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Tu be rc ul os e Prezado aluno, Desenvolvemos uma apostila interativa para oferecer um material inovador e, ainda melhor, focado na metodologia Aristo. Para uma experiência completa, sugerimos que realize os seus estudos pelo computador, possibilitando abrir os comentários das questões, respondê-las de forma interativa e até mesmo pular o conteúdo da questão respondida, em caso de acerto, para o tópico seguinte, de forma opcional. A interatividade traz novas possibilidades, mas você continua podendo abrir os seus materiais em tablets e celulares, além de poder imprimi-lo para usar em seus estudos e revisões. 3 Tuberculose 1. Conceitos básicos em tuberculose (TB) 4 Questão 01 4 1.1 Tuberculose primária 7 1.2 Tuberculose pós-primária 7 2. Diagnóstico ⚠ 8 Questão 02 8 2.1 Prova tuberculínica (derivado proteico purificado - PPD) 11 2.2 IGRA (ensaio de liberação de interferon gama) 12 3. Tratamento 12 3.1 Tratamento convencional ⚠ 13 Questão 03 13 3.2 Infecção latente por tuberculose (ILTB) e contactantes ⚠ 16 Questão 04 16 3.3 Coinfecção TB-HIV ⚠ 18 Questão 05 18 TOP FIVE 19 ↺4 Tuberculose Tuberculose é uma das infecções mais comuns do mundo e é extremamente prevalente no Brasil. A tuberculose se apresenta, muito comumente, de forma respiratória, mas veremos que é uma doença que pode se apresentar em literalmente qualquer órgão, desde as vísceras até a pele! Vamos juntos nessa para entender melhor sobre o assunto! 1. Conceitos básicos em tuberculose (TB) Questão 01 (HASP - SP - 2022) No município de São Paulo, a situação dos imigrantes bolivianos está intimamente ligada ao trabalho informal na indústria têxtil. A vulnerabilidade dessa população se fundamenta em precárias condições de vida e de trabalho, além de barreiras encontradas para cuidados rotineiros com a saúde. Qual dos itens abaixo não mantém relação com o risco de contração da tuberculose pulmonar? a) Hábitos culturais alimentares. b) Má adesão às condutas terapêuticas. c) Chegadas recorrentes de novos imigrantes ao grupo. d) Carga horária de trabalho abusiva. Comentário CCQ: Hábitos culturais alimentares não afetam a transmissão do bacilo da tuberculose Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSim O principal agente causador da tuberculose é o Mycobacterium tuberculosis, um bacilo aeróbio estrito não formador de esporos, conhecido como bacilo de Koch (BK) ou ainda BAAR - bacilo ácido-álcool resistente. Ele recebe este segundo nome porque não cora nas técnicas de Gram, sendo necessária a coloração de Ziehl-Neelsen. Apesar de grande parte da população mundial ser infectada pelo bacilo, somente alguns indivíduos desenvolvem a doença, que é bastante associada à pobreza e aos conglomerados populacionais. ↺5 Tuberculose Bacilo de Koch corado pela coloração de Ziehl-Neelsen Fonte: Public Health Image Library (PHIL), 1979. ⚠ A transmissão do agente ocorre de forma aérea, principalmente por meio de gotículas (tosse, fala e espirro) e aerossóis, sendo que as formas que oferecem risco de transmissão são a tuberculose pulmonar, a laríngea e a caverna pulmonar (maior risco), que vamos explicar um pouco mais adiante. Os fatores que propiciam essa transmissão são: quantidade de bacilos expelidos (multibacilíferos), frequência e proximidade do contato (domiciliar e hospitalar têm maior risco), e resistência do hospedeiro (diabéticos, pessoas com HIV e imunossuprimidos também apresentam risco aumentado). A tuberculose pulmonar é, ao lado do sarampo, da varicela e do herpes-zóster em imunossuprimidos, uma das doenças com transmissão por aerossóis, e esse fator demanda cuidados especiais em casos de pacientes internados - quarto privativo e uso de máscara N95 por parte dos profissionais. Na primoinfecção pulmonar pelo M. tuberculosis, devido à falta de imunidade celular específica, ocorre uma proliferação bacilar descontrolada. Com o passar do tempo, os bacilos se disseminam de forma linfo-hematogênica. Nesse momento, temos apenas a infecção, pois a doença ainda não se manifestou. Após algumas semanas, a maioria dos indivíduos (90%) desenvolve imunidade celular, agora específica contra o bacilo, e consegue eliminar os microrganismos que se disseminaram. Nesse ponto, em relação à epidemiologia da doença, temos uma condição com alta infectividade e baixa patogenicidade, em razão da imunidade celular e do controle da infecção, que evita o adoecimento. https://phil.cdc.gov/Details.aspx?pid=5789 ↺6 Tuberculose A infecção pulmonar, no entanto, não é eliminada completamente, apenas controlada. Surge, então, um granuloma com uma área central de necrose caseosa. Esse granuloma pode ser visto em exames de imagem e recebe o nome de nódulo de Ghon, que, junto ao linfonodo satélite estimulado, forma o complexo de Ranke. A essa forma controlada de tuberculose pulmonar, damos o nome de tuberculose latente. Complexo de Ranke evidenciado em imagem tomográfica Mas todos conseguem conter a infecção pulmonar? Não! Naqueles com certo grau de imunocomprometimento (crianças e imunossuprimidos), tanto a disseminação quanto o foco pulmonar podem não ser controlados. Sendo