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Práticas Contábeis

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Práticas Contábeis: Fundamentos
Introdução
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Olá, estudante. Seja bem-vindo ao conhecimento da contabilidade. Aproveite! 
Ao observarmos as práticas contábeis, de maneira mais convencional, é possível entender como uma empresa é constituída, quais as responsabilidades serão atribuídas aos sócios e de que forma esta organização empresarial pode ser, porventura, extinta. Estes procedimentos indicam que qualquer organização empresarial utiliza ferramentas essenciais para determinar, pelas vias da formalidade jurídica/contábil, qual o seu ciclo de existência e os resultados administrativos almejados 
Espera-se que você, ao final da aula, consiga compreender os conceitos e interpretações referentes à Estrutura do Contrato Social, assim como as ideias referentes ao procedimento de Abertura e Encerramento de uma empresa, por meio de aplicações práticas. 
É muito importante a sua disciplina neste momento de autoestudo para que, juntos, possamos atingir os principais objetivos da disciplina. 
Agora é com você! Conte sempre comigo e bons estudos.
Estrutura do contrato social
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Ao longo dos séculos cultuou-se a ideia de que o homem tinha o direito de exercer as suas “liberdades individuais” e constituir um modelo social que fosse mais benéfico para a conservação do seu estado natural de existência. Esta condição primitiva, pautada na resistência física humana, prevaleceu até o momento em que se percebeu a necessidade de agregação, que de acordo com Rousseau (2021, p. 30), resultaria de uma
“soma de forças que pudesse triunfar sobre a resistência, que os envolvesse em uma causa motivadora e os fizesse agir em colaboração” (ROUSSEAU, 2021, p. 30). 
Sendo assim, é perceptível que as relações entre pessoas em busca de um objetivo mais expressivo (seja no âmbito familiar ou empresarial, dentre outros) são uma prática antiga e norteiam a formulação de leis que servem de sustentação para os contratos formalizados e estabelecidos atualmente. 
Tratando especificamente do processo relacionado à Constituição de uma Empresa no Brasil, é possível verificar quatro pilares básicos, conforme se observa na Figura 1: 
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Figura 1 | Procedimentos e ciclos de uma empresa. Fonte: elaborada pelo autor.
Segundo Teixeira (2022), o Contrato Social é a ação formalizada que constitui uma sociedade empresarial por intermédio de um instrumento público ou privado. É neste documento estruturado que estarão inseridas as cláusulas facultativas e obrigatórias com base nas vontades manifestadas pelos sócios. 
Importante frisar, que as Cláusulas Obrigatórias são aquelas estipuladas nas leis e decretos vigentes no Brasil, enquanto as Cláusulas Facultativas têm caráter meramente gerencial, ou seja, a sua utilização está a critério dos sócios e do modelo de sociedade empresarial estabelecido. 
A próxima etapa está relacionada diretamente à Abertura da Empresa, caracterizada por ser o processo que visa assegurar a regularização da organização empresarial para que atue de forma plena. Para Teixeira (2022), parafraseando o Código Civil (Art.1.150), as empresas, ao serem concebidas, precisam registrar as suas atividades empresariais no Registro Público de Empresas Mercantis 
De acordo com Teixeira (2022), o Registro Empresarial está pautado na Lei 8934/94, o qual é executado e administrado pelas Juntas Comerciais Estaduais. Tais Juntas são integradas ao Departamento de Registro Empresarial e Integração (DREI), que consiste em um órgão central hierarquicamente superior com a função de supervisionar e estabelecer normas. Por sua vez, o DREI faz parte de uma organização mais abrangente denominada de Sistema Nacional de Registro das Empresas Mercantis (SINREM). A Figura 2 sintetiza cada uma destas estâncias: 
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Figura 2 | Estrutura dos registros públicos de empresas mercantis. Fonte: elaborada pelo autor.
Os processos de alteração de uma empresa consistem nas mudanças a serem efetivadas no contrato social com o objetivo de alterar cláusulas no momento em que a organização empresarial apresentar alguma nova situação. A Figura 3 simboliza os principais tipos de alterações contratuais comuns às empresas:
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Figura 3 | Tipos de alterações contratuais. Fonte: elaborada pelo autor.
O processo de encerramento de empresas (dissolução), segundo Almeida (2016, p. 56), consiste
“na prática pela qual se extingue uma sociedade comercial”.
Esta decisão pode ser sintetizada em dois tipos, conforme se observa na Figura 4: 
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Figura 4 | Causas determinantes de dissolução da sociedade empresária. Fonte: elaborada pelo autor.
A Dissolução de Pleno Direito ocorrerá mesmo se não houver a vontade das partes (sócios), entretanto a Dissolução Judicial ocorrerá decorrente de uma sentença judicial determinada.
Procedimentos de abertura de empresas
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A ideia de formar sociedades é uma prática colaborativa exercida pelo homem, ao longo dos séculos, por ser uma alternativa vantajosa de sobrevivência. Trazendo este conhecimento para o ambiente contábil e empresarial, é possível inseri-lo no processo que envolve a Estrutura do Contrato Social, aliado ao ciclo que envolve a Abertura, a Alteração e o Encerramento de uma empresa. 
Porém, você pode estar se questionando: como interpretar cada um destes conceitos de maneira mais aprofundada? Bem, é importante ressaltar, caro estudante, que o Contrato Social se estrutura por Cláusulas Obrigatórias e Facultativas. A Figura 5 sintetiza as principais cláusulas a serem inseridas em um Contrato: 
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Figura 5 | Cláusulas obrigatórias e facultativas. Fonte: elaborada pelo autor.
Cláusulas Obrigatórias 
O Nome Empresarial é regulamentado pela Lei 8.934/94, evidencia a nomenclatura de uma firma social e se caracteriza por apresentar o termo Limitada ao final (LTDA). Por sua vez, o Capital Social, segundo Hoog (2008), simboliza o total de recursos pactuados e subscritos pelos sócios da sociedade limitada direcionados ao exercício das atividades da empresa. 
As Obrigações diante das quotas indicam que os sócios detêm direitos de negociação sobre as quotas sociais, de acordo com o contrato social estabelecido. Porém, estes mesmos sócios têm obrigações junto à sociedade empresarial. No que se refere ao Estabelecimento Empresarial, de acordo com Belnoski (2004), pode ser visto como um conjunto de bens tangíveis e intangíveis que formam a sociedade empresarial, além de especificar qual será o endereço para a realização das atividades da empresa. 
O Objeto Social indica qual atividade econômica será desenvolvida para que os lucros sejam efetivamente gerados. A Duração da Sociedade Limitada indica que, se os sócios assim preferirem, a sociedade pode ser constituída por tempo determinado ou por tempo indeterminado, cabe a eles decidirem o quanto querem que a empresa fique operando. Por fim, o Foro Competente, que indicará onde serão ajuizadas as ações referentes à sociedade, naquilo que está relacionado à sua dissolução e relação com os sócios. 
Cláusulas Facultativas 
No que se refere às estruturas das cláusulas facultativas, presentes em um contrato social, é possível observar as principais análises, conforme se visualiza no Quadro 1:
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Quadro 1 | Estruturas de cláusulas facultativas. Fonte elaborada pelo autor.
A Abertura de uma Empresa está relacionada ao registro das suas atividades no Registro Público de Empresas Mercantis, composto basicamente pelas Juntas Comerciais e o DREI, que formam o SINREM. 
De acordo com Teixeira (2022, p. 97), as Juntas Comerciais estão presentes em cada estado brasileiro e visam, dentre outros aspectos, a
“dar garantia, publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos empresariais”.
Já o DREI pode ser interpretado como o responsável pela concepção e regularização dos novos empreendimentos comerciais e possíveis modificações futuras em seus registros. 
Já a Alteração
Contratual da Empresa se trata de um processo com determinado nível de complexidade e necessita do apoio de um profissional especializado na área (Contador). O Quadro 2 traz as principais situações 
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Quadro 2 | Situações de alteração contratual. Fonte: elaborado pelo autor.
Sobre o Encerramento de Empresas, é preciso entender que a Dissolução de uma Sociedade Empresária (Pleno Direito ou por Vias Judiciais), é interpretada com vistas nas suas respectivas motivações, conforme se visualiza na Figura 6: 
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Procedimentos de alteração e encerramento de empresa
Ao longo do nosso estudo, ficou evidente como ocorre o ciclo de funcionamento de uma empresa, seguindo algumas fases que se iniciam com a formulação de um Contrato Social, aliado ao processo de Abertura, Alteração e Encerramento das atividades empresariais. Porém, um questionamento pode ser realizado: Como esses conceitos podem ser abordados, do ponto de vista prático? Vamos trazer um exemplo prático abordado pelo JUCEC (Junta Comercial do Estado do Ceará), que trata da formulação de um Contrato Social, como pode ser visualizado na Figura 7: 
Figura 7 | Modelo básico de contrato social. Fonte JUCEC ([s. d.]).
Como entender a utilização deste modelo? É preciso frisar, caro estudante, que um modelo de Contrato Social pode ser adquirido no site da Junta Comercial Estadual à qual a empresa esteja cadastrada. De acordo com o site do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), para ser considerado como válido, o Contrato Social precisa da anuência de um advogado, exceto nos casos que envolvem Micro e Pequenas Empresas, que dispensam a sua assinatura.  
