ↳ Progesterona aumenta a produção de melanócitos, o que gera o aumento da pigmentação ↳ Linha Nigrans ↪ Linha vertical que divide a barriga da paciente em 2 metades. A paciente com a pele muito branca, ficam mais evidentes e muitas vezes é uma queixa que incomoda a paciente ↳ Melasma ↪ Hiperpigmentação da pele causada pelo acúmulo de melanócitos, incentivado pelo grande número de estrogênio e progesterona. Deve-se usar protetor solar, pois não consegue prevenir se vai o não ter o melasma, mas consegue-se previnir a existência do melasma pós-gestação com o cuidado da pele, já que o melasma pode ser permanente com a falta de cuidado e exposição ao sol. Tende a desaparecer até 6 semanas após a gravidez. Pode em alguns casos estender até 1 ano ↳ Sinal de Hunter ↪ Aoréola escurece ↳ Hiperpigmentação da Vulva ➜ Aumento do fluxo sanguíneo ↳ O estrogênio causa uma vasodilatação periférica ↳ Eritema palmar ↳ Aranhas vasculares ➜ Estrias ↳ Distensão do volume abdominal ↳ Algumas podem ficar com mais do que outras, devido à distensão de pele, ou ganho ponderal muito maior do que a outra ➜ Pelos finos ↳ Progesterona circulante no corpo ➜ Unhas quebradiças ↳ Progesterona circulante no corpo Mamas ↳ Hiperplasia glandular e proliferação dos ductos lactíferos - O mamilo da paciente irá crescer ↳ Tubérculos de Montgomery ↪ É uma alteração da fisiologia mamária ↳ Hipertrofia das glândulas sebáceas ↳ Aumento da vascularização superficial - Rede venosa de Haller ↪ Aporte sanguíneo para a amamentação Modificações sistêmicas ➜ Postura e deambulação ↳ Aumento do volume abdominal e das mamas, desvia anteriormente o centro de gravidade materno. O centro de gravidade tende a ser ereto, mas devido ao volume de mamas aumentados e abdômen aumentado, a grávida tende a jogar o corpo para trás, para tentar mudar o seu centro de gravidade ↳ Gestante direciona o corpo todo posteriormente para se manter ereta ↳ Surgem: hiperlordose + hipercifose da coluna vertebral, aumentando base de sustentação, afastamento dos pés e diminuição da amplitude dos passos durante a deambulação (marcha anserina). “A postura da gestante altera-se antes mesmo da expansão de volume do útero gestante.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ↳ Aumento da flexão cervical, devido à compressão de raízes cervicais, acarretando fadiga muscular, dores lombares e parestesias de extremidades. Assim gera uma parestesia (formigamento das mãos) https://www.youtube.com/watch?v=qMUUPwXLJBU ↳ O aumento da flexão cervical causa compressão de raízes cervicais que originam os nervos ulnar e mediano, acarretando fadiga muscular, dores lombares e cervicais e parestesias de extremidades. ↳ “ G r u p a m e n t o s m u s c u l a r e s q u e ordinariamente não têm função nítida ou constante passam a atuar, estirando-se e contraindo-se, e sua fadiga responde pelas dores cervicais e lombares, queixa comum.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) Sistema músculo esquelético ➜ Mobilidade nas articulações sacroilíacas, sacrococcígenas e púbica, já que o bebê precisa passar pela vagina ➜ Objetivo de fazer a ampliação do canal de parto ➜ Pode causar dor ↳ Muito diferente da dor de parto ↳ Paciente relata a dor na vagina ↳ Pacientes muito jovens têm um pouco mais de sintomatologia ↳ Começa meio para o fim da gestação ➜ Regridem imediatamente após o parto a até no máximo 5 meses ➜ Tudo isso para receber a criança. As dores não melhoram com analgésicos, logo não adianta fazer o uso Sistema digestivo ➜ Náuseas e vômitos ↳ “A base f isiológica das náuseas, habitualmente matinais, é desconhecida, embora possa estar relacionada com níveis crescentes de gonadotrofina coriônica humana (hCG) e de estrogênios.