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Mundo Medieval Antiguidade Tardia (séc. iv-v) Reinos bárbaros → Origem dos reinos bárbaros: final da Idade antiga e início da Alta Idade Media, no ocidente da Europa, (em 476 o Império Romano do Ocidente termina = fragmentado em reinos bárbaros) ◦ Bárbaros ou germânicos: povos que não falam Latim ou Grego e que viviam fora dos limites do Império Romano → Os povos germânicos/bárbaros já habitavam o Império Romano, atuando como soldados e colonos = alguns lutavam em guerras como mercenários, em troca de pagamento e, dessa forma, aprendem técnicas de guerra usadas pelos romanos → Passaram a invadir o território nos séculos III e IV ◦ Queda do Império Romano do Ocidente: fragmentado em diversos reinos de povos bárbaros ◦ Migrações bárbaras: processo dinâmico em que as culturas não se sobrepuseram completamente umas às outras, mas se mesclaram em influências e diálogos diversos → Com a decadência do Império Romano, a falta de alimentos e insegurança nas cidades, a população se refugiou nos campos = ruralização ◦ Cidades abandonadas = invasões e saques ◦ Falta de mão de obra escrava = atraiu trabalhadores para o campo ◦ Trabalhadores arredavam terras na condição de servos ◦ Regime de colonato: sistema de exploração de grandes propriedades entre diversos colonos ou meeiros, que ficam incumbidos de cultivar uma determinada área e entregar parte da produção ao proprietário, conservando outra parte para seu próprio consumo ◦ Comitatus: relações de lealdade e honra entre guerreiros bárbaros e seus líderes; laços de dependência pessoal ◦ Escassez de alimentos = volta a economia rural de subsistência ◦ Desmonetização; retração do comercio interno e externo ◦ Comércio em declínio por conta da instabilidade causada por guerras e concentração da população em comunidades rurais ◦ Construção de castelos e residências fortificadas para se protegerem da agressão externa → Economia: amonetária; pastoreio, caça, pesca, agricultura rudimentar → Fragmentação do poder político; poder descentralizado (tribos independentes) → Expansão do cristianismo → Direito consuetudinário: baseado em costumes, práticas e tradições orais; não é escrito, mas sim passado de gerações pela oralidade → Cultura: mitos e lendas; politeísmo → Ao longo dos séculos IV e V, uma onda de invasões de povos germânicos inundou as cidades do território romano ◦ Os germanos ocuparam um papel fundamental nas migrações bárbaras, a começar pela conquista de Roma pela tribo dos Hérulos → Entre os séculos III e VIII, várias epidemias acometeram, principalmente, núcleos urbanos e áreas pontuarias ◦ Núcleos muito habitados = aglomeração = disseminação de doenças Alta Idade Média (séc. V-X) → A baixa produtividade agrícola e igual disponibilidade de bens de consumo geraram uma retração no comercio e na economia monetária → A vida produtiva foi, pouco a pouco, se concentrando nos domínios, propriedade rural, e nos mansos, pedaços de terras de onde os camponeses retiravam seu sustento → Em troca de proteção, terra e moradia, os camponeses davam parte da sua produção para o senhor = colonato → A Igreja Católica, pouco a pouco, ia se transformando em grande proprietária de terras e aliada dos reis germânicos, ganhando importância política → Nesse momento, os artesãos se concentraram nos domínios e ali produziam para a própria subsistência → Politicamente, com o fim da centralização do Império Romano, os territórios se fragmentaram e eram frequentes os conflitos entre líderes germânicos pela posse e de hegemonia sobre a terra O reino dos Francos - Reino bárbaro mais importante → Conquista e manutenção do território ◦ Vida no campo, com baixa produtividade ◦ Instabilidade: povos germânicos em conflito ◦ Território se fragmenta em reinos e domínios → No Séc. VIII, os reis francos conseguiram unificar territórios no Sacro Império