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Importância do Direito e das Leis

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1ºAula
A importância do direito e da 
elaboração das leis
Desde que nascemos e adquirimos um pouco de discernimento, 
passamos a ter uma série de deveres e de proibições, “filho não faça 
isso”, “filho faça aquilo”, etc.
Logo, podemos dizer que a partir desse momento passamos 
a conhecer o Direito, por meio de nossos pais, começamos então a 
exercer nossa cidadania, somos sujeitos de direitos e obrigações, 
mais obrigações do que direitos, principalmente quando ainda somos 
crianças.
Comecemos então a analisar os objetivos e quais seções serão 
desenvolvidas no decorrer da primeira aula.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
das normas costumeiras;
7
Noções de direito 6
1
2
3
Seções de estudo
1 – Direito: conceito e peculiaridades
Resumindo
Logo, o Direito somente existe dentro de uma sociedade, pois que se 
trata de um corpo orgânico estruturado em todos os níveis da vida 
social, com base na reunião de indivíduos que vivem sob determinado 
sistema econômico de produção, distribuição e consumo, sob um dado 
regime político e obediente a normas, leis e instituições necessárias à 
reprodução da sociedade como um todo. 
Para exercer a função de Contadores, é de suma 
importância apreender um pouco a respeito do que vem a ser 
Direito, tendo em vista que todos os contratos fechados serão 
pautados na ordem jurídica. 
O Direito faz parte da vida de todos. Desde o momento 
em que somos concebidos no útero de nossas mães, já temos 
direitos preservados. Vocês, como futuros contadores(as), 
terão suas atividades contábeis diretamente ligadas ao mundo 
jurídico, por isso deverão respeitar as leis que legislam sobre 
certas matérias, inseridas nos temas que necessitam de cautelas 
jurídicas. 
Podemos dizer que Direito é um fenômeno constante e 
rotineiro que permeia nossas vidas, e vamos encontrá-lo a todo 
momento e em toda parte. Ele resguarda, defende, ampara, 
protege e serve aos indivíduos em todos os momentos. Tendo 
em vista que o Direito vem para regulamentar as ações em 
geral da sociedade, então, faz parte de todos os atos de nossas 
vidas. Como vamos verificar em nossas aulas, o Direito passa 
a fazer parte de nossas vidas, desde o momento em que 
nascemos.
1.1 Noção de Direito
A noção de Direito está muito ligada à noção de Justiça, 
sendo, um e outro, conceitos correlatos ao Direito. Com a 
Justiça, procuramos dar a cada um o que lhe pertence; sendo 
seu conceito mais acessível do que o do Direito, embora 
ambos estejam entranhados na consciência humana, o Direito 
é um dos instrumentos da Justiça. 
Fonte:<www.ufac.br/cursos/ direito/images/justica.jpg>. Acesso em: 
12 fev. de 2016.
sociedade, por essa razão, é o fundamento da ordem social.
Percebam a importância do Direito para manter a paz, e 
mais, verifiquem que ele não visa promover o direito de um 
em detrimento do outro, mas sim, buscar sempre a paz na 
sociedade, pacificar seus moradores para que possamos viver 
em harmonia.
EXCELENTE NÃO É?
Assim, vemos o Direito como tudo aquilo que é justo, 
reto e conforme a lei; ciência das normas obrigatórias que 
disciplinam as relações dos homens em sociedade.
Bem, estamos falando que o Direito somente existe 
dentro de uma sociedade, mas o que seria sociedade? Cada 
um de vocês com certeza têm uma definição de sociedade, por 
isso, vamos procurar conceituá-la.
Sociedade vem a ser, então, toda forma de coordenação 
das atividades humanas, objetivando determinado fim e 
regulada por um conjunto de normas. Portanto, podemos 
afirmar que o Direito advém de um “fato social” que não foi 
regulamentado (disciplinado por lei) e que não existe senão na 
sociedade, estabelecendo os limites de ação de cada um de seus 
membros e impondo limites ao comportamento humano.
Podemos citar como exemplo, um homem vivendo 
sozinho em uma ilha, este não precisa de normas para regular 
sua vida, pois não existe convivência com mais nenhum ser 
humano capaz de gerar conflito.
Agora, em se tratando de vizinhos, é necessário termos 
regras como, por exemplo, horário de abaixar o som da casa, 
para que não importune os outros e assim por diante. 
Para que seja 
imposto limite ao 
comportamento humano, 
é necessária a criação de 
normas. Dessa forma, 
surge a lei ou norma 
jurídica, que se trata de 
uma regra elaborada pelo 
legislador para ordenar, 
dirigir o comportamento do homem que vive em sociedade, 
determinando como deve ser a sua conduta. 
Por isso, Maria Helena Diniz (2010, p. 08), definiu o 
Direito como: 
o conjunto de normas, estabelecidas pelo poder 
político, que se impõem e regulam a vida social 
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de um dado povo em determinada época. 
 
Muito bem, verificamos até aqui que o Direito existe em 
função de uma sociedade e que busca, acima de tudo, pacificá-
la resolvendo seus conflitos.
A partir deste momento, passaremos a verificar como o 
Direito é dividido em um primeiro momento, pois, para que 
as leis funcionem realmente, alguém tem que fazê-las valer, 
tem que ter poder o suficiente para impor à sociedade, de uma 
forma que realmente venha a ser acatada.
1.2 Direito Objetivo e Direito 
Subjetivo
Você Sabia?
Que o direito é dividido em duas correntes, o direito objetivo e direito 
subjetivo. Vamos estudá-lo.
O Direito subdivide-se em duas partes:
– o Direito objetivo é o que 
denominamos de conjunto de regras destinadas a impor 
limites à sociedade em geral, isto é, a reger esta sociedade; são 
abstratas e atingem toda a sociedade.
 – enquanto o Direito objetivo é 
o conjunto de regras que regem toda a sociedade, o Direito 
subjetivo é a faculdade, prerrogativa que cabe a cada um para 
fazer valer seu direito em nível judicial ou extrajudicial.
O Direito subjetivo é o direito que todos nós temos 
de ingressar com uma ação em juízo contra alguém que nos 
deve e não realiza o pagamento. É o direito que temos de 
exigir sentarmos em determinada poltrona do ônibus, pois 
compramos um bilhete e pedimos aquele número de poltrona. 
Esse direito de exigir sentar ali cabe a nós, trata-se da faculdade 
de agir que temos. Às vezes, não exercemos esse direito, pois 
o ônibus pode estar vazio e, então, nos dirigimos a outro 
lugar sem reclamar a poltrona que é nossa por direito, ou no 
caso de uma pessoa estar sentada na sua poltrona e você, por 
liberalidade, não se importa com a indevida ocupação.
 Não. Veja bem, somente poderei exigir sentar em 
determinada poltrona, pois comprei a passagem, o que é um 
contrato de compra e venda entre mim e a empresa que realiza 
a viagem. Então, nesse ato, o Direito objetivo é que me deu 
essa autorização para agir.
Bem, vamos ver se entendemos direito: sempre que temos o direito 
de agir, (Direito subjetivo), é porque anteriormente a este existiu uma 
norma geral (Direito objetivo), que atribui a nós a faculdade de agir.
Compreenderam?
pessoas
direito, visando à realização de seus interesses pessoais.
localizar nossa matéria no mundo jurídico.
1.3 Direito Público e Direito Privado
Verificamos que o Direito somente existe em sociedade 
e, em sua divisão preliminar, pode ser dividido em Direito 
Objetivo e Direito Subjetivo. O Direito Objetivo ainda é 
subdividido em Direito Público e Direito Privado. O Direito 
Público fica a cargo do Estado, independentemente da 
vontade das partes, pois este vem disciplinar os interesses 
gerais da sociedade. Existe uma subordinação da sociedade 
a ele. Já o Direito Privado é aquele em que há predominância 
do interesse particular, o que impera é o interesse individual 
das pessoas e não o do Estado. As partes entram em consenso 
entre si.
Percebam que ambos os direitos formam um conjunto 
de leis que lhe são inerentes e de suma importância. A divisão 
diz respeito ao assunto tratado por cada um deles, um diz 
respeito a assuntos públicos e o outro às relações privadas, 
como os próprios nomes dizem.
O Direito Público que envolve a organização do Estado, 
estabelece as normas de ordem pública como, por exemplo, 
o dever de pagar impostos;trata-se de uma norma que não 
pode ser mudada pelo particular, é dever deste pagar.
Vocês devem perceber que as 
normas de Direito Público estão 
destinadas a disciplinar os interesses 
gerais da coletividade.
O Direito Privado é aquele que 
diz respeito aos interesses dos particulares, decorre da vontade 
dos particulares e estes estabelecem as normas contratuais que 
desejam.
Assim, temos o Direito dividido da seguinte forma: 
 
 
Temos ainda como Direito Público Internacional, aquele 
Direito Público é formado 
por normas que tendem 
a regular um interesse, 
direto ou indireto, do 
próprio Estado.
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Noções de direito 8
que vem regular as relações entre nações estrangeiras e, por 
isso, tem que passar pelo crivo do Estado. 
Quero que vocês entendam que essa subdivisão de 
Direito Público e Direito Privado, não é muito clara, pois 
muitas vezes ambos vão se misturar, essas informações são 
para vocês situarem os conteúdos estudados por nós nas 
próximas aulas. 
A nossa disciplina está localizada 
dentro do Direito Privado, e é denominada 
Direito Civil. O Direito Civil trata do 
conjunto de normas reguladoras das 
relações ocorridas entre os particulares 
(cidadãos ou empresas). 
O nosso objetivo é justamente 
estudar essas relações entre particulares, 
pois como administradores de 
empresas, estaremos no centro dos 
negócios, contratos, compra e venda 
de bens, enfim, tudo o que diz respeito ao Direito Civil e 
depende expressamente da manifestação de vontade das 
partes do contrato.
Para Miguel Maria 
Serpa Lopes, o Direito 
Civil é o ramo do 
Direito “destinado 
a regulamentar as 
relações de família e as 
relações patrimoniais 
que se formam entre os 
indivíduos encarados 
como tal, isto é, tanto 
quanto membros da 
sociedade”. (Curso de 
Direito Civil, 9 ed., Rio de 
Janeiro: Freitas Bastos, 
2008, v.1, p.51).
