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1ºAula A importância do direito e da elaboração das leis Desde que nascemos e adquirimos um pouco de discernimento, passamos a ter uma série de deveres e de proibições, “filho não faça isso”, “filho faça aquilo”, etc. Logo, podemos dizer que a partir desse momento passamos a conhecer o Direito, por meio de nossos pais, começamos então a exercer nossa cidadania, somos sujeitos de direitos e obrigações, mais obrigações do que direitos, principalmente quando ainda somos crianças. Comecemos então a analisar os objetivos e quais seções serão desenvolvidas no decorrer da primeira aula. Bons estudos! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: das normas costumeiras; 7 Noções de direito 6 1 2 3 Seções de estudo 1 – Direito: conceito e peculiaridades Resumindo Logo, o Direito somente existe dentro de uma sociedade, pois que se trata de um corpo orgânico estruturado em todos os níveis da vida social, com base na reunião de indivíduos que vivem sob determinado sistema econômico de produção, distribuição e consumo, sob um dado regime político e obediente a normas, leis e instituições necessárias à reprodução da sociedade como um todo. Para exercer a função de Contadores, é de suma importância apreender um pouco a respeito do que vem a ser Direito, tendo em vista que todos os contratos fechados serão pautados na ordem jurídica. O Direito faz parte da vida de todos. Desde o momento em que somos concebidos no útero de nossas mães, já temos direitos preservados. Vocês, como futuros contadores(as), terão suas atividades contábeis diretamente ligadas ao mundo jurídico, por isso deverão respeitar as leis que legislam sobre certas matérias, inseridas nos temas que necessitam de cautelas jurídicas. Podemos dizer que Direito é um fenômeno constante e rotineiro que permeia nossas vidas, e vamos encontrá-lo a todo momento e em toda parte. Ele resguarda, defende, ampara, protege e serve aos indivíduos em todos os momentos. Tendo em vista que o Direito vem para regulamentar as ações em geral da sociedade, então, faz parte de todos os atos de nossas vidas. Como vamos verificar em nossas aulas, o Direito passa a fazer parte de nossas vidas, desde o momento em que nascemos. 1.1 Noção de Direito A noção de Direito está muito ligada à noção de Justiça, sendo, um e outro, conceitos correlatos ao Direito. Com a Justiça, procuramos dar a cada um o que lhe pertence; sendo seu conceito mais acessível do que o do Direito, embora ambos estejam entranhados na consciência humana, o Direito é um dos instrumentos da Justiça. Fonte:<www.ufac.br/cursos/ direito/images/justica.jpg>. Acesso em: 12 fev. de 2016. sociedade, por essa razão, é o fundamento da ordem social. Percebam a importância do Direito para manter a paz, e mais, verifiquem que ele não visa promover o direito de um em detrimento do outro, mas sim, buscar sempre a paz na sociedade, pacificar seus moradores para que possamos viver em harmonia. EXCELENTE NÃO É? Assim, vemos o Direito como tudo aquilo que é justo, reto e conforme a lei; ciência das normas obrigatórias que disciplinam as relações dos homens em sociedade. Bem, estamos falando que o Direito somente existe dentro de uma sociedade, mas o que seria sociedade? Cada um de vocês com certeza têm uma definição de sociedade, por isso, vamos procurar conceituá-la. Sociedade vem a ser, então, toda forma de coordenação das atividades humanas, objetivando determinado fim e regulada por um conjunto de normas. Portanto, podemos afirmar que o Direito advém de um “fato social” que não foi regulamentado (disciplinado por lei) e que não existe senão na sociedade, estabelecendo os limites de ação de cada um de seus membros e impondo limites ao comportamento humano. Podemos citar como exemplo, um homem vivendo sozinho em uma ilha, este não precisa de normas para regular sua vida, pois não existe convivência com mais nenhum ser humano capaz de gerar conflito. Agora, em se tratando de vizinhos, é necessário termos regras como, por exemplo, horário de abaixar o som da casa, para que não importune os outros e assim por diante. Para que seja imposto limite ao comportamento humano, é necessária a criação de normas. Dessa forma, surge a lei ou norma jurídica, que se trata de uma regra elaborada pelo legislador para ordenar, dirigir o comportamento