Romano Germânico → Origens: invasões germânicas → Localização: vale do rio Reno (atual França na fronteira c/a Alemanha); se estabeleceram na região da Gália ⇒DINASTIA MEROVÍNGIA (481-751) → Governo Clóvis: ◦ Unificou as tribos francas ◦ Expansão territorial ◦ Aliança com a Igreja: converteu-se ao cristianismo e expandiu o cristianismo com suas conquistas ◦ Com apoio da Igreja, esteve à frente da organização do Reino Franco e consolidou a dinastia Merovíngia → Reis indolentes = perda de autoridade: ◦ Reino dividido entre os herdeiros de Clóvis ◦ Disputa entre herdeiros = crise (enfraquecimento) ◦ Majordomus: prefeitos dos Palácios com o poder de fato; o rei tinha funções meramente cerimoniais; descentralização política → Pepino de Heristal: ◦ Alto funcionário da corte (nobre) que administrava o palácio real e passou a governar de fato o reino = majordomus ◦ Majordomus que submete outros majordomus; centralização política → Carlos Martel: ◦ Filho de Pepino de Heristal ◦ Expansão do reino franco ◦ Batalha de Poitiers (732): primeiro conflito entre cristãos e muçulmanos na história; a vitória dos Francos (cristãos) impediu a expansão do islamismo sobre a Europa na Alta Idade Média ⇒IMPÉRIO CAROLÍNGIO (751-987) → Pepino, o Breve - 751-768 ◦ Filho de Carlos Martel ◦ Contou com o apoio do papa e depôs o último soberano merovíngio ◦ Fundador da Dinastia Carolíngia ◦ Conquista a Itália e expulsa os lombardos ◦ Aliança com a Igreja: doa territórios à Igreja no centro da Península Itálica (Patrimônio de São Pedro) → Carlos Magno - 771-814 ◦ Fundador do Império Carolíngio ◦ Período de maior poder dos Francos ◦ O império era extremamente personalista e burocratizado ◦ Doa à nobreza e ao clero as terras adquiriras nas guerras de conquista e dividiu o território sob seu controle em condados, ducados e marcas ◦ Os administradores dessas áreas eram nobres nomeados pelo imperador, que cobravam impostos e zelavam pelas leis ◦ Os administradores eram fiscalizados pelos emissários do senhor (Missi dominici): inspetores reais que visitavam as regiões do Império mantendo o rei informado, assim, Carlos podia controlar um vasto território podendo valer suas leis capitulares (documentos escritos contendo ordens e comunicados do rei sobre diversos assuntos) ◦ As relações entre nobres e entre nobres e o rei eram relações de dependência pessoal, de suserania e vassalagem; era marcada pela troca de fidelidade e de proteção entre as partes; essas relações fortaleceram os nobres que ganhavam terras ◦ Expansão das fronteiras ◦ Coroado Imperador Romano do Ocidente pelo papa Leão III: o mandatório da Igreja via na ampliação do Reino Franco uma possibilidade de expansão do cristianismo e o retorno à própria concepção de império ◦ As Igrejas Católicas estavam presentes dentro dos domínios, construíram uma cosmovisão com elementos culturais romanos e germânicos e passaram a ter um poder pedagógico; passa a dominar diversos elementos culturais ◦ Renascimento Carolíngio: desenvolvimento das zonas rurais, revitalização do comercio marítimo, incentivo à cultura e educação com a abertura de escolas nos mosteiros, copias de manuscritos greco-romanos feitos nos mosteiros preservação das obras da Antiguidade Clássica), valorização da cultura clássica (estudo do latim) e uso de um sistema de pontuação (avanço no registro escrito) ◦ Entre os Séc. IX e X, ocorreram novas ondas de invasões barbaras, dessa vez os vikings penetraram pelos rios do interior europeu → Luís, o Piedoso (814-840) ◦ Filho de Carlos Magno; sucedeu a Carlos Magno ◦ Politicamente fraco: sua morte significou o fim da unidade imperial → Decadência ◦ Disputa pelo poder entre os filhos de Luís, o Piedoso ◦ Tratado de Verdun (843): divisão do Império Carolíngio entre os netos de Carlos Magno:Carlos, o Calvo; Luís, o Germânico e Lotário ◦ Séc. IX: novos invasores - húngaros, nórdicos e