Já nos situamos quanto ao que vem a ser o Direito, já sabemos que 
nossa disciplina está dentro do Direito Civil, que é matéria de Direito 
Privado; então, passaremos neste momento, a tratar da forma como 
surgem as leis e como elas são elaboradas.
2 - Processo de elaboração das leis
2.1 Generalidades e Atributos das 
Leis
Em todos os lugares por onde passamos existe algum 
tipo de regra nos ensinando o que é ou não permitido, pois 
como já dissemos anteriormente, sem essas regras a sociedade 
seria um verdadeiro caos.
No entanto, não são todas as regras desobedecidas por 
nós e, por isso, receberemos uma sanção (pena) por parte 
do Estado. Por exemplo, o descumprimento de uma ordem 
religiosa não irá me levar para a cadeia ou a qualquer outra 
sanção de natureza jurídica, mas, sim, a uma punição de 
cunho pessoal do grupo em que convivia. 
A lei é a fonte mais importante do Direito, é através dela 
que ele se normatiza.
Para o professor Silvio Venosa 
(2010, p. 96):
Lei é uma regra geral de Direito, abstrata e 
permanente, dotada de sanção, expressa pela 
vontade de uma autoridade competente, de 
cunho obrigatório e de forma escrita.
Desse conceito podemos tirar 
cinco características/atributos das leis: 
 Toda norma de 
conduta é um mandamento e, portanto, é imperativa. Certas 
normas, contudo, imperam mais do que as outras. As normas 
jurídicas imperam mais do que as normas puramente éticas 
ou morais. É evidente o que foi dito se compararmos estas 
duas normas: “Devemos praticar a caridade!” e “Aquele que, 
por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”.
 
A generalidade implica 
dizer que a norma jurídica 
é abstrata; ela prevê e 
regula, hipoteticamente, 
uma série infinita de 
casos enquadráveis num 
tipo abstrato. Papiniano, 
jurista romano do século 
III da Era Cristã, definia a lei como “um preceito genérico”: 
Lex est generale praeceptum (A Lei é a regra geral). Enquanto 
nas sociedades pouco evoluídas impera uma regulamentação 
meramente casuística, que prevê e agrupa vários casos, sem 
fixar, genericamente, cada tipo abstrato, nas sociedades 
evoluídas a norma jurídica é abstrata, valendo, indistintamente, 
para todas as relações da mesma espécie, aplicando-se a todas 
as pessoas que se possam achar na mesma situação. Tomemos 
como exemplo a capacidade das pessoas elencadas pelo Código 
Civil, no qual o Legislativo fixou uma média entre aqueles que 
alcançam plena capacidade civil antes mesmo dos 18 anos de 
idade, e aqueles cuja capacidade natural possa ser deficiente, 
mesmo depois de alcançados seus 18 anos. O estabelecimento 
de tal média é necessário, a fim de se evitar que o juiz tenha 
que analisar, a todo momento, caso a caso e de acordo com seu 
arbítrio, a capacidade das pessoas.
 
As normas jurídicas são bilaterais, pois 
regulam a conduta de um ou mais sujeitos 
em relação à conduta de outro ou de 
outros sujeitos. A norma jurídica coloca 
frente a frente pelo menos dois sujeitos. 
O Direito convém ao homem enquanto 
ser social. Perdido numa ilha, o náufrago 
não tem direitos nem deveres, porque está 
isolado da sociedade. Daí a expressão alteridade, do latim alter, 
outro.
 Do 
grego Heteros (diverso) + nomos 
(regra), a heteronomia é a 
característica da norma jurídica 
que esclarece ser esta imponível 
à vontade do destinatário. A 
vontade do Estado prevalece, 
no âmbito da legalidade, sobre a 
vontade individual. Enquanto a norma moral é autônoma (do 
grego autos, por si só + nomos, regra), isto é, seu cumprimento 
é livre pelo destinatário, a norma jurídica é heterônoma, isto é, 
o seu cumprimento é obrigatório. Enquanto a norma moral 
dirige-se de dentro para fora, isto é, o homem se autoimpõe 
um procedimento sem que sua vontade seja dirigida, a norma 
jurídica é heterônoma, imposta por um ordenamento jurídico, 
cuja característica é a coercitividade, a obrigatoriedade. A 
Trata-se de um dos 
maiores juristas 
brasileiros na atualidade, 
especializado na área de 
Direito Civil.
aplicação das penas 
em si contra os 
infratores dela.
Fonte:
<zuretaconcursos.
wordpress.com>. Acesso 
em: 12 fev. de 2016.
Fonte: <nosmulheres.blogsland.net>. Acesso 
em: 12 fev. de 2016.
Fonte: <<tranca-on-line.
blogspot.com>. Acesso 
em: 12 fev. de 2016.
Disponível em: Fonte: <dieucel.blogspot.
com>. Acesso em: 12 fev. de 2016.
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9
norma moral não se opõe à vontade individual, pelo contrário, 
ela exige liberdade de assentimento para a realização de seu 
imperativo. O ato moral só é válido quando praticado por 
livre e espontânea vontade; praticado à força, seria imoral. A 
norma jurídica não leva em conta a convicção ou assentimento 
de seus destinatários, trata-se de um comando irresistível, a ser 
cumprido à força se necessário.
 A norma jurídica tem, 
necessariamente, a 
chancela do Estado. 
Ela é impositiva, é 
imposta à sociedade 
(daí a expressão 
Direito Positivo!). 
Ela desfruta, então, 
de coercibilidade, 
o que implica 
dizer que seu 
cumprimento pode ser efetivado até mesmo com o emprego 
da violência. O descumprimento de uma norma jurídica de 
conduta pode ensejar a coerção contra o infrator, ou seja, o 
emprego da violência autorizado pelo próprio Estado. A 
pressão psicológica (vis compulsiva), contida nos dizeres de uma 
norma, segue a imposição da força (vis corporalis ou materialis). 
Portanto, temos que Lei jurídica é uma regra geral e 
obrigatória, originária do Poder Legislativo, respeitando o 
processo de elaboração.
Atentem que o grande diferencial da norma jurídica/lei, é 
ter presente em seu texto e elaboração das cinco características 
acima e delas decorre o poder normativo para a lei.
Fonte: <acertodecontas.blog.br>. Acesso em: 12 fev. 
de 2016.
Direito existe somente em sociedade.
É dividido em direito objetivo e subjetivo e ainda o direito 
objetivo tem dois ramos o público e o privado.
2.2 Processo Elaboração das Leis
Você sabia que a elaboração da 
lei consiste num processo a que se 
submeterá um projeto de lei à apreciação 
do Poder Legislativo, que consiste na 
Câmara dos Deputados e no 
Senado Federal, onde estes 
irãoapreciar e debater o 
referido projeto, até vir a se 
transformar em uma lei? 
A iniciativa de lei é a 
prerrogativa de apresentar 
projetos de lei ao Poder 
Legislativo. Pode ser: 
parlamentar (membros do Poder Legislativo – Deputados e 
Senadores) ou extraparlamentar (Chefe do Executivo, Tribunais 
Superiores, Ministérios Públicos e cidadãos). 
Depois de apresentado o projeto de lei ao Congresso 
Nacional, inicia-se a discussão e votação nas duas “Casas” 
(Câmara dos Deputados e Senado Federal), que formam o 
Congresso Nacional. Sendo aprovado, o projeto segue para 
o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República), que 
através do veto ou sanção, aprova ou não.
Sanção, no processo legislativo, 
é a aquiescência do Presidente da 
República aos termos do projeto de lei 
aprovado pelo Congresso Nacional, 
podendo ser expressa quando o 
Presidente manifesta-se favoravelmente no prazo de 15 dias 
úteis pela aprovação total ou parcial, ou tácita, quando o 
Presidente silencia nesse prazo. 
Congresso Nacional
Fonte: <www.geocities.com/TheTropics/ 
3416/congresso3.jpg>. Acesso em: 12 fev. 
de 2016.
Direito Público é formado 
por normas que tendem 
a regular um interesse, 
direto ou indireto, do 
próprio Estado.
Direito Público é formado 
por normas que tendem 
a regular um interesse, 
direto ou indireto, do 
próprio Estado.
Para entrar em vigor, a lei é apresentada em uma das casas legislativas. 
Após, vai para aprovação nas duas casas. Sendo aprovada, vai para 
o presidente sancionar, isto é, concordar com a lei, e depois será 
publicada. É isso?!
Correto, isso mesmo, claro que, em não havendo veto 
por parte do Presidente da República como vamos verificar 
em seguida.
 é a manifestação de discordância do Presidente 
da República em relação ao projeto de lei aprovado pelo 
Poder Legislativo, no prazo de 15 dias úteis, podendo o veto 
se dar por duas razões: inconstitucionalidade (veto jurídico) 
ou contrariedade ao interesse público (veto político). É 
irretratável.
O sempre é expresso, motivado, supressivo e 
superável ou relativo podendo, contudo, ser total ou parcial, 
embora a parcialidade deva sempre atingir o texto integral de 
artigo, parágrafo, inciso ou alínea, nunca palavras ou frases 
isoladas.
Havendo veto do Presidente da República ao projeto de 
lei, este retornará ao Congresso Nacional (só a parte vetada, 
o que foi sancionado deve ser promulgado e publicado em 48 
horas), onde será apreciado, no prazo de trinta dias, em sessão 
conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria 
absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. 
Esgotado o prazo de 30 dias sem apreciação do veto, este será 
colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestando-
se as demais proposições, até sua votação final. Se for 
mantido o veto, o projeto será arquivado, se for rejeitado, a 
lei será remetida, novamente, ao Presidente da República para 
promulgação.
: promulgar é atestar que a ordem jurídica 
foi inovada. Quando o Executivo autentica a lei, ela entra 
em vigência. Em regra, é o Presidente da República quem 
promulga a lei. No entanto, na hipótese de rejeição de veto e, 
também, no caso de sanção tácita (48 horas), a competência 
passa para o presidente do Senado e, posteriormente, no caso 
de inércia deste no mesmo prazo, ao vice-presidente da Casa.
: a publicação visa a dar conhecimento a 
todos de que a ordem jurídica recebeu nova norma, passando 
a lei a ser obrigatória para todos, com a sua publicação no 
Diário Oficial, e respeitado o prazo de “vacatio legis”, que é um 
prazo de 45 dias.