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ↳ Meclin®, Plasil e Bromoprida a priori ↳ Pode ser dado o Vonau em casos mais incômodos e persistentes, refratários ↪ Hiperêmese gravídica ➤ Náuseas e vômitos graves durante a gestação que resultam em desidratação, perda ponderal e cetose. Devendo ser internada ➜ Todo o sistema digestivo está lentificado ↳ A progesterona lentifica o sistema digestório ↳ Tende a ter constipação ↪ A depender do grau da constipação faz-se uma conduta. Se for apenas constipação inicial pode ser usado óleo mineral 100% 10ml de 8/8h. Se for muito alto, pode-se utilizar supositório de glicerina 15 a 20min ➜ Redução da contratilidade da vesícula ➜ Relaxamento do esfíncter esofagiano inferior ↳ Queixa de pirose ➜ Aumento da salivação (sialorêeia) ➜ Redução do pH da boca ➜ Gengivas hipertrofiadas e friáveis Sistem sanguíneo ➜ Volume plasmático aumenta em 40% ➜ Reduz-se hemoglobina, por ela estar hemodiluida, havendo uma anemia dilucional fisiológica ➜ Aumento da produção de hemácias com aumento da demanda de ferro ➜ Queda dos níveis hematimétricos ➜ L e u c o c i t o s e c o m p r e d o m í n i o d e polimorfonucleados, principalmente no terceiro trimenstre e no pós parto imediato Valores normais de hemoglobina de hematócrito 1º trimestre 11,0 33% 2º trimestre 10,5 32% 3º trimestre 11,0 33% ↳ Leucócitos em torno de 14.000, por isso olhar outros parâmetros como os bastões. Se estiverem presentes com os leucócitos fala-se mais a favor de infecções (leucocitose com desvio à esquerda) ➜ Pode haver queda discreta nas plaquetas ↳ Abaixo de 100.000 preocupa-se ➜ Aumento dos fatores de coagulação e do fibrinogênio, assim toda gestante é mais propícia de fazer fibrose ➜ Redução da atividade fibrinolítica ↳ Mais propensa a trombose e embolia pulmonar ➜ Fatores de coagulação: estão de uma m a n e i r a g e r a l a u m e n t a d o e o s anticoagulantes estão diminuídos, o que c o n f e r e a g r a v i d e z u m E s t a d o d e Hipercoagulabilidade ↳ Estágio de hipercoagulabilidade para que não haja choque hipovolêmico no parto ↳ Estado de hipercoagulabilidade começa a se reverter 1 hora após o parto ↪ Mulheres com trombofilia utiliza-se clexane para que ela não faça trombose ou embolia na gravidez. A trombolfilia, na grávida, é uma das principais causas de óbito intrauterino e de abortamento, pois a gestante ao soltar um êmbolo interrompe a circulação materno-fetal Adaptações cardiovasculares ➜ Maiores alterações hemodinâmicas: ➜ Aumento do DC (7L/min – 40/50%) ➜ O acréscimo significativo da frequência cardíaca já pode ser observado na gestação de 5 semanas, e isso contribui para a elevação do débito cardíaco ➜ Aumento do volume sanguíneo ↳ Essas alterações já aparentes no início da gestação, alcançam o seu máximo no 3º trimestre (28 a 32 semanas) e permanecem relativamente constantes até o parto. Além disso, contribuem para o ótimo crescimento e desenvolvimento do feto e protegema mãe das perdas fisiológicas de sangue no parto. ↪ Sistema renina-angiotensina-aldosterona regula isso ➜ Vasodilatação periférica, provavelmente consequência do aumento do óxido nítrico ➜ Aumento da frequência cardíaca (10 - 15 bpm mais rápido) (até 28 a 32 sem) ➜ Diminuição da pressão arterial no 2º trimestre ↳ 3º trimestre: PA se eleva e se normaliza no termo ↪ A pressão venosa nos membros inferiores aumenta cerca de três vezes, em virtude da compressão das veias pélvicas pelo útero ➜ Edema periférico ➜ Turgência jugular ➜ Ápice deslocado para esquerda ➜ Estase venosa ➜ Síndrome da Hipotensão Supina ↳ A partir da 20 semanas, o útero gravídico impede o retorno venoso ao coração (exerce compressão sobre os vasos pélvicos em especial veia cava inferior), na posição supina, com