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e-Tec Brasil23 Aula 2 – Defensivos Agrícolas II O objetivo desta aula é definir algumas medidas de controle de riscos no trabalho e os níveis de intervenção para controlar ex- posições. A partir do conteúdo a ser estudado aqui, você per- ceberá que ações de controle de riscos não devem ser exercidas diretamente sobre os trabalhadores expostos, mas sim sobre o ambiente e as condições de trabalho. 2.1 Risco A palavra risco faz parte do nosso cotidiano e a empregamos de diversas formas e com diversos sentidos. O risco do acidente, o risco de dar errado, o risco iminente, o risco elevado, são alguns exemplos corriqueiros encontra- dos nas nossas literaturas técnica ou leiga cujo sentido predominante é o de representar certa chance de algo acontecer. Assim, costumamos dizer que o risco é iminente ou o risco é elevado para algo que nos parece certo ou com grande chance de acontecer (CETESB, 2011). 2.1.1 Medidas de controle de riscos A escolha de um método adequado de controle de risco requer de nós, técnicos e segurança do trabalho um grande conhecimento sobre as carac- terísticas do risco a ser controlado. Assim, trabalhamos as ações e métodos de controle de riscos primeiramente sobre o ambiente e não sobre o traba- lhador exposto ao risco. Quando for necessário, devemos inclusive mudar o processo produtivo para termos eficiência no controle do risco. 2.2 Métodos de controle Para colocarmos em prática os métodos de controle, devemos tomar três tipos de medidas: • Medidas de Engenharia: visam à intervenção no processo produtivo, na segurança de máquinas e na adequação dos ambientes e postos de trabalho. Iminente: Que ameaça cair sobre; pen- dente. Que está para vir, que está em via de efetivação imediata; muito próximo: partida iminente. Segurança Agrícola e Rurale-Tec Brasil 24 • Medidas Administrativas: controlam o acesso de pessoas, jornada de tra- balho, sinalizações, organização da CIPA, controle médico e treinamentos. • Medidas individuais: são as de higiene pessoal, proteção individual e adoção de práticas de trabalho, visando alterar o comportamento indivi- dual do trabalhador. Baseando-nos nas medidas acima, percebemos que o controle de riscos as- sociados aos agrotóxicos deve ser priorizado pelas medidas de engenharia, que devem ser seguidas, quando necessário, pelas medidas administrativas e individuais de controle. Medidas de proteção incorporadas diretamente ao processo de produção (medidas de engenharia) nos garantem um ambien- te com boas condições de trabalho, que devemos adotar para minimizar a necessidade de intervenções humanas, de procedimentos especiais, de trei- namentos e de outras medidas que precisamos continuamente programar e monitorar para serem assimiladas pelos trabalhadores. 2.2.1 Níveis de intervenção Na aplicação das medidas de controle, três níveis de intervenção são pro- postos para controlar a exposição ao risco de contaminação por agrotóxico. No processo de produção ou na geração do risco. Na trajetória do agente (agrotóxico) entre a fonte e o trabalhador. No trabalhador sujeito ao risco. No processo de produção, onde é gerado o risco, este pode ser reduzido com medidas como: controle biológico, mecânico e até com o uso de plan- tas mais resistentes. Já na trajetória do agente danoso, entre a fonte e o trabalhador, o controle de risco que devemos trabalhar está principalmente no isolamento ou en- clausuramento, buscando, através do uso de barreiras, eliminar o contato entre o agente e os trabalhadores potencialmente expostos a esse agente, ou reduzir os níveis dos contaminantes nos postos de trabalho. Quando trabalhamos na intervenção do profissional sujeito ao risco, deve- mos considerar que esta intervenção é complementar às intervenções an- e-Tec BrasilAula 2 - Defensivos Agrícolas II 25 teriores já citadas, sobretudo porque tem capacidade bastante limitada no controle de riscos. Mas, este procedimento poderá reduzir a exposição aos agentes tóxicos sem interferir diretamente sobre os riscos. Não podemos esquecer que devemos sempre priorizar as intervenções com medidas coletivas. Quando as mesmas não forem suficientes para controlar a exposição, colocando em risco o trabalhador, devemos considerar a utili- zação de controles individuais. As intervenções individuais como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) devem ser consideradas providên- cias complementares, e não medidas que por ventura venham a substituir o alcance das coletivas. Resumo Terminamos aqui nossa segunda aula, onde você aprendeu que o princípio do controle de risco é agir sobre o trabalhador exposto, quando o risco ainda não foi completamente controlado por outras medidas de controle ou níveis de intervenção. Atividades de aprendizagem Uma importante fonte de consulta é o artigo sobre Acidentes Ambientais e a Comunicação de Riscos, de Poffo R. F; Gouveia J. L. N; Haddad E; do setor de operações de emergência da CETESB, publicada no II Congresso Brasilei- ro de Comunicação Ambiental, 24 a 26 de agosto de 2005 – São Paulo/SP. Organização: Revista Meio Ambiente Industrial e AG Comunicação Ambien- tal que pode ser acessada pelo www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/.../ ac_amb_comunic_riscos.pdf A norma da CETESB P4261 – Manual de orientação para a elaboração de estudos de análise de risco, estabelece a forma e o conteúdo do estu- do, bem como apresenta os critérios de aceitabilidade adotados pela CETESB na avaliação do risco dos empreendimentos. Também apresenta o roteiro para a elaboração do Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) e do Plano de Ação de Emergência (PAE), acesso em: www.cetesb.sp.gov.br/ No campo das três medidas que devemos implementar quando iniciamos o controle de risco de uma atividade, as medidas de engenharia (conforme vimos nesta aula) são de grande importância. Baseado nesta aula responda as perguntas: Além da NR-9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), é importante que você leia e conheça a norma OHSAS 18001:2007 – Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho, pois ela se aplica a qualquer organização que deseje entre outros, eliminar ou minimizar riscos às pessoas e a outras partes interessadas que possam estar expostas aos perigos. Veja o item 4.3 desta norma, onde você pode observar o item planejamento, em seu subitem 4.3.1, identificação de perigo, avaliação de riscos e determinação de controles. Para isso, consulte os sites http:// portal.mte.gov.br/legislacao/ normas-regulamentadoras-1. htm, www.isotec-quality.com.br/ normas/ohsas_18001.pdf Segurança Agrícola e Rurale-Tec Brasil 26 1. Iluminação, ventilação e aspectos ergonômicos podem ser considerados medidas de engenharia? 2. Por que é importante o controle de acesso de pessoas em áreas de risco? 3. Nas medidas individuais, você acha possível o técnico de segurança do trabalho interferir no comportamento individual do trabalhador, visando inibir fontes de risco?
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