Assim, se uma lei for publicada nessa data e se silencie a 
respeito de quando entrará em vigor, de conformidade com o 
disposto pelo artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, 
essa lei somente vigerá no país, 45 dias após a sua publicação. 
A esse fenômeno denomina-se “vacatio legis”. Caso o legislador 
11
Noções de direito 10
queira que essa lei passe a vigorar imediatamente, constará no 
texto da lei que esta entrará em vigor imediatamente após a 
publicação.
3
normas jurídicas
Para que as leis estejam plenamente em vigor e com total 
aplicação no ordenamento jurídico é necessário obedecer aos 
três requisitos acima, ela tem que já estar em vigor, pois como 
vimos acima, quando não disposto a data da entrada em vigor 
da lei, ela entrará em vigor num prazo de 45 dias. Tem que 
ser eficaz e ser válida, isto é, deve ter sido respeitado o seu 
processo de criação.
Não, a lei, tem que ter validade e ser eficaz.
A partir deste momento, vocês verificarão que além de 
todo o processo de elaboração das leis, ainda temos leis que 
são válidas, vigentes, mas não são eficazes, tendo em vista que 
a população não aceita essa lei e o poder judiciário não a cobra. 
Podemos dar como exemplo o uso de cinto de segurança, 
que é obrigatório de acordo com código de trânsito, mas 
sabemos que em algumas regiões do país, ele não é utilizado, 
e as pessoas não são multadas. ! Isso não 
significa dizer que se um dia o poder público fizer uma multa 
esta será perdoada, porque na região não se utiliza, porque 
isso não vai acontecer.
Calma, vamos esclarecer os fatos. Por 
temos aquela que passou por todas as etapas citadas acima, 
que são essenciais para a sua validade. Podemos dizer que é 
como fabricar uma bicicleta, mas deixarmos de fora os pedais. 
É uma bicicleta? Sim, mas vai andar? Não, pois não tem os 
pedais, logo, não servirá para nada, assim é uma lei sem a 
devida validade.
A lei ainda tem de ser EFICAZ, 
exercer efeito sobre a sociedade e ser 
aceita por ela. Caso contrário, a lei será 
válida, mas não atenderá ao fim para o 
qual foi criada.
Analisem bem, temos uma lei que 
diz que os juros bancários não devem ser 
maiores que doze por cento ao ano. No entanto, os bancos 
não aplicam essa lei e nós não reclamos. Logo, caiu em desuso, 
não é mais eficaz.
Outro exemplo: antigamente os pais, bem como os professores, 
podiam bater nos filhos até machucar seriamente. Através da 
evolução da humanidade, hoje isso é totalmente proibido.
Algumas leis são revogadas.
Quando uma lei é publicada e entra em vigor, ela não tem 
prazo de validade, com exceção das leis temporárias, como o 
próprio nome já diz. Assim, o artigo 2º da Lei de Introdução 
do Código Civil diz que: “Não se destinando à vigência 
temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou a 
revogue”.
Como a evolução do mundo vem acontecendo de forma 
altamente acelerada, os legisladores têm que ser rápidos para 
conseguir acompanhar essa evolução e, dessa forma, estar 
elaborando leis novas para atenderem aos novos tempos.
Assim, quando uma lei tem o mesmo conteúdo que uma 
do passado, mas é mais atualizada, ela revoga totalmente a 
lei anterior que é denominada de ab-rogação ou, ainda, pode 
acontecer de a lei revogar parcialmente uma lei anterior, o que 
denominamos de derrogação.
CÓDIGO CIVIL 
DE 1916
CÓDIGO CIVIL 
DE 2002
Aqui temos um exemplo de 
derrogação (revogação parcial). O novo 
Código Civil, que entrou em vigor no 
ano de 2002, revogou parcialmente 
o Código Civil de 1916, pois alguns 
artigos foram totalmente modificados.
Quanto à hierarquia das normas 
jurídicas, podemos montar a seguinte pirâmide: 
Derrogação - abolir ou 
alterar (lei, regulamento 
ou sentença) apenas 
numa de suas partes ou 
em certas disposições, 
conter disposições 
contrárias (a alguma lei 
ou costume).
NORMAS INTERNAS E NORMAS INDIVIDUAIS
MEDIDAS PROVISÓRIAS
LEIS COMPLEMENTARES
NORMAS 
CONSTITUCIONAIS
LEIS ORDINÁRIAS
DELEGADAS
DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES
DECRETOS REGULAMENTARES
Fonte: Acervo pessoal.
 Isso significa dizer que entre uma lei complementar e uma 
norma constitucional, iremos aplicar a norma constitucional, e 
assim por diante.
Além das leis, temos ainda algumas fontes do direito a 
que podemos recorrer, no caso de uma lei ser omissa acerca 
de hipóteses que possam surgir em decorrência do acelerado 
12
11
ritmo com que evolui a sociedade nos dias atuais.
As fontes dodireito são os modos de criação e evolução 
das regras jurídicas. Assim as leis, em sentido material, são 
sempre fontes de direito e as leis em sentido formal só serão se 
contiverem regras de caráter geral. 
O costume é uma prática reiterada acompanhada da 
consciência da sua obrigatoriedade. Uma prática reiterada só 
por si é um uso, mas acompanhada da convicção de ter de agir, 
torna-se um costume, isto é, um uso obrigatório. Existem três 
formas do costume se relacionar com a lei: 
O costume pode ir para além da lei, criando regras de 
conduta que a lei não prevê. Aqui não existe conformidade, 
mas também não colide com a lei.
 Como o costume é um comportamento que emana do 
próprio, povo, há quem considere que este é legitimado pelo 
poder soberano do povo e, como tal, é fonte do direito, mas 
de forma autônoma. Como, por exemplo, as filas para comprar 
ingressos para um show; pagamento de aluguel até o dia cinco 
de cada mês, ou o vencimento no dia 30 ou 31, assim por diante.
Muitas vezes vemos normas serem criadas por meio dos 
costumes. Isso no Brasil, onde impera a norma escrita. Já na 
Inglaterra, temos a predominância do Direito Costumeiro, ou 
seja, aquela conduta não está prescrita em lei, mas todos sabem 
como agir, ela passa de geração em geração.
Outra fonte de direito que temos 
em nosso país é a jurisprudência 
que significa posicionamentos 
(decisões) reiteradas dos Tribunais. A 
Jurisprudência não cria regras jurídicas, 
limita-se a cumpri-las e a determinar 
sentenças e acórdãos, no caso de vários 
juízes a proferir a sua decisão. Essas 
decisões, em regra, não têm caráter 
geral, são para o caso concreto em 
debate no judiciário.
Temos também a doutrina como 
fonte de direito. Advém de estudiosos 
do direito que realizam os estudos das 
questões jurídicas e debatem os temas 
por senhores estudiosos de direito, que 
devido ao seu prestígio de intelectuais, podem ser consultados 
pela jurisprudência. Ao serem consultados pelos operadores 
do direito, os estudos podem influenciar o julgamento, mas de 
forma alguma os seus pareceres traduzem vínculo para este. 
Outra forma de influência é a sua ação sobre os legisladores. 
Estes podem vir a alterar leis devido aos seus pareceres, mas só 
por sua iniciativa.
Esperamos que agora tenha ficado mais claro o 
entendimento de vocês sobre conceitos de Direito, conforme 
trabalhados em nossa primeira aula.
Jurisprudência são as 
decisões emitidas pelos 
Tribunais no Brasil, que 
após serem emitidas 
reiteradamente, isto 
é, emitidas várias 
vezes com o mesmo 
entendimento sobre 
assuntos semelhantes, 
são utilizadas pelos 
advogados nos processos 
para demonstrar as atuais 
entendimentos dos juízes. 
Doutrina, é a forma 
que denominamos aos 
escritores, estudiosos do 
Direito que publicam suas 
obras e seus artigos.
Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” 
ou “Quadro de Avisos”.
Retomando a aula
Vamos, então, recordar os pontos principais do que 
aprendemos:
Direito como objeto de pacificação social.
os meus direitos.
Estado, que regula as relações deste.
Verificamos como ocorre o processo de Elaboração das leis.
As leis necessariamente são constituídas de cinco 
atributos: a imperatividade, a heteronomia, a bilateralidade, a 
coercibilidade e a generalidade.
Para que uma norma exista no mundo jurídico e tenha 
uma aplicação efetiva, ela tem que ser válida, estar vigente e 
ser eficaz.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 
Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 
5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>.
Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>.
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Minhas anotações
13
Noções de direito
2º Aula
Das pessoas
Em nossa primeira aula afirmamos que o direito 
somente existe em função da sociedade, pois este vem 
para regulamentar e limitar a conduta humana em 
determinado grupo social, ou seja, a vida das pessoas. 
Verificamos como ocorre o processo de elaboração das 
leis, quem tem competência para legislar, qual o quórum 
necessário. Verificamos quais são os tipos de leis que 
existem. Como são nossas normas constitucionais e qual 
a função delas, a partir dessa aula, vamos estudar a partir 
de quando somos considerados pessoas para o mundo 
jurídico, quais os direitos e deveres decorrentes desse fato.
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao terminar essa aula, vocês serão capazes de:
para o mundo jurídico, quais as implicâncias na vida de todos.
considerados pessoas absolutamente capazes.
ato, se é um ato exclusivo dos pais ou também são aceitas outras situações.
14
13
1
2
3
Seções de estudo
1 - Das Pessoas Físicas
Os atos assim registrados se denominam atos de estado civil, 
praticados por um funcionário do Estado mediante declaração do 
interessado, ou de seu representante legal. O registro civil faz parte 
de um registro mais amplo, destinado a dar segurança às relações 
jurídicas, denominado Registro Público que, por exemplo, registra 
de imóveis), registra documentos (registro de títulos e documentos), 
Como já explicado anteriormente, o direito somente existe 
em função da sociedade, pois este vem para regulamentar e 
limitar a conduta humana em determinado grupo social, ou 
seja, a vida das pessoas. 
Falamos muito em direitos e deveres das pessoas, e, 
para tanto, não buscamos saber o significado dessa palavra. 