Vamos imaginar, por exemplo, que um grupo de economistas e administradores resolvam criar uma consultoria empresarial: Quais os passos básicos para formular uma Contrato Social? Bem, vale salientar que este documento é a ferramenta mais relevante a ser utilizada no início das atividades empresariais, pois nele precisam estar definidos, de maneira clara, basicamente os seguintes itens:  
1. Quais são os interesses das partes?
2. Quais os objetivos da empresa?
3. Como ocorrerá a integralização das cotas e qual o aspecto societário será descrito?  
Como podemos analisar as Alterações Contratuais de uma Empresa na prática? Vamos trazer um exemplo prático abordado pela Junta Comercial do Estado De Pernambuco (JUCEP), que trata da formulação de um documento de Alteração Contratual, como pode ser Observado na Figura 8:  
Figura 8 | Modelo básico de alteração contratual. Fonte: JUCEP ([s. d.]).
O que podemos analisar deste documento? Voltaremos ao exemplo da Consultoria Empresarial citada anteriormente: Vamos imaginar agora que a empresa permitiu a entrada de novos sócios, apresentou um novo Administrador Sênior para gerenciar o negócio e criou uma filial. Quais os procedimentos a serem realizados?  
Bem, as alterações ocorridas em uma empresa de Sociedade Limitada são caracterizadas basicamente pelas mudanças estruturais que ela pode sofrer ao longo do seu crescimento. Algumas alterações são mais corriqueiras, como, por exemplo:  
1. Nome empresarial.
2. Objeto social.
3. Endereço.
4. Abertura de filiais. 
Entretanto, outras mudanças vão exigir um nível maior de complexidade na análise e estão relacionadas, por exemplo, a:  
1. Alteração no administrador.
2. Mudanças no foro.
3. Aumento ou redução no capital social.
4. Divisão das quotas.
5. Entrada de novos sócios. 
Importante que você, caro estudante, perceba que as alterações que precisam ser realizadas requerem um nível de atenção e responsabilidade para que não tragam problemas para o futuro da organização.  
Por fim, qual o processo que envolve o Encerramento de uma Empresa na prática? Vamos trazer um exemplo abordado pela REDESIM (Sistemas Informatizados necessários para Registrar e Legalizar Empresas e Negócios), que trata das etapas para que uma organização seja encerrada, como pode ser observado na Figura 9: 
Figura 9 | Etapas para o encerramento de uma empresa. Fonte: REDESIM ([s. d.]).
O Empreendedorismo é uma das marcas da Economia Brasileira e simboliza como os fatores micro e macroeconômicos são primordiais para que novas empresas sejam abertas. Certamente, uma grande parcela destas empresas são Microempresas Individuais (MEI), graças à simplificação tributária e menor nível de burocracia, o que ilustra bem o cenário empresarial do Brasil atualmente. Mas como estes aspectos podem ser visualizados no nosso cotidiano? Bem, segue a sugestão de leitura da reportagem Brasil tem mais de 2 milhões de novas empresas abertas no 1º semestre de 2022, produzida pela CNN, abordando a quantidade de empresas abertas neste período e como os MEIs se tornaram a principal modalidade de empreendedorismo no Brasil. 
Introdução
Olá, estudante!  
Seguindo com nosso aprendizado, nesta aula trataremos sobre os tipos societários estabelecidos no Código Civil e previstos no Direito brasileiro. Ao observarmos de forma mais convencional, é possível compreender a tipologia societária mais adequada ao ramo de atividade proposto, a relação entre o empresariado e a sua respectiva sociedade, além da importância da Sociedade Anônima dentro deste contexto. Estes aspectos indicam que qualquer organização empresarial vai ser identificada pelas particularidades que cada tipo social apresenta.  
Espera-se que você, ao final da aula, consiga compreender os conceitos e interpretações referentes aos Tipos Societários Brasileiros, assim como a relação entre Empresário e sociedade empresária segundo o Código Civil; além da ideia referente a Sociedade Anônima e à Lei 6.404/76, por meio de aplicações práticas. 
É muito importante a sua disciplina neste momento de autoestudo para que, juntos, possamos atingir os principais objetivos da disciplina. Agora é com você! Conte sempre comigo e bons estudos. 
Tipos societários brasileiros
Quando se trata de organização empresarial e os seus principais pressupostos constitucionais, é preciso entender a sua origem. Segundo Oliveira (2020), as práticas comerciais foram evoluindo ao longo de séculos, partindo da fase em que as produções e trocas eram esporádicas para determinados grupos sociais até se tornarem mais concentradas e sofisticadas, ao ponto de surgir a necessidade de estabelecer normas e estatutos comerciais que disciplinassem, de forma mais específica, como ocorreriam a produção e circulação de bens e serviços, naquilo que se refere a empresas. 
Tratando especificamente da legislação brasileira, é possível observar, que a Constituição Federal traz pressupostos jurídico-empresariais que atribuem às entidades privadas ou públicas explorar as atividades econômicas de maneira autônoma. Dentro deste contexto se faz necessário identificar o modelo societário mais adequado para determinada empresa; é a partir daí que se compreende o que de fato é um Tipo Societário. 
Bem, Tipo Societário consiste basicamente na maneira de constituir e formalizar em empresa. De acordo como Chagas (2018), o regime jurídico da sociedade empresarial se condicionará ao tipo societário selecionado para a estruturação da empresa (Princípio da Tipicidade). Importante frisar que o Código Civil (2002) traz um rol taxativo das 5 principais tipologias societárias, conforme se visualiza no Quadro 1: 
Figura 1 | Principais tipos societários. Fonte: Brasil (2002).
Outro aspecto que precisa ser conceituado é a figura do empresário, com base no Código Civil Brasileiro (Artigo 966). Segundo Teixeira (2021), é possível conceituar o empresário como o indivíduo que consegue exercer, de forma profissional, a atividade econômica organizada para a circulação ou produção de serviços e bens. A Figura 1 demonstra como o empresário atua como uma ativador econômico ao integrar capitalistas, trabalhadores e consumidores: 
Figura 1 | Ligações do empresário dentro do sistema econômico. Fonte: Teixeira (2021).
De acordo com Berk & DeMarzo (2009, p. 44), pela lei brasileira (Código Civil), uma sociedade é formada no momento
em que um conjunto de pessoas desejam colaborar com serviços e bens, visando à execução da atividade econômica, e compartilhar os possíveis resultados entre si, o que corresponde a uma pessoa jurídica de direito privado.  
A Sociedade Empresária consiste na junção de duas ou mais pessoas com objetivo em comum para exercer uma atividade econômica. É possível notar que a sua formação depende da formulação de um contrato social, que tem por objetivo estabelecer o começo das obrigações dos sócios e, posteriormente, as condições para a extinção das responsabilidades sociais (Art. 997, CC, 2002).   
Naquilo que se refere à Sociedade Anônima é preciso frisar, que esta modalidade de sociedade está regida pela Lei 6.404/76, assim como o Código Civil (BRASIL, 2002), que determina a sua inclusão no rol das Sociedades Empresárias.    
Conceitualmente, Sociedade Anônima pode ser definida como a companhia que terá o seu capital dividido em ações, na qual a responsabilidade dos acionistas ou sócios estará limitada aos preços referentes à emissão destas ações adquiridas ou subscritas. Um ponto a ser evidenciado é o fato de a Sociedade Anônima ser constituída de duas formas (Subscrição Pública ou Privada), conforme se observa na Figura 2: 
Figura 2 | Constituição de uma Sociedade Anônima. Fonte: Brasil (1976).
Empresário e sociedade empresária segundo o código civil
Os Tipos Societários vão indicar a forma como uma empresa será constituída, ou seja, qual modalidade será adotada para a formalização da organização empresarial. Aliado a isto é possível atestar a importância do empresário como o executor das atividades empresariais, além do embasamento jurídico (Código Civil) que norteia as Sociedades Empresariais, mais especificamente, a Sociedade Anônima (Lei 6404/76).   
Porém, como estes conceitos podem ser interpretados de forma mais aprofundada? Bem, é importante ressaltar, que os Tipos Societários apresentam características que serão determinantes na escolha de um modelo de empresa.  Vamos verificar cada um deles:  
· Segundo Ashikaga (2003), a Sociedade de Nome Coletivo pode ser analisada como um modelo de baixa aderência, pois há uma exigência que os sócios sejam pessoas físicas e que respondam, de maneira solidária e ilimitada, pelas atividades executadas pela empresa. 
· A Sociedade em Comandita Simples se caracteriza por dispor de duas categorias: os comanditados, que são responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados somente pelo valor da sua cota (Art. 1.045, CC, 2002). 
· A Sociedade em Comandita por ações indica a responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada dos diretores ou gerentes pelas obrigações sociais (Art. 1.090, CC, 2002). 
· No caso da Sociedade Limitada, todos respondem solidariamente pela integralização do capital social, mesmo com a responsabilidade sendo limitada ao valor de suas cotas (Art. 1.052, CC, 2002). 
· A Sociedade Anônima pode ser constituída após o atendimento de 3 requisitos: A Subscrição, ao menos por dois indivíduos, de todas as ações em que houver divisão do capital social fixado no estatuto; a Realização, como entrada mínima de 10% referente ao preço de emissão das ações que foram subscritas em dinheiro; Depósito, realizado por um estabelecimento bancário que tenha seu funcionamento autorizado pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), da parte do capital realizado em dinheiro.  
Quanto à análise das características do empresário, é preciso interpretar os elementos que o compõem. De acordo com Teixeira (2021), estes elementos podem ser subdivididos em grupos específicos, conforme se observa na Figura 3: 
Figura 3 | Elementos característicos do empresário. Fonte: Teixeira (2021).