muçulmanos ◦ Populações buscando refúgio e proteção subordinavam-se aos grandes senhores de terra; condes, marqueses e outros nobres passaram a ter uma importância crescente = consolidava-se o feudalismo Feudalismo → Modo de produção/sistema econômico, político e social da Idade Média → Origens: crise do escravismo romano, desagregação do Império Romano, invasões bárbaras e ruralização →A Europa medieval se formou por meio de um longo processo de combinação de elementos de origem romana, germânica e católica; fusão das culturas romana e barbara ◦ Legado dos romanos para a Idade Média: colonato, vilas e cristianismo ◦ Legado dos germânicos para a Idade Média: comitatus e direito consuetudinário →As relações feudo-vassálicas se consolidaram nos séculos subsequentes ◦ Em troca de fidelidade, o suserano dava um feudo ao seu vassalo, que não necessariamente era uma terra, mas podia ser um benefício →Como, muitas vezes, o feudo era uma terra, aos poucos, o território da Europa foi se fragmentando; com isso, os nobres se fortaleceram ◦ Reinos estavam divididos em feudos = poder político descentralizado ◦ Feudo = unidade básica de produção: ◦ Manso senhorial = área de uso exclusivo do senhor feudal ◦ Manso servil = área cedida ao servo para seu sustento ◦ Terras comunais = áreas de uso coletivo (campos e bosques) →O senhorio, muitas vezes chamado de feudo, era o local onde se davam as relações trabalhistas, marcadas pela servidão, e a vida econômica e social; eram domínios murados ◦ No senhorio se produzia quase tudo que seus habitantes necessitavam: alimentos, roupas, ferramentas, tecidos, entre outros; o sal e o ferro eram comprados de outras localidades →Embora a mão de obra escrava tenha continuado existindo em algumas localidades do Mediterrâneo, na Europa Ocidental a mão de obra predominante na Idade Média era a do servo →Os castelos eram símbolo de intimidação e poder →O comercio, nesse momento, encontrava-se retraído e a moeda tornou-se, principalmente, instrumento de reserva de valor ◦ Caracterizado pelo predomínio da produção para consumo local, comércio bastante reduzido ou inexistente e ausência ou baixa utilização da moeda ◦ Proibição da usura (pagamento de juros = lucro) ◦ Economia agrária; agrícola autossuficiente ◦ Quase não usava moeda (amonetária) = comércio insignificante ◦ Não havia concorrência entre os feudos ◦ Mão de obra servil ◦ Importante: o comercio não desaparece completamente; há trocas do excedente →Formado pelas forças produtivas e relações de produção existentes na sociedade; relações Servis de Produção entre o Senhor Feudal e os Servos, regidas por obrigações dos senhores feudais e dos servos ◦ Em troca de proteção, terra e moradia, os camponeses davam parte de sua produção para o senhor ◦ Corveia: trabalho gratuito nas terras do senhor feudal (manso senhorial) ◦ Talha: pagamento ao senhor feudal de parte da produção dos servos no manso servil ◦ Banalidades = taxa para a utilização das instalações do feudo, instrumentos de trabalho (forno, moinho, etc.) ◦ Tostão de Pedro (vintém): taxa paga à Igreja (dízimo) para manutenção da capela local ◦ Dízimo: 10% da produção do feudo é destinada à Igreja Católica ◦ Mão morta: imposto pago na morte do servo para poder passar a terra ao seu filho →A Igreja Católica concentrava o poder sobre o saber e sobre a cosmovisão medieval (transmite conhecimento, valores, pedagogia); havia os monges intelectuais; as pessoas pagavam pelas indulgencias (perdão); ◦ Poder espiritual (papa) maior que o poder temporal (rei) ◦ Igreja tinha o poder social →A partir do Séc. XI, a Europa feudal passou por mudanças na produção agrícola devido à expansão de áreas cultiváveis e as inovações técnicas que promoveram aumento na produção ◦ Melhora na produtividade com o uso do arado, melhores terras (derrubada de florestas) e sistema de plantio trienal ◦ Com uma melhor alimentação, a