do homem que vive em sociedade, determinando como deve ser a sua conduta. Por isso, Maria Helena Diniz (2010, p. 08), definiu o Direito como: o conjunto de normas, estabelecidas pelo poder político, que se impõem e regulam a vida social 8 7 de um dado povo em determinada época. Muito bem, verificamos até aqui que o Direito existe em função de uma sociedade e que busca, acima de tudo, pacificá- la resolvendo seus conflitos. A partir deste momento, passaremos a verificar como o Direito é dividido em um primeiro momento, pois, para que as leis funcionem realmente, alguém tem que fazê-las valer, tem que ter poder o suficiente para impor à sociedade, de uma forma que realmente venha a ser acatada. 1.2 Direito Objetivo e Direito Subjetivo Você Sabia? Que o direito é dividido em duas correntes, o direito objetivo e direito subjetivo. Vamos estudá-lo. O Direito subdivide-se em duas partes: – o Direito objetivo é o que denominamos de conjunto de regras destinadas a impor limites à sociedade em geral, isto é, a reger esta sociedade; são abstratas e atingem toda a sociedade. – enquanto o Direito objetivo é o conjunto de regras que regem toda a sociedade, o Direito subjetivo é a faculdade, prerrogativa que cabe a cada um para fazer valer seu direito em nível judicial ou extrajudicial. O Direito subjetivo é o direito que todos nós temos de ingressar com uma ação em juízo contra alguém que nos deve e não realiza o pagamento. É o direito que temos de exigir sentarmos em determinada poltrona do ônibus, pois compramos um bilhete e pedimos aquele número de poltrona. Esse direito de exigir sentar ali cabe a nós, trata-se da faculdade de agir que temos. Às vezes, não exercemos esse direito, pois o ônibus pode estar vazio e, então, nos dirigimos a outro lugar sem reclamar a poltrona que é nossa por direito, ou no caso de uma pessoa estar sentada na sua poltrona e você, por liberalidade, não se importa com a indevida ocupação. Não. Veja bem, somente poderei exigir sentar em determinada poltrona, pois comprei a passagem, o que é um contrato de compra e venda entre mim e a empresa que realiza a viagem. Então, nesse ato, o Direito objetivo é que me deu essa autorização para agir. Bem, vamos ver se entendemos direito: sempre que temos o direito de agir, (Direito subjetivo), é porque anteriormente a este existiu uma norma geral (Direito objetivo), que atribui a nós a faculdade de agir. Compreenderam? pessoas direito, visando à realização de seus interesses pessoais. localizar nossa matéria no mundo jurídico. 1.3 Direito Público e Direito Privado Verificamos que o Direito somente existe em sociedade e, em sua divisão preliminar, pode ser dividido em Direito Objetivo e Direito Subjetivo. O Direito Objetivo ainda é subdividido em Direito Público e Direito Privado. O Direito Público fica a cargo do Estado, independentemente da vontade das partes, pois este vem disciplinar os interesses gerais da sociedade. Existe uma subordinação da sociedade a ele. Já o Direito Privado é aquele em que há predominância do interesse particular, o que impera é o interesse individual das pessoas e não o do Estado. As partes entram em consenso entre si. Percebam que ambos os direitos formam um conjunto de leis que lhe são inerentes e de suma importância. A divisão diz respeito ao assunto tratado por cada um deles, um diz respeito a assuntos públicos e o outro às relações privadas, como os próprios nomes dizem. O Direito Público que envolve a organização do Estado, estabelece as normas de ordem pública como, por exemplo, o dever de pagar impostos;trata-se de uma norma que não pode ser mudada pelo particular, é dever deste pagar. Vocês devem perceber que as normas de Direito Público estão destinadas a disciplinar os interesses gerais da coletividade. O Direito Privado é aquele que diz respeito aos interesses dos particulares, decorre da vontade dos particulares e estes estabelecem as normas contratuais que desejam. Assim, temos o Direito dividido da seguinte forma: Temos ainda como Direito Público Internacional, aquele Direito Público é formado por normas que tendem a regular um interesse, direto ou indireto, do próprio Estado. 