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Resumo do Livro Estruturas Clínicas

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É no dizer que algo da estrutura do sujeito é localizável.
 
"...o sintoma se resolve inteiro numa análise da linguagem, porque é ele próprio estruturado como uma linguagem, ele é linguagem, da qual a palavra deve ser liberta" Lacan
 
ESTRUTURA HISTÉRICA 
· Lógica fálica: problemática do ter e do não ter. O jogo histérico é por excelência a assunção da conquista do falo. Apropriar-se do atributo fálico de que o sujeito se estima injustamente desprovido. Para mulher: de bancar o homem. Para o homem: dar provas de sua virilidade. Confissão implícita de que o sujeito não o poderia ter. Se sente injustamente privado.
· Militantes do TER.
· Amado de menos pela mãe.
· Sintomas de conversão e sintomas fóbicos (em estados de angústia).
· A alienação subjetiva do histérico em sua relação com o desejo do Outro. Interroga a dinâmica do seu desejo junto ao Outro, que é sempre suposto deter a resposta do enigma da origem e do processo do desejo em questão. O histérico tem necessidade de um Senhor sobre o qual possa reinar.
· Identificação histérica: Não aceitar ter o falo é potencialmente se identificar com aquela que não o têm mas que o deseja junto àquele que é suposto tê-lo.
· Não ter sido amado o bastante pelo Outro, como não tendo recebido todas as provas de amor esperadas da mãe. O histérico inverte-se assim, nesta frustração, como um objeto desvalorizado e incompleto, como um objeto insignificante para o desejo da mãe face ao que poderia ser, pelo contrário, um objeto completo e ideal: o falo. 
· Constituir-se como podendo ser o falo do Outro é sempre recusar aceitar o encontro com a falta. 
· Mulher: Eu não sou o falo. Homem: Eu não tenho o falo.
· Mulher: Dar a ver alguma coisa no corpo. Homem: Dar a ver concerne o corpo inteiro.
· Mulher: ideal, belo e feminino. A histérica é o juiz mais tirânico desta ascensão pelo lado do ideal da perfeição. Indecisão permanente. A histérica se tortura à vontade em seus negócios amorosos: estar ali sem realmente estar constitui em sua relação com o outro uma porta de saída confortável para o caso de não se tratar de uma boa opção. Esta disposição ganha toda sua importância do ponto de vista da economia do desejo histérico, cuja constante é permanecer insatisfeita.
· A histérica se queixa de não estar sexualmente satisfeita, mais frequentemente sem se dar conta, adotou uma posição masculina. Adere ao universo imaginário da competição fálica.
· Homossexualidade histérica: ligada ao processo de identificação do que à dimensão da escolha de objeto amoroso. O que é uma mulher?
· Esforça-se para mascarar imperfeições com que se sente psiquicamente afetada. Tudo presta de máscara: roupas, enfeites, representações, identificações ostensivas. 
· Inibições sintomáticas.
· A relação com o saber não suporta nenhuma fraqueza - Ou se sabe OU nada se sabe.
· Agradar o outro: pensar como ele, falar como ele, e no melhor dos casos, pensar e falar como ele, mas em seu lugar. Uma semelhante inconsistência pactua com o projeto de se dissolver no desejo do outro e de só existir como o seu puro reflexo.
· Histeria masculina: a grande crise, acesso de cólera frequentemente - é uma verdadeira confissão de impotência que traveste uma descarga libidinal. Tendência a sedução: Desejo de aparecer, o desejo de agradar, no final das contas, uma demanda de amor e de reconhecimento. Para se certificar de ser amado por todos, não querer perder nenhum objeto de amor. 
· Homem histérico: Posição potencial de vítima. Colocar em primeiro lugar sua incapacidade de gozar, ou a de não tirar proveito do que ele tem, em prol da lamentação pelo que não tem. Artesões da própria desgraça: parecem não poder suportar obter o que parecem mais desejar: é o fracasso diante do sucesso. Tudo se passa como se o sucesso desencadeasse um mecanismo de autopunição para que a satisfação seja recusada.
· Álcool e droga permitem assegurar ao histérico uma nota compensatória em seu ser masculino.
· A relação com o sexo no histérico masculino: manifestação sintomática - impotência e ejaculação precoce. Manter o objeto feminino à distância. Existe uma relação inconsciente com a mãe, muito pregnante - podemos considerar a impotência com uma resposta à demanda inconsciente da mãe: ele se prende ainda a ela. Homens foram colocados quando crianças em situação de objetos de compensação da carência materna. A impotência se revela como um compromisso entre aquilo através do que uma mulher pode gozar e a fidelidade à mãe.
 
ESTRUTURA OBSESSIVA
· Nostálgicos do SER.
· Amado demais pela mãe. Objeto privilegiado do desejo materno. Descobre-se na história dos obsessivos a menção a uma criança que teria sido a preferida pela mãe, ou que pôde em um dado momento sentir-se privilegiada junto a ela. Um investimento psíquico precoce. Se constituir como objeto junto ao qual a mãe supostamente irá encontrar o que não consegue encontrar junto ao pai.
· Dispositivo de suplência a satisfação do desejo materno. 
· Freud: o significante desta falha da satisfação do desejo materno induzirá junto à criança uma vivência psíquica singular sentida como sedução. A criança não mais terá a escolha de gozar sem se sentir parte integrante de um gozo privilegiado da mãe.
· A Lei do pai permanece onipresente no horizonte do desejo obsessivo, a culpa é irremediável. Imago paterna onipresente.
· É preciso que o Senhor permaneça como tal até o fim.
· Defesa contra os afetos: anulação retroativa. Recusa pensamentos ou atos, e tenta fazer como se não tivessem acontecido. Processo compulsivo de grande eficácia. Colocar em cena ou em ato um comportamento diretamente oposto àquele que o sujeito acaba de afirmar, para manter o controle e o domínio.
· Pode tudo sacrificar, nada, na medida em que não aceita perder.
· Perda remete a falta.
· O lugar do morto: instalar seu objeto de investimento amoroso. Encarceramento amoroso. O embalsamento e a mumificação do outro. Nada é mais inquietante e odioso que uma mulher viva, que pode gozar.
· Estratégia obsessiva: Se apropriar de um objeto vivo para transformá-lo em objeto morto.
· O outro não pode gozar sem o seu consentimento, sem ser autorizado.
· Um morto não deve gozar. Um morto que goza é um traidor, pois se goza é porque deseja.
· Está pronto para sacrificar tudo, para que as coisas voltem à ordem na morte do desejo. Para que o outro volte a ser seu objeto, um morto que não goza, o obsessivo desenvolve uma generosidade sem limites e se prontifica para toda homenagem, todos os esforços todas as tarefas.
· O obsessivo não quer nada perder. Quanto mais esforça-se em ser tudo para o outro, mais o obsessivo significa a si como nada sendo.
· Não deixa advir o tempo da falta e o lugar que lhe cabe, na dinâmica do desejo.

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