população ficou mais saldável e a mortalidade caiu, promovendo um aumento demográfico ⇒GRUPOS SOCIAIS (ESTAMENTOS) - SOCIEDADE FEUDAL → Clero: sacerdotes/membros da Igreja Católica; muitos clérigos possuíam grandes extensões de terra, deixadas de herança para a Igreja, que se tornou uma grande proprietária de terras ◦ Alto clero: papa e bispos (membros da nobreza) ◦ Baixo clero: padres e diáconos ◦ Clero secular: vivia nas vilas em contato com a sociedade; estavam diretamente subordinados ao poder do bispo local ◦ Clero regular: formado por sacerdotes que viviam fora do convívio social; fechados em mosteiros, esses sacerdotes seguiam as regras estabelecidas por sua Ordem Religiosa ◦ Monges copistas: sacerdotes que dedicaram a vida a copiar as principais obras literárias da Idade Antiga, ajudando a preservar todo o conhecimento já acumulado na história até então; garantiram a continuidade do conhecimento científico → Nobreza: o prestígio do nobre variava de acordo com o seu título; os nobres possuíam monopólio sobre as armas e viam no trabalho manual como indigno ◦ Eram os senhores feudais (grandes proprietários rurais) e cavaleiros ◦ Relação de suserania e vassalagem (feudo- vassálica): de dependência mútua entre nobres; o suserano era o doador do feudo e o vassalo era o recebedor do feudo (benefício); o senhor feudal era vassalo do rei → Servos: estavam ligados por dependência à terra senhorial; exerciam atividades no senhorio; trabalhadores presos à terra ◦ Podiam se tonar membros do baixo clero, provando que havia uma mínima mobilidade social → Vilões: trabalhadores livres que possuíam um pedaço de terra (antigos pequenos proprietários) ◦ Os artesãos são a prova de que o comercio existia, apesar de mínimo; surgem com a retomada das atividades urbanas → Escravos: eram minoria; prisioneiros de guerra ou por dívida Baixa Idade Média ⇒AS CRUZADAS → Expedições de caráter militar e religioso sob o comando e organização da Igreja (papado) e nobres; contraofensiva cristã à expansão do islamismo → Fatores: as motivações foram de ordem religiosa e material ◦ Domínio muçulmano da Terra Santa ◦ Busca da absolvição dos pecados e da salvação eterna ◦ Saques (pilhagem das riquezas dos “infiéis”) ◦ Busca de novas terras para os senhores feudais e nobreza marginalizada ◦ Aumento População europeia entre os séculos X e XIII (Cruzadas = “válvula de escape” para diminuição da pressão demográfica na Europa) – no século XI quase não houve guerras e epidemias = população europeia cresceu = feudalismo apresenta primeiros sinais de crise e esgotamento = para livrar o feudalismo da crise, a Igreja cria as Cruzadas → Objetivos: ◦ Reconquistar a região da Palestina, que estava dominada pelos muçulmanos; tratava-se de Jerusalém, a Terra Santa ◦ Criar um Reino Cristão no Oriente Médio ◦ Escoar o excedente populacional europeu para o Oriente Médio, a fim de livrar o feudalismo da crise ◦ A nobreza europeia tinha interesse de conquistar novas terras ◦ Tentar pôr um fim no Cisma do Oriente (1054) → Resumindo: havia um motivo econômico (interesses comerciais, domínio de rotas e acesso as especiarias e outros produtos) e um motivo político (retomada do território de Jerusalém) → O Papa Urbano conclamou toda a população cristã para expulsar os muçulmanos da Terra Santa ◦ Ao longo de 200 anos, lutaram pobres, nobres, crianças e reis → Cruzada Oficial = organizado por reis e pela Igreja → Cruzada dos Mendigos (1096) – não oficial ◦ Líder: agricultor Pedro, o Eremita ◦ Participação de cerca de 30 mil pessoas ◦ A maioria foram mortos e outros vendidos como escravos → 1ª Cruzada (1095-1099)◦ Convocada pelo papa Urbano II (Concilio de Clermont-1095) ◦ Os cruzados tomaram Jerusalém em 1099 e organizaram na região um reino cristão de moldes feudais que teve curta duração ◦ Jerusalém acabou sendo tomada pelos muçulmanos e não seria mais recuperada