assim, esses indivíduos estarão não somente infectados, mas também doentes (pulmão, linfonodo e vísceras). A essa forma, damos o nome de tuberculose primária. De forma semelhante, indivíduos com tuberculose latente podem acabar desenvolvendo algum grau de imunodeficiência ao longo da vida (infecção pelo HIV, por exemplo), causando, assim, a reativação do foco anteriormente controlado. A essa forma, damos o nome de tuberculose pós-primária. Então quer dizer que existem formas pulmonares e extrapulmonares de tuberculose? Exatamente! No entanto, a tuberculose pulmonar é muito mais comum e sua forma bacilífera é a responsável pela manutenção da cadeia de transmissão da doença. ↺7 Tuberculose 1.1 Tuberculose primária Na forma primária, mais comum em crianças em razão do primeiro contato, a doença pode se apresentar clinicamente de várias formas. Nos exames de imagem, os padrões são bastante variados, desde consolidações parenquimatosas até um padrão miliar. Observe a imagem a seguir, que evidencia adenopatia hilar unilateral. Nas crianças desnutridas e nos adultos imunocomprometidos, podemos observar ainda um quadro progressivo, com cavitações e necrose. Adenopatia hilar em radiografia de tórax sugestiva de tuberculose primária As manifestações clínicas podem ser insidiosas, com o paciente apresentando-se irritadiço, com febre baixa, sudorese noturna e inapetência. Nem sempre a tosse está presente e o exame físico pode ser inconclusivo. 1.2 Tuberculose pós-primária Na tuberculose pós-primária, forma mais comum de apresentação em nosso meio, o sintoma predominante é a tosse por mais de três semanas (é o que define o sintomático respiratório na população em geral, mas não em determinadas populações específicas, como os privados de liberdade e pessoas em situação de rua). A febre vespertina, a sudorese noturna e a perda de peso completam o cenário clínico. O padrão radiológico varia entre infiltrados, cavitações e derrame, mas há uma predominância de acometimento dos segmentos posteriores nos lobos superiores e os segmentos superiores dos lobos inferiores (em especial o segmento 6 - número que já apareceu em provas e, por isso, merece destaque). ↺8 Tuberculose 2. Diagnóstico ⚠ Radiografia de tórax com imagem de cavitação em lobo superior direito, achado comum na tuberculose pós-primária Questão 02 (AMRIGS - RS - 2023) São exames que podem ser utilizados para confirmar a tuberculose pulmonar ativa em pessoas com quadro clínico sugestivo da doença: I. Teste rápido molecular para tuberculose (TRM-TB). II. Cultura de Mycobacterium tuberculosis. III. Teste de Mantoux. Quais estão corretos? a) Apenas I e II. b) Apenas I e III. c) Apenas II e III. d) I, II e III. Comentário CCQ: O diagnóstico da tuberculose ativapode ser realizado através de TRM-TB, cultura de escarro, pesquisa de BAAR ou análise histopatológica Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSim ↺9 Tuberculose Se estiver disponível, o teste rápido molecular (TRM) é o exame de escolha, pois além de identificar as bactérias, avalia também a resistência destas à rifampicina. No entanto, como esse teste identifica bactérias vivas ou mortas, não pode ser utilizado para acompanhamento. Quando ele é positivo, a cultura deve ser solicitada para confirmação. Em caso de indisponibilidade do TRM, o diagnóstico será feito através da baciloscopia do escarro - devem ser colhidas duas amostras, uma no dia da consulta e outra na manha ̃ seguinte. A cultura também deve ser solicitada, ficando o teste de sensibilidade restrito aos casos positivos. Caso o paciente não possua expectoração espontânea, podemos utilizar o escarro induzido (feito com solução hipertônica de NaCl a 3%). A broncoscopia com lavado broncoalveolar está indicada em casos selecionados, ou até mesmo o lavado gástrico em casos de crianças, por exemplo, que não conseguem escarrar. Neste caso, o lavado gástrico é coletado pela manhã, já que elas deglutem o escarro - uma forma indireta de se conseguir tal amostra. A radiografia de tórax deve ser solicitada para todo paciente com suspeita clínica de TB pulmonar e tem como principais objetivos excluir outra doença pulmonar associada, avaliar a extensão do acometimento e sua evolução radiológica durante o tratamento. O diagnóstico será fechado em casos de laboratório positivo ou em casos com laboratório negativo e forte suspeita clínico-epidemiológica. A radiografia de tórax, por sua vez, auxilia na confirmação, mas, sozinha, não faz o diagnóstico. Na criança, a forma pulmonar difere do adulto, pois costuma ser paubacilífera, isto é, negativa ao exame bacteriológico devido ao reduzido número de bacilos nas lesões (paucibacilar). Além disso, crianças, em geral, não são capazes de expectorar. Assim, o diagnóstico na infância (≤ 10 anos) é feito por meio de um escore que considera quatro itens: • Prova tuberculínica (PPD). • Quadro clínico-radiológico. • Contato com adulto acometido. • Estado nutricional. ↺10 Tuberculose Fonte: adaptado do Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil, 2019. Diagnóstico da tuberculose pulmonar em crianças e adolescentes com baciloscopia negativa