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Quem julga?
Filosofia e sociedade moderna
1o bimestre – Aula 07
Ensino Médio
2024_EM_B1_V1
Como funciona o poder judiciário.
Compreender o âmbito de atuação e as limitações do poder judiciário.
Conteúdo
Objetivo
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(EMIFCHS01) Investigar e analisar situações problema envolvendo temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, considerando dados e informações disponíveis em diferentes mídias.
Na sua opinião, como essas imagens remetem às atribuições do poder judiciário? Explique.
 
 
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Para começar
“Existem, em cada Estado, três tipos de poder: o poder legislativo, o poder executivo das coisas que dependem do direito das gentes [...]. Com o terceiro [o judiciário], castigam-se os crimes ou se julgam as querelas entre particulares.” (MONTESQUIEU, C. O espírito das leis, 2000, p. 167-168).
Essa breve descrição de Montesquieu apresenta um poder judiciário que não aparece com grande destaque. Essa condição um pouco mais apagada remonta à França revolucionária, quando os juízes estavam limitados a repetir literalmente o que estava escrito nas leis, sem interpretar seus princípios. 
Poder judiciário
Continua...
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Foco no conteúdo
Após a Revolução Francesa, o poder legislativo ganhou força e não encontrou oposição suficiente para limitar seu avanço e, dessa forma, instaura-se a política do terror. 
A passividade dos juízes na aplicação da lei, naquele momento, passou como uma forma de impessoalidade, mas, na realidade, atendia às demandas do legislativo. 
Poder judiciário
POLÍTICA DO TERROR NA FRANÇA: 
A política de terror inicialmente tinha o sentido de atender à exigência popular de erradicar quaisquer vestígios aristocráticos da sociedade francesa, e também foi utilizada para fins de eliminação de toda oposição política ao governo. Nesse contexto, a justiça buscava reprimir os “inimigos” da revolução e do governo. 
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Foco no conteúdo
No contexto dos federalistas Hamilton, Madison e Jay, o poder judiciário padecia de uma fragilidade que o afastava dos demais poderes, pois se o poder executivo detinha a capacidade de fazer e de executar, e o legislativo tinha a competência de escrever as leis, qual efetivamente seria a força do poder judiciário? Seu poder estava limitado a repetir diante de partes em conflito o que estava escrito nas leis? 
“[...] O poder executivo dispõe não apenas das honrarias, mas também da espada da comunidade. O legislativo, além de controlar os gastos do tesouro, prescreve normas que devem reger os direitos e deveres de cada cidadão. O judiciário, porém, não tem a menor influência sobre a espada nem sobre o tesouro. [...] Na verdade, pode-se dizer que não tem força nem vontade.” 
(HAMILTON. 78. In: Os clássicos da política 1, 2006, p.275)
O poder judiciário
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Foco no conteúdo
Essa condição do poder judiciário é o que pode levá-lo a submeter-se aos outros poderes, como no caso da política do terror, ou fortalecer-se, quando da efetivação e preservação do Estado de Direito. 
Os poderes executivo e legislativo decidem e determinam segundo a sua potência, o que pode levar a algum favorecimento ideológico ou material e avançar contra os direitos individuais. Para evitar esse tipo de situação, em um Estado de Direito, é fundamental a observação das regras e seus princípios de forma contextualizada. 
O poder judiciário
Estado de Direito é entendido como aquele que possui ordenamento jurídico orientado para garantir os direitos individuais (direito à vida, à segurança, à liberdade, à propriedade) e, dessa forma, reprimir a natural disposição do poder político de expandir-se e atuar de forma arbitrária.
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Foco no conteúdo
Leia o excerto a seguir: 
“A independência integral das cortes de justiça é particularmente essencial em uma Constituição limitada [...]. Quero dizer que ela contém certas restrições específicas à autoridade legislativa, tais como, por exemplo, não aprovar projetos de confiscos [...] e outras similares. Limitações dessa natureza somente poderão ser preservadas na prática por meio das cortes de justiça, que têm o dever de declarar nulos todos os atos contrários ao manifesto espírito da Constituição. Sem isso, todas as restrições contra os privilégios ou concessões particulares serão inúteis.”
(HAMILTON. 78. In: Os clássicos da política 1, 2006, p.275)
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Na prática
A partir do excerto lido, explique porque, apesar de não ter influência sobre a espada ou sobre o tesouro, conforme as palavras de Hamilton, o judiciário deve ser forte. 
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10 MINUTOS
Atividade
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Na prática
 
Resposta aberta a depender do estilo de redação do estudante. Contudo, destaca-se a necessidade de a resposta conter os seguintes pontos de argumentação: 
A especificidade do poder judiciário frente aos outros poderes; 
A importância do judiciário manter independência dos outros poderes para poder atuar segundo os princípios constitucionais; 
A força do judiciário revela-se nas cortes quando pode declarar nulos todos os atos contrários à Constituição.
Correção 
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Na prática
Continua...
“Não há posição que se apoie em princípios mais claros que a de declarar nulo o ato de uma autoridade delegada que seja contrário ao teor da delegação sob a qual se exerce tal autoridade. Consequentemente, não será válido qualquer ato legislativo contrário à Constituição.”
(HAMILTON. O federalista.) 
“A competência para resguardar que as decisões respeitem a Constituição é exclusiva do judiciário. Isso é fundamental para que as decisões dos poderes sejam respeitadas pelos cidadãos e, ao mesmo tempo, respondam às suas expectativas sobre o funcionamento da democracia. A qualidade da democracia fica comprometida quando essas condições são desrespeitadas”. 
(MOSÉS, J. A. Jornal/rádio USP)
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Aplicando
A partir da análise dos excertos, selecione um trecho e elabore uma questão de múltipla escolha sobre a atuação do poder judiciário. Não esqueça de criar um gabarito para a correção. 
Para elaborar a questão, reflita sobre qual é a aprendizagem fundamental que deve ser desenvolvida sobre esse tema e a sua importância para a cidadania. 
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15 MINUTOS
Atividade
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Aplicando
A compreender a complexidade da organização do poder judiciário em relação aos outros poderes.
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O que aprendemos hoje?
Slides 3, 8 e 11 – LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Trad. Leda Beck; consultoria e revisão técnica Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. São Paulo: Da Prosa: Fundação Lemann, 2011. 
Slide 4 – MONTESQUIEU, C. O espírito das leis, São Paulo: Martins Fontes, 2000. 
Slide 5 – ELIAS, Alice. Execução de Robespierre. Hoje na história. (FFLCH –USP). Disponível em: https://www.fflch.usp.br/34666 Data de acesso: 04 dez. 2023. 
Slides 6, 8 e 11 – WEFFORT, Francisco C. (org). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2006. 
Slide 11 – MOISÉS, José Álvaro. A manutenção da qualidade da democracia passa pelo equilíbrio entre os poderes. Jornal da USP (por Mária Avanza). Disponível em: 
https://jornal.usp.br/radio-usp/colunistas/jose-alvaro-moises/a-manutencao-da-qualidade-da-democracia-passa-pelo-equilibrio-entre-os-poderes/. Acesso em: 04 dez. 2023. 
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Referências
Lista de imagens e vídeos: 
Slide 3 – OpenClipart-Vectors/ Pixabay. Balança. Disponível em: https://pixabay.com/pt/vectors/escalas-justi%C3%A7a-escala-libra-saldo-147219/ Data de acesso: 04 dez. 2023. 
Slide 3 – Annie Spratt/ Pixabay. Livros. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/envelhecido-estante-livros-1867381/ 
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Referências
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