pelos cristãos ◦ Desdobrou-se em Cruzada dos Senhores e Cruzada dos Mendigos → 3ª Cruzada (1189-1192) – Cruzada dos Reis ◦ Liderada pelos monarcas Frederico Barba Ruiva (Sacro Império Romano-Germânico) Filipe Augusto (França) e Ricardo Coração de Leão (Inglaterra) ◦ Não atingiu os objetivos militares e resultou no estabelecimento de acordos diplomáticos com os turcos, possibilitando as peregrinações ◦ Os cruzados não conseguiram conquistar a Terra Santa, mas obtiveram do sultão Saladino a autorização para que os cristãos pudessem peregrinar até Jerusalém → 4ª Cruzada (1202-1204) – Cruzada comercial ◦ Objetivo inicial de conquistar Jerusalém, mas acabou indo e saqueando Constantinopla ◦ Financiada pelos comerciantes de Gênova, Pisa e Veneza, foi viciada em suas origens pelo interesse mercantil, tornando-se a primeira cruzada contra cristãos ◦ Os cruzados marcharam sobre Constantinopla, cidade cristã ortodoxa (não obediente ao papa), capital do Império Bizantino e terminal das rotas comerciais do Oriente ◦ Constantinopla acabou sendo saqueada → Consequências ◦ Terminaram com a vitória dos muçulmanos ◦ Fracasso militar (a Terra Santa não foi conquistada pelos cristãos) ◦ Reabertura do Mar Mediterrâneo para o comércio cristão ◦ Renascimento Comercial na Europa Ocidental; ajudaram a desenvolver o comércio entre ocidente e oriente na Baixa Idade Média ◦ Surgimento de cidades (burgos); nascimento da burguesia ◦ Enfraquecimento da nobreza ◦ Agravou a crise do feudalismo ◦ Declínio do Império Bizantino Renascimento comercial e urbano → As Cruzadas reabriram o Mediterrâneo para o comércio cristão ◦ As cruzadas foram derrotadas pelos povos islâmicos, mas abriu o mar mediterrâneo para o grande comercio → Com a diminuição de guerras houve o aumento da população europeia → Com o fim das invasões barbaras, houve aumento da segurança → Com novas técnicas de plantio, houve o aumento da produção agrícola ◦ Atrelagem peitoral do arado nos animais ◦ Aumento das áreas de cultivo pela derrubada de florestas e drenagem de pântanos ◦ Rotatividade das plantações → Origem das cidades: nas fortalezas, castelos e feiras medievais ◦ Com o excedente agrícola, as feiras começaram a retomar a sua importância ◦ O comercio de longa distância se intensificou no século XI ◦ As cidades voltaram a crescer com os artesãos, os comerciantes e os camponeses que rompiam com os laços servis ◦ Cidades francas (autonomia por meio de acordos financeiros) ◦ Cidades comunais (autonomia através da luta armada) → Nascimento dos burgos e da burguesia: pequenas vilas dentro dos feudos que surgiram por conta do comercio; a burguesia eram os proprietários do comercio local e as cidades italianas eram as principais fornecedoras dos produtos orientais → As corporações de ofício: associações entre os mestres artesãos que exerciam a mesma atividade com os objetivos de controlar a produção e o mercado locais, evitando a concorrência; podiam ser de comerciantes (ligas) ou de artesãos ◦ Nas cidades medievais, uma pessoa só podia trabalhar em um ofício se pertencesse a uma corporação, ou seja, uma associação de profissionais de um mesmo o ramo na atividade ◦ Mestres: donos das oficinas ◦ Artesão: indivíduo que realiza trabalhos manuais ◦ Aprendizes: iniciantes na profissão ◦ Trabalhadores eram pagos pela jornada de trabalho → Guildas (Hansas): associações de cidades mercantis com o objetivo de defender os interesses comerciais das cidades de uma região; associações de mercadores de uma mesma cidade → Crescimento do mercado interno: surgiu, nesse contexto, a burguesia = moradores do burgo; a princípio era a pessoa livre, trabalhadora da cidade, com o passar do tempo passou a designar pessoas enriquecidas, comerciantes e banqueiros ◦ O comércio fez nascer pequenas vilas (burgos) ◦ Os burgos estavam localizados dentro dos feudos ◦ Burguesia: proprietários do comércio