É importante frisar, que a Sociedade Empresária, mesmo sendo regida por legislações específicas, deve ser analisada com base no Código Civil (BRASIL, 2002) como um esforço dos indivíduos, com base em um contrato social, que visa, dentre outros objetivos, à obtenção de lucros. 
E o que podemos observar em relação à Sociedade Anônima? Bem, de acordo com a Lei 6404/76 (Art. 2, § 1º), esta modalidade de sociedade pode ser interpretada ao analisarmos o seu objeto social ao afirmar que “Qualquer que seja o objeto, a companhia é mercantil e se rege pelas leis e usos do comércio”, ou seja, uma Sociedade Anônima visa atender sempre os seus interesses comerciais.  
Outro aspecto que pode ser analisado é o fato de que o “estatuto social definirá o objeto de modo preciso e completo” (Art. 2, § 2º). Isto pode ser interpretado como um fator positivo do uso de um contrato social para reger o funcionamento de uma sociedade anônima.  
Outro aspecto a ser analisado é o fato de que “Uma companhia pode ter por objetivo participar de outras sociedades” (Art. 2, § 3º). Mesmo que não esteja previsto no estatuto social, uma sociedade anônima pode participar em outras sociedades para obter benefícios ou incentivos fiscais.
Sociedade anônima e a lei 6.404/76
Durante o nosso estudo, ficou claro como os Tipos Societários estão inseridos dentro do rol taxativo das Sociedades Empresárias, já que eles determinam qual será a modalidade de empresa utilizado, a depender do ramo de atividade econômica exercido. Dentro deste contexto, observamos como o empresário atua e quais são as características básicas de uma Sociedade Anônima, já que possui aspectos inseridos em uma legislação mais específica. 
Porém, você pode estar se perguntando: como esses conceitos podem ser abordados, na prática? Vamos observar um exemplo prático de uma Sociedade em Nome Coletivo e suas respectivas características, conforme pode ser visualizado na Figura 4: 
Figura 4 | Sociedade em Nome Coletivo. Fonte: elaborada pelo autor.
Este modelo de sociedade empresária precisa ser registrado na Junta Comercial Estadual, na forma de um Contrato Social. A Gillete do Brasil utilizou esta forma de sociedade durante muitos anos, principalmente por conta dos benefícios fiscais oferecidos. Outra vantagem da Sociedade em Nome Coletivo é o fato de as quotas pertencentes aos sócios não poderem ser penhoradas para a quitação de dívidas pessoais contraídas por eles (Art. 1.043, CC, 2002).   
Na Sociedade em Comandita Simples, é importante lembrar que a empresa estará dividida em duas partes: Comanditados e Comanditários. Imagine, por exemplo, que no momento em que a organização empresarial iniciar os seus trabalhos, esta subdivisão será delimitada evidenciando a funcionalidade de cada ente descrito no contrato. A Figura 5 traz os aspectos da sociedade em comandita simples, considerando o ponto de vista prático: 
Figura 5 | Sociedade em Comandita Simples. Fonte: Lima ([s. d.]).
A Sociedade em Comandita por ações, que se caracteriza basicamente pela divisão do seu capital de cotas, exerce uma série de ações práticas que indicam o funcionamento deste modelo. É possível, por exemplo, desenvolver uma comandita por ações formada por um capital social de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais): Tal capital pode ser subdividido em 1000 quotas, com valores fixados em R$ 1.000,00 (um mil reais) cada uma, direcionadas aos seus respectivos sócios. 
Vale frisar, que as ações podem ser classificadas em 3 tipos (preferenciais, ordinárias e fruição), de acordo com o Art. 1.090 do Código Civil. A Figura 6 evidência quais são estas práticas usuais e como os sócios atuam: 
Figura 6 | Sociedade em Comandita por ações. Fonte: Lima ([s. d.]).
O conceito referente à Sociedade Limitada pode ser observado no momento em que uma empresa começa a ser composta: Importante que você saiba, que uma sociedade limitada possui investimento financiado por todos os sócios, considerando a possibilidade de outras empresas participarem da sua formação.  
Considere, por exemplo, que uma empresa deseja ser uma Sociedade Limitada: quais procedimentos precisam ser realizados? Bem, a Figura 7 traz um rol de ações que os sócios precisam executar para a organização empresarial e os aspectos deste modelo de sociedade, no exercício das suas funções. 
Figura 7 | Sociedade
Limitada. Fonte: Lima ([s. d.]).
Por fim, temos a Sociedade Anônima, que, na prática, pode ser vista como uma sociedade que possui características bem definidas. Imagine uma Sociedade Anônima em funcionamento com um Capital Social de R$1.000.000: Quais seriam os atos a serem praticados neste tipo de organização? Bem, a Figura 8 sintetiza como funciona o ciclo de uma Sociedade Anônima.
Figura 8 | Sociedade Anônima. Fonte: Lima ([s. d.]).
Vimos que, para cada tipo de sociedade, existe uma estrutura, tipos de contrato social, número de sócios. A legislação brasileira é ampla, permitindo que grupos se organizem para empreender.
A Sociedade Anônima é um dos tipos societários mais presentes no ramo empresarial brasileiro e caracteriza-se pela fácil adequação aos mais diferentes ramos de atividade econômica. Curiosamente, um dos setores que vem aderindo a esta modalidade societária é o futebol, que tem se transformado em Sociedades Anônimas como uma alternativa de se revitalizar financeiramente, com investidores, os clubes tradicionais brasileiros que se encontram com excesso de dívidas. Mas como estes aspectos podem ser visualizados na prática? Bem, segue a sugestão de leitura da reportagem O que é SAF, modelo que virou sensação no futebol brasileiro? produzida pela UOL, abordando o conceito de SAF, evidenciando as vantagens e riscos desta modalidade de empresa e qual a perspectiva dos clubes quanto a essa nova formar de gestão esportiva.  
Introdução
O Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) simboliza um marco dentro das Práticas Contábeis, pois constitui um avanço na informatização da relação entre os contribuintes e o fisco. De um modo mais generalista, observou-se uma modernização sistêmica da execução das obrigações acessórias e a validação jurídica dos documentos eletrônicos pelo uso da certificação digital.  
Espera-se que você, ao final da aula, consiga compreender os conceitos, interpretações e os aspectos práticos referentes às Obrigações acessórias de uma empresa, assim como o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), composto pelo SPED Contábil e Fiscal; além do entendimento sobre o cruzamento de informações.  
É muito importante a sua disciplina neste momento de autoestudo para que, juntos, possamos atingir os principais objetivos da disciplina. Agora é com você! Conte sempre comigo e bons estudos. 
Obrigações acessórias de uma empresa
As Práticas Contábeis se caracterizaram, ao longo do tempo, pela sua capacidade de mudança e adaptação às inovações tecnológicas. Diante desta afirmativa, segue um questionamento: você consegue imaginar, diante de um cenário de cruzamento informacional constante, algum procedimento contábil atual (Emissão de uma DARF ou Escrituração de Livros) sendo realizado de forma manual? Bem, parece algo inimaginável, mas há algum tempo atrás ocorria desta maneira. 
O ponto de mudança ocorre a partir da introdução do chamado “Projeto SPED”, que simbolizou basicamente a mudança da utilização do documento físico para o digital. De acordo com o Decreto (6022/07, Art. 2), o SPED é o sistema que unifica as seguintes atividades, conforme se visualiza na Figura 1: 
Figura 1 | Atividade do SPED. Fonte: Brasil (2007).
Todas estas ações ocorrem nos livros e documentos que fazem parte da escrituração contábil - fiscal das empresas, fazendo uso do fluxo único e computadorizado de informações.  
Um aspecto importante que devemos observar, é o fato de que o SPED modernizou todo o funcionamento do sistema contábil e fiscal das empresas brasileiras, incluindo a execução das obrigações acessórias, que atendem as determinações legais e tributárias de uma organização empresarial. Segundo Gomes (2021), as Obrigações Acessórias podem ser definidas como instrumentos executados pelas empresas e adotados pela autoridade fiscal para viabilizar o controle e a investigação e garantir o recolhimento de tributos.  
Basicamente, as obrigações acessórias são emitidas ao longo do ano em forma de relatórios, em sua maioria eletrônicos, para os diferentes órgãos governamentais presentes nas três esferas institucionais (Municipal, Estadual e Federal). A depender da modalidade tributária, é possível verificar alguns exemplos destas obrigações, conforme se visualiza na Figura 2:  
Figura 2 | Modalidade tributária e obrigações acessórias. Fonte: elaborada pelo autor.
Como você pode notar, as obrigações acessórias estão presentes nas mais diversas modalidades jurídicas. Entretanto, voltando a tratar do “Projeto SPED”, vale destacar a atuação específica do SPED Fiscal e Contábil e as suas respectivas características.   
De acordo com a Receita Federal do Brasil (2022), o SPED Fiscal consiste no documento que substituiu a Declaração das Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), desde 2014. Emitida mensalmente ao órgão fiscalizador competente, neste arquivo estarão todos os dados dos contribuintes referentes ao fisco, que consiste basicamente nos documentos fiscais e na verificação de impostos referentes às operações executadas por ele.   
Já o SPED Contábil, segundo a Receita Federal do Brasil (2022), é a obrigação acessória integralizada pela Escrituração Contábil Digital (ECD) e tem por objetivo realizar a substituição da escrituração em papel (manual) pela escrituração enviada via arquivo (digital). A Figura 3 traz os livros a serem transmitidos, na versão digital, via ECD: 
Figura 3 | Livros digitalizados pela escrituração contábil digital. Fonte: RFB (2022).