ou TRM-TB não detectado Quadro clínico-radiológico Contato de adulto com tuberculose Prova tuberculínica Estado nutricional Febre ou sintomas como tosse, adinamia, expectoração, emagrecimento, sudorese por 2 semanas ou mais. 15 pontos Adenomegalia hilar ou padrão miliar e/ou Condensação ou infiltrado (com ou sem escavação) inalterado por 2 semanas ou mais e/ou Condensação ou infiltrado (com ou sem escavação) por 2 semanas ou mais, evoluindo com piora ou sem melhora com antibióticos para germes comuns 15 pontos Próximo, nos últimos 2 anos 10 pontos PT entre 5 – 9 mm 5 pontos Desnutrição grave (peso < percentil 10) 5 pontos PT ≥ 10 mm 10 pontos Assintomático ou com sintomas há menos de 2 semanas 0 ponto Condensação ou infiltrado de qualquer tipo por menos de 2 semanas 5 pontos Ocasional ou negativo 0 ponto PT < 5 mm 0 ponto Peso ≥ percentil 10 0 ponto Infecção respiratória com melhora após uso de antibióticos para germes comuns ou sem antibióticos -10 pontos Radiografia normal -5 pontos Interpretação ≥ 40 pontos (diagnóstico muito provável): recomenda-se iniciar o tratamento da tuberculose. 30 a 35 pontos (diagnóstico possível): indicativo de tuberculose; orienta-se iniciar o tratamento a critério médico. < 25 pontos (diagnóstico pouco provável): deve-se prosseguir com a investigação na criança. Deverá ser feito diagnóstico diferencial com outras doenças pulmonares e podem ser empregados métodos complementares de diagnóstico, como baciloscopias e cultura de escarro induzido ou de lavado gástrico, broncoscopia, histopatológico de punções e outros exames de métodos rápidos. ↺11 Tuberculose Lembre-se que a tuberculose pleural é a forma extrapulmonar mais comum encontrada no Brasil. Uma das maneiras de obter um diagnóstico é por meio da detecção de uma concentração de adenosina deaminase (ADA) maior que 40 U/L no líquido pleural. A presença desse valor em um paciente com alta probabilidade pré-teste confirma o diagnóstico. Após a confirmação do diagnóstico, devemos realizar quatro tarefas: • Notificação do caso (notificação compulsória semanal). • Pesquisa dos contactantes. • Oferecer sorologia anti-HIV - coinfecção mais associada à tuberculose. • Tratamento efetivo. 2.1 Prova tuberculínica (derivado proteico purificado - PPD) A prova tuberculínica é um teste realizado para identificar indivíduos infectados, não necessariamente doentes, ou seja, com a infecção latente da tuberculose (lembre-se da alta infectividade e baixa patogenicidade). O teste é feito com a injeção intradérmica de um derivado proteico do bacilo. A avaliação do PPD é baseada na análise da área de induração e eritema gerada: essa medição avalia a resposta imune celular ao antígeno do bacilo e deve ser realizada entre 48 e 72 horas após a aplicação (podendo ser estendida para 96 horas, caso o paciente falte à leitura na data agendada). Mede-se o maior diâmetro transverso da área do endurado palpável, com régua milimetrada transparente. Considera-se como infectado pelo M. tuberculosis o paciente que tenha enduração igual ou superior a 5 mm. Lembre-se que a vacina com BCG não muda em absolutamente nada a interpretação do PPD - ela protege apenas contra formas graves, como a meníngea e a miliar! Medição da induração por resposta imune ao PPD Fonte: Aristo. ↺12 Tuberculose 2.2 IGRA (ensaio de liberação de interferon gama) O IGRA é outro teste que pode ser feito para rastreio de TB em pacientes que foram contactantes de pacientes sabidamente infectados pelo BK, ou ainda, em casos mais específicos, principalmente quando falamos de crianças. A interpretação do IGRA é mais simples do que a do PPD: ele é positivo ou não. Quando positivo, indica contato com o BK, ou seja, pode indicar doença ativa ou, no mínimo, infecção latente por tuberculose (ILTB). 3. Tratamento A associação medicamentosa adequada, as doses corretas e o uso por tempo suficiente são os princípios básicos para o tratamento. A esses princípios, soma-se o tratamento diretamente observado (TDO) como estratégia fundamental para o seu sucesso. O tratamento dos bacilíferos é a atividade prioritária de controle da tuberculose, uma vez que permite interromper a cadeia de transmissão. Lembre-se, então, que a tuberculose é grave, mas tratável na maioria dos casos. Os pacientes bacilíferos podem voltar ao convívio íntimo social após 15 dias de tratamento. O acompanhamento do doente deve ser feito com baciloscopia (idealmente mês a mês). A falha terapêutica pode ser evidenciada por baciloscopias repetitivamente positivas ou em positivações após resultado negativo. Seguimento do paciente durante esquema terapêutico Procedimentos 1º Mês 2º Mês 3º Mês 4º Mês 5º Mês 6º Mês Observações Consultas X X X X X X Maior frequência a critério clínico Oferta de teste para diagnóstico do HIV X Caso não seja possível no primeiro mês, realizar durante o tratamento Avaliação da adesão X X X X X X Baciloscopias de controle X X X X X X Recomendação para casos pulmonares Radiografia de tórax X X Especialmente nos casos com baciloscopia negativa ou na ausência de expectoração. Repetir a critério clínico Glicemia, função hepática e renal X No início e repetir a critério clínico Fonte: CGPNCT/SVS/MS. ↺13 Tuberculose Mas quais medicamentos utilizar e por quanto tempo tratar? 