A palavra pessoa começou a ser usada na antiga Roma, em 
seus teatros, no sentido de mascará, com a evolução significa o 
papel que cada ator representava em uma peça e somente mais 
tarde passou a ser o próprio indivíduo. 
Para o direito moderno, temos que pessoa é sinônimo 
de sujeito de direito ou sujeito de relação jurídica. Após isso 
estabelecido e conforme demonstrado acima pelas dúvidas 
do nosso amigo, temos inúmeras perguntas com relação ao 
início e ao fim das pessoas, assim a partir deste momento, 
passaremos a estudar as pessoas físicas ou jurídicas, para 
que possamos esclarecer as indagações realizadas acima e 
podermos então estabelecer uma conexão entre o conceito de 
pessoas, quais as obrigações pertinentes às pessoas e quais são 
suas responsabilidades civis em caso de não cumprimento de 
suas obrigações. 
Trata-se de um breve relato a respeito deste três itens 
para que vocês possam entender a importância do trabalho 
que irão exercer e como este pode afetar as pessoas e vocês 
quando descumprirem o que diz a lei, como veremos nos 
capítulos seguintes. Dessa forma, traremos breves conceitos 
para facilitar o entendimento do que vem a ser o fornecedor, 
consumidor e qual o papel do administrador no mercado 
atual. Vamos começar conceituando a pessoa física, e trazendo 
algumas explicações a respeito de sua personalidade e de sua 
capacidade jurídica. 
PESSOA NATURAL (PESSOA FÍSICA) 
A partir do momento em que nascemos com vida, somos 
considerados pessoa com personalidade jurídica e capacidade jurídica.
A primeira, adquirimos no 
momento do nascimento com 
vida, com relação à segunda, vamos 
adquirindo conforme o tempo vai 
passando e passamos a ter direitos e 
obrigações.
Além da pessoa física – 
ser humano, que têm direitos e 
obrigações, uma única pessoa ou várias pessoas podem 
formar, o que a lei denomina de pessoas jurídicas - empresas, 
que embora esta não seja um ser humano, é formada por seres 
humanos, e passa a ser sujeito de direitos e obrigações como 
veremos a seguir.
Fonte: Direito Civil Ilustrado 
(SARAIVA, 2007. p. 13). Acesso 
em: 12 fev. de 2016.
Hummmm, então eu se humano fosse seria pessoa física e a UNIGRAN 
– pessoa jurídica, certo?
 Correto, isso mesmo, não é 
admissível pela doutrina que as 
pessoas jurídicas sejam sujeitas de 
direitos, pois direitos e deveres têm 
somente as pessoas físicas, ou seja, os 
 ou titulares de direitos 
e os , que têm 
obrigações. 
Assim, somente as pessoas físicas podem ser titulares 
de direitos. Pessoa, tanto homem(pessoa física) como a 
pessoa jurídica (sociedades, fundações etc), são o centro de 
relações jurídicas que o direito reconhece ter personalidade, 
isto é, aptidão genérica a ter direitos e deveres. Tal aptidão 
se concretiza na capacidade jurídica, que é a aptidão que tem 
a pessoa física em função de seu estado pessoal de poder 
ter determinados direitos e de poder contrair determinadas 
obrigações.
A personalidade jurídica igual para todos, é atribuída pelo 
direito positivo tanto ao homem (pessoa física ou natural) 
ao nascer com vida, como à pessoa jurídica (sociedade civil 
ou comercial, fundações, associações, instituições, empresas 
públicas etc.).
No que diz respeito ao homem, pode-se dizer que toda 
pessoa tem 
 capacidade de e 
que habilite a exercer por si seus direitos e a se obrigar.
Por exemplo, uma criança tem direito de herdar bens de 
seus pais, se um deles vier a falecer – capacidade de direito, no 
entanto não tem direito de comprar um carro, pois não tem 
capacidade de fato e de exercício.
Toda pessoa física tem nome, atributo jurídico que a 
distingue das demais, regra imutável, também chamada pré-nome 
ou nome de família que a situa em uma família, também chamado 
de cognome. Este é transmissível e modificável pela adoção, pelo 
casamento, pelo reconhecimento de paternidade etc.
Os atos e fatos fundamentais da pessoa natural, criadores 
ou modificadores do estado civil da pessoa ou de situações 
jurídicas como, nascimento, casamento, separação judicial, 
morte e interdição, são registrados em livro próprio que 
constituem o , destinado a torná-los conhecidos 
e autenticamente provados, por certidões.
Trata-se dos estudos de 
pensadores, juristas 
sobre fenômenos ligados 
ao relacionamento e à 
conduta humana e sua 
aplicação no campo 
jurídico.
15
Noções de direito 14
 é o ser humano já concebido, que ainda 
permanece no ventre materno. Antes do nascimento 
com vida, o nascituro não detém personalidade jurídica, 
porém, como é provável que nasça com vida, o legislador, 
antecipadamente, tratou de preservar seus interesses futuros.
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007. p. 14). Acesso em: 12 fev. de 2016.
O nascimento de um ser humano é um fato jurídico 
e precisa ser registrado no Registro das Pessoas Naturais, 
expedindo-se a competente Certidão de Nascimento.
A personalidade, que o homem conserva durante a 
vida, tem seu fim com a morte. Portanto, a morte representa 
o momento final em que a personalidade jurídica da pessoa 
física subsiste, e os bens do falecido transmitem-se aos seus 
herdeiros.
Já nos situamos quanto o que vem a pessoa física, a partir de agora, 
vamos quais as capacidades de direito e de fato da pessoa jurídica e 
quais as situações em que a pessoa nunca vai ter capacidade. 
2 - Da Capacidade de Direito e de Fato
Já vimos que todo ser humano possui personalidade 
jurídica, basta nascer com vida e estará dotado da aptidão 
básica para ser sujeito ativo ou passivo de direito e deveres.
Apesar de todos os homens estarem igualmente dotados 
de personalidade, nem todos possuem a mesma capacidade 
jurídica para exercer seus direitos – .
 pessoal de direitos depende 
de fatores como a idade e o estado de saúde que condicionam, 
no ser humano, a grau de consciência e a formação da vontade. 
No nosso Direito a capacidade jurídica das pessoas se 
encontra estabelecida em lei e varia conforme o ramo do 
Direito. Desse modo, podemos falar na existência de uma 
capacidade perante o direito penal, trabalhista, eleitoral, 
comercial, civil etc.
De acordo com o Código Civil, as pessoas dividem-se em 
três grandes grupos, quanto ao exercício da capacidade jurídica: 
Dentre estes três grupos, o que no interessa são os 
plenamente capazes, pois será com este que estaremos 
realizando nossos contratos e automaticamente gerando 
obrigações e responsabilidades, no entanto, precisamos 
também conhecer os outros grupos para evitar cometer erros 
nos fechamentos dos contratos.
De acordo com o artigo 3º do Código Civil Brasileiro, 
O Direito Civil considera que as pessoas menores de 16 
anos ainda não atingiram suficiente discernimento para agirem 
por conta própria nos atos da vida jurídica. Por isso, estas 
pessoas têm que ser representadas por seus pais, tutores ou 
curadores, em todos os seus atos da vida civil.
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016.
O artigo 4º do código civil diz que:
“São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira 
de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos
III- aqueles que, mesmo por causa transitória, não 
puderem exprimir sua vontade;
IV- os pródigos”.
OS MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 
ANOS
A lei entende que as pessoas desta faixa etária já estão 
relativamente aptas para o exercício de seus direitos como por 
Conforme determina o Código Civil, a personalidade 
jurídica do ser humano começa a partir do 
, mas a lei põe a salvo, desde a (fecundação 
do óvulo), os direitos do .
É muito importante gravarem que somente adquire 
personalidade jurídica aquele que nasce com vida, pois esse 
fato é que vai fazer toda a diferença para o mundo jurídico.
Imaginem a seguinte situação: Maria, uma jovem bonita 
e de poucas posses financeiras começa a namorar Pedro, que 
é um rapaz de situação financeira boa. Passado algum tempo 
Maria engravida e o filho é de Pedro, mas este vem a falecer 
em um acidente de carro antes do nascimento do bebê. 
Como fica a situação do patrimônio deixado por Pedro? 
Vai direito para os pais dele? Pois bem, caso o bebê nasça com 
vida, ele irá herdar o bens de seu pai, mas se ele nascer morto, 
os bens do Pedro vão para os pais do mesmo que são os seus 
herdeiros ascendentes.
16
15
exemplo: votar nas eleições (voto facultativo para menores 
de 18 anos); servir de testemunhas; estabelecer testamento; 
contrair casamento ( a idade nupcial para a mulher e para o 
homem é de 16 anos) etc. 
Entretanto, visando a proteger os interesses do menor de 
18 anos, a lei civil cria alguns obstáculos à prática de certos atos 
jurídicos. Ex.: casamento – é necessário o consentimento dos 
pais.
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 
2016.
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016.
Todos sabemos que por menor que seja a embriaguez 
humana esta causa danos ao nosso discernimento, sendo assim, 
aquelas pessoas que são consideradas alcoólatras e chegam 
a ser interditados por este motivo, não poderão praticar os 
atos da vida civil sem a assistência de um representante. Esta 
medida é tomada para preservar o próprio patrimônio deste 
alcoólatra, pois seria muito fácil para qualquer pessoa enganá-
lo, fazendo com que o mesmo destrua o patrimônio que 
porventura possa ter. 
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016.
O Código Civil que está em vigor, trouxe algumas inovações 
e entre elas se encontra a incapacidade relativa dos viciados em 
tóxicos, independentemente de que tipo de tóxico, pode ser ele 
cocaína, maconha, ópio, morfina, éter e o álcool como já vimos 
acima. Enfim, toda substância que vicie e venha provocar o 
enfraquecimento do organismo humano e impeça que a pessoa 
tenha discernimento dos seus atos. Ressaltamos que, para que 
Mas se essa pessoa faz um tratamento em uma clínica especializada 
e se cura?
Tanto no caso do viciado em toxinas como do alcoólatra, 
ambos comprovando que estão devidamente livres de seus 
vícios e sendo reconhecido isto em juízo, voltarão a exercer 
todos os atos de sua vida civil.