Dentro deste contexto, você pode estar se questionando: já que o processo de envio é digitalizado, qual a possibilidade de haver cruzamento de informações utilizando o SPED? Bem, é preciso entender que o Cruzamento de Informações é um processo que está baseado no Código Tributário Nacional (Lei 5172/66, Art. 199), conforme se visualiza na Figura 4: 
Figura 4 | Base jurídica para o cruzamento de dados. Fonte: COVRE (2011).
Neste contexto, observamos que todas as atividades referentes ao fisco brasileiro, a que todas as empresas estão sujeitas, encontram tutela em dispositivos legais.
Sistema público de escrituração digital (SPED) - composição do sped contábil e do sped fiscal
A introdução do Projeto SPED, dentro da Contabilidade, representou a evolução informacional das escriturações contábeis, de uma maneira geral. A mudança dos processos manuais para os digitalizados trouxe um dinamismo operacional na execução das obrigações acessórias das empresas, agilizou a Escrituração Fiscal quanto à Contábil e permitiu que houvesse um cruzamento de informações mais célere entre estes sistemas.  
Porém, como estes conceitos podem ser interpretados de forma mais aprofundada? Bem, é importante ressaltar, que as Obrigações Acessórias estão diretamente atreladas à modalidade tributária ao qual a empresa está inserida. Isto nos leva à conclusão de que as obrigações pertinentes ao Simples Nacional, por exemplo, podem ser interpretadas de uma forma mais abrangente, conforme se observa na Figura 5: 
Figura 5 | Obrigações acessórias (Simples Nacional). Fonte: Simples Nacional ([s. d.]).
Quando se trata de Lucro Presumido como uma modalidade tributária que abrange mais obrigações que o Simples Nacional, pode ser interpretada conforme se observa a Figura 6: 
Figura 6 | Obrigações acessórias (Lucro Presumido). Fonte: elaborada pelo autor.
É possível analisar também o Lucro Real como a modalidade tributária com maior nível de complexidade, se comparada ao Lucro Presumido e ao Simples Nacional e pode ser observada na Figura 7: 
Figura 7 | Obrigações acessórias (Lucro Real). Fonte: SINTEGRA ([s. d.]), Brasil (2021) e Brasil ([s. d.]).
Ao tratarmos do SPED Fiscal e Contábil, é preciso analisá-los levando em consideração as suas respectivas delimitações e funcionalidades. Vamos começar falando do SPED Fiscal, que, pelo preenchimento da Escrituração Contábil Fiscal, vai abranger uma série de organizações empresariais, considerando a sua modalidade tributária.  
De acordo com a Receita Federal do Brasil, todas as pessoas jurídicas tributadas pelo
lucro real, arbitrado ou presumido, são obrigadas ao preenchimento da Escrituração Contábil Fiscal (ECF), incluindo aquelas consideradas imunes e isentas. As exceções a esta norma podem ser observadas na Figura 8: 
Figura 8 | Exceções ao preenchimento do ECF. Fonte: RFB (2022).
E o que podemos observar em relação ao SPED Contábil? Bem, é preciso analisar que, além dos livros a serem escriturados e das pessoas jurídicas que deverão aderir a este sistema de escrituração, os prazos aos quais a Escrituração Contábil Digital está sujeita são essenciais. De acordo com o Art. 5º da Instrução Normativa RFB nº 1.420/2013, “a ECD será transmitida anualmente ao SPED até o último dia útil do mês de maio do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira a escrituração”.   
Ao analisarmos a relação do SPED com o Cruzamento de Dados, é possível observar algumas interpretações. De imediato, as empresas irão remeter informações fiscais ao Fisco, o que possibilitará à Receita Federal agir na identificação dos possíveis atos contraditórios e ilícitos nos documentos digitais. Importante frisar, que o desenvolvimento tecnológico permitiu que todas as informações fossem cruzadas eletronicamente no SPED, com um objetivo principal: Otimizar as auditorias e os resultados.   
Outro aspecto a ser evidenciado é o fato de o SPED promover a integração entre os entes fiscalizadores: com isso, o que se percebeu foi uma padronização das informações contábeis e fiscais, além da transmissão unificada dos dados. A Figura 9 traz informações dos cruzamentos eletrônicos mais comuns:
Figura 9 | Cruzamentos eletrônicos. Fonte: elaborada pelo autor.
Até aqui foi possível conhecer os regimes tributários disponíveis no sistema brasileiro, como também quais são as obrigações acessórias pertinentes em cada caso. Entretanto, a decisão de optar por um ou por outro regime, não cabe exclusivamente ao empreendedor, pois a legislação é clara sobre o volume de faturamento em cada tipo de regime, o que deve ser analisado anualmente.
Sistema público de escrituração digital (SPED) e o cruzamento de informações
Ao longo do nosso estudo, ficou claro como o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) representou a mudança na emissão dos documentos escriturados ao Fisco. Dentro deste contexto, observamos como as obrigações acessórias são executadas pelas empresas e utilizadas pela autoridade fiscal. Outro aspecto importante tratou da composição do SPED Contábil e do SPED Fiscal e como ocorre o cruzamento das informações dentro deste sistema.   
Porém, você pode estar se questionando: como esses conceitos podem ser demonstrados, na prática? Vamos visualizar um exemplo de uma Obrigação Acessória executada pelas empresas (DAS) e respectivas características, conforme pode ser observado na Figura 10: 
Figura 10 | Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). Fonte: Simples Nacional ([s. d.]).
A emissão do boleto de pagamento DAS ocorre ao acessar o site do Simples Nacional, na área dedicada ao PGDAS-D e DEFIS. É necessário um certificado digital ou um código de acesso, lembrando que, na inexistência do código, será possível criá-lo no mesmo portal. Após este procedimento:  
1. Realize o login com CNPJ ou CPF e o código de acesso.
2. Siga os passos simples e gere o boleto do DAS para que seja pago em bancos ou casas lotéricas (online ou presencialmente). 
E como ocorrem os processos relacionados ao Sistema Público de Escrituração Digital (SPED)? Bem, vamos verificar um exemplo prático que envolve a importação e a recuperação de Escriturações dentro do SPED Contábil e Fiscal. De acordo com o Manual ECF (2022), a importação da ECF segue alguns procedimentos, conforme se visualiza na Figura 11: 
Figura 11 | Importação da ECF. Fonte: Manual ECF.
Quando se trata da Recuperação da ECD, é preciso verificar alguns passos importantes durante o processo. Segundo o Manual ECF (2022), é preciso considerar que:   
1. A ECD a ser recuperada na ECF precisa ser aquela que foi transmitida ao SPED, ou seja, com escrituração ativa na base. 
2. A recuperação da ECD na ECF é obrigatória, considerando as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real. 
3. O programa da ECF exige a recuperação de arquivos ECD, independente dos arquivos necessários para abranger todo o período de ECF. 
E se o usuário do sistema desejar recuperar o ECF anterior? De acordo com o Manual ECF (2022), é preciso compreender que, para as empresas tributadas pelo Lucro Real, o programa da ECF obriga a recuperação da ECF do período imediatamente anterior. A Figura 12 traz as condições básicas para que a recuperação da ECF seja obrigatória: 
Figura 12 | Recuperação da ECF anterior. Fonte: Manual ECF.
E como ocorre o cruzamento de informações realizado pelo SPRED Contábil e Fiscal? Bem, para iniciarmos o cruzamento executado pela Receita Federal, é preciso realizar o processo de recuperação do arquivo digital da ECD para criar o arquivo ECF, conforme discutido anteriormente. A Figura 13 ilustra um dos principais documentos que facilitam este cruzamento: a Nota Fiscal Eletrônica. 
Figura 13 | Nota Fiscal Eletrônica. Fonte: Receita Federal do Brasil.
Importante ressaltar que o site da Receita Federal disponibiliza uma série de serviços, documentos e legislações que permitem aos usuários coletar informações e verificar possíveis distorções informacionais no cruzamento de dados e informações.
A tecnologia tem um papel preponderante dentro da Contabilidade, principalmente naquilo que se refere à desburocratização. Diante deste cenário, o Governo Federal brasileiro criou o e-Social, como um mecanismo que simplifica a prestação de informações referentes às obrigações trabalhistas, fiscais e previdenciárias, com o objetivo principal de reduzir a burocracia para dinamizar as ações das empresas. Normalmente, este sistema vem passando por uma série de melhorias, visando ampliar a eficiência, a efetividade e a eficácia dos processos contábeis e fiscais. Mas como este sistema busca promover um ambiente mais amigável para o usuário? Bem, segue a sugestão de leitura da reportagem Novo E-Social simplifica procedimentos para as empresas, produzida pelo G1 Radar do Comércio, evidenciando as vantagens, a abrangência e os grupos empresariais que podem usufruir dos benefícios do sistema E-social no Brasil.
Introdução
O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) é mais uma etapa evolutiva das Práticas Contábeis executadas no Brasil, naquilo que se refere principalmente à comunicação entre empregadores e o Governo Federal. De um modo geral, é possível notar que o eSocial unificou e simplificou as informações referentes aos trabalhadores e às obrigações imputadas aos empregadores. 
Espera-se que você, ao final da aula, consiga compreender os conceitos, interpretações e os aspectos práticos referentes ao Funcionamento e etapas do eSocial, assim como os seu respectivos Eventos, além das Declarações Integrantes deste sistema.  
É muito importante a sua disciplina neste momento de autoestudo para que, juntos, possamos atingir os principais objetivos da disciplina. Agora é com você! Conte sempre comigo e bons estudos.