3.1 Tratamento convencional ⚠ Questão 03 (HIAE - SP - 2023) Criança de 3 anos foi levadaà Unidade Básica de Saúde por apresentar tosse produtiva, redução de apetite e emagrecimento há um mês. Recebeu amoxicilina há 15 dias, sem melhora do quadro. A ausculta pulmonar estava normal. A prova tuberculínica solicitada foi de 6 mm, e a radiografia de tórax apresentava adenomegalia hilar. A mãe referiu que avô foi internado com diagnóstico de tuberculose. Segundo a recomendação do Ministério da Saúde, entre as seguintes condutas, a melhor para essa criança é: a) Repetir a prova tuberculínica e a radiografia de tórax em 8 semanas. b) Tratar Infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) com isoniazida. c) Tratar tuberculose com isoniazida, rifampicina e pirazinamida. d) Solicitar escarro para pesquisa de BAAR em 4 semanas. Comentário CCQ: Crianças < 10 anos devem fazer o tratamento de tuberculose com esquema RIP Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSim O esquema de tratamento da tuberculose é padronizado e deve ser realizado de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde (MS), compreendendo duas fases (a intensiva, ou de ataque, e a de manutenção). Esquemas especiais, incluindo outros fármacos, são preconizados para diferentes populações. Mas não se preocupe com isso, vamos abordar o que for mais importante para a sua prova. Esquema básico para ≥ 10 anos, dividido em fases: ↺14 Tuberculose Esquema básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos) Esquema Faixa de peso Unidade/dose Duração RHZE 150/75/400/275 mg (comprimidos em doses fixas combinadas) 20 a 35 kg 2 comprimidos 2 meses (fase intensiva) 36 a 50 kg 3 comprimidos 51 a 70 kg 4 comprimidos Acima de 70 kg 5 comprimidos RH 300/150 mg¹ ou 150/75 mg (comprimidos em doses fixas combinadas) 20 a 35 kg 1 comp. 300/150 mg ou 2 comp. 150/75 mg 4 meses (fase de manutenção) 36 a 50 kg 1 comp. 300/150 mg + 1 comp. 150/75 mg + 3 comp. 150/75 mg 51 a 70 kg 2 comp. 300/150 mg ou 4 comp. 150/75 mg Acima de 70 kg 2 comp. 300/150 mg + 1 comp. 150/75 mg + 5 comp. 150/75 mg R - Rifampicina; H - isoniazida; Z - Pirazinamina; E - Etambutol. ¹A apresentação 300/150 mg em comprimido deverá ser adotada assim que disponível. Fonte: adaptado do Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil, 2019. Em crianças com menos de 10 anos, o esquema não deve conter o etambutol devido à dificuldade de diagnosticar a neurite óptica nestes casos, então serão 2 meses de RHZ + 4 meses de RH. Nos casos de meningoencefalite (tuberculose meníngea) - apresentação que acomete a maioria das crianças não vacinadas e imunocomprometidos e que, juntamente com a tuberculose ganglionar, é a apresentação extrapulmonar mais comum na infância - será indicado, em crianças com 10 anos ou mais, o tratamento por 2 meses com RHZE + 10 meses com RH. Nesses casos, a internação é mandatória e associa-se corticoide (prednisona) por 4 semanas. Em casos graves, é recomendada a dexametasona por 4 a 8 semanas, com desmame nas 4 semanas seguintes. Para evitar sequelas, a fisioterapia deve ser instituída o mais cedo possível. O mesmo esquema é mantido para menores de 10 anos, excluindo-se o etambutol (2RHZ + 10RH). Nos casos de tuberculose multirresistente (MDR), vários esquemas podem ser utilizados. Uma amostra de um dos esquemas pode ser vista abaixo: ↺15 Tuberculose Esquema padronizado para TB MDR Resistência Esquema R + H 8 Cm³ Lfx Trd E Z/10 Lfx Trd E¹ R + H + E (+/- Z) 8 Cm³ Lfx Trd E Z/10 Lfx Trd E¹ R - Rifampicina; H - isoniazida; Cm - Capreomicina; Lfx - Levofloxacino; E - Etambutol; Z - Pirazinamina; Trd - Terizidona; Et - Etionamida ¹O primeiro número indica o tempo de tratamento (em meses), o segundo número indica a quantidade de dias durante a semana. Quando não há descrição, consideram-se sete dias na semana. Fonte: adaptado do Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil, 2019. Se houver resistência ao etambutol, devemos utilizar a etionamida em seu lugar, no mesmo esquema citado. Vale lembrar, aqui, de um conceito importante e que está em alta: o tratamento diretamente observado (TDO). Essa política é aplicada na atenção primária brasileira por meio dos agentes comunitários de saúde, e tem como objetivo garantir que a medicação seja tomada corretamente. No TDO, é possível que o paciente precise comparecer uma vez por semana para receber as doses de medicamentos para a semana toda. Essa abordagem permite um controle adequado para verificar se o paciente está realmente seguindo o tratamento. Em alguns casos, pode ser necessário ir diariamente durante a semana para a administração da medicação sob a supervisão de um agente de saúde. Como você deve se lembrar, as drogas utilizadas no tratamento da tuberculose têm diversos efeitos adversos. A hepatotoxicidade é uma constante. Dentre os principais efeitos colaterais específicos, temos: • Rifampicina: púrpura, síndrome gripal e urina alaranjada. • Isoniazida: neuropatia e psicose. • Pirazinamida: hiperuricemia, que pode