local ◦ Dentro do burgo estava nascendo o capitalismo ◦ Fora do burgo a vida era feudal, marcada pelas relações de suserania ◦ Aumento do uso de moedas e atividades bancárias (câmbio, empréstimos a juros e depósitos); a moeda voltou a circular, mas sem um padrão, surgindo assim, os cambistas ◦ Cidades italianas: principais fornecedoras de produtos orientais → A Igreja Católica propôs nesse período a “Trégua de Deus”, o que ajudou a manter certa estabilidade entre os reinos → Capitalismo comercial ◦ Os burgos eram pequenos núcleos onde o comércio crescia e se desenvolvia ◦ Dentro dos burgos temos o aparecimento das trocas comerciais → A crise do feudalismo: o crescimento do comércio deixava o sistema feudal ainda mais em crise; os senhores feudais e a Igreja Católica não viam com bons olhos o crescimento do comércio → Aliança rei + burguesia: para o rei, era importante o comercio desenvolvido pela burguesia = aumento na arrecadação de impostos para o governo real = condições financeiras para a criação de exércitos fortes; para a burguesia, o apoio político do rei era determinante para o crescimento do comercio Crise do século XIV ⇒A GRANDE FOME (1315-1317) → Aumento da população europeia → Europa foi assolada por intensas chuvas (crise climática), o que gerou baixa produção agrícola e aumento do preço dos alimentos ◦ O setor agrícola era a base da economia medieval e foi fortemente impactado por chuvas intensas, esgotamento do solo e frio excessivo → Consequências: milhões de mortos, canibalismo, saqueadores ◦ A crise de abastecimento se alastrou e impactou o comercio, a produção artesanal, a circulação monetária, causando mortalidade e conflitos ⇒PESTE NEGRA OU BUBÔNICA (1347-1350) → Origem: Oriente → Fator: crescimento das cidades, péssimas condições de higiene e alimentação (fome) e a circulação de pessoas → Transmissão: picada da pulga do rato e/ou inalação de gotas de líquido de espirros ou tosse de indivíduo doente → Consequências: ◦ Morte de aproximadamente 1/3 da população europeia; matou igualmente sujeitos de todas as classes sociais ◦ Retração do mercado ◦ Antissemitismo (judeu associado à disseminação da peste) ◦ Aumento do misticismo ◦ Aumento da xenofobia ⇒GUERRA DOS CEM ANOS (1337-1453) → Inglaterra x França → Locais do conflito: França e Flandres → Fatores: ◦ Questão sucessória do trono francês após a morte de Carlos IV, último filho de Filipe IV, o Belo ◦ Pretensão de Eduardo III, rei da Inglaterra, de ocupar o trono francês ◦ Rivalidade entre os reis da França e da Inglaterra pelos feudos que os reis ingleses possuíam na França ◦ Disputa pela região de Flandres (grande produtora de tecidos) → Vitórias iniciais dos ingleses: na Batalha de Poitiers (1356) e na Batalha de Azincourt (1415) → “Virada” francesa: na Batalha de Orleas (1429), com a vitória das forças francesas sob a liderança de Joana d’Arc (↑ nacionalismo francês) e na Batalha de Castillon (1453) → Consequências: ◦ Vitória final da França ◦ Consolidação do poder monárquico na França ◦ Formação de exércitos profissionais no lugar dos cavaleiros medievais ◦ Novas técnicas de guerra: arqueiros, infantaria e artilharia (armas de fogo) ◦ Enfraqueceu o poder dos nobres ◦ A população sofreu ainda mais com o aumento de impostos ⇒REVOLTA DOS SERVOS → 1358 (França) e 1381 (Inglaterra) → Revoltas de camponeses submetidos à servidão na França e na Inglaterra → Fatores: ◦ Aumento das obrigações servis (a fome, a peste e as guerrasgeraram uma abrupta redução da população europeia, o que também significou menos servos trabalhando nos feudos) = falta de mão de obra nos campos e diminuição da produção agrícola ◦ Aumento dos impostos aos camponeses pela nobreza, tentando compensar suas perdas ◦ A falta de proteção dos servos contra saqueadores e contra a peste → Camponeses passaram a reagir, promovendo revoltas ◦ Ex: revolta de Jacqueries; milhares