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1/4 Mieloma múltiplo: quem está mais em risco e como identificar? 5 minutos para ler Chamada também de “câncer dos plasmócitos”, a condição é diagnosticada quando surgem clones anormais das células plasmáticas (ou os plasmócitos) — tipo de glóbulos brancos responsáveis pela produção das proteínas imunoglobulinas (IgA, IgM, IgG, por exemplo) —, que passam a se multiplicar de forma desenfreada na medula óssea, produzindo imunoglobulinas também anômalas. Essa ação prejudica a produção das demais células sanguíneas, e pode gerar alterações como a anemia e a queda na produção das plaquetas. Além disso, a doença também danifica os ossos e o próprio sistema imunológico, ou de defesa. Tipos de mieloma múltiplo A doença se diferencia de acordo com o tipo de paraproteína (imunoglobulinas anômalas) que é produzida/secretada. Como as imunoglobulinas são formadas por proteínas de cadeia pesada (como as IgA, IgG, IgM, IgD e IgE) e de cadeia leve (Kappa ou Lambda), o mieloma múltiplo pode se subdividir em: 2/4 Mieloma múltiplo IgG (Kappa ou Lambda); Mieloma múltiplo IgA (Kappa ou Lambda); Mieloma múltiplo IgM (Kappa ou Lambda); Mieloma múltiplo IgD (Kappa ou Lambda); Mieloma múltiplo IgE (Kappa ou Lambda); Mieloma múltiplo de cadeias leves Kappa ou Lambda; Mieloma múltiplo não secretor (quando não há secreção de nenhuma imunoglobulina). O tipo IgG é o mais comum, seguido do IgA e do cadeias leves. Sintomas São diversos os sintomas que podem aparecer conforme a progressão do mieloma múltiplo, como por exemplo: Cansaço, fraqueza, palidez, falta de ar e palpitações aos esforços (devido à anemia); Infecções de repetição nas vias aéreas ou no canal urinário (pela produção de anticorpos não funcionantes); Fraturas e dores ósseas (nas costas e no peito, por exemplo); Insuficiência renal, com aumento nos níveis de cálcio no sangue, pela alteração no metabolismo ósseo; Queda no número de plaquetas: condição identificada no hemograma, que não causa, em geral, sintomas. Mas, quando intensa, podem surgir manchas pequenas na pele, e às vezes sangramento nas mucosas do nariz e da gengiva. Diagnóstico O diagnóstico do mieloma múltiplo acontece, muitas vezes, a partir da reclamação do paciente de dores ósseas persistentes. Ao buscar o auxílio médico, os especialistas identificam alterações suspeitas, como a anemia, insuficiência renal ou lesões ósseas que chamam atenção para o câncer. Para confirmar a condição, no entanto, alguns exames podem ser indicados, como: Exame de medula óssea: são dois procedimentos, o mielograma (no qual a medula óssea é aspirada) e a biópsia da medula óssea (coleta de pequenos fragmentos do osso). São feitos sob anestesia local; Hemograma; Exame da função renal; Dosagem de cálcio no sangue. Exames específicos de sangue: eletroforese e imunofixação de proteínas e cadeias leves-livres; Exame específico de urina; proteinúria e imunofixação na urina Exames de imagem: para identificar possíveis lesões/fraturas em locais de dor, e para mensurar a doença óssea. Podem ser feitos Raio-X ou preferentemente, tomografias e/ou ressonância magnética do 3/4 esqueleto, ou PET-CT. Exame citogenético (casriotipo e FISH): que vão determinar o prognóstico (provável desenvolvimento da doença) e auxiliar na estratégia terapêutica. Para a confirmação do diagnóstico, três elementos são necessários: Presença de proteína monoclonal no sangue e/ou na urina; Aumento no número de plasmócitos acima de 10% (em geral, é até 2%) na medula óssea, com laudo do plasmocitoma (tumor formado por plasmócitos); Evidências de danos gerados pelo mieloma múltiplo, como anemia, lesões líticas na radiografia do esqueleto, insuficiência renal e hipercalcemia (aumento no nível de cálcio no sangue) ou relação de cadeias leves livres acima de 100 ou plasmócitos na medula em mais de 60%. Fatores de risco Apesar de não haver medidas conhecidas e eficazes de prevenção da doença, ou fatores de risco/causas específicas, os especialistas acreditam que uma combinação de fatores pode aumentar a suscetibilidade do mieloma, como a predisposição genética e a exposição a algumas condições ambientais. Por exemplo, radiação, pesticidas, solventes e mesmo quem já passou por outras doenças oncológicas sanguíneas estariam em maior risco. Outros fatores de risco conhecidos são: idade acima dos 65 anos e o diagnóstico ou histórico de uma condição que reduz a produção da proteína monoclonal pelos plasmócitos (Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado, ou GMSI); Tratamentos A escolha do tratamento para o mieloma múltiplo depende de diferentes fatores, como idade, estado geral do paciente, presença ou não de comorbidades e o estadiamento da doença. No entanto, todos devem ser tratados. Para os pacientes acima dos 70 anos, ou portadores de comorbidades que impedem a realização de tratamentos mais agressivos, a indicação é de protocolos que incluem uma série medicamentos combinados, sem a indicação do transplante autólogo. No caso dos pacientes mais jovens, abaixo dos 70 anos, o transplanta autólogo de células-tronco hematopoéticas, sempre que possível, é considerado. Compartilhe: Share Post 4/4 Share Share Posts relacionados
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