Existem algumas enfermidades, que devido a sua 
gravidade afetam o discernimento da pessoa, como por 
exemplo, alguém que acabou de sofrer um derrame e ainda não 
consegue se expressar com a devida firmeza para que o outro 
possa entender seus atos, qualquer negócio realizado por esta 
pessoa será nulo de pleno o direito, porque neste momento, eleestá sendo considerado uma pessoa plenamente incapaz.
 é a pessoa que, agindo desordenadamente, gasta, 
esbanja e destrói seu patrimônio. Com o objetivo de evitar o 
completo empobrecimento da família, a lei permite que os 
familiares do pródigo 
(cônjuge, ascendente , 
descendente) promovam 
processo de interdição. 
Interdição que se limitará 
a impedir que o pródigo, 
sem assistência do curador, 
possa emprestar, vender, dar 
quitação, hipotecar etc. Os 
demais atos da vida civil o 
pródigo poderá praticar com 
inteira validade (está livre 
para casar-se, exercer profissão, fixar domicílio da família etc.). 
A plena capacidade civil somente é alcançada quando 
a pessoa atinge a maioridade ou adquire a emancipação. A 
 é atingida aos 18 anos completos. Com essa 
idade, a pessoa está inteiramente habilitada para todos os atos 
da vida civil.
 Assim exerce seus direitos pessoalmente, dispensando 
representantes ou assistentes. Antes dos 18 anos completos, 
somente pela é que se extingue, definitivamente, 
a menoridade.
uma pessoa viciada seja considerada relativamente incapaz, 
cabe a seus familiares pedirem a sua interdição junto à 
justiça, e somente após esta concedida é que a pessoa será 
considerada relativamente incapaz
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 
2007). Acesso em: 12 fev. de 2016.
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 26). Acesso em: 12 fev. de 2016.
17
Noções de direito 16
Sempre escritura pública, escritura particular não é permitida.
 - outra 
forma de se adquirir a emancipação 
é por meio do casamento, a partir do 
momento em que o casal contraiu 
núpcias, ambos estão devidamente 
emancipados, independentemente 
de uma separação posterior, 
eles não voltam a condição de 
relativamente incapazes, este ato 
não é desfeito, tornou-se apto 
a exercer todos os atos de sua 
vida civil. Nos casos de gravidez da mulher, ainda menor de 
dezesseis anos, basta que os pais solicitem o suprimento da 
idade e estando todos de acordo o juiz autorizará o casamento, 
e da mesma forma ambos estão aptos para exercerem todos os 
atos de suas vidas, mesmo se separando logo após o casamento. 
Assim temos que o emancipado por meio do casamento 
não retorna a situação de incapacidade civil.
 
 – essa é mais 
uma hipótese de emancipação das 
pessoas que se encontram entre os 
16 e 18 anos de idade. Neste caso, 
é necessário que o menor tenha 
passado em concurso público 
e nomeado em caráter efetivo. 
No entanto, cabe ressaltar, que 
a própria lei trabalhista institui como idade mínima admitida 
para capacidade trabalhista plena dezoito anos, logo será muito 
difícil ocorrer esta hipótese de emancipação nos dias atuais. 
 
– essa hipótese, se fosse prevista pela lei americana seria 
plenamente possível, mas na lei 
brasileira, trata-se de uma hipótese 
remota , a não ser nos casos de crianças 
super-dotadas, que conseguem cumprir 
o cronograma escolar muito mais cedo que a média normal 
do país, pois atualmente uma pessoa normal vai concluir o 
ensino superior por volta dos 20 a 22 anos de idade, já no caso 
dos super-dotados, estes sim conseguem concluir antes dos 
dezoito anos, mas no nosso país para conseguir evoluir de série 
mesmo uma criança super-dotada, tem uma série de requisitos 
que devem ser preenchidos e com isso o processo é lento e 
mais difícil. 
 – 
trata-se de um caso de 
emancipação bastante 
difícil de acontecer, 
principalmente nos dias 
atuais, pois mesmo que 
o menor trabalhe, é 
para colaborar com a 
3 - Da Emancipação
Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 28). Acesso em: 12 fev. de 
2016.
Fonte: Direito Civil Ilustrado 
(SARAIVA, 2007, p. 29). Acesso em: 
12 fev. de 2016.
Fonte: Direito Civil Ilustrado 
(SARAIVA, 2007, p. 29). Acesso em: 
12 fev. de 2016.
Ao completar dezoito anos de idade, e frisem bem, 18 
anos de idade, e não vinte e um anos como muitos 
imaginam. A lei foi alterada com a entrada em vigor do 
Código Civil de 2002, e a partir desse momento, a plena 
capacidade civil para homens e mulheres ocorre aos dezoito anos 
completos, desde que não tenha nenhum impedimento citado acima.
Após estudarmos quais as características que temos que 
ter para nos tornarmos plenamente capazes, vamos verificar 
quais são as possibilidades de termos a emancipação civil 
antes de completarmos dezoito anos de idade.
 é a aquisição da 
antes dos 18 anos.
O Código Civil relacionou várias formas em que a 
emancipação pode ser adquirida.
 Vejamos:
 – na primeira parte, temos uma 
por parte dos pais, no entanto, é 
importante lembrar que esta emancipação é para os atos da 
vida civil, ela não compreende exoneração da responsabilidade 
dos pais para suprir a solidariedade existente entre pais e filhos 
em casos de obrigações nascidas de atos ilícitos. 
Já no caso do menor se encontrar sob tutela ou não, 
é necessário que a emancipação seja concedida pelo juiz, o 
pedido será realizado pelo próprio menor, que neste caso 
existindo tutor, este será ouvido pelo juiz e pelo Ministério 
Público, e se o menor não tiver tutor, o juiz terá que nomear 
um tutor, e da mesma forma ouvi-lo bem como o Ministério 
Público e as testemunhas, para então após estes atos tomar 
a sua decisão dando ou não a emancipação. Neste caso 
específico, teremos a chamada 
 A emancipação não é ato exclusivo dos pais, compete a 
ele em um primeiro momento se ambos foram vivos, mas não 
é exclusividade deles, pois, como veremos abaixo, temos mais 
inúmeras situações em que a emancipação pode acontecer 
independente dos pais se manifestarem por meio de escritura 
pública. Ainda cumpre lembrar que também não é ato 
exclusivo do Poder Judiciário, somente vai competir a eles 
quando o menor estiver sob a tutela de alguém, caso contrário 
à emancipação vai acontecer por meio de escritura pública. 
Uma hipótese difícil de 
acontecer, porém não é 
impossível.
18
17
Retomando a aula
Vamos, então, recordar os pontos principais do que 
aprendemos:
Como e quando adquirimos personalidade jurídica que é o 
momento pelo qual passamos a existir para o mundo jurídico.
O que vem a ser nascituro, e porque a lei protege o feto 
desde a gravidez.
O que vem a ser capacidade de direito e capacidade 
exercício, que como estudado por nós, capacidade de direito 
adquirimos desde que nascemos, enquanto que a capacidade de 
exercício vamos alcançando conforme vamos crescendo.
Agora já sabemos como são divididas as pessoas no 
tocantes as capacidades, que são três grupos, os absolutamente 
incapazes, os relativamente incapazes e os plenamente capazes.
Verificamos que nem todos apesar de completar dezoito 
anos de idade vamos ser plenamente capazes, pois temos 
algumas exceções.
Aprendemos também que algumas pessoas mesmo 
tendo se tornado plenamente capazes, por motivos de saúde 
outros fatores poderão novamente ser declaradas relativamente 
incapazes e em alguns casos absolutamente incapazes.
Verificamos ainda que temos vários tipos de emancipação 
civil no mundo jurídico, em que um menor de 16 anos a 17 anos 
e 364 dias, vai poder usufruir e já assumir a responsabilidade de 
seus atos na esfera civil dependendo da situação.
Lembrando que somente na esfera civil, na esfera penal, 
carteira de motorista e outros, somente quando completar a 
maioridade que é de 18 anos e ainda se atender aos requisitos 
previstos em lei
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 
Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. 
Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>.
Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>.
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renda familiar e não montar sua própria empresa. Nos casos de 
falecimento dos pais, o menor será emancipado pelos motivos 
citados no item 1 e não por ter adquirido economia própria. 
De acordo com o professor Silvio Venosa:
“A simples relação de emprego ou estabelecimento 
próprio, portanto, não será suficiente para o status, pois estaria 
a permitir fraudes. Discutível eapurável será no caso concreto 
a existência de economia própria, isto é, recursos próprios de 
sobrevivência e manutenção”. 
Logo, de acordo com os doutrinadores, é necessário 
que o menor prove perante o juiz de que se estabeleceu ou 
tem emprego com economia própria, se o juiz se convencer 
das provas a ele apresentadas, proferirá a sentença dando a 
emancipação ao menor.
Minhas anotações
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do 
Direito. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
19
Noções de direito
3º Aula
Pessoa jurídica
Na aula anterior, falamos sobre a pessoa física, 
sua importância para o mundo jurídico, a partir de que 
momento passamos a ser sujeito de direito e de deveres. 
Nesta aula, vamos tratar de pessoa jurídica, como ela 
é formada, quais os tipos de pessoas jurídicas existentes 
no mundo jurídico. É importante salientar que no ramo 
de atuação de vocês, necessariamente estarão lidando 
diariamente com as empresas. 
Assim, para desenvolver um bom trabalho, temos 
que ter o conhecimento do que vem a ser pessoa jurídica, 
pois será por meio desse aprendizado que vamos 
decidir qual o melhor tipo de empresa a ser instituída, 
principalmente com relação a incidência de tributos, 
portanto cabe a vocês indicarem as melhores opções e 
resolver os problemas da melhor forma possível.
Bons estudos!
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
20
19
1 
2
3
e Responsabilidade Civil
Seções de estudo
1
Como sujeitos do direito, ao lado das pessoas físicas ou naturais, isto 
é do homem, estão as pessoas jurídicas, também chamadas pessoas 
morais ou entidades jurídicas (associações, sociedades, corporações, 
fundações etc.).
O homem, como verificamos em nossa última aula, é 
um ser sociável por natureza e, dessa forma, muitas vezes se 
une para realizar determinadas atividades que sozinho não 
conseguiria para atingir certos objetivos. Portanto, a razão 
de ser da pessoa jurídica está na necessidade ou vontade das 
pessoas físicas de unirem forças e utilizarem recursos coletivos 
para a realização de um mesmo objetivo, que ultrapassa os 
limites da individualidade.