consequente hipotensão supina, às vezes apresentando perda da consciência ↳ DC restaurado quase automaticamente em decúbito lateral esquerdo ➜ Resumo sistema cardiovascular ↳ Vasodilatação periférica ↳ Aumento da Fc em 10 a 15bpm ↳ Aumento do volume sistólico ↳ Aumento do DC em 2L/mim ↳ Queda da PA em até 20mmHg ↳ Desdobramento de B1 ↳ Sopro sistólico Parto normal Cesariana Perda de 500ml de sangue Perda de 1000ml de sangue ↳ O aumento do volume uterino faz compressão da Veia Cava Inferior e dos vasos pélvicos ↳ Aumento da pressão nos MMII e edema e varizes ↳ Redução do retorno venoso ↳ Hipotensão ortostática Sistema urinário ➜ Elevação e aumento no volume dos rins ↳ Como aumenta o volume circulante, aumenta-se a TFG e assim, trabalha muito d i latando. USG tem-se hidronefrose, principalmente à direita, pois é o lado em que o ureter fica mais exposto à compressão vesical (no lado esquerdo o ureter repousa sob o sigmoide fazendo-se uma proteção) ↪ Pode haver insuficiência renal, por não conseguir escoar a urina para a bexiga, fazendo-se cateter duplo J, que consiste em um stent introduzido no canal ureteral com o objetivo de permitir o fluxo adequado da urina do rim para a bexiga ➜ Aumento da TFG, levando a: ↳ Glicosúria fisiológica ↳ Proteinúria normal até 300mg/dL em 24 horas ↳ Redução sérica da creatinina. (VR: 0,5 A 0,8mg/dL) ↳ Dilatação do ureter ↳ Redução da contratilidade vesical pela progesterona ↳ Compressão vesical pelo repouso do útero sobre a bexiga gerando polaciúria e muitas vezes incontinência urinária Sistema respiratório ➜ Elevação do diafragma (cerca de 4cm superiormente), sem perda da função, pois a Progesterona estimula o centro respiratório, aumentando o volume corrente e promovendo uma hiperventilação, responsável pela falsa sensação de dispnéia. ↳ O volume do bebê pressionou o diafragma para cima, fazendo uma respiração mais curta de acordo com o tamanho que o diafragma consegue movimentar, já que o útero ocupou aquele espaço ➜ Consumo de O2 aumenta em 20% ➜ Queixa de dispneia esta presente em 60-70% ↳ No entanto a saturação de O2 está normal ➜ Gasometria ↳ Aumento do consumo de oxigênio e da PaO2 ↳ Hiperventilação, com eliminação de CO2, leva a constante alcalose respiratória ↳ Para compensar essa alcalose respiratória os rins elevam secreção de bicarbonato para manter pH normal Função da tireoide ➜ As alterações fisiológicas da tireoide na gravidez são consideráveis e podem ser confundidas com a própria doença ➜ Inicialmente ocorre estímulo da tireóide devido aos altos níveis de hCG, com redução temporária dos níveis de TSH, aumentando T3, T4 livre ↳ Tendência de diminuir medicação se Hipotiroidismo ➜ A partir do inicio segundo trimestre da gestação, volta as doses normais se Hipotiroidismo ➜ O T4 livre materno é transferido para o feto durante toda a gravidez e é importante para o desenvolvimento normal do cérebro fetal, sendo especialmente relevante antes de a tireoide fetal começar a concentrar iodo e sintetizar o hormônio da tireoide, o que ocorre por volta das 12 semanas de gravidez. ➜ Os níveis de TSH recomendados na gravidez pela American Thyroid Association (2011) são: 0,1 a 2,5 mUI/ℓ no 1º trimestre; 0,2 a 3,0 mUI/ℓ no 2º trimestre; e 0,3 a 3,0 mUI/ℓ no 3º trimestre. Em relação aos níveis de T4 livre, há divergências, mas podem ser adotados valores entre 0,8 e 2,0 ou 0,9 e 2,0 ng/dℓ. Adaptações metabólicas ➜ Feto exige nutrição do organismo materno – 150kcal por dia a mais para suprir a maior gasto energético e necessidade do feto. ➜ Feto necessita de glicose e aminoácidos para o seu crescimento, extraindo-os da mãe constantemente, sendo isso um parasitismo verdadeiro. ➜ Hiperinsulinemia + resistência periférica a insulina – mantém certo grau de hiperglicemia materna para que não falte glicose para o feto. ↳ “A fim de prover suprimento ininterrupto de glicose e de aminoácidos para o concepto, a gestante faz ajustes importantes: deixa de consumir a glicose de modo indiscriminado, e, à medida que a gravidez se desenvolve, seu uso periférico diminui, graças à elaboração de hormônios contrainsulares pela placenta.