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Prematuridade Trabalho de parto prematuro (TPP) Contrações uterinas que resultam em alterações do colo uterino antes de 37 semanas ou 259 dias Prematuridade ou pré termo: Qualquer nascimento que ocorre de 20 a 37 semanas ➜ Normalmente antes de 20 semanas é abortamento assim como feto de menos de 500g Critérios clínicos para o diagnóstico do TPP são: ➜ Quatro ou mais contrações uterinas rítmicas e dolorosas em 20 minutos (min), ou 8 ou mais contrações em 60 min ➜ Deve ser feito um exame físico ↳ Deve ser feito por meio de dinâmica na barriga, devendo-se colocar a mão na barriga avaliar se há concentração, tempo de duração, intensidade da contração e o número de contrações em 10 a 20 minutos ↳ É preciso fazer o toque, pois é o que define se a contração é capaz de modificar o colo do útero, pois se não há contrações, mostrará que elas não são eficazes a ponto de modificar ↳ D i la tação cerv ica l ≥ 3 cm e /ou amolecimento, centralização e apagamento ≥ 80% para definir trabalho de parto prematuro ↪ Se houver uma dilatação < 3 é uma chance de inibir a paciente antes do trabalho de parto prematuro ser instaurado. Logo, toda mínima dilatação deve ser levada em consideração, principalmente na paciente nulípara ↳ 80% dos partos prematuros acontecem espontaneamente como resultado do trabalho de parto prematuro (50%) ou de rpmo (30%) e/ou intercorrências maternos ou fetais (20% - Prematuridade eletiva) Intercorrências: ➜ Gestação múltiplas (10 - 30%) ➜ Pré eclampsia /eclampsia(12%) ➜ Sangramentos vaginais - placenta previa e descolamento prematuro de placenta (6 - 9%) ➜ Restrição de crescimento fetal (2 - 4%) ➜ Outras (8 - 9%) Epidemiologia ➜ OMS: ↳ 15 milhões de recém nascidos prematuros ↳ 10% dos partos ↳ Principal causa de morte em crianças com < 5anos ↳ Brasil: Prematuro moderado a tardio são a maioria dos prematuros Etiologia e fisiopatogenia ➜ Quatro principais mecânicos patogênicos deflagram o parto prematuro ↳ Ativação prematura do HHA materno ou fetal (estresse) Prematuro extremo < 28 semanas Muito prematuro 28 - 31 semanas Prematuro moderado 32 - 34 semanas Prematuro tardio 34 - 36 semanas + 6 dias ↪ A isquemia útero-placentária que ativa o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal liberando hormônio adenocorticotrófico. Assim há liberação de cortisol o qual libera hormônio l iberador da corticotrofina, que l ibera prostaglandinas o que causa o apagamento do colo da paciente, ou seja, redução do colo que é o primeiro sinal para deflagrar o trabalho de parto prematuro. Assim, uma mulher que nunca teve filhos, não começa dilatando o colo do útero, mas sim amolecendo e afinando antes de dilatar (a multípara apaga e dilata ao mesmo tempo) ↪ Estresse e depressão estão associados à ativação do eixo, havendo duas vezes mais chance de desenvolver parto prematuro ↳ Resposta inflamatória exagerada, infecção e/ou alteração do microbioma do trato genital ↪ Lactobacilos flora predominante e sua redução se correlaciona inversamente com a idade gestacional no parto ↪ Os lactobacilos na vagina mantém o equilíbrio e ao desequilibrar há uma chance aumentada de desenvolver trabalho de parto. Por isso importante avaliar pH vaginal, vaginose, tipos de corrimento ➤ Flora normal tem 75% de chance menor de resolver um trabalho de parto prematuro ↳ Hemorragia decidual Pac ien te com sangramento vag ina l , principalmente no 2º e 3º trimestre, seja por descolamento da placenta, placenta prévia. Esse sangramento em contato com o útero e com as membranas causa reação inflamatória que estimula a contração uterina ou a ruptura das membranas amnióticas ↪ Proteases e cadeias livres de Hb ativam a imunidade inata e desencadeiam o processo inflamatório causa TPP e RPMO ↳ Distensão uterina patológica ↪ Útero que está crescendo muito, levando ao estiramento, distensão da musculatura do órgão que interrompe as junções e ativa receptores de ocitocina, levando à produção de citocinas inflamatórias