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Relações de Dominação na Idade Média

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323Relações de dominação e resistência na sociedade medieval européia: camponeses, artesãos, mulheres, hereges e doentes
História
Organize um quadro com as seguintes informações sobre o documento 7:
• Quem o produziu? 
• Qual o tema desta obra? Em que contexto foi produzido?
• Podemos estabelecer comparações entre o governo ideal e o real das cidades italianas deste perí-
odo? 
As cenas representadas no afresco presente no documento 7 podem justificar a Revolta dos Ciom-
pi? Escreva uma narrativa à respeito. Utilize os textos 2 e 3, os documentos 2, 3, 4, 5 e 6 e o mapa 1.
 ATIVIDADE
A resistência daqueles que viviam em condição de exploração e 
exclusão nas cidades medievais, porque não tinham acesso à moradia 
e alimentação adequadas, ou porque não pertenciam à nobreza, 
sobretudo os artesãos, pode ser compreendida também por meio das 
inúmeras paralisações que realizavam. Apesar de serem consideradas 
um ato criminoso, são muitos os registros de trabalhadores que cruzaram 
os braços em protesto às relações com os mestres das corporações de 
ofício. Em 1329, os curtidores de lã da cidade de Breslau, na Polônia, 
ficaram quase um ano em greve, reivindicando aumento de salário.
É possível perceber a crise feudal e a transição deste sistema para o capitalismo a partir de manifes-
tações, como a paralisação dos trabalhadores de Breslau. Argumente sua resposta.
 ATIVIDADE
 Um mapa da exclusão social na Idade Média
Não foram apenas as condições sociais de pobreza e miséria 
que excluíram pessoas e grupos na Idade Média. Além dos servos, 
camponeses e trabalhadores pobres, as mulheres, as crianças, os 
doentes, os imigrantes, os hereges e os judeus também compartilhavam 
da exclusão social.
O livro Movimentos Populares na Idade Média, de José Rivair Macedo aborda as greves e outras 
manifestações de resistência na Idade Média. Visite a Biblioteca e procure conhecê-lo.
 PESQUISA
324 Relações culturais
Ensino Médio
 Algumas reflexões sobre as mulheres na Idade Média:
O domínio que a sociedade ou os homens exerceram sobre as mulheres no processo 
histórico será compreendido no decorrer deste conteúdo estruturante. Na Idade Média, também 
ocorreram estas relações de dominação; as mulheres estavam submetidas à autoridade do pai 
ou do marido e tinham como destino certo o casamento, senão com um esposo escolhido pelo 
pai, num acordo de negócios, com Cristo, ao ser enviada para algum convento (era comum 
dizer que freiras tornavam-se esposas de Cristo).
As mulheres mais pobres realizavam o trabalho nas lavouras ou nas oficinas de artesãos 
para o sustento da família. Já as mulheres nobres eram educadas para o matrimônio e a 
maternidade. A Igreja Católica dava o suporte ideológico para a manutenção da submissão 
feminina. Quando conveniente, os representantes da Igreja consideravam a mulher responsável 
pelas desgraças ocorridas na sociedade, chegavam a responsabilizá-la pelo “pecado original” 
da humanidade, referindo-se à sedução de Adão por Eva no Jardim do Éden. 
Dificilmente a historiografia tradicional demonstrou manifestações de resistência das 
mulheres à condição de dominação a que estavam submetidas na Idade Média. Porém, as 
mulheres estiveram presentes; a necessidade de conquistar igualdade e dignidade era comum 
a todos os que viviam em condição de exclusão social. Para as mulheres, além da luta pela 
condição social, estava a luta pelo respeito e 
reconhecimento de sua identidade.
Veja este fragmento do conto Yvain, de 
Chrétien de Troyes (1135-1183), escrito por 
volta de 1180, sobre as tecelãs de seda, na 
Inglaterra:
Documento 8
Sempre teceremos panos de seda
E nem por isso vestiremos melhor,
Seremos sempre pobres e nuas
E teremos sempre fome e sede;
Nunca seremos capazes de ganhar tanto
Que possamos ter melhor comida.
Sem mudança teremos pão
De manhã, pouco, à noite menos;
Pois da obra de nossas mãos
Nenhuma de nós terá para se manter
Mais que quatro dinheiros de libra,
E com isso não poderemos 
Ter bastante carne e panos;
Pois quem ganha por semana
Vinte soldos não está livre de sofrer ...
E estamos em grande miséria,
Mas, com os nossos salários, enriquece
Aquele para quem trabalhamos;
Grande parte das noites ficamos acordadas
E todo o dia, para isso ganhar.
Ameaçam-nos de nos moer de pancada
Os membros quando descansamos:
E assim, não nos atrevemos a repousar.
(Extraído de LE GOFF, 1994, p. 65). Fiandeiras de seda, c. século XII. – iluminura.n
Documento 9
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