Funcionamento e etapas do eSocial
O volume de informações fiscais, previdenciárias e trabalhistas gerado pelos empregadores, tem sido cada vez mais extensivo, considerando a possibilidade destes dados serem cruzados para a sua apuração mais eficaz. Dentro deste contexto, é preciso considerar a condição de que estas informações devem ser efetivamente transmitidas aos Órgãos Federais, para que os mesmos consigam fiscalizar as atividades executadas pelas empresas.  
Sendo assim, você pode estar se perguntando: como enviar tais informações referentes às obrigações, de maneira simplificada e rápida, ao mesmo tempo que a burocracia das empresas seja reduzida? Bem, com base nesta necessidade, o Governo Federal instituiu, pelo Decreto 8373/2014, o Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial), que traz o seu conceito exposto
na Figura 1: 
Figura 1 | Definição de eSocial. Fonte: Brasil (2014).
Um aspecto importante a que devemos nos atentar, é o fato de que o eSocial é uma plataforma online pela qual o Governo Federal consegue reunir informações em um só local, sejam pessoas físicas ou jurídicas. Certamente, o que observaremos é uma agilização maior dos processos, a garantia de eficácia na fiscalização e o cumprimento das obrigações acessórias.    
Dentro deste contexto, é preciso compreender como ocorre o Funcionamento e quais são as Etapas do eSocial. De acordo com o site GOV.BR, o funcionamento indica como as empresas irão transmitir as informações para a plataforma. Isto pode ser visualizado na Figura 2: 
Figura 2 | Funcionamento do eSocial. Fonte: Gov.br (2017).
De acordo com Gov.br (2017), as Etapas do eSocial são definidas como fases em que o eSocial foi dividido, contendo os eventos e um determinado cronograma evolutivo, conforme se visualiza na Figura 3: 
Figura 3 | Implantação do eSocial. Fonte: GOV.BR
Quanto aos Eventos do eSocial, é possível conceituá-los, segundo Pretti (2019), como ações que designam qualquer acontecimento dentro da área trabalhista e previdenciária. São divididos em 4 grandes grupos:  
· Eventos Iniciais: Representam as informações permanentes referentes ao empregador e aos vínculos empregatícios. Simbolizam a estrutura da empresa, o que acaba sendo necessário para a validação dos eventos periódicos e não periódicos inseridos nas fases posteriores.  
· Eventos de Tabela: Encaminhados após os eventos iniciais, os eventos de tabela simbolizam regras especificas que permitem validar informações.  
· Eventos Periódicos: Ocorrem com regularidade, ou seja, com periodicidade previamente definida. Devem ser remetidos até o dia 07 do mês subsequente à ocorrência do fato gerador.  
· Eventos Não Periódicos: Não possuem data específica para ocorrer, ou seja, sem periodicidade definida. Influenciam diretamente nos direitos e deveres no âmbito previdenciário, trabalhista e fiscal.  
Por fim, podemos definir as Declarações Integrantes do eSocial levando em consideração que este sistema simbolizará o processo de substituição destas declarações. Importante frisar, que as informações constantes no eSocial busca, dentre outros aspectos, busca evitar a redundância causada pelo grande número de declarações e formulários que ainda compõem o sistema.  
Bem, conceitualmente falando, a substituição de declarações e formulários, que está prevista no Decreto 8373/2014 (§ 1º do art. 2º), ocorrerá com base regulamentar de cada órgão ou ente, de acordo com a competência legal para a exigência dessas obrigações. A Figura 4 traz um rol taxativo de alguns sistemas de informação que serão substituídos pelo eSocial:  
Figura 4 | Substituição de declarações. Fonte: Pretti (2019).
Em breve, os sistemas integrados farão parte da vida social de todo trabalhador, facilitando a comunicação entre as empresas e as instituições governamentais.  
Eventos do eSocial
A introdução do eSocial no meio contábil simbolizou, basicamente, a unificação e a padronização das informações, de uma maneira geral. Dentro deste contexto, observamos que o funcionamento e as etapas do eSocial representam a forma de atuação e as fases aos quais esta plataforma está dividida para a execução de seu cronograma, ao mesmo tempo em que se propõem eventos como ações que designam os acontecimentos na área trabalhista e previdenciária. Por fim, visualizamos o processo de substituição ocorrido com as Declarações Integrantes do eSocial. 
Porém, como estes conceitos podem ser interpretados de uma forma mais aprofundada? Bem, é importante ressaltar, que o eSocial, ao ser instituído, se pauta em uma série de princípios que justificam a sua conceituação e funcionamento. Tais princípios estão dispostos no Decreto 8373/14, Artigo 3º, conforme se observa na Figura 5: 
Figura 5 | Princípios do eSocial. Fonte: Brasil (2014).
Ao tratarmos do Funcionamento e etapas do eSocial, é preciso interpretá-los considerando as suas respectivas características. Vamos começar observando que o sistema funciona fazendo uso de uma plataforma online cuja intenção é simplificar e integralizar a prestação de dados fiscais, trabalhistas e previdenciários de uma empresa. Todas estas práticas têm por objetivo reduzir a burocracia das empresas e aumentar o grau de produtividade do negócio.  
Observando o cenário atual para o eSocial, de acordo com Gabriel (2018), conclui-se que é preciso unificar e padronizar as informações que possuem envios diferenciados, o que acaba dificultando o controle do Fisco, por exemplo. 
Quanto às etapas do eSocial, é preciso analisar, de forma mais detalhada, o seu cronograma de implantação e a sua periodicidade. As tabelas da Figura 6 apresentam o cronograma de cada etapa, considerando as diferentes modalidades e eventos da organização empresarial.
Figura 6 | Cronograma de implantação. Fonte: GOV.BR (2017).
E o que podemos observar em relação aos Eventos do eSocial? Bem, é preciso observar que os eventos abordam informações extremamente importantes referentes aos mais diversos âmbitos de uma organização empresarial. Entenda que os eventos irão tratar das especificidades do empregador, das condições de trabalho, das informações trabalhistas e dos assuntos burocráticos ligados principalmente a encargos e tributos.  
Já discutimos anteriormente que os eventos se referem às situações ocorridas na área trabalhista e previdenciária, portanto é possível visualizar na Figura 7 alguns eventos e suas respectivas nomenclaturas. 
Figura 7 | Listagem de eventos. Fonte: Pretti (2019).
E como analisar as Declarações no eSocial? Bem, como já discutido anteriormente, o eSocial sintetiza informações e processos. De acordo com o Gov.br (2017), existem cerca de 15 obrigações tributárias, trabalhistas e previdenciárias que serão substituídas por meio do eSocial, ou seja, os empregadores utilizarão uma única forma de envio de dados e deverão comunicar aos órgãos do governo. 
De acordo com Pretti (2019), uma destas obrigações é GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de informações à Previdência Social), que será substituída pela DCTFWEB (Declaração de Débitos e Créditos Tributários federais e de Outras Entidades e Fundos). Enviando a DCTFWEB, espera-se obter as guias de recolhimento das contribuições Previdenciárias e de Imposto de Renda. Lembrando que o seu acesso ocorrerá pelo acesso ao portal e-CAC, pertencente à Receita Federal. 
Declarações integrantes do eSocial
Ao longo do nosso estudo, ficou evidente que eSocial simbolizou uma inovação quanto a unificação das informações referentes à escrituração das obrigações sociais e isto é um indicativo de que este sistema, de fato, padronizou a transmissão e a validação destas informações.  
Neste contexto, observamos como o Funcionamento possibilita o envio das informações para a plataforma e que as etapas são fases nas quais o eSocial se divide para a execução de seu cronograma. Outro aspecto importante é sobre os Eventos do eSocial, que representam os acontecimentos ocorridos nas áreas trabalhista e previdenciária, assim como as Declarações Integrantes, que vêm passando por um processo de unificação e substituição dentro do eSocial. 
Porém, você pode estar se perguntando: como esses conceitos podem ser efetivamente apresentados, na prática? Vamos pensar no Cadastramento do Empregador Doméstico: tudo começa com o acesso ao site do eSocial, conforme se observa, na Figura 8: 
Figura 8 | Acesso ao eSocial. Fonte: eSocial (2022, p. 18)
De acordo com o Manual do Empregador Doméstico (ESOCIAL, 2022), é preciso acessar o site, no qual serão disponibilizadas 3 alternativas básicas de acesso:  
1. Código de acesso.
2. Login gov.br (Níveis ouro ou prata).
3. Certificado digital. 
Em seguida, vem o processo de Cadastro do Empregador, conforme pode ser observado na Figura 9: 
Figura 9 | Cadastro do empregador. Fonte: eSocial (2022, p. 24)
Um aspecto importante a ser evidenciado se refere aos acessos aos sistemas CAEPF (Cadastro da Atividade Econômica
da Pessoa Física) e CNO (Cadastro Nacional de Obras), por meio do login do eSocial. De acordo com o Manual do Empregador (2022), estes sistemas são opções para os empregadores que não possuem certificado digital. Nestas condições, o usuário será direcionado para uma página externa da Receita Federal, na qual será permitida a inclusão ou alteração cadastral nestes sistemas.  
Vamos visualizar um exemplo prático de uma Admissão do Empregado Doméstico, conforme pode ser observado na Figura 10: 
Figura 10 | Cadastro do Empregado. Fonte: eSocial (2022, p. 29)
Como o processo ocorre? Segundo o Manual do Empregador Doméstico (ESOCIAL, 2022), a tela inicial de admissão vai solicitar informações cadastrais como o CPF, Data de Nascimento, Data de Admissão e Categoria do Empregado. Importante frisar que, para se acessar a tela seguinte, tais dados precisam ser idênticos aos que constam no banco de dados da Receita Federal do Brasil.  