de camponeses revoltados colocaram fogo em castelos, mataram nobres e queimaram documentos de dívidas ⇒GUERRA DE RECONQUISTA → Na península ibérica; cristãos x muçulmanos → As Cruzadas, a Guerra dos Cem Anos, a fome, a peste e as revoltas camponesas enfraqueceram a nobreza e deram margem à ascensão de um novo grupo social: a burguesia ◦ Os burgueses passaram a comprar terras dos nobres falidos e auxiliar financeiramente a realeza → A aliança entre o rei + burguesia ◦ Para o rei era importante o comércio que a burguesia desenvolvia; aumento da arrecadação de impostos para o governo real e condições financeiras para a criação de exércitos fortes ◦ Para a burguesia o apoio político do rei era determinante para o crescimento do comércio Aspectos culturais ⇒IGREJA CATÓLICA →Origem: durante a Roma antiga, o imperador Teodósio oficializa o cristianismo como religião do império pelo edito de Tessalônica e nascia a igreja católica apostólica romana → A Igreja conseguiu sobreviver às invasões germânicas e logo depois iniciou o processo de conversão dos bárbaros → Instituição de maior influência na Idade Média; grande senhora feudal (proprietária de muitas terras) ◦ Todas as relações típicas do feudalismo foram justificadas e legitimadas pela Igreja = detentora do econômico → Monopólio da cultura letrada e da educação → Durante a Idade Média, apenas a Igreja Católica, na Europa feudal, tinha autoridade para identificar livros sagrados e explicá-los → Detentora do poder espiritual → Influenciava a forma de pensar e o comportamento na Idade Média ◦ O teocentrismo dominava a filosofia e os estudos naturais ◦ Entre os principais teóricos medievais destacamos: Santo Agostinho e Tomás de Aquino; ambos tentavam conciliar o pensamento racional grego (pensamento racional filosófico clássico) ao pensamento cristão (teologia) → Possuía grande controle sobre a cosmovisão da sociedade, por exemplo, dizendo que uns nascem para trabalhar, outros para guerrear e outros para orar → Detentora do poder econômico: proprietária de muitas terras → O cristianismo diminuía a distância entre pessoas de diferentes grupos sociais → Os textos escritos em latim (textos clássicos) ou em grego eram guardados a sete chaves nas Universidades e nos mosteiros → Estratégia: com a censura e a perseguição aos ritos pagãos, considerados heréticos, a Igreja conseguiu se manter hegemônica → Franciscanos e Beneditinos foram ordens religiosas fundamentadas em valores rigorosos (pobreza, obediência, castidade, oração, caridade) e voltadas para o trabalho filantrópico → Hierarquia: ◦ Alto clero: oriundo da nobreza (papa, cardeais, bispos e abades) ◦ Baixo clero: oriundo das camadas populares (padres e monges) ◦ Clero secular: convivem com a sociedade, com leigos no dia a dia (papa, bispos, cônegos e padres) ◦ Clero regular: vivem fechados nos mosteiros, longe do convívio social, se afastam da sociedade vivendo em regime de reclusão ou semirreclusão; seguem regras rígidas (votos); divididos nas ordens religiosas; monges copistas eram os maiores intelectuais da idade média e conservam as obras cientificas produzidas na história até então → Reformas do Papa Gregório VII (1073-1085): ◦ A infalibilidade papal em assuntos de moral e fé ◦ Autoridade papal para excomungar o imperador e assim depô-lo ◦ A exclusividade a igreja na nomeação para cargos eclesiásticos ◦ O combate à Simonia (venda de cargos eclesiásticos) ◦ Imposição do celibato → Questão das investiduras (1075-1122): conflito entre a Igreja Católica (poder religioso) e o Sacro Império Romano-Germânico (poder temporal/político) pelo direito de nomeação e sagração (investidura) de autoridades eclesiásticas e o poder de julgá-las ◦ O imperador Henrique IV se negou a se submeter à autoridade do Papa Gregório VII → A concordância de Worms (1122): um tratado entre o Papa Calisto II e o imperador Henrique V ◦ Encerrou