Essas pessoas podem resultar da união de vários 
indivíduos para atingir um fim comum, com autonomia jurídica, 
independentemente de seus sócios (sociedade) ou podem 
resultar da destinação de um patrimônio para determinado fim 
(fundação) ou, ainda, da Lei (pessoa jurídica de direito público).
A é a construção técnica jurídica que 
atribui personalidade a uma associação, patrimônio ou serviço 
público, dando-lhe interesse e prerrogativas distintos dos sócios, 
administradores ou destinatários. É um ente que não tem vida 
psíquica, mas possui autonomia jurídica e é considerado o 
centro de imputações de direitos e deveres, independentemente 
dos indivíduos que a compõem ou a que a ela se destinem ou 
que por ela agem e por ela deliberem.
Elas podem ser sujeitos de direitos subjetivos, todos 
aqueles direitos compatíveis com essa realidade. E, também, 
podem ser indenizadas no caso de se cometer dano moral 
contra essa empresa, como exemplo podemos citar que um 
determinado jornal difame determinada empresa e tudo o que 
consta naquela material é irreal, assim, a empresa pode pleitear 
na Justiça uma indenização, pelo fato de o jornal ter manchado 
a sua imagem. A pessoa jurídica tem capacidade mais restrita do 
que a pessoa física, não podendo ter direitos que só o homem 
pode adquirir, como por exemplo, os de família.
1.1 Elementos Constitutivos Da 
Pessoa Jurídica 
As pessoas jurídicas têm sua origem através de um ato 
constitutivo, onde temos uma pluralidade de pessoas ou de 
bens e uma finalidade específica. Para que uma pessoa jurídica 
passe a existir no mundo jurídico, ela terá que preencher, em 
tese, quatro requisitos:
a) Vontade humana criadora;
b) Elaboração do ato constitutivo – estatuto ou contrato 
social e testamento ou escritura pública;
c) Registro desses atos constitutivos no órgão competente;
d) Liceidade de seu objetivo.
A vontade humana estará concretizada no ato da 
constituição, que sempre será por escrito. Assim, caso 
alguém for coagido, isto é, forçado a assinar um contrato de 
constituição de uma empresa, ele poderá ser discutido em 
juízo, pois tem que imperar a vontade humana.
Os atos constitutivos das 
empresas são determinados 
por lei, sendo denominados 
de estatuto ou contrato social. 
Teremos estatuto quando 
forem constituídas associações 
que não tem fins lucrativos. 
Em se tratando de empresas 
com fins lucrativos, então, 
teremos o contrato social. Nos casos das fundações públicas, 
que veremos mais adiante, as mesmas são instituídas por lei, já 
as fundações privadas, são instituídas por meio de testamento 
ou escritura pública.
Todas essas determinações estão previstas em lei, no 
Código Civil e no Código Comercial.
Após decidir o tipo de empresa que está sendo 
constituída ela deverá ser registrada no órgão competente para 
que passe a existir legalmente no mundo jurídico, pois sem o 
registro, ela será somente sociedade de fato ou sociedade não 
personificada. Alguns autores jurídicos, comparam a pessoa 
jurídica sem registro ao nascituro, pois ainda não nasceu.
Por fim, o objeto de trabalho dessa empresa tem que ser 
lícito e admitido em lei, claro que não podemos instituir uma 
empresa de maconha, por exemplo, pois não é permitido por 
lei.
Portanto, ato constitutivo trata-se do registro da 
pessoa jurídica no órgão competente para a aquisição da 
personalidade, isto é, para que passe a ter existência jurídica 
distinta dos membros que a compõe. Ainda neste registro 
deverá constar:
a) a denominação dessa empresa;
b) seus constituintes, nomes dos sócios ou associados, 
fundadores etc., bem como que será o seu direto;
c) as finalidades institucionais, qual a sua função, qual 
o objetivo, se venda de produto, se prestadora de serviços, 
varejista e assim por diante;
d) onde será exercida sua atividade, isto é, onde ela terá 
sua sede (domicílio);
e) o tempo de duração ser for constituída por prazo 
determinado; e
f) o fundo social, isto é, seu patrimônio, o valor inicial de 
investimento daquela empresa, por exemplo, vou abrir uma 
loja de varejo com um capital inicial de cinquenta mil reais. 
Além desses requisitos, nesse contrato social, estatuto, 
etc., deverá constar seu representante ativo e passivo, judicial e 
extrajudicial bem como até onde vão as responsabilidades de 
cada sócio, pelas obrigações da pessoa jurídica e, por fim, as 
condições de sua extinção.
Licito, permitido por lei.
Fonte: <wiki2buy.com.br>
Acesso em: 10 mar. 2012. Acesso em: 
12 fev. de 2016.
21
Noções de direito 20
Trata-se da união de um conjunto de pessoas físicas e ou 
jurídicas com um objetivo comum, instituídas por meio de 
um contrato social ou estatuto social na forma da lei e 
registrado em cartório seu ato constitutivo, isto é, o ato 
de sua criação.
Resumindo
A pessoa jurídica de direito privado tem a opção de escolher se seu 
ato constitutivo, que será sempre por escrito, irá ou não se revestir 
de forma pública ou particular, salvo nos casos das fundações em que 
a lei ordena que sua criação se dê por instrumento público ou por 
testamento.
2
Existem inúmeras classificações com relação às pessoas 
jurídicas, mas em nossa aula, vamos nos ater somente a algumas 
classificações, tendo em vista que nosso objetivo é sabermos 
como é constituída a pessoa jurídica e sua importância.
Em uma primeira subdivisão, temos dois grandes ramos 
do direito, que já estudamos em nossa primeira aula. Estamos 
falando aqui, da divisão entre direito público e direito privado.
As empresas poderão ser de: 
a) , 
subdividindo-se em 
 (União, 
Estádios, Municípios) e 
 (ONU, OIT) 
e;
b) 
2.1 Pessoas Jurídicas de Direito 
Público
A legislação brasileira contempla em seus artigos, quais 
as empresas que são denominadas empresas públicas, de 
acordo com o artigo 41, do Código Civil brasileiro:
“São pessoas jurídicas de direitopúblico 
interno:
I . a União
II. os Estados, o Distrito Federal e os 
Territórios;
III. os Municípios;
IV. as autarquias;
V. as demais entidades de caráter público 
criadas por lei”.
As consideradas de direito 
público externo são: as várias 
nações, A Santa-Sé, a Organização 
das Nações Unidas.
O Estado para atender aos 
seus fins e desobrigar-se de suas 
funções, serve-se de pessoas físicas 
(funcionários públicos) a quem 
são delegados os necessários 
e respectivos poderes. Os atos 
praticados por esses agentes no 
desempenho de suas funções são 
atos da própria administração.
 As pessoas jurídicas de direito público são civilmente 
responsáveis por atos de seus representantes que nesta 
qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo 
contrário ao direito ou faltando ao dever prescrito em lei, 
Fonte: <blog.planalto.gov.br>
Acesso em: 10 mar. 2012.
Fonte: <g1.globo.com>
Acesso em: 10 mar. 2012.
salvo direito regressivo contra os causadores do dano, nos 
casos em que existe culpa ou dolo do agente.
Isso significa que se o funcionário público tiver culpa ou 
má-fé, que é o dolo no fato ocorrido, o Estado pode entrar 
com uma ação contra seu funcionário 
para receber o valor pago ao terceiro 
prejudicado.
Logo, vemos que com relação à União, Estados, 
Municípios, Distrito Federal e Territórios é de conhecimento 
público e notório, que são pessoas jurídicas de direito público. 
Dessa forma, vamos trazer o conceito de autarquias e demais 
entidades de caráter público como a fundação. Vejamos:
a) 
são entidades assemelhadas 
às fundações privadas, sem 
objetivo lucrativo, porém são 
instituídas por ato do Poder 
executivo mediante autorização em LEI ESPECÍFICA a partir 
do patrimônio público, como Fundação Pública podemos citar 
a FUNAI, IBGE etc.
Licito, permitido por lei.
IBGE
Fonte: <intrometendo.com>
Acesso em: 10 mar. 2012.
Fonte: <inssaposentaria.com>
Acesso em: 10 mar. 2012.
b) são entidades de direito público criadas 
com capital e patrimônio do Estado, com a finalidade 
de executar serviços públicos típicos, outorgados pelo Estado, 
como INCRA, INSS etc.
Pois bem, já sabemos o que são empresas de direito 
público e como são criadas, agora vamos verificar quais são as 
empresas de direito privado.
2.2 Pessoa Jurídica De Direito 
Privado
Ao iniciarmos nossa aula conceituamos o que vem a ser 
pessoa jurídica, mas vamos relembrar.
22
21
Cumpre aqui, realizarmos mais uma divisão desse 
setor empresarial, no que diz respeito ao setor econômico, a 
quantidade de sócios, tamanho, fins ou objetivos, organização 
ou natureza. 
No tocante a essas características, as empresas são 
divididas em três setores:
Fonte: <poesia.mrkind.pro.br> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
a) – setor agrícola. 
Fonte: <pedroalice.blogspot.com>
 Acesso em: 10 mar. 2012.
b) – indústrias.
c) – serviços.
As pessoas jurídicas de podem ser 
divididas em Corporação e fundação. As corporações são 
divididas em:
 simples 
 empresárias
Temos ainda como pessoas jurídicas de direito privado as 
organizações religiosas e os partidos políticos, no entanto, os 
mesmos são regidos por legislação especial. Vamos verificar 
agora quais são os tipos de pessoas jurídicas de direito privados 
e suas características.
 são pessoas jurídicas 
de direito privado 
cuja criação e manutenção virão de 
donativos de seus membros. Elas 
surgirão com o registro do estatuto social 
no órgão competente, como exemplo 
temos a APAE, a PESTALOZZI, etc. 
A principal diferença existente entre 
as associações e as sociedades é o fato da 
primeira não visar lucro.