Importante citar que deverão ser cadastrados no eSocial, até o fechamento da folha de pagamento da competência 10/2015, os empregados que foram admitidos antes de 1/10/2015, com o objetivo de que eles apareçam no fechamento da folha de pagamento desse mês. Já os empregados, admitidos a partir desta data, terão o registro no eSocial confirmado até um dia antes do começo das atividades. 
Agora vamos observar um exemplo prático de formulação da Folha de Pagamento, conforme pode ser observado na Figura 11: 
Figura 11 | Folha de pagamento. Fonte: eSocial (2022, p. 59)
De acordo com o Manual do Empregador Doméstico (ESOCIAL, 2022), o menu “Folha de Pagamentos” é visualizado mensalmente pelo empregador. Certamente, o usuário irá navegar pelas competências ao selecionar o ano e o mês, considerando as abas respectivas. A elaboração da Folha de pagamento mensal segue os seguintes procedimentos:  
1. Clicar na competência almejada para abrir a folha de pagamento. 
2. Clicando sobre o empregado, o usuário terá a oportunidade de:
· Editar a data de pagamento e valores de salário. 
· Adicionar vencimentos, outras parcelas remuneratórias e descontos.  
Faça bom uso dos sistemas e operações disponibilizadas. Além de ajudar no trabalho cotidiano das empresas, facilita a comunicação de dados e gera transparência, evitando possíveis fraudes.
A inserção do eSocial como o grande instrumento para a unificação e padronização das obrigações trabalhistas, previdenciárias e fiscais representou um marco dentro da Contabilidade Brasileira. Certamente, as informações e dados passaram a ser coletados com maior assertividade e maiores possibilidades de fiscalização. Outros aspectos que eSocial permite estão relacionados às informações dos acordos trabalhistas firmados entre empresas e funcionários durante este período de inserção.  
Mas como o eSocial facilita na busca de condenações trabalhistas, por exemplo? Bem, segue a sugestão de leitura da reportagem Empresas terão que inserir no eSocial dados de condenações trabalhistas, produzida pelo Valor Econômico, evidenciando a necessidade de inserir dados de condenações trabalhistas no eSocial, a partir de 2023.  
Práticas contábeis no ciclo das empresas
Podemos observar que a evolução das relações entre as pessoas serviu de base para a Constituição das Empresas, pela qual é possível visualizar os principais Tipos Societários. É notável que as empresas vêm passando por uma revolução tecnológica, na emissão de dados, fazendo uso da Contabilidade na era SPED e do eSocial.  
 A Constituição de uma Empresa baseia-se em 4 conceitos básicos, segundo Teixeira (2022):  
· Contrato Social: Ação estruturada em cláusulas, constitui uma sociedade empresarial por intermédio de um instrumento público ou privado. 
· Abertura: Garante a atuação plena da empresa por meio de sua regularização. 
· Alteração: Representa as mudanças a serem efetivadas no contrato social, se houver a incidência de fatos novos. 
· Encerramento: Extinção de uma sociedade comercial, podendo ocorrer por Pleno Direito ou por vias Judiciais.  
Tais conceitos podem se relacionar, conforme se observa na Figura 1.
Figura 1 | Ciclo Empresarial. Fonte: elaborada pelo autor.
Ainda dentro deste contexto, é preciso indicar qual modelo societário consegue ser adaptado para uma determinada organização. Sendo assim, é possível compreender o conceito de Tipos Societários como uma forma de formalizar e constituir uma empresa. Segundo Chagas (2018), o tipo societário escolhido pela estruturação da empresa vai condicionar o regime jurídico da sociedade empresarial, conforme determina o “Princípio da Tipicidade”.    
Sendo assim, é possível verificar no Código Civil Brasileiro (BRASIL, 2002) e visualizar as principais tipologias societárias, com as suas respectivas características, como consta na Figura 2: 
Figura 2 | Tipos Societários. Fonte: Brasil (2002).
As empresas exercem as suas práticas contábeis, atualmente, pautadas na modernização do sistema de escrituração. A Contabilidade na era SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), composto pelo SPED Contábil e Fiscal, representa um marco histórico na informatização da relação entre os contribuintes e o fisco. A Figura 3 traz aspectos deste sistema: 
Figura 3 | Conceitos de SPED. Fonte elaborada pelo autor.
Vale ressaltar que a DIPJ é emitida todo mês e nela constam os dados dos contribuintes referentes ao fisco. Outro ponto a ser notado é que no SPED Contábil os livros a serem digitalizados são: Livro Diário, Razão, Balancetes, Balanço e Fichas de Lançamento Comprobatórias. 
Ao tratarmos de modernização, observa-se que obrigações empresariais têm sido enviadas ao Governo Federal de maneira ágil e desburocratizada. Isto ocorreu graças à promulgação do Decreto 8373/2014, que inclui a instituição do eSocial. 
O Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial) unifica a prestação das informações que tratam da escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Sua finalidade é padronizar a transmissão, validação, armazenamento e distribuição de informações prestadas ao Governo Federal. A Figura 4 evidencia os princípios do eSocial. 
Figura 4 | Princípios do eSocial. Fonte: Brasil (2014).
Observa-se que a tecnologia tem contribuído para dar agilidade e transparência às informações econômicas e financeiras das organizações, sejam elas de qualquer tipo societário ou de regime tributário. O importante é definir com rigor pelo qual tipo de empresa deve ser aberta para seguir corretamente a legislação.
Estudo de caso
Aplicando os conceitos da legalização de empresas 
Uma consultoria contábil, especialista em soluções fiscais, trabalhistas e previdenciárias, destaca-se no mercado por oferecer serviços relacionados à abertura, alteração e encerramento de empresas. Você ocupa a função de consultor técnico nessa Consultoria Contábil e acaba sendo requisitado para algumas tarefas específicas em uma determinada empresa–cliente, que atua no ramo agrícola: Analisar a formulação do contrato social da organização, o tipo societário ao qual a empresa se enquadra, qual a atuação do SPED no setor Contábil e as informações que serão inseridas no eSocial. 
Na condição de consultor, percebe que a empresa-cliente atua há alguns anos como intermediadora comercial (compra e venda) de commodities, especialmente café, cacau e cravo. Seu capital é dividido em ações, cuja responsabilidade dos acionistas ou dos sócios está limitada aos preços referentes à emissão destas ações, apesar destas especificações não estarem expressas no Contrato Social. Ela participa de outras sociedades e visa atender interesses meramente comerciais, ainda que de maneira informal. 
Ao realizar uma análise inicial das necessidades da empresa, você acaba se deparando com algumas questões essenciais. De imediato observa que a empresa de Intermediação Comercial formulou um Contrato Social cuja interpretação é dúbia em relação às cláusulas estabelecidas. 
O segundo aspecto indicava que havia uma dúvida, por parte dos sócios e acionistas, em saber em qual
tipo societário a empresa-cliente se enquadrava, já que as ações não estavam expressas no Contrato Social formulado. 
O terceiro aspecto está relacionado ao fato de a empresa ainda não conseguir efetuar plenamente a transmissão dos livros no SPED Contábil, por falta de gente especializada no setor. Por fim, vale frisar que a organização precisa cadastrar seus colaboradores dentro do sistema eSocial. 
Você deverá definir um conjunto de ações intervencionistas na empresa-cliente visando estabelecer um perfil para ela e auxiliá-la na tomada de decisões mais assertivas dentro do mercado e oferecer ao seu cliente, um atendimento que será pautado em quatro quesitos: 
1. Realize uma descrição da avaliação mais adequada do Contrato Social para determinar quais são as Cláusulas Obrigatórias e Facultativas pertencentes à organização.
2. Exponha uma breve explanação que oriente a empresa-cliente no entendimento de qual o tipo societário ela está inserida, levando em consideração as suas práticas cotidianas relacionadas à divisão das ações, participação societária e fins comerciais. 
3. A partir das observações realizadas, indique como a empresa-cliente pode utilizar a evolução digital do setor Contábil (Recurso SPED Contábil, por exemplo) para realizar a transmissão dos seus livros contábeis digitalizados.  
4 – Considere o eSocial como o principal instrumento de envio das obrigações fiscais, trabalhistas e previdenciárias das empresas brasileiras. Portanto, aponte quais procedimentos a empresa-cliente deverá seguir para realizar o cadastramento dos seus colaboradores na plataforma.  
Reflita
A solução do Estudo de Caso, vai requerer de você, primeiramente, um entendimento básico sobre Contrato Social e seus aspectos. Para a realização de pesquisa sobre o assunto, consulte no site do SEBRAE um modelo de Contrato.  
Em seguida, é interessante ler o Código Civil Brasileiro, entre os artigos 1039 e 1092, que tratam dos Tipos Societários, para que você tenha embasamento teórico para compreender qual a modalidade societária que o Estudo de Caso propõe.  
O site da Receita Federal do Brasil, traz conceitos sobre o SPED, que é uma fonte importante de informações para que você consiga entender mais sobre Escrituração Digital Contábil e Fiscal.   
Por fim, vale buscar com mais detalhamentos as informações contidas do eSocial, que aborda uma série de processos relacionados ao funcionamento do sistema, inclusive sobre cadastramento de empregadores e empregados.   
Vale ressaltar que, além destas fontes extras de pesquisa, o conhecimento debatido ao longo da Unidade é essencial para a solução dos quesitos propostos.