9 Noções de direito 8 que vem regular as relações entre nações estrangeiras e, por isso, tem que passar pelo crivo do Estado. Quero que vocês entendam que essa subdivisão de Direito Público e Direito Privado, não é muito clara, pois muitas vezes ambos vão se misturar, essas informações são para vocês situarem os conteúdos estudados por nós nas próximas aulas. A nossa disciplina está localizada dentro do Direito Privado, e é denominada Direito Civil. O Direito Civil trata do conjunto de normas reguladoras das relações ocorridas entre os particulares (cidadãos ou empresas). O nosso objetivo é justamente estudar essas relações entre particulares, pois como administradores de empresas, estaremos no centro dos negócios, contratos, compra e venda de bens, enfim, tudo o que diz respeito ao Direito Civil e depende expressamente da manifestação de vontade das partes do contrato. Para Miguel Maria Serpa Lopes, o Direito Civil é o ramo do Direito “destinado a regulamentar as relações de família e as relações patrimoniais que se formam entre os indivíduos encarados como tal, isto é, tanto quanto membros da sociedade”. (Curso de Direito Civil, 9 ed., Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2008, v.1, p.51). Já nos situamos quanto ao que vem a ser o Direito, já sabemos que nossa disciplina está dentro do Direito Civil, que é matéria de Direito Privado; então, passaremos neste momento, a tratar da forma como surgem as leis e como elas são elaboradas. 2 - Processo de elaboração das leis 2.1 Generalidades e Atributos das Leis Em todos os lugares por onde passamos existe algum tipo de regra nos ensinando o que é ou não permitido, pois como já dissemos anteriormente, sem essas regras a sociedade seria um verdadeiro caos. No entanto, não são todas as regras desobedecidas por nós e, por isso, receberemos uma sanção (pena) por parte do Estado. Por exemplo, o descumprimento de uma ordem religiosa não irá me levar para a cadeia ou a qualquer outra sanção de natureza jurídica, mas, sim, a uma punição de cunho pessoal do grupo em que convivia. A lei é a fonte mais importante do Direito, é através dela que ele se normatiza. Para o professor Silvio Venosa (2010, p. 96): Lei é uma regra geral de Direito, abstrata e permanente, dotada de sanção, expressa pela vontade de uma autoridade competente, de cunho obrigatório e de forma escrita. Desse conceito podemos tirar cinco características/atributos das leis: Toda norma de conduta é um mandamento e, portanto, é imperativa. Certas normas, contudo, imperam mais do que as outras. As normas jurídicas imperam mais do que as normas puramente éticas ou morais. É evidente o que foi dito se compararmos estas duas normas: “Devemos praticar a caridade!” e “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano”. A generalidade implica dizer que a norma jurídica é abstrata; ela prevê e regula, hipoteticamente, uma série infinita de casos enquadráveis num tipo abstrato. Papiniano, jurista romano do século III da Era Cristã, definia a lei como “um preceito genérico”: Lex est generale praeceptum (A Lei é a regra geral). Enquanto nas sociedades pouco evoluídas impera uma regulamentação meramente casuística, que prevê e agrupa vários casos, sem fixar, genericamente, cada tipo abstrato, nas sociedades evoluídas a norma jurídica é abstrata, valendo, indistintamente, para todas as relações da mesma espécie, aplicando-se a todas as pessoas que se possam achar na mesma situação. Tomemos como exemplo a capacidade das pessoas elencadas pelo Código Civil, no qual o Legislativo fixou uma média entre aqueles que alcançam plena capacidade civil antes mesmo dos 18 anos de idade, e aqueles cuja capacidade natural possa ser deficiente, mesmo depois de alcançados seus 18 anos. O estabelecimento de tal média é necessário, a fim de se evitar que o juiz tenha que analisar, a todo momento, caso a caso e de acordo com seu arbítrio, a capacidade das pessoas. As normas jurídicas são bilaterais, pois regulam a conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro ou de outros sujeitos. A norma jurídica coloca frente a frente pelo menos dois sujeitos. O Direito convém ao homem enquanto ser social. Perdido numa ilha, o náufrago não tem direitos nem deveres, porque está isolado da sociedade. Daí a expressão alteridade, do latim alter, outro. Do grego Heteros (diverso) + nomos (regra), a heteronomia é a característica da norma jurídica que esclarece ser esta imponível à vontade do destinatário. A vontade do Estado prevalece, no âmbito da