desencadear gota. • Etambutol: neurite óptica. Ao início do tratamento, devemos ter exames de lesão e função hepática para acompanhar se haverá hepatotoxicidade ao longo do tratamento. Diante da hepatotoxicidade, devemos suspender todas as drogas e reintroduzi-las, uma a uma, de modo a descobrir qual a responsável e ajustar o tratamento. Do esquema básico, a única droga na qual a hepatotoxicidade não é um imperativo é o etambutol. ↺16 Tuberculose Se alguma droga tiver de ser retirada por contraindicação, lembre-se destas dicas: • Todo esquema sem R ou H deve ter quatro drogas. • Todo esquema sem R deve durar 12 meses. • Todo esquema sem H deve durar 9 meses. • O levofloxacino deve substituir R ou H. • Quando o levofloxacino não puder ser utilizado, o esquema deverá ser ajustado, utilizando estreptomicina. Vale lembrar também que nas grávidas podemos utilizar o esquema básico, mas devemos associá-lo à piridoxina (vitamina B6). 3.2 Infecção latente por tuberculose (ILTB) e contactantes ⚠ Questão 04 (UFPA - PA - 2023) Criança de 1 ano e 7 meses é levada a consulta médica de rotina em unidade básica de saúde, sem queixas clínicas. Pai em tratamento para tuberculose pulmonar há 2 meses. A paciente apresenta cicatriz de vacina da BCG e realizou PPD na ocasião do diagnóstico do pai, que veio com reação de 15 mm. A conduta correta a ser adotada para esta paciente é: a) Iniciar tratamento com esquema RIP por 6 meses. b) Iniciar tratamento para tuberculose latente. c) Fazer acompanhamento com PPD e radiografia de tórax a cada 3 meses. d) Indicar isolamento do pai até o término do tratamento dele. e) Utilizar conduta expectante, já que está assintomática. Comentário CCQ: A presença de PPD reator em paciente contactante de TB nos faz pensar em tuberculose latente Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSim ↺17 Tuberculose Agora que já falamos sobre o tratamento do indivíduo doente, precisamos explorar a necessidade de combater a infecção latente! Você deve saber que sempre que identificamos um paciente bacilífero, devemos pesquisar seus contactantes, ja ́que estes podem ou não estar doentes ou infectados. No caso de indivíduos sintomáticos, a avaliação envolverá os mesmos procedimentos de um caso suspeito. Se estiverem assintomáticos, os indivíduos devem ser submetidos ao PPD ou IGRA. Quando falamos de contactantes de pacientes bacilíferos assintomáticos (sintomáticos investigamos e tratamos como tuberculose doença), vamos separá-los em duas categorias: os que têm abaixo de 10 anos e os com 10 anos ou mais. Contactantes < 10 anos: PPD ≥ 5 mm ou IGRA positivo, junto a uma radiografia de tórax que não demonstra doença ativa, devemos tratar como ILTB. Contactantes ≥ 10 anos: Se o PPD for ≥ 5 mm ou IGRA positivo, devemos prosseguir com radiografia de tórax. Se o raio-x estiver normal ou sem sinais de doençaativa, tratamos como ILTB. Já se PPD for < 5 mm, devemos repeti-lo em 8 semanas: se houver conversão de mais de 10 mm em relação ao anterior, podemos considerar ILTB (caso a radiografia de tórax não traga alteração de doença ativa). Outros casos em que devemos considerar tratar como ILTB pessoas com PPD ≥ 5 mm ou IGRA positivo: pessoas vivendo com HIV, usuários de inibidores de TNF-alfa (como infliximabe), pessoas em uso de corticosteroide em dose alta por determinado tempo (mais de 15 mg de prednisona ou seus equivalentes por mais de 1 mês), pessoas em pré-transplante com necessidade de uso de imunossupressão. Outros casos em que devemos considerar tratar como ILTB pessoas com PPD ≥ 10 mm ou IGRA positivo: diabéticos, desnutridos, tabagistas, doentes renais crônicos dialíticos, pessoas que vivem com silicose, pessoas convivendo com algumas neoplasias (cabeça e pescoço, linfomas, etc.). Casos em que devemos tratar ILTB devido a um incremento de 10 mm em relação ao primeiro PPD: profissionais de saúde, trabalhadores do sistema prisional ou ILPIs. O tratamento deve ser feito com isoniazida (270 doses, entre 9-12 meses). Em pacientes acima de 50 anos ou menores de 10 anos, prefere-se a rifampicina em razão do maior risco de hepatotoxicidade, com 120 doses (entre 4 e 6 meses). Atualmente, existe uma nova nota técnica do Ministério da Saúde que dispõe sobre a disponibilidade no SUS da combinação de rifapentina + isoniazida, medicação tomada uma vez por semana, por 12 semanas. Nos pacientes recém-natos contactantes de pacientes bacilíferos, devemos prevenir de forma ativa a infecção latente, com a chamada quimioprofilaxia primária. Nesses indivíduos, não devemos fazer a BCG ao nascimento e administraremos isoniazida (ou rifampicina, suspensão pediátrica) por 3 meses. Após esse período, realizamos o PPD: se for ≥ 5 mm, mantemos o tratamento por mais 3 meses com isoniazida ou mais 1 mês com rifampicina, e se for < 5 mm, interrompemos o tratamento e vacinamos com a BCG. ↺18 Tuberculose 3.3 Coinfecção TB-HIV ⚠ Questão 05 (UFMT - Revalida - MT - 2023) Homem, 26 anos, usuário de drogas ilícitas injetáveis, com queixa de tosse há 2 meses, febre vespertina, emagrecimento de 20 kg em 2 meses. Foram realizados os seguintes exames: teste rápido molecular para