Para a solução deste Estudo de Caso é preciso considerar quatro condições fundamentais: 
1. Entender o que são Cláusulas Obrigatórias e Facultativas.
2. Compreender o conceito básico de Tipo Societário e seu embasamento no Código Civil (BRASIL, 2002).
3. Verificar como a Contabilidade está inserida na era SPED e os seus benefícios em relação às empresas.
4. Entender o conceito do eSocial e seus princípios básicos.
O estudo exigiu que você buscasse no conteúdo estudado, ao longo da Unidade, os instrumentos necessários para a solução destas questões. 
Solução do quesito 1 
A empresa de Intermediação Comercial formulou um Contrato Social cuja interpretação é dúbia em relação às cláusulas estabelecidas. Importante frisar que as Cláusulas Obrigatórias são aquelas estipuladas nas leis e decretos vigentes no Brasil, enquanto as Cláusulas Facultativas têm caráter gerencial. Portanto, quando a empresa-cliente discutir sobre a duração da sociedade limitada, por exemplo, estará se referindo às cláusulas obrigatórias. Quando o assunto tratar de exclusão de sócios, por exemplo, estará se referindo às cláusulas facultativas. 
Solução do quesito 2 
O segundo aspecto indicava que havia uma dúvida, por parte dos sócios e acionistas, em saber qual Tipo Societário a empresa -cliente se enquadrava, já que as suas ações não estavam expressas no Contrato Social formulado. Bem, considerando que seu capital é dividido em ações, e a responsabilidade dos acionistas ou sócios está limitada aos preços referentes à emissão destas ações, visa atender interesses meramente comerciais e que a empresa participa de outras sociedades, conclui-se que a organização empresarial é uma Sociedade Anônima, regida pela lei 6404/1976, assim como o Código Civil (2002). 
Solução do quesito 3 
A análise a ser realizada por você, consultor, considera que a empresa ainda não consegue efetuar plenamente a transmissão dos livros no SPED Contábil, por falta de gente especializada no setor. Bem, o SPED Contábil é a obrigação acessória integralizada pela Escrituração Contábil Digital (ECD) e tem por objetivo realizar a substituição da escrituração em papel (manual), pela escrituração enviada via arquivo (digital).  O uso do SPED Contábil vai facilitar a transmissão dos livros a serem digitalizados, que são: Livro Diário, Razão, Balancetes, Balanço e Fichas de Lançamento Comprobatórias. 
Solução do quesito 4 
Outro aspecto que foi observado por você, consultor, indica que a organização precisava cadastrar seus colaboradores dentro do sistema eSocial. Ao acessar o site do eSocial utilizando o Código de Acesso, login gov.br (Níveis ouro ou prata) ou Certificado Digital, é possível verificar a tela inicial de admissão e solicitar informações cadastrais como o CPF, Data de Nascimento, Data de Admissão e Categoria do Empregado. Ao acessar a tela seguinte, tais dados precisam ser idênticos aos que constam no banco de dados da Receita Federal do Brasil. 
Síntese de Aprendizagem 
· A Constituição de uma Empresa baseia-se em 4 conceitos básicos: O Contrato Social, a abertura, a alteração e o Encerramento. 
· Os Tipos Societários são formas de formalizar e constituir uma empresa. 
· A Contabilidade na era SPED representa um marco histórico na informatização da relação entre os contribuintes e o fisco.  
·  O eSocial unifica a prestação das informações que tratam da escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. 
A Figura 5 sintetiza os conceitos que foram aprendidos ao longo da Unidade.
Figura 5 | Síntese das práticas contábeis no ciclo das empresas. Fonte: elaborada pelo autor.
Introdução
Olá, estudante, seja bem-vindo!  
Nesta aula abordaremos os conceitos relacionados às demonstrações contábeis a serem apresentadas pelas empresas, conforme observa a Lei nº 6.404/76 e os pronunciamentos contábeis CPC 00 (R1) e CPC 26 (R1). 
Este conjunto de elementos normativos orientam a realização dos registros das informações contábeis produzidas pelas atividades exercidas pela empresa, bem como a realização da organização e apresentação destas informações aos usuários internos e externos, também conhecidas como partes interessadas das informações contábeis. 
Tais informações são importantes, pois possibilitam o acompanhamento da evolução patrimonial da organização, indicando a possibilidade de continuidade das atividades. Além disso, estas informações possibilitam o processo de decisões a serem tomadas pelos gestores. 
Vamos lá!
Considerações gerais: apresentação, regime de competência, frequência de apresentação e consistência
Uma das principais preocupações da humanidade se relaciona com a compreensão da evolução do patrimônio. Isto se deu desde tempos antigos, quando pastores e agricultores observavam se suas criações estavam aumentando ou diminuindo. O mesmo ocorre quando falamos das informações contábeis no contexto empresarial moderno, uma vez que a necessidade e a escassez fazem com que as decisões tenham que ser tomadas com o objetivo de proporcionar a continuidade e a sobrevivência dos negócios. 
Para que as decisões tenham fundamentação, deverão ser pautadas por informações que são registradas, organizadas e apresentadas pela contabilidade, a partir dos demonstrativos contábeis exigidos pela legislação vigente, tais como a Lei nº 6.404/76 e os pronunciamentos contábeis, especificamente o CPC 00 (R1) e o CPC 26 (R1). 
A Lei nº 6.404/76 dispõe sobre
as Sociedades por Ações e indica quais demonstrações deverão ser divulgadas pelas empresas. Esta apresentação se dará a partir da escrituração realizada pelas entidades e mantidas em registros permanentes, lançadas segundo o regime de competência (BRASIL, 1976). 
Já o CPC 00 (R1), conforme CPC (2019), apresenta a Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro e indica que o registo das informações, a partir do regime de competência reflete os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre reivindicações e recursos econômicos da entidade que reporta nos períodos em que esses efeitos ocorrem, mesmo que os pagamentos e recebimentos à vista resultantes ocorram em período diferente. 
O CPC 26 (R1), conforme CPC (2011), fala sobre a apresentação das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade (CPC, 2011), devendo ser apresentadas ao fim de cada exercício social, que terá duração de 1 (um) ano, com a data do término a ser fixada no estatuto (BRASIL, 1976). 
Fazem parte do conjunto completo de demonstrações contábeis, ao fim de cada período, os seguintes demonstrativos, conforme Brasil (1976) e CPC (2011): 
· Balanço Patrimonial. 
· Demonstração do Resultado. 
· Demonstração do Resultado Abrangente. 
· Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 
· Demonstração dos Fluxos de Caixa.  
· Demonstração do Valor Adicionado.  
Estas demonstrações deverão ser acompanhadas de notas explicativas, compreendendo informação de política contábil material e outras informações elucidativas e comparativas com o período anterior (CPC, 2011). Além disso, as demonstrações financeiras do exercício em que houver modificação de métodos ou critérios contábeis, de efeitos relevantes, deverão ser indicadas em notas explicativas, ressaltando os efeitos das mudanças nas demonstrações (BRASIL, 1976). 
Tais observações acerca das notas explicativas, aplicadas às demonstrações contábeis, têm como principal objetivo permitir que as informações patrimoniais e financeiras das empresas possam ser comparadas entre exercícios, ou seja, o exercício de apresentação atual, ser comparado com o exercício anterior, permitindo à organização verificar a evolução das contas que se apresentam nestes demonstrativos e identificando o aumento ou diminuição do patrimônio da organização, bem como de suas posições financeiras e econômicas.
Demonstrações contábeis obrigatórias segundo o CPC 00(R1), CPC 26(R1) e a Lei 6.404/76
Podemos indicar que a função primordial da contabilidade, a partir das demonstrações contábeis, é o fornecimento de informações aos usuários internos e externos, as quais devem ser estruturadas de tal forma, que possibilitam o processo de tomada de decisão, a partir dos fatos registrados pela contabilidade em determinado exercício (MARION; REIS, 2012). 
Tais informações devem ser apresentadas observando uma periodicidade anual, possibilitando a comparabilidade, entre as informações do exercício atual e as informações do exercício anterior. Além disso, as informações apresentadas devem ser claras e fidedignas, possibilitando uma análise ampla tanto por usuários internos quanto externos, devendo também estas informações serem registradas pela contabilidade, obedecendo a competência em que estas informações são geradas. 
A utilização da competência, enquanto elemento necessário para reconhecimento das transações contábeis, é importante porque informações e alterações sobre os recursos econômicos durante o período fornecem uma base melhor para a avaliação do desempenho passado e futuro da organização, do que informações exclusivamente sobre recebimentos e pagamentos à vista durante esse período (CPC, 2019). 
Conforme Martins, Miranda e Diniz (2020), as demonstrações contábeis objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados, proporcionando informações acerca dos ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas, alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles e fluxos de caixa. 
O Balanço Patrimonial procura evidenciar, em determinada data, a natureza dos valores que compõem o patrimônio da empresa — bens e direitos — e a origem desses valores — obrigações e patrimônio líquido, evidenciando a posição patrimonial e a posição financeira da empresa (REIS, 2009). 
Já a Demonstração do Resultado do Exercício relaciona-se com a mensuração do desempenho, a partir da confrontação das receitas com as despesas (CPC, 2019), apresentando o resultado do período, lucro ou prejuízo (REIS, 2009), ao qual poderá ser incluída ou apresentada em separado a demonstração do resultado abrangente, que representam itens de receita e despesa (incluindo ajustes de reclassificação) que não são reconhecidos na demonstração do resultado (SILVA, 2017).
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados mostra a variação na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados de um período para o outro, evidenciando, principalmente, a destinação do resultado do período e de períodos anteriores (REIS, 2009).  