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ↪ “A grávida exibe aumento na resistência à insulina ao fim do 2º trimestre, podendo chegar à aproximadamente 80% no termo. Níveis elevados de hormônio lactogênio placentário humano (hPL), hormônio do crescimento placentário humano (hPGH) e adipocinas (leptina, adiponectina, fator de necrose tumoral alfa [TNF-α], interleucina [IL]-6) estão implicados no processo.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ “O efeito inibitório da insulina na lipólise é significativamente reduzido durante o 3o trimestre quando comparado ao de outras fases do ciclo gestatório.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ “A gravidez avançada caracteriza-se por mudanças em seu metabolismo no que se refere à preservação de glicose, graças à utilização dos lipídios. A liberação excessiva de ácidos graxos também ajuda a reduzir o uso da gl icose materna.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) Metabolismo lipídico ➜ “A placenta é praticamente impermeável aos lipídios, exceto aos AGL e aos corpos cetôn icos. Não obstante , a l te rações marcantes no metabolismo lipídico materno durante a gestação têm importantes implicações no crescimento fetal. Duas alterações consistentes no metabolismo materno durante a gestação são o acúmulo de l ipídios nos tecidos da gestante e a hiperlipidemia gestacional.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ Metabolismo do tecido adiposo materno ➜"O aumento do peso materno durante a gestação corresponde ao crescimento da unidade fetoplacentária e ao acúmulo dos seus próprios tecidos, especialmente o relacionado com a elevação de lipídios nos d e p ó s i t o s d e g o r d u r a . ” ( R E Z E N D E OBSTETRÍCIA) ➜"A tendência de acumular gordura cessa durante o último trimestre da gravidez, quando o metabolismo lipídico transmuda-se para estado catabólico, em virtude de diversas alterações coincidentes no tecido adiposo, como: ➜ Redução rápida do aumento da atividade lipogênica ➜ Aumento da atividade lipolítica, talvez comandada pelo hPL por ação similar à do hormônio do crescimento.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ Hiperlipidemia materna ↳"Durante a gravidez normal há aumento constante nos triglicerídios plasmáticos e pequeno acréscimo no colesterol. […] A produção acentuada dos triglicerídios VLDL e sua remoção diminuída da circulação em deco r rênc ia da menor a t i v i dade da lipoproteína lipase (LPL) no tecido adiposo são as principais responsáveis pelo aumento dos triglicerídios VLDL durante a gestação.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ↳ Benefícios da hipertrigliceridemia materna para o feto ↪ “Muito embora os TG não cruzem a barreira p l acen tá r i a , o f e to bene f i c i a - se da hipertrigliceridemia materna: ➤ Sob condições de jejum, o fígado materno mostra aumento da atividade da LPL, tornando-se órgão receptor de triglicerídios circulantes usados como substrato para a síntese de corpos cetônicos, eesses compostos rapidamente difundem-se pela placenta e são usados pelo feto ➤ A atividade da l ipase na placenta disponibiliza ao feto os ácidos graxos essenc ia i s (AGE) p roven ien tes dos triglicerídios maternos. A lipase da placenta hidrolisa os triglicerídios maternos, e os AGL liberados podem alcançar o