tuberculose – positivo; teste rápido para sífilis – negativo; teste rápido para hepatites B e C – negativos; teste rápido para HIV – positivo. Em relação ao tratamento deste paciente, a TARV deve ser iniciada: a) Após a 2ª semana do início do tratamento para TB. b) Imediatamente após o diagnóstico de HIV. c) Somente após o tratamento da tuberculose. d) Após contagem de linfócitos T CD4+. Comentário CCQ: A TARV deve ser iniciada após a 2ª semana do início do tratamento para tuberculose Caso tenha acertado, gostaria de pular para o próximo tópico? NãoSim No caso dos pacientes coinfectados pelo HIV (coinfecção TB/HIV), não há mais necessidade de substituição dos esquemas contendo rifampicina pela rifabutina, que tinha interação com o dolutegravir, medicamento que compõe o esquema básico. Então, para a prova de acesso direto, o que se precisa saber é que, em caso de coinfecção HIV-TB com uso de esquema básico para HIV, devemos apenas dobrar a dose do dolutegravir, sem mudar o esquema de tratamento básico da TB. Outro ponto bastante discutido no tema HIV, é que pacientes com TB em sistema nervoso central (SNC) e que são diagnosticados com HIV, devem iniciar o tratamento para TB e, apenas após dois meses, iniciar o tratamento para HIV, devido ao maior risco de complicações da TB de SNC. ↺19 Tuberculose TOP FIVE ➀ Os testes usados para diagnóstico de TB pulmonar são, principalmente, o teste rápido molecular e a baciloscopia do escarro ➁ O tratamento de TB meníngea é prolongado ➂ Reconhecer e tratar adequadamente a ILTB ➃ Não se inicia TARV e esquema para tratamento de tuberculose ao mesmo tempo ➄ A transmissão da tuberculose pulmonar se dá por gotículas e aerossóis Resolva as questões na plataforma Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4 Questão 5 Aponte a câmera do seu celular para o QR Code ou clique sobre ele para abrir a questão na plataforma. https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=607f608fdb22c5520c5cb188 https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=649f17302814a0c63b05c6ba https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=6410ad3c6d27f29e313127cc https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=6344204ed8e518d06bcf02f2 https://aristoclass.com.br/viewer/questao?id=62b0e8e19d2be5d135c731ff ↺20 Tuberculose Referências: 1. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. 2ª ed., 2019. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_ brasil_2_ed.pdf. 2. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Nota técnica n.º 399/2021 - CGAFME/DAF/SCTIE/MS. 2021. Disponível em: https:// www.saude.go.gov.br/files/sistemas/silt/NOTA-TECNICA-N-3992021-Informacoes-sobre-a-distribuicao- do-medicamento-Rifapentina-150mg.pdf. Acesso em 04 de junho de 2023. 3. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como Problema de Saúde Pública: Estratégias para 2021-2025. 1ª ed. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/svsa/tuberculose/plano-nacional-pelo-fim-da-tuberculose-como-problema-de- saude-publica_-estrategias-para-2021-2925.pdf/view. 21 Tuberculose Comentário da Questão 01 E aí, futuro revalidado(a)? Continua firme na batalha, certo? Assim que se fala. Temos aqui uma questão sobre transmissão de tuberculose. A tuberculose é um tema de enorme importância para o Revalida. Vamos revisar alguns pontos? A tuberculose é ainda uma doença muito prevalente no Brasil, muito associada a grandes conglomerados urbanos e à pobreza. É transmitida pelo Mycobacterium tuberculosis, pelo ar, e causa, principalmente, suor noturno, tosse persistente e perda ponderal. O tratamento básico dura 6 meses e é feito com 4 medicamentos. Nos primeiros dois meses, é prescrito o esquema RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. Nos quatro últimos meses, continuamos com o esquema RI: rifampicina e isoniazida. Quanto ao diagnóstico, usamos o teste molecular rápido (TMR), que identifica bactérias e avalia resistência à rifampicina. Se estiver indisponível, utilizaremos a baciloscopia do escarro. A prova tuberculínica (PPD) maior ou igual a 5 mm diagnostica casos latentes de tuberculose (lembrando que a vacina BCG não altera em nada a interpretação do PPD). Para acompanhamento, a baciloscopia mensal é de suma importância. A transmissão é feita a partir de uma pessoa que elimina os bacilos no ambiente através da fala, tosses e espirros. A infecção de uma pessoa susceptível depende de diversos fatores, como o grau de infecção do doente transmissor, a duração do contato com o indivíduo susceptível e o tipo de ambiente compartilhado. O bacilo é sensível à luz solar, e a circulação de ar possibilita a dispersão dos bacilos. Sendo assim, ambientes ventilados e com luz natural diminuem o risco de transmissão. Pronto, vamos agora analisar as alternativas: Alternativa A - Correta: Hábitos alimentares relacionados à cultura de uma população não interferem na maior ou menor transmissão do bacilo causador da tuberculose. Alternativa B - Incorreta: Má adesão ao tratamento dificulta o combate dos bacilos do indivíduo infectado. Assim, esse indivíduo continua infectando e eliminando bacilos para o ambiente. Alternativa C - Incorreta: Mais pessoas em um grupo significa novos possíveis infectados e novos possíveis susceptíveis à infecção. Alternativa D - Incorreta: Carga horária extenuante de trabalho afeta, em grande escala, a saúde mental e física do indivíduo, o que pode diminuir sua imunidade e, indiretamente, aumentar as chances de se infectar com diversos agentes etiológicos, entre eles, o bacilo da tuberculose. 