legalidade, sobre a vontade individual. Enquanto a norma moral é autônoma (do grego autos, por si só + nomos, regra), isto é, seu cumprimento é livre pelo destinatário, a norma jurídica é heterônoma, isto é, o seu cumprimento é obrigatório. Enquanto a norma moral dirige-se de dentro para fora, isto é, o homem se autoimpõe um procedimento sem que sua vontade seja dirigida, a norma jurídica é heterônoma, imposta por um ordenamento jurídico, cuja característica é a coercitividade, a obrigatoriedade. A Trata-se de um dos maiores juristas brasileiros na atualidade, especializado na área de Direito Civil. aplicação das penas em si contra os infratores dela. Fonte: <zuretaconcursos. wordpress.com>. Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: <nosmulheres.blogsland.net>. Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: <<tranca-on-line. blogspot.com>. Acesso em: 12 fev. de 2016. Disponível em: Fonte: <dieucel.blogspot. com>. Acesso em: 12 fev. de 2016. 10 9 norma moral não se opõe à vontade individual, pelo contrário, ela exige liberdade de assentimento para a realização de seu imperativo. O ato moral só é válido quando praticado por livre e espontânea vontade; praticado à força, seria imoral. A norma jurídica não leva em conta a convicção ou assentimento de seus destinatários, trata-se de um comando irresistível, a ser cumprido à força se necessário. A norma jurídica tem, necessariamente, a chancela do Estado. Ela é impositiva, é imposta à sociedade (daí a expressão Direito Positivo!). Ela desfruta, então, de coercibilidade, o que implica dizer que seu cumprimento pode ser efetivado até mesmo com o emprego da violência. O descumprimento de uma norma jurídica de conduta pode ensejar a coerção contra o infrator, ou seja, o emprego da violência autorizado pelo próprio Estado. A pressão psicológica (vis compulsiva), contida nos dizeres de uma norma, segue a imposição da força (vis corporalis ou materialis). Portanto, temos que Lei jurídica é uma regra geral e obrigatória, originária do Poder Legislativo, respeitando o processo de elaboração. Atentem que o grande diferencial da norma jurídica/lei, é ter presente em seu texto e elaboração das cinco características acima e delas decorre o poder normativo para a lei. Fonte: <acertodecontas.blog.br>. Acesso em: 12 fev. de 2016. Direito existe somente em sociedade. É dividido em direito objetivo e subjetivo e ainda o direito objetivo tem dois ramos o público e o privado. 2.2 Processo Elaboração das Leis Você sabia que a elaboração da lei consiste num processo a que se submeterá um projeto de lei à apreciação do Poder Legislativo, que consiste na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, onde estes irãoapreciar e debater o referido projeto, até vir a se transformar em uma lei? A iniciativa de lei é a prerrogativa de apresentar projetos de lei ao Poder Legislativo. Pode ser: parlamentar (membros do Poder Legislativo – Deputados e Senadores) ou extraparlamentar (Chefe do Executivo, Tribunais Superiores, Ministérios Públicos e cidadãos). Depois de apresentado o projeto de lei ao Congresso Nacional, inicia-se a discussão e votação nas duas “Casas” (Câmara dos Deputados e Senado Federal), que formam o Congresso Nacional. Sendo aprovado, o projeto segue para o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República), que através do veto ou sanção, aprova ou não. Sanção, no processo legislativo, é a aquiescência do Presidente da República aos termos do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, podendo ser expressa quando o Presidente manifesta-se favoravelmente no prazo de 15 dias úteis pela aprovação total ou parcial, ou tácita, quando o Presidente silencia nesse prazo. Congresso Nacional Fonte: <www.geocities.com/TheTropics/ 3416/congresso3.jpg>. Acesso em: 12 fev. de 2016. Direito Público é formado por normas que tendem a regular um interesse, direto ou indireto, do próprio Estado. Direito Público é formado por normas que tendem a regular um interesse, direto ou indireto, do próprio Estado. Para entrar em vigor, a lei é apresentada em uma das casas legislativas. Após, vai para aprovação nas duas casas. Sendo aprovada, vai para o presidente sancionar, isto é, concordar com a lei, e depois será publicada. É isso?! Correto, isso mesmo, claro que, em não havendo veto por parte do Presidente da