feto para serem reconvertidos em triglicerídios ➤ A indução da LPL nas mamas por volta do parto dirige triglicerídios circulantes para essa glândula, visando à produção de leite (ver Figura 5.2). Por esse mecanismo, AGE da dieta materna que circulam como triglicerídios podem se tornar disponíveis para o lactente. ” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ Ácidos graxos essenciais ↳ “Os AGE referem-se a lipídios que não podem ser sintetizados pelo organismo e devem provir da alimentação ↳ Ômega 3 e ômega 6 são requeridas para funções fisiológicas, incluindo transporte de oxigênio, armazenamento de energia, atuação na membrana celular e regulação da inflamação e da proliferação celular. ↳ Os AGE são necessários para o desenvolvimento da unidade fetoplacentária no início da gestação ↳ O ácido docosa-hexaenoico (DHA), um tipo de ômega-3 vital para a homeostase materna, assim como o desenvolvimento do cérebro e da retina fetal durante todo o 3º trimestre. ↳ Os AGE são benéficos para a mãe por prevenirem doenças cardiovasculares, câncer do colo e doenças imunológicas, assim como são indispensáveis para o desenvolvimento cerebral e visual do concepto. ↳ As principais fontes de ômega-3 são peixes gordurosos de água fria (salmão, atum), truta, sardinha, ostra, mariscos, óleos de linhaça e de canola, nozes e rúcula.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) Metabolismo proteico ➜ A concentração da maioria dos aminoácidos está reduzida na gravidez. ➜ As proteínas totais, embora aumentem em valores absolutos pela hemodi lu ição p lasmát ica, têm suas concentrações diminuídas. Metabolismo hidroeletrolítico ➜ Alteração mais notável → Retenção de líquidos (8 a 10L – intra e extracelular), responsável pelo aumento do volume plasmático e consequentemente: ➜ Aumento do débito cardíaco ➜ Aumento do fluxo plasmático renal ➜ Mecanismo → Retenção de sódio (maior secreção de aldosterona pela suprarrenal, a d e s p e i t o d o e f e i t o n a t r i u r é t i c o d a progesterona) ➜ Taxa de filtração glomerular aumenta em torno de 50% → sistema renina-angiotensina (mecanismo compensatório para conservar o sódio) ↳ S i s t e m a r e n i n a - a n g i o t e n s i n a - aldosterona ↪ Renina (elaborada pelo aparelho justaglomerular renal) → estimulando secreção de aldosterona (córtex suprarrenal), via angiotensina. ↪ Aldosterona é responsável pelo aumento da reabsorção tubular de sódio, preservando a homeostase materna → hiperaldosteronismo secundário da gravidez ➤ O sódio deve ser conservado para prover quant idade adicional indispensável à expansão tecidual e dos compartimentos líquidos durante a gestação. ➜ R e t e n ç ã o d e l í q u i d o ( f a t o r e s responsáveis): ↳ Retenção de sódio (25 g ou 60 g cloreto de sódio) ↳ Osmolaridade total diminuída (gestante aceita, sem elevar a diurese) ↳ Diminuição do limiar de sede (gestante ingere líquido com baixa osmolaridade) ↳ Redução da pressão oncótica (devido diminuição da albumina) ↳ Consequentemente os líquidos conseguem atravessar mais facilmente as membranas ajudando na retenção de líquido, havendo como consequência ↪ Redução na concentração de hemoglobina ↪ Redução do hematócrito ↪ Diminuição da concentração de albumina ↪ Aumento do débito cardíaco ↪ Elevação do fluxo plasmático renal ↪ Edema periférico ➜ O acúmulo do volume plasmático tem interferência direta na interpretação dos exames hematológicos durante a gravidez, pois esse acréscimo é maior na gravidez gemelar e menor naquela complicada por crescimento intrauterino restrito (CIR) e pré- eclâmpsia. Metabolismo do cálcio ➜ “O nível de cálcio no soro é rigorosamente regulado e mantido nos limites normais pelo hormônio da paratireoide ou paratormônio (PTH) e pela vitamina D. (…) O PTH, estimulado pela hipocalcemia e inibido pela hipercalcemia, influencia o metabolismo do cálcio pela reabsorção óssea e pela formação de vitamina D3” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ “A calcitonina é um hormônio peptídico de 32 aminoácidos elaborado pelas células parafoliculares da tireoide. Ela age como antagonista fisiológico de PTH, impedindo a elevação do cálcio acima dos níveis normais.