22 Tuberculose Comentário da Questão 02 Temos aqui umaquestão direta que aborda as formas de diagnóstico da tuberculose em indivíduos sintomáticos. Vamos relembrar alguns aspectos da tuberculose antes de entrar na discussão sobre o seu diagnóstico propriamente dito. A tuberculose é causada, na maioria dos casos, pela espécie M. tuberculosis, ou bacilo de Koch (BK). Sua transmissão ocorre por via aérea, após inalação dos bacilos que são transmitidos pelos indivíduos bacilíferos (pessoas com TB pulmonar ou laríngea, que têm baciloscopia positiva no escarro). Agora, com relação ao diagnóstico em si, a pesquisa bacteriológica é de importância fundamental em adultos. Essa pesquisa é utilizada tanto no diagnóstico quanto no acompanhamento do tratamento. Resultados bacteriológicos positivos confirmam a tuberculose ativa em pacientes com quadro clínico sugestivo de TB e em sintomáticos respiratórios identificados através da busca ativa. Para responder à questão, vamos falar sobre os métodos bacteriológicos que podem ser utilizados na confirmação da doença ativa: Assertiva I - Correta: A sensibilidade do TRM-TB em amostras de escarro de adultos é de cerca de 90%. Este é um dos métodos que confirmam a doença ativa. Além disso, o TRM-TB permite avaliar a resistência à rifampicina, sendo, assim, o método prioritário para diagnóstico de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes. Uma desvantagem desse método é a limitação para o diagnóstico nos casos de retratamento (reingresso após abandono e recidivas), pois pode detectar bacilos mortos ou inviáveis. Assertiva II - Correta: A cultura é um método de elevada especificidade e sensibilidade no diagnóstico da TB. Logo, também pode ser usada para confirmação de doença ativa. Nos casos pulmonares com baciloscopia negativa, a cultura do escarro pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico da doença. Assertiva III – Incorreta: O teste de Mantoux é uma técnica para a realização da prova tuberculínica (PT). A PT é utilizada para diagnóstico de ILTB (infecção latente por tuberculose) e pode também auxiliar no diagnóstico de tuberculose ativa em crianças, mas não há evidências que suportem o seu uso como método auxiliar no diagnóstico de TB pulmonar ou extrapulmonar no adulto. Algo a mais: A avaliação histológica de fragmento de tecido obtido por biópsia é um método empregado na investigação das formas pulmonares que se apresentam radiologicamente como doença difusa e das formas extrapulmonares. Portanto, como apenas as assertivas I e II estão corretas, o gabarito é a alternativa A. 23 Tuberculose Comentário da Questão 03 Fala, aluno(a) Aristo, tudo joia? Questão boa sobre tuberculose, com um CCQ frequente. Bora lá entender o que a banca queria de nós. Temos um paciente de 3 anos com tosse produtiva, redução de apetite e emagrecimento há um mês, recebendo amoxicilina por 15 dias, sem melhora. Além disso, apresenta histórico de contato com bacilífero (avô), um PDD positivo (> 5 mm) e alterações na radiografia de tórax. Lembre-se que o diagnóstico de tuberculose em < 10 anos é dado por um escore que considera a presença de sintomas compatíveis, alterações radiológicas, contato com bacilífero, PPD e estado nutricional. Veja que este paciente apresenta praticamente todos os critérios aqui! Por isso, a tuberculose pulmonar é a nossa principal hipótese diagnóstica. A banca quer saber qual seria a nossa conduta com relação a esta criança, e aqui deveríamos lembrar de um ponto importantíssimo: em pacientes < 10 anos, não utilizamos o etambutol para tratamento da tuberculose, então, fazemos o esquema RIP no lugar do RIPE nos primeiros 2 meses. Vamos analisar as alternativas: Alternativa A - Incorreta: O paciente já apresenta um diagnóstico muito provável de tuberculose, então, já podemos iniciar o tratamento. Alternativa B - Incorreta: Não, estamos frente a uma infecção ativa. Alternativa C - Correta: Exato! Iniciaremos o tratamento para TB ativa, com o esquema RIP (rifampicina, isoniazida e pirazinamida). Alternativa D - Incorreta: Pacientes < 10 anos dificilmente apresentarão um BAAR positivo, por isso, o diagnóstico é dado por meio de um escore. Portanto, o gabarito é a alternativa C. 24 Tuberculose Comentário da Questão 04 Fala, futuro(a) revalidado(a), tudo bem por aí? Questão bem Pareto e que já foi cobrada praticamente de forma idêntica por outras bancas, então bora aprender este conceito, pois é um tema muito corriqueiro também na prova do Revalida. Vamos conferir? A criança apresenta uma cicatriz de vacinação BCG e realizou o teste tuberculínico (PPD) com uma reação de 15 mm, o que indica uma forte reação positiva. Além disso, o pai está em tratamento para tuberculose pulmonar. Esses