a Questão das Investiduras entre o Papado e o Sacro Império Romano-Germânico ◦ O papa investiria o bispo de sua autoridade espiritual e o imperador de seu poder temporal. ◦ O imperador aceitou o direito da Igreja de designar os bispos → Tribunal da Santa Inquisição: condenava todos aqueles que eram contra dogmas pregados pela Igreja Católica ◦ Objetivo: combater a heresia (doutrina contrária ou diferente dos dogmas estabelecidos pela igreja Católica) ◦ Heresia: uma ideia, teoria ou crença controversa especialmente em relação à religião, e que por isso entra em conflito com o dogma estabelecido ou com determinado contexto social ⇒MULHERES NA IDADE MÉDIA → A Igreja Católica e seus teóricos defendiam, durante a Idade Média europeia, a subalternidade da mulher → Contudo, a vida religiosa representava a possibilidade de ascensão social e maior liberdade às mulheres → Havia diferenças entre mulheres de grupos sociais diferentes; por exemplo, a mulher nobre não trabalha e casa por aliança → As mulheres eram culpabilizadas pelo pecado original (Eva come o fruto proibido, a maçã) → Os papeis das mulheres são cuidar e procriar e submissão ao seu marido ◦ Assim como a estrutura social na Idade Média, as relações entre homens e mulheres era rígida e hierarquizada, marcada pela submissão ◦ Os homens, na maior parte das vezes, estavam acima das mulheres, comandando e protegendo- as de forma excessiva e exagerada, no entanto, as mulheres estavam submissas aos homens, tendo como função procriar, cuidar das tarefas domésticas e educar suas filhas ⇒UNIVERSIDADES → O crescimento populacional e o desenvolvimento das atividades comerciais tornaram indispensável o aparecimento do ensino leigo, voltado para as necessidades do capitalismo → Origem das universidades: corporações de professores e alunos que se reuniam para estudar → As principais universidades eram formadas por quatro faculdades: Artes, Direito, Medicina e Teologia → O ensino era em latim ⇒ARQUITETURA GÓTICA → Catedrais góticas: ficavam sediadas no setor urbano; eram ao mesmo tempo, igreja, escola e biblioteca; toda a população da cidade participava da construção das catedrais góticas ◦ Arte urbana sem deixar de ser religiosa → Procurava harmonizar fé e razão → Leveza e harmonia → Os arcos redondos cederam lugar aos arcos em formato ogival → Grandes catedrais condicionando a percepção da inferioridade humana diante da grandiosidade de Deus → Utilização de vitrais e esculturas com função pedagógica e evangelizadora numa sociedade com imensa maioria de iletrados ◦ Muitos vitrais: Deus é luz ◦ Intenção pedagógica: comunicação por meio das imagens e formas = esculturas ⇒ESTILO ROMÂNICO → Arquitetura solida, largas paredes, grossos pilares e poucas janelas → Igreja Românica: fortaleza de Deus → Intenção pedagógica → Uso de mosaicos e vitrais → Uso de arcos romanos → Construção em pedras ⇒ESCOLÁSTICA → Sistema filosófico de maior importância no período medieval → Os filósofos escolásticos não acreditavam que a verdade pudesse ser atingida pela percepção sensorial; sob grande influência cristã, consideravam até mesmo a razão insuficiente para se chegar ao conhecimento pleno → A escolástica foi uma tentativa de harmonizar a razão com a fé, porém com a primazia da fé sobre a razão ⇒LITERATURA→ Na Idade Média se formou uma cultura intermediaria entre a cultura eclesiástica e a cultura vulgar (transmitida oralmente) → Nesse contexto, se desenvolveu a literatura baseada em contos celtas, como, por exemplo, as histórias do Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda; e ainda, a lírica trovadoresca, que exaltava o amor em seu aspecto espiritual, introvertendo o erotismo Reinos bárbaros O reino dos Francos - Reino bárbaro mais importante Feudalismo Renascimento comercial e urbano Crise do século XIV Aspectos culturais
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