que irritam o útero e desencadeiam TPP ↪ Pode ser desencadeado por: ➤ Gestação múltipla ➤ Polidramnia ➤ Ascite/ edemas Fatores de risco ➜ Sociodemográficos e obstétricos ↳ Etnia negra → Estatisticamente ↳ Idade materna ↪ Se < 18 anos (adolescentes) → A possível i m a t u r i d a d e f i s i o l ó g i c a e f a t o r e s socioeconômicos aumentam o risco para gestantes adolescentes ➤ Muitas vezes o órgão não está totalmente capaz de receber uma gestação ↪ Se > 40 anos → Maior prevalência de doenças crônicas (d iabetes mel l i tus, hipertensão arterial e tireoidopatias) ↳ Estado nutricional ↪ Desnutrição ↳ Baixo nível sociocultural ↪ Devido ao acesso precário ao pré-natal ↳ Cirurgia cervical prévia ↪ Principalmente em pacientes que passaram por conização, perdendo uma parte do colo uterino, logo qualquer acontecimento, não há comprimento para segurar a gestação ↪ Incompetência istmo-cervical → Quando o orifício interno do colo não tem competência para segurar a gestação até o final ↪ Diagnóstico ➤ Exame clínico e ultrassonográfico, avaliar as condições do colo uterino. Mecanismos determinam o esvaecimento cervical muito antes que o TPP ou RPMO se tornem evidentes ➤ Se a USTV: Confirmar colo curto, realizar cerclagem ➔ Se o colo do útero < 25mm pode-se intervir com progesterona ou com cercarem profilática (“amarra o colo do útero”) ↳ Malformações uterinas/leiomiomas ↪ Malformação congênita – útero bicorno, septado, infantil ↪ Quando viável, reparar por via cirúrgica. ↪ Leiomioma – único (> 5 cm) ou múltiplos – o tipo submucoso oferece maior risco → Avaliar correção cirúrgica ↳ Alterações cervicais precoces ↪ Realizar cerclagem entre 14 e 16 semanas de gestação ↳ Colo uterino curto ↪ Administrar progesterona natural 200 mcg/ dia, por via vaginal a partir da 16ª semana até a 36ª semana. ↪ USTV 18ª e 24ª semanas para identificar se há encurtamento do colo (≤ 25 mm) → Realizar cerclagem até a 24ª semana. Normalmente solicita-se juntamente com o morfológico fetal ↪ Prevenção na gestação ↳ Sobredistensão uterina ↪ Gestação múltipla – responsável por 17% dos nascimentos antes da 37ª semana e por 23% antes da 32ª semana de gestação ↪ Identificar a Corionicidade, ou seja, quantas placentas a paciente tem e a depender, há idade que irá interromper (Monocoriônica/ M o n o a m n i ó t i c a o u M o n o c o r i ô n i c a / Diamniótica): pré-natal de alto risco ↪ Não há intervenção que reduza o risco de prematuridade na gestação gemelar, inclusive progesterona ↳ Tabagismo ↪ Orientar sobre os efeitos e propor ações para reduzir ou abolir o uso de cigarros. ↳ Álcool e substâncias ilícitas ↪ Orientar sobre os efeitos e a importância de se abolir o consumo de álcool desde cerca de três meses antes da concepção ↪ Encaminhar as situações de drogadição para serviços de apoio ↳ Doença periodontal ↪ Qualquer tipo de infecção pode causar TPP ↪ Avaliação e conduta odontológica ↳ Assistência pré-natal ausente ou inadequada ↪ Avaliação multidisciplinar ↳ Intervalo interparto curto ↪ R e c o m e n d a r q u e o i n t e r v a l o intergestacional deve ser de cerca de 18 meses ↳ ITU/bacteriúria assintomática ↪ Realizar rastreamento e quando positivo efetuar o tratamento e seu controle. ↳ Infecção genital ↪ Gonorrhea, sífilis, Trichomonas vaginalis, espécies de ureaplasma e Haemophilus influenzae não encapsulado. ↪ Realizar rastreamento e, quando positivo, tratar adequadamente a paciente e o parceiro (quando IST – infecção sexualmente transmissível) ↳ Trabalho estafante ↪ Identificar e propor ações que reduzam o excesso de atividade ou alterem os turnos de trabalho ↳ Alto nível de estresse ↪ Identificar o tipo de estresse e propor ações para abolir ou reduzir seus efeitos Prevenção ➜ 3 ações: ↳ Profilaxia dainfecção pelo estreptococo grupo B ↳ Acelerar a maturidade pulmonar fetal ↳ Propiciar neuroproteção fetal ↳ O estreptococo do grupo B ↪ Qual e quando administrar: ➤ Dose inicial: Penicilina G 5 milhões de unidades, via intravenosa ➤ Dose de manutenção: 2,5 a 