fatores sugerem que a criança possa ter sido exposta ao Mycobacterium tuberculosis e esteja com tuberculose latente. A tuberculose latente ocorre quando a pessoa está infectada com o bacilo da tuberculose, mas não apresenta sintomas da doença ativa. No entanto, existe o risco de que a infecção se torne ativa no futuro. Portanto, é recomendado iniciar o tratamento para tuberculose latente em crianças menores de 5 anos que tiveram contato próximo com um caso de tuberculose pulmonar confirmado. O tratamento para tuberculose latente geralmente consiste no uso de um esquema de isoniazida (INH) diariamente por 9 meses. Esse tratamento reduz o risco de progressão para tuberculose ativa. Vamos aprender com as alternativas: Alternativa A – Incorreta: O esquema RIP (rifampicina + isoniazida + pirazinamida) é utilizado no tratamento da tuberculose ativa, não na tuberculose latente. Como a criança não apresenta sintomas clínicos, o tratamento com esquema RIP não é indicado. Alternativa B – Correta: A criança apresenta uma forte reação positiva ao teste tuberculínico (PPD) e teve contato próximo com o pai em tratamento para tuberculose pulmonar. Portanto, é recomendado iniciar o tratamento para tuberculose latente para reduzir o risco de desenvolvimento da doença ativa no futuro. Alternativa C – Incorreta: O acompanhamento com PPD e radiografia de tórax a cada 3 meses pode ser indicado em situações de contato com um caso de tuberculose pulmonar, mas geralmente é utilizado em adultos, não em crianças pequenas. Além disso, o resultado do PPD já indicou uma forte reação positiva, sugerindo a necessidade de tratamento para tuberculose latente. Alternativa D – Incorreta: O isolamento do pai não é indicado, uma vez que o tratamento para tuberculose pulmonar já foi iniciado e, após 2 meses de tratamento adequado, o risco de transmissão da doença é significativamente reduzido. O foco principal é o tratamento da criança, que apresenta tuberculose latente. Alternativa E – Incorreta: Embora a criança esteja assintomática, o fato de ter tido contato próximo com um caso de tuberculose pulmonar confirmado e apresentar uma forte reação ao PPD indica a necessidade de tratamento para tuberculose latente. A conduta expectante pode levar ao desenvolvimento da doença ativa no futuro, com possíveis complicações. Portanto, o gabarito é a alternativa B. 25 Tuberculose Comentário da Questão 05 Estamos diante de um paciente que vive com HIV (PVHIV), com sintomas sugestivos de tuberculose, como tosse crônica, febre vespertina e perda ponderal. Devemos lembrar que a tuberculose pode ocorrer com quaisquer níveis de CD4, mas o que a banca quer mesmo saber é a conduta frente ao caso. Nesses casos, a prioridade de tratamento é a tuberculose, com o esquema RIPE por 6 meses (2 RIPE + 4 RI). Então, quando iniciaremos o tratamento do HIV? A terapia antirretroviral pode ser iniciada em até 2 semanas. Por que não iniciamos tudo junto? Pelo risco de interações medicamentosas. Qual o esquema preconizado? • TDF + 3TC + EFV (iniciada em até 2 semanas após o início do tratamento da tuberculose) OU; • TDF + 3TC + 2x DTG. Legenda: TDF (tenofovir); 3TC (lamivudina); EFV (efavirenz); DTG (dolutegravir). Algo a mais: E se o paciente já fazia uso da TARV? Iniciaro tratamento da TB imediatamente e continuar a TARV, ajustando o esquema para diminuir o risco de uma potencial toxicidade. Vamos às alternativas? Alternativa A - Correta: Como vimos, a terapia antirretroviral deve ser iniciada em até 2 semanas após o início do tratamento para a tuberculose com o esquema RIPE. Alternativa B - Incorreta: Nesses casos, a prioridade é tratar a tuberculose de imediato. Alternativa C - Incorreta: O início é após 2 semanas do começo do tratamento da tuberculose e não do seu término. Alternativa D - Incorreta: Não é necessário realizar a contagem de linfócitos CD4 para iniciar o tratamento. Portanto, o gabarito é a alternativa A. Sumário 1. Conceitos básicos em tuberculose (TB) Questão 01 1.1 Tuberculose primária 1.2 Tuberculose pós-primária 2. Diagnóstico ⚠ Questão 02 2.1 Prova tuberculínica (derivado proteico purificado - PPD) 2.2 IGRA (ensaio de liberação de interferon gama) 3. Tratamento 3.1 Tratamento convencional ⚠ Questão 03 3.2 Infecção latente por tuberculose (ILTB) e contactantes ⚠ Questão 04 3.3 Coinfecção TB-HIV ⚠ Questão 05 TOP FIVE Tesoura 1 A 27: A 28: Botão de rádio 16: Off Tesoura 1 B 27: B 28: Tesoura 1 C 29: C 29: Tesoura 1 D 27: D 31: Respostas 14: Resposta 28: Tesoura 1 A 28: Tesoura 1 C 30: A 29: Tesoura 1 D 28: Tesoura 1 B 28: B 29: C 30: D 32: Resposta 29: Respostas 15: Tesoura 1 A 26: A 27: Tesoura 1 B 26: B 27: Tesoura 1 C 28: C 28: Tesoura 1 D 26: D 30: Resposta 27: Respostas 13: Tesoura 1 A 31: Tesoura 1 C 33: A 32: Tesoura 1 D 31: Tesoura 1 E 28: Tesoura 1 B 31: B 32: C 33: D 35: E 30: Resposta 32: Respostas 18: Tesoura 1 A 30: Tesoura 1 C 32: A 31: Tesoura 1 D 30: Tesoura 1 B 30: B 31: C 32: D 34: Resposta 31: Respostas 17: Botão 185: Página 21: Botão 194: Página 22: Botão 203: Página 23: Botão 2012: Página 24: Botão 2021: Página 25:
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