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ “Na gravidez, uma grande quantidade de cálcio (e de fósforo) é transferida contra gradiente de concentração da mãe para o feto (transporte ativo), com acúmulo de 25 a 30 g de cálcio no termo. Para isso, a absorção de cálcio no intestino dobra na gravidez, consequência também do nível duplamente elevado de vitamina D3 de origem placentária e materna renal. A vitamina D3 elevada abre os canais de cálcio voltagem-dependentes na membrana dos enterócitos e é, dessa maneira, responsável pela maior absorção do elemento.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ➜ “Durante a lactação, a perda diária de cálcio pelo leite é de 220 a 340 mg. Os níveis de PTHrP de or igem mamária estão significativamente elevados na lactante e são responsáveis pela desmineralização do seu esqueleto, por estímulo à reabsorção tubular renal de cálcio e por supressão do PTH.” (REZENDE OBSTETRÍCIA) Metabolismo hídrico ➜ Ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona ➜ Resumo Consequências: ↳ Aumento do volume plasmático ↳ Aumento do débito cardíaco ↳ Ganho de peso ponderal ↳ Edema em membros inferiores Sistema nervoso central ➜ Progesterona exerce efeito depressor do SNC ➜ Sintomas de sonolência, fadiga e lentidão psicomotora ➜ Alteração na qualidade do sono tanto pela ação da progesterona, quanto pela falta de posição para dormir Útero ➜ O estrogênio age sobre o útero provocando amolecimento e hiperplasia e hipertrofia celular. O estrogênio que faz crescer o útero ➜ Inicialmente o crescimento é desigual - Maior no lado em que o feto se implanta ➜ Colo - Posterior afinamento, chegando a 1,5cm a termo ➜ Aumento da espessura do endométrio ➜ Contrações de Braxton-Hicks ↳ Contrações que não tem a capacidade de modificar o colo do útero. São as contrações de treinamento ➜ Útero responsivo a ocitocina - Hormônio responsável pela contratilidade uterina tanto no momento das contrações quanto no pós parto para evitar hipotonia uterina ➜ Aumento do fluxo sanguíneo em 10% do habitual, principalmente do fluxo placentário ➜ O colo fica mais posterior, secretora e amolecido (sinal de Gooder) sob a influência dos estrogênios e da progesterona ➜ O estrogenio favorece a eversão do epitélio colunar ➜ O muco cervical torna-se viscoso e espesso ➜ Crescimento uterino ↳ “Nos primeiros 2 meses o útero é exclusivamente pélvico. Com 12 semanas, torna-se perceptível ao palpar abdominal, o que depende do panículo adiposo e da musculatura da parede. O crescimento subsequente pode ser acompanhado, mês a mês, delimitando-se o fundo e medindo-se a altura em relação à sínfise púbica” (REZENDE OBSTETRÍCIA) ↳ O aumento do tamanho do útero é acompanhado por elevação de 10 vezes no seu fluxo sanguíneo Vagina ➜ Aumento da vascularização (sinal de Kluge) ➜ Aumento do comprimento e da largura ➜ Hipertrofia glandular e descamação ➜ pH mais ácido do que o existente na mulher não gestante, para proteger contra a infecção ascendente. Vulva ➜ Hipervascularização - Coloração arroxeada - Sinal de Jacquemier-Chadwick Trompas e ovários ➜ Trompas aumentam de volume ➜ Ovário aumenta de volume no início da gravidez ➜ Corpo lúteo efetivo até a 7ª semana de gestação
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