 é a pessoa jurídica de direito 
privado com fim econômico ou lucrativo, que é formada por 
profissionais atuantes de uma mesma área ou prestadores de 
serviços técnicos, como as sociedades 
de advogados, as corretoras de imóveis, 
instituições de ensino. O que define se 
a sociedade será simples ou empresarial 
será o seu objeto, se este for voltado para 
a exploração de atividade civil confere 
à sociedade o caráter civil e, portanto, é 
uma sociedade simples, caso tenha por 
objeto um fim social, ver a ser a sociedade 
empresarial.
 também são pessoas jurídicas 
de direito privado, visando lucro, tendo por objeto o exercício 
de atividade própria de empresários, atividade econômica 
e organizada para produção ou a circulação de bens ou de 
serviços, sujeito ao registro previsto em lei.
As sociedades empresárias assumem as formas de:
 – constituída apenas 
por pessoas físicas – nesse caso não 
admite que 
uma pessoa 
jurídica entre 
no negócio, que responde 
ilimitadamente e solidariamente 
pelas obrigações da sociedade. Isso 
significa dizer que se a sociedade vier 
a falir, a justiça vai poder adentrar ao 
patrimônio particular dos sócios. 
 – temos dois tipos de sócios, os de 
responsabilidade ilimitada, que são aqueles 
que entraram com o capital e participam 
da gestão do negócio, e os sócios de 
responsabilidade limitada, essa restringida ao 
capital que ele investiu, ou capital subscrito.
Fonte: <plennasim.com.
br> Acesso em: 10 mar. 
2012.
Fonte: 
<omelhordobairro.com.
br> Acesso em: 10 mar. 
2012.
Como, por exemplo, 
a junção da Sadia e 
Perdigão.
Fonte: <devaneiosedialogos.
blogspot.com> Acesso em: 10 
mar.2012.
Fonte: 
<canstockphoto.com.
br> Acesso em: 10 
mar. 2012.
Fonte: <blogbeyondbelief.
blogspot.com> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
– trata-se do tipo de empresa 
mais comum, onde os sócios são responsáveis pela empresa 
de acordo com a quantidade de quotas de cada um.
 – tem 
seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada 
sócio ou acionista é correspondente ao valor das ações que 
ele possui.
 – essa 
sociedade é regida pelas regras das sociedades anônimas em 
legislação especial.
 são pessoas jurídicas compostas 
pela organização de um patrimônio instituído com finalidade 
23
Noções de direito 22
específica, por iniciativa de 
particular, como já visto 
anteriormente, 
 Como 
exemplo, temos a Fundação 
Biominas, uma instituição 
privada, dedicada a catalisar 
o desenvolvimento de 
Bionegócios no Brasil. 
Fonte: < burgos4patas.blogspot.com> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
Resumindo
associações e fundações civis são assim chamadas pela natureza de 
sua atividade. Então, quando não existe a prática do comércio, embora 
elas tenham uma forma permanente comercial, a mesma será uma 
sociedade simples, como exemplo - a sociedade de advogados, a 
prestação de serviços, a sociedade entre médicos, engenheiros etc.
Você Sabia?
fato desta realizar negócios com o intutito de angariar fundos para 
a manutenção e realização de melhorias na associação, como, por 
exemplo: promoções de almoços, vendas de camisetas, bonés etc.
jurídicas de direito privado, apesar de 
algumas peculiaridades: 
a) 
 
formada com capital público e particular 
para exploração de atividade econômica, 
sob a forma de sociedade anônima, mas 
dirigidas pelo Estado. Entre essas sociedades 
temos o Banco do Brasil, Petrobrás etc.
b) que 
são pessoas jurídicas de direito 
privado criadas por autorização de lei 
específica, com capital inteiramente 
público, com o objetivo de 
exploração econômica, como a Caixa 
Econômica Federal.
Fonte: <sabetudo.
net> Acesso em: 10 
mar. 2012.
Fonte: <sitedeconcursos.org> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
SEBRAE
Fonte: <idort.com> Acesso em: 10 mar. 2012.
 entidades privadas 
com fins assistenciais, criadas por lei e mantidas pelo Estado 
através de contribuições parafiscais com a finalidade de 
prestar serviços de ensino, culturais, assistenciais a grupos 
ou categorias profissionais específicos, exemplo SENAI, 
SEBRAE, etc.
Quanta informação, não é turma?! Mas, analisem com calma, pois é 
muito importante nos situarmos no mundo em que vivemos. Assim, 
nesta aula.
são 
criadas pela iniciativa privada sem fins 
lucrativos, com a finalidade de realizar 
atividades sociais, como, pesquisa 
científica, recebendo ajuda do Estado e 
sendo declaradas entidades de interesse 
social e utilidade pública, comoas 
ONGS.
 coletivo que se assemelham as organizações sociais, 
no entanto, elas são constituídas através de contrato de gestão 
com o poder público para realizar atividades relacionadas ao 
poder público participando deste.
Fonte: <vandinhomaracas.
blogspot.com> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
Fonte: <blogdodecio.com.br> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
 eles têm natureza própria, sua 
finalidade é política, não se caracterizando dessa forma por fins 
econômicos, é atribuída a eles uma natureza associativa.
Como já dito anteriormente, o domicílio das pessoas 
jurídicas, assim como o da pessoa natural é a sua sede jurídica, 
o local onde exerce as atividades habituais e respondem por 
suas obrigações. As pessoas jurídicas de Direito Público 
interno têm por domicílio a sede de seu governo. No caso do 
Estado de Mato Grosso do Sul, sua sede localiza-se na capital 
do Estado na cidade de Campo Grande, e das pessoas jurídicas 
de Direito Privado o lugar onde funciona a sua diretoria ou no 
caso de ter estatuto, o domicílio será no local que o estatuto 
prever.
Após estudarmos a pessoa jurídica no tocante a sua formação, vamos 
estudar, em nossa próxima seção, quais as formas em que a pessoa 
jurídica poderá ser extinta e o que vem a ser desconsideração da 
personalidade jurídica.
3 - Desconsideração da Personalidade 
Jurídica da Pessoa Jurídica e 
Responsabilidade Civil
O ordenamento exige o registro da pessoa jurídica para 
que ela passe a ter personalidade, para que seja distinto o 
patrimônio da pessoa jurídica do patrimônio de seus sócios. 
Vimos que quando vai se realizar o registro da pessoa 
jurídica, esta tem uma finalidade e quando a empresa foge 
dessa finalidade, especialmente por interesse escusos e ilegais 
ou atos ilícitos, abusivos, fraudulentos, será permitido ao Juiz, 
, fazer com que os bens particulares do sócio ou sócios 
que são responsáveis pelos atos ilegais, abusivos etc., sejam 
disponibilizados para pagar as dívidas.
Isso significa dizer que a empresa (a pessoa jurídica) 
deixa de existir e quem vai responder pelos danos causados a 
terceiros é a pessoa física (sócios), mas somente aqueles que 
agiram de forma ilegal.
24
23
Fonte: <blog.nfernandes.com.br> Acesso em: 10 
mar. 2012.
Essa teoria veio para evitar os mandos e desmandos de 
sócio ou gerentes que abusam do cargo exercido por eles dentro 
da empresa, isso porque pessoas inescrupulosas começaram a 
se aproveitar do princípio da afastabilidade da pessoa em se 
tratando de pessoa jurídica, com a intenção de lesar terceiros e 
se utilizando da pessoa jurídica como uma espécie de capa ou 
véu para proteger os seus negócios escusos.
 A teoria da desconsideração da personalidade jurídica se 
aplica para caracterizar a responsabilidade da pessoa física, o 
sócio que agiu em seu próprio interesse de praticar atos em 
nome da pessoa jurídica em desatenção ao contrato social de 
sua empresa ou da lei, logo, quem responderá será esse sócio 
ou os sócios, com os seus próprios patrimônios.
A desconsideração da 
pessoa jurídica permite ao 
juiz coibir a consumação 
de fraudes e abusos de 
direito cometidos por meio 
da personalidade jurídica 
que causem prejuízos ou 
danos a terceiros como, por 
exemplo, causar danos aos 
funcionários da empresa 
quando deixa de pagar os direitos trabalhistas.
Ainda, o fato de permitir-se a desconsideração da 
personalidade jurídica não implica necessariamente na extinção 
desta, pois pode somente ocorrer um afastamento transitório 
dos efeitos da personalidade, para que se puna as pessoas 
corretas e não a empresa em si.
Fonte: <valor.com.br> Acesso em: 10 mar. 
2012.
A desconsideração da personalidade jurídica é muito importante, pois 
é a forma que temos de coibir fraudes em detrimento de terceiros, não 
permitir o enriquecimento ilícito sobre a pobreza e lesão patrimonial de 
terceiros.
Por fim, vamos adentrar ao último tema desta aula, e 
falarmos da responsabilidade Jurídica das empresas. Esse 
tema estará detalhado em nossa última aula, mas vamos aqui 
ver algumas peculiaridades no tocante as empresas públicas e 
empresas privadas.
3.1 Responsabilidade Da Pessoa 
Jurídica
Para cada tipo de pessoa jurídica vamos ter um tipo de 
responsabilidade. Em relação às pessoas jurídicas de direito 
público, essa responsabilidade será sempre objetiva, que 
vamos ver nas próximas aulas e ainda, os administradores 
das pessoas jurídicas de direito público exercem poderes de 
representação, sendo que a responsabilidade sempre será do 
Estado. 
Então, a ação judicial deverá ser interposta contra a 
pessoa jurídica e não contra o agente público. Futuramente a 
administração pública terá o direito de ação regressiva contra 
o seu funcionário para provas de dolo ou culpar . Em caso 
afirmativo, cobrar dele o que já foi pago à vítima.
No caso das pessoas jurídicas de direito privado, vai 
depender do tipo de sociedade, ela poderá ser ilimitada, 
onde todos os sócios respondem ilimitadamente pelas 
obrigações sociais. Sociedade Mista em que cada sócio 
tem responsabilidade diferente um do outro, onde uns vão 
responder ilimitadamente outros limitadamente, e por fim 
a limitada, em que todos os sócios responderem de forma 
limitada pelas obrigações sociais.
3.2 Extinção da Pessoa Jurídica
As pessoas físicas são 
extintas com a morte, enquanto 
que as pessoas jurídicas nascem, 
desenvolvem-se, modificam-se e 
extinguem-se.