Já a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as variações em todas as contas do grupo Patrimônio Líquido (inclusive dos Lucros ou Prejuízos Acumulados) e os fatores determinantes dessas variações (REIS, 2009). A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados compõe a estrutura da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, podendo ser apresentada de forma integrada ou de forma destacada. 
A Demonstração dos Fluxos de Caixa apresenta, de forma ordenada, a movimentação de entrada e saída de numerário em determinado período. Por fim, a Demonstração do Valor Adicionado tem como principal objetivo destacar a parcela de riqueza acrescentada pela empresa ao seu produto (bens ou serviços) e a forma como essa riqueza foi distribuída entre os vários fatores de produção envolvidos (mão-de-obra, capital, etc.) (REIS, 2009).  
Cada uma destas demonstrações deve estar acompanhada de notas explicativas que, conforme Martins, Miranda e Diniz (2020), são informações complementares às demonstrações contábeis previstas em lei e nos CPCs, que podem estar expressas na forma descritiva, na forma de quadros analíticos ou até mesmo englobar outras demonstrações contábeis que sejam necessárias ao completo esclarecimento da situação econômico-financeira da entidade.
Notas explicativas: estrutura e forma de divulgação
Conforme verificamos ao longo desta aula, as Demonstrações Contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho econômico da entidade (RIBEIRO, 2020), sendo apresentadas para um determinado exercício (ao final de cada período) possibilitando uma análise comparativa dos resultados atuais, com o resultado do exercício anterior.  
Outro importante fator a se considerar acerca das demonstrações contábeis diz respeito ao princípio da competência, utilizado como base para a realização dos registros contábeis, que posteriormente serão consolidados nas demonstrações contábeis. Conforme indicam Martins, Miranda e Diniz (2020), a utilização do regime de competência pressupõe que os efeitos das transações e outros eventos são reconhecidos quando ocorrem (e não quando os recursos financeiros são recebidos ou pagos) e são lançados nos registros contábeis e reportados nas demonstrações contábeis dos períodos a que se referem.  
Outro aspecto importante acerca das demonstrações contábeis é a sua utilização para fins de tomada de decisão, sendo utilizada por usuários internos e externos à entidade para atender as expectativas de cada um destes elementos. Para tanto, as demonstrações devem ser estruturadas observando aspectos de produção de informação com
características qualitativa e quantitativa para os usuários. 
As características qualitativas são divididas em fundamentais e de melhoria. As fundamentais dizem respeito à relevância e à representação fidedigna da informação contábil. Já as características qualitativas de melhoria dizem respeito à comparabilidade, capacidade de verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade. A depender do tipo de decisão a ser tomada, um ou mais demonstrativos poderão ser analisados, ou seja, para cada tipo de informação há uma demonstração apropriada. 
Caso o usuário deseje verificar a evolução patrimonial, ou ainda, a posição financeira de uma entidade, essas informações serão evidenciadas no Balanço Patrimonial. Caso o foco de análise seja o desempenho econômico da entidade, a observação se dará na Demonstração do Resultado do Período e na Demonstração do Resultado Abrangente do Período. 
Caso a observação seja mais focada no desempenho das disponibilidades da entidade, a partir das entradas e saídas de caixa, a análise estará evidenciada na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Por outro lado, caso a análise, para tomada de decisão, tenha como foco as variações ocorridas no Patrimônio Líquido, estas variações serão demonstradas por meio da Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, na qual também será possível verificar a evolução dos lucros e prejuízos, que podem também ser apresentados de forma separada na Demonstração de Lucros ou Prejuízos acumulados. 
Por fim, caso o foco de análise seja analisar a riqueza gerada e aplicada pela entidade, o demonstrativo que melhor evidencia esta informação será a Demonstração do Valor Adicionado. Conforme indica Ribeiro (2020), é importante destacar que as normas contábeis exigem que as entidades elaborem notas explicativas para complementar as informações apresentadas nas demonstrações contábeis. 
Cabe lembrar que a obrigatoriedade de apresentação destes demonstrativos está prevista tanto no CPC 00 (CPC, 2019) e CPC 26 (CPC, 2011) quanto na Lei 6.404/76 (BRASIL, 1976), alterada pelas Leis 11.638/07 e 11.941/09. Estas alterações trouxeram para o ambiente normativo brasileiro a padronização das normas brasileiras às normas internacionais de contabilidade, em consonância com o previsto nas deliberações do Comitê de Pronunciamentos Contábeis.
Uma das principais características das demonstrações contábeis refere-se à compreensibilidade, ou seja, as informações estruturadas nas demonstrações contábeis devem ser compreendidas pelos usuários que possuem algum tipo de interesse na entidade.   
Para ajudar na compreensão destas informações e entender os elementos que compõem as demonstrações contábeis exigidas pela legislação vigente, faz-se necessária a leitura do CPC 26, que trata da apresentação das Demonstrações Contábeis.
Introdução
Olá, estudante! Vamos conhecer nesta aula os aspectos relacionados à escrituração contábil digital (ECD). Resultado da evolução tecnológica, a adoção da ECD veio para substituir a escrituração “analógica” que antes era realizada em livros físicos que ficavam arquivados na empresa, à disposição da fiscalização tributária. Além disso, está escrituração física fornece pouca informação útil para a tomada de decisão por parte dos usuários. 
A adoção da ECD possibilitou a ocorrência do envio de informações ao fisco quase em tempo real, o que permite ao órgão fiscalizador um melhor acompanhamento da arrecadação tributária, além de inibir a ocorrência de fraudes tributárias, a partir da confrontação das informações de entradas e saídas prestadas pelas entidades. 
Além disso, a ECD auxilia as empresas na medida em que as informações contábeis escrituradas a partir de sistemas de informação possibilitam a verificação da situação de vendas, de caixa, de endividamento e tributos, permitindo a adoção de estratégias que atendam aos interesses dos resultados planejados pela entidade. 
Escrituração contábil cigital (ECD) e os principais blocos
A contabilidade se apresenta como uma técnica ou método de trabalho cujo objetivo principal é acompanhar a evolução patrimonial das entidades. Para tanto, faz-se necessário que a contabilidade converta em informações contábeis todas as atividades que ocorrem na entidade; esta conversão da realidade da entidade em informações contábeis passa pelo processo de registro, organização, análise, acompanhamento e eventuais modificações destas informações. 
Tratando especificamente do processo de registro das informações contábeis, a este processo se dá o nome de escrituração contábil, que no passado era realizado a partir do preenchimento de livros físicos, que eram arquivados em ambientes físicos. Com o advento da tecnologia, este processo de escrituração passou por uma transformação, tanto no meio de registro, quanto no meio de armazenamento. 
Neste sentido, surge o processo de Escrituração Contábil Digital que, conforme Henrique (2016), percebe-se que a atual contabilidade, como escrituração, difere muito do modelo utilizado no passado, que basicamente se resumia a efetuar registros, sintetizar e informar fatos financeiros das operações de uma entidade, cujo objetivo fundamental era atender à imposição da legislação tributária.  
A ECD é um complemento do Sistema Público de Escrituração Digital (SPED), sendo que este é composto de diversos programas (arquivos eletrônicos), que devem ser entregues ao fisco em momentos diferentes, de acordo com o cronograma de entrega. O ECD componente do SPED se apresenta como o programa pelo qual o governo tem acesso às informações contábeis da empresa (OLIVEIRA, 2017). 
Sendo um sistema digital, a ECD deve ser apresentada de acordo com o layout proposto pelo SPED, sendo este composto de blocos que orientam a construção do arquivo, que posteriormente poderá ser importado para visualização das informações. O arquivo deve conter obrigatoriamente os seguintes blocos, conforme Quadro 1: 
Quadro 1 | Principais blocos constantes no arquivo ECD. Fonte: Brasil (2022).
A utilização do layout com os blocos tem como objetivo uniformizar a apresentação das informações (a partir do plano de contas referencial), permitindo a comparabilidade das informações, tanto para a contabilidade gerencial, que serve aos propósitos estratégicos da empresa, quanto a contabilidade societária, que serve também a propósitos tributários.  
O plano de contas referencial, segundo Oliveira (2014), apresenta-se como um instrumento de grande utilidade para a contabilidade, uma vez que facilita a vida dos profissionais que atuam nessa área, haja vista que tal plano deve orientar precisamente a função e o funcionamento de cada conta, com indicação correta da natureza de seu saldo e os tipos de eventos em que essas contas serão envolvidas. 
As informações apresentadas no plano de contas referencial são agrupadas em livros contábeis cuja apresentação deve estar incluída no SPED, em suas diversas formas, sendo prevista a apresentação dos seguintes livros, conforme Brasil (2022): 
· G - Diário Geral.
· R - Diário com Escrituração Resumida (vinculado à livro auxiliar).
· A - Diário Auxiliar.
· Z - Razão Auxiliar.
· B - Livro de Balancetes Diários e Balanços. 
A apresentação da ECD nestes livros cumpre a função de registrar e estruturar as movimentações financeiras ocorridas na entidade, apresentando informações que permitem o acompanhamento da evolução patrimonial da empresa, tanto por usuários internos da empresa, quanto usuários externos, principalmente do governo, para fins tanto tributários, quanto previdenciários.
Plano de contas e plano referencial
A adoção da escrituração contábil digital (ECD) visa a responder à evolução tecnológica, à necessidade de transparência (vide governança corporativa) e à complexidade do fluxo de informações que as entidades e os mercados enfrentam. Além disso, a contabilidade passa por um processo de internacionalização que visa à padronização das informações apresentadas, permitindo a comparabilidade e a compreensão dos demonstrativos produzidos. 
Além disso, Henrique (2016) comenta que

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