3 milhões de unidades, IV a cada 4 h, até o clampeamento do cordão umbilical ↪ Ampicilina. – Dose inicial: 2 g, via intravenosa ➤ Dose de manutenção: 1 g, via intravenosa, a cada 4 h, até o clampeamento do cordão umbilical ↪ Em situações de alergia à penicilina a indicação é pela cefazolina – 2g, IV a cada 8h –, ou pela clindamicina – 900 mg IV a cada 8h ↳ Maturidade pulmonar ↪ Antes de 34 semanas não há maturidade pulmonar, por não fazer produção de surfactante, fazendo taquipneia, tem Reduz risco de sepse neonatal precoce dificuldade de respiração, assim, utiliza-se corticoteapia ↪ A corticoterapia tem comprovada eficácia e segurança na indução da maturidade pulmonar fetal e na prevenção da síndrome do desconforto respiratório, da hemorragia intraventricular e da enterocolite necrosante ↪ Potencialização do efeito do surfactante exógeno no período neonatal ↪ Quando administrar: Quando há risco de parto prematuro espontâneo ou terapêutico nos próximos 7 dias ↪ Corticoterapia ➤ Esquema terapêutico: existem dois esquemas possíveis de administração do corticosteroide. ➤ Betametasona: 12mg via intramuscular a cada 24 h por 2 dias ➤ Dexametasona: 6mg via intramuscular a cada 12 h por 2 dias ➤ Obtém-se maior eficácia do corticosteroide quando a resolução da gestação ocorre de 1 - 7 dias após o término do esquema ➤ Ciclo único ➔ Repetição pode resultar em complicações fetais em longo prazo ➔ Dose de resgate (segundo ciclo) se, após 7 dias do primeiro ciclo, houver alto risco de parto antes da 32 semanas ➤ Há evidências que justifiquem corticoterapia 34 - 36 6/7 semanas ➤ Pacientes sem contraindicações ➤ Não inibir TPP ou adiar condutas ➤ Cuidado pós natal ↳ Promover a neuroproteção fetal - Sulfato de magnésio ↪ A principal ação do sulfato de magnésio em fetos que nascem prematuros é reduzir a incidência e a gravidade da paralisia cerebral. ↪ Quando administrar: quando se prevê que o parto ocorrerá nas próximas 24 h e a idade gestacional for inferior a 32 semanas de gestação. ↪ Esquema de Zuspan (4 g de sulfato de magnésio, 50% IV bólus, lentamente, seguido de 1 a 2 g/hora BIC ↪ Contraindicações: Gestantes portadoras de miastenia graves e comprometimento miocárdico ou defeitos de condução cardíaca decorrentes de seus efeitos anti-inotrópicos Tratamento ➜ Principal Objetivo ↳ Prolongar a gestação por até 48h, em gestantes com risco de parto prematuro ↳ Assegurar tempo para transporte da gestante ↳ Prolongar a gestação (se for seguro fazê- lo) quando estão presentes condições subjacentes e autolimitadas que podem desencadear o TPP, como pielonefrite ou cirurgia abdominal ↳ As gestantes que mais se beneficiam com a tocólise são as que se encontram no início do TPP (dilatação cervical inferior a 4 cm) e com idade gestacional entre 24 e 34 semanas ➜ Limites - A ACOG e a Society For Maternal-Fetal Medicine ↳ Recomendam ↪ Não realizar tocólise antes de 24 semanas de gestação, mas consideram seu uso na 23ª semana, em circunstâncias individuais. ↪ Limite superior: 34ª semana de gestação define o limite em que a morbimortalidade perinatal é suficientemente baixa para que não se justifiquem possíveis complicações e custos maternos/fetais ➜ Tocolítico - Nifedipino ↳ Esquemas terapêuticos: ↪ Dose inicial: 10 mg, via oral, a cada 20 min (até 4 doses); ou 20 mg em dose única. ↪ Dose de manutenção (se necessário): 20 mg, após 90-120min da dose inicial e manter 20 mg, a cada 4 - 8h até 72 h ↪ Esquema 2 ➤ Dose inicial: 20mg (2 cápsulas), via oral, seguida de 10 - 20mg, a cada 4 - 6h ➔ Efeitos colaterais: rubor facial, náuseas, cefaleia e hipotensão ➔ CI: Evitar o uso em gestantes portadoras de cardiopatias e hipertensão arterial Abordagens ineficientes ➜ Baixa eficácia de inibição: MGSO4 e ATOSIBAN ➜ Medidas: Repouso no leito, hidratação e sedação ➜ Obs: O repouso prolongado e hospitalizado aumenta o risco de eventos tromboembólicos ➜ Suplementação com progesterona: Gestantes em TPP sem benefícios
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