O ato de dissolução das pessoas jurídicas pode assumir 
quatro formas distintas, conforme a natureza e a origem, 
correspondentes às seguintes modalidades de extinção:
Fonte: <blogodorium.com.br> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
 quando os sócios pactuam o fim 
da sociedade, de acordo com as disposições legais, podemos 
denominar essa forma também de 
convencional; 
 quando os sócios 
não consentem com relação ao fim da 
sociedade ou, como vimos, quando a 
sociedade se desvia dos fins para que se 
constituiu, dessa forma, compete ao sócio 
recorrer ao poder Judiciário; 
Fonte: <migalhas.
com.br> 
Acesso em: 10 
mar.2012.
Fonte: <info.abril.com.br . 
Acesso em: 10 mar. 2012.
, quando uma lei determina o fim da 
pessoa jurídica, em determinadas situações (por exemplo, 
25
Noções de direito 24
quando morre um dos sócios, sem que haja disposição 
contratual que preveja tal fato), ou decretação de falência. 
Fonte: <pt.dreamstime.com> 
Acesso em: 10 mar. 2012.
 quando o Estado revoga 
a outorga feita a uma pessoa jurídica para que ela explore 
atividade essencialmente estatal. 
Temos, ainda, outra forma de extinção da pessoa jurídica, 
que se trata da falência.
A falência é o estado de insolvência do empresário devedor, trata-se 
da execução coletiva dos bens do devedor empresário, pode-se dizer 
que é a sua bancarrota.
Logo, falência é um processo 
judicial por meio do qual o empresário 
é obrigado a liquidar o seu patrimônio 
em beneficio dos credores, ocasião em 
que se arrecada o patrimônio do falido 
e são verificados os créditos, apurando-
se o ativo e procurando saldar o 
passivo, que são as dívidas, pois não 
possui mais em seu patrimônio bens 
suficientes para saldar suas dívidas e, 
entrando em colapso econômico, é declarado por sentença 
judicial, falido, e submetido a uma execução coletiva, pela qual 
seus bens serão arrecadados e denominados de massa falida, 
sendo vendidos em hasta pública para que, com a venda, 
sejam pagos os credores que comparecerem para declarar o 
seu crédito.
De acordo com o Código Civil, também poderemos 
ter uma dissolução parcial da sociedade, isso ocorre quando 
existe o desvinculamento de um dos sócios do quadro social. 
Não se trata do fim da pessoa jurídica, mas somente a saída 
de um dos sócios da sociedade contratual. Esse fato pode 
ocorrer com a morte do sócio em questão, com sua retirada 
ou exclusão.
Assim, encerramos nossa aula sobre pessoa jurídica e, 
em nossa próxima aula, trataremos dos bens de modo geral 
e vamos adentrar mais especificamente na responsabilidade 
civil.
Fonte: 
<blogdosempreendedores.
com.br> 
Acessoem: 10 mar. 2012.
Retomando a aula
Vamos, então, recordar os pontos principais do que 
aprendemos nesta aula:
forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria para a 
realização de fins comuns.
humana, seu ato constitutivo que é o registro de seu estatuto 
ou contrato social no órgão competente, sem esse registro ela 
não existe para o mundo jurídico.
lícito, isto é, permitido por lei.
Estados e Municípios, e as empresas de direito privado, como 
sociedade de responsabilidade limitada (Ltda.).
do patrimônio da empresa, enquanto que a sociedade ilimitada 
adentra ao patrimônio pessoal do sócio.
lei e outra privada que vai ser constituída por testamento ou 
por escritura pública, e nessa instituição tem que constar qual 
será o objetivo daquele patrimônio, a que ele se destina.
somente acontecerá em casos de mau uso do poder de gestão 
empresarial ou fraudes.
Direito Público sempre será objetiva, enquanto que nas de direito 
privado dependendo do tipo de empresa pode ser subjetiva.
convencionalmente, legalmente e judicialmente e, ainda, 
podemos ter uma dissolução parcial, quando um dos sócios 
sai ou vem a falecer.
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, 
Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 
2012. 
VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 
7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>.
Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>.
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ou “Quadro de Avisos”.
26
4ºAula
Dos bens 
Na aula anterior, falamos sobre a pessoa jurídica, as divisões, quais 
os requisitos para abrir uma empresa e a importância das mesmas. 
Nesta aula, vamos verificar como estão vinculados os bens em 
relação ao mundo jurídico, a sua importância, o que são bens de direito 
público e o que são bens de direito privado, pois como verificado em 
nossa última aula, a pessoa jurídica para poder ser constituída, terá que 
declarar os bens, o valor do contrato e assim por diante. 
Dessa forma, uma ótima aula para vocês!
Boa aula!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, vocês serão capazes de:
Fonte: SARAIVA, Denise Cárdia. Direito Civil Ilustrado. Parte Geral. Livro II – Dos bens. Rio de 
Janeiro: Edições Ilustradas, 2007. p. 11.
27
Noções de direito 26
1
2
Seções de estudo
1
Bens são as coisas que, por serem úteis e ou raras, são suscetíveis 
de apropriação e contêm valor econômico. Portanto, as coisas são os 
gêneros do qual os bens são espécies.
Para estudarmos os bens, precisamos entender como funciona suas 
divisões, quais as classes de bens existentes no mundo jurídico. A 
Juridicamente falando, bens são os valores materiais ou 
imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. 
Para que seja objeto de uma relação jurídica é preciso que o 
bem tenha idoneidade para satisfazer um interesse econômico 
– portanto, que tenha valor econômico – e, que se subordine 
juridicamente a um titular. Exemplos: proprietário, dono.
Para simplificar esse conceito, podemos afirmar que 
bens são todas as coisas que satisfazem as necessidades 
humanas. Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos 
homens que, porventura, tenham valores econômicos e que 
possam ser adquiridos. Ainda temos algumas coisas imateriais 
que poderão ter valores econômicos como, por exemplo, os 
direitos autorais que vamos estudar mais adiante nesta aula.
Para estudarmos os bens, precisamos entender como 
funcionam suas divisões, quais as classes de bens existentes 
no mundo jurídico. A partir desse momento, vamos estudar 
essas classificações.
1.1 Bens Públicos e Particulares 
Sabemos que vários lugares por onde caminhamos, 
pertencem a todos nós, pois são bens comuns a todos. Esses 
bens que pertencem a uma entidade de direito público, são 
aqueles que denominamos de bens públicos. Por exemplo: 
bens pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios. 
Dentro desses bens, temos algumas subdivisões, informando 
como funcionam esses bens e quais são de utilização de 
todos e quais dependemos de uma autorização para adentrar 
em suas dependências. 
Dessa forma, temos: 
 - os rios, os mares, 
ruas, praças, estradas, etc. Para adentrarmos esses espaços, 
não precisamos solicitar autorização, por isso, de uso 
comum, todos temos acesso a 
esses bens livremente. Claro que 
um rio dentro de determinada 
propriedade, apesar do rio ser 
de uso comum, dentro daquele 
espaço delimitado vai ser 
necessário uma autorização, mas 
se o Estado precisar fazer alguma 
Fonte: <1papacaio.com.br>. 
Acesso em: 30 maio 2012.
pesquisa para melhoria da população será permitido, pois 
impera o interesse público. Assim, em algumas situações, ainda 
que o bem seja de uso comum teremos algumas restrições de 
acesso aos mesmos.
Fonte: <inssaposentaria.com>. 
Acesso em: 10 mar. 2012.
- são os bens públicos (edifícios, 
terrenos) destinados ao serviço público, todos aqueles prédios 
que são destinados a abrigar a administração pública, e não 
poderão ser vendidos enquanto forem sedes das empresas 
públicas, inclusive as autarquias. Exemplo: prédio da Secretaria 
da Fazenda. 
 – são os que constituem o patrimônio 
da União, Estado e Municípios, sem uma destinação especial. 
Exemplos: terras devolutas, terrenos da marinha, etc.
Os bens públicos, em regra são inalienáveis. Isto é, não 
podem ser vendidos, com exceção dos dominicais que são, por 
exemplo, as terras devolutas federais que podem ser vendidas, 
desde que respeitadas determinadas condições impostas pela 
própria lei. Assim, é necessária a autorização legislativa, entre 
outros aspectos que devem ser respeitados.
Todos os bens públicos são IMPENHORÁVEIS. Assim, não existe 
execução forçada contra o patrimônio público, o credor do poder 
público terá que fazer uma requisição via justiça da verba necessária 
para o ressarcimento de seu débito, esta verba somente será 
providenciada após a sentença judicial transitada em julgado. O débito 
terá que constar em “precatórios”, que são os títulos das dívidas 
públicas a ser apresentado ao Poder Público até o dia 1º de julho de 
com as devidas atualizações monetárias.
Outro aspecto do bem público é 
o fato de que não pode ser adquirido 
por usucapião. Assim, independente do 
prazo que as pessoas se encontrarem em 
terras devolutas da União, estas sempre 
continuarão pertencendo ao Estado.
Após verificar as subdivisões 
existentes com relação aos bens públicos, vamos verificar 
quais as subdivisões do bens particulares. Vamos verificar que 
temos várias outras subdivisões dos bens particulares, que 
podem, por exemplo, ser móveis ou imóveis, consumíveis 
ou inconsumíveis entre outros. É importante, pois como 
administradores, precisamos saber qual é o objeto que nossa 
empresa está negociando e quais as consequências jurídicas 
decorrentes dos bens negociados, principalmente, quando 
ficar impossível cumprir a obrigação, em função de um caso 
fortuito ou força maior.
São denominados de bens particulares todos aqueles que 
é o direito que um 
cidadão adquire 
em relação à 
posse de um bem 
móvel ou imóvel 
em decorrência 
do uso deste por 
um determinado 
tempo.
28
27
pertencem às pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito 
privado. E como já dito, esses bens podem se revestir de várias 
características e muitas formas dentro de outras subdivisões 
atribuídas aos bens como, por exemplo, podemos dizer que se 
trata de um bem particular, um imóvel particular, um automóvel, 
etc. Da mesma forma que o manuscrito de uma obra literária 
rara, exposto à venda em uma livraria, é classificado como 
bem particular e se reveste de características como: móvel, 
infungível e, juridicamente, consumível. 
formas, correto?
Isso mesmo, conforme exemplo dado acima, podemos ter 
um bem particular com várias características próprias e, nem 
por isso, deixa de ser um bem particular. A importância de 
aprendemos a respeito, reside no fato de começarmos

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