República como vamos verificar em seguida. é a manifestação de discordância do Presidente da República em relação ao projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo, no prazo de 15 dias úteis, podendo o veto se dar por duas razões: inconstitucionalidade (veto jurídico) ou contrariedade ao interesse público (veto político). É irretratável. O sempre é expresso, motivado, supressivo e superável ou relativo podendo, contudo, ser total ou parcial, embora a parcialidade deva sempre atingir o texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea, nunca palavras ou frases isoladas. Havendo veto do Presidente da República ao projeto de lei, este retornará ao Congresso Nacional (só a parte vetada, o que foi sancionado deve ser promulgado e publicado em 48 horas), onde será apreciado, no prazo de trinta dias, em sessão conjunta, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto. Esgotado o prazo de 30 dias sem apreciação do veto, este será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestando- se as demais proposições, até sua votação final. Se for mantido o veto, o projeto será arquivado, se for rejeitado, a lei será remetida, novamente, ao Presidente da República para promulgação. : promulgar é atestar que a ordem jurídica foi inovada. Quando o Executivo autentica a lei, ela entra em vigência. Em regra, é o Presidente da República quem promulga a lei. No entanto, na hipótese de rejeição de veto e, também, no caso de sanção tácita (48 horas), a competência passa para o presidente do Senado e, posteriormente, no caso de inércia deste no mesmo prazo, ao vice-presidente da Casa. : a publicação visa a dar conhecimento a todos de que a ordem jurídica recebeu nova norma, passando a lei a ser obrigatória para todos, com a sua publicação no Diário Oficial, e respeitado o prazo de “vacatio legis”, que é um prazo de 45 dias. Assim, se uma lei for publicada nessa data e se silencie a respeito de quando entrará em vigor, de conformidade com o disposto pelo artigo 1º da Lei de Introdução ao Código Civil, essa lei somente vigerá no país, 45 dias após a sua publicação. A esse fenômeno denomina-se “vacatio legis”. Caso o legislador 11 Noções de direito 10 queira que essa lei passe a vigorar imediatamente, constará no texto da lei que esta entrará em vigor imediatamente após a publicação. 3 normas jurídicas Para que as leis estejam plenamente em vigor e com total aplicação no ordenamento jurídico é necessário obedecer aos três requisitos acima, ela tem que já estar em vigor, pois como vimos acima, quando não disposto a data da entrada em vigor da lei, ela entrará em vigor num prazo de 45 dias. Tem que ser eficaz e ser válida, isto é, deve ter sido respeitado o seu processo de criação. Não, a lei, tem que ter validade e ser eficaz. A partir deste momento, vocês verificarão que além de todo o processo de elaboração das leis, ainda temos leis que são válidas, vigentes, mas não são eficazes, tendo em vista que a população não aceita essa lei e o poder judiciário não a cobra. Podemos dar como exemplo o uso de cinto de segurança, que é obrigatório de acordo com código de trânsito, mas sabemos que em algumas regiões do país, ele não é utilizado, e as pessoas não são multadas. ! Isso não significa dizer que se um dia o poder público fizer uma multa esta será perdoada, porque na região não se utiliza, porque isso não vai acontecer. Calma, vamos esclarecer os fatos. Por temos aquela que passou por todas as etapas citadas acima, que são essenciais para a sua validade. Podemos dizer que é como fabricar uma bicicleta, mas deixarmos de fora os pedais. É uma bicicleta? Sim, mas vai andar? Não, pois não tem os pedais, logo, não servirá para nada, assim é uma lei sem a devida validade. A lei ainda tem de ser EFICAZ, exercer efeito sobre a sociedade e ser aceita por ela. Caso contrário, a lei será válida, mas não atenderá ao fim para o qual foi criada. Analisem bem, temos uma lei que diz que os juros bancários não devem ser maiores que doze por cento ao ano. No entanto, os bancos não aplicam essa lei e nós não reclamos. Logo, caiu em desuso, não é mais eficaz. Outro exemplo: antigamente os pais, bem como os professores, podiam bater nos filhos até machucar seriamente. Através da evolução da humanidade, hoje isso é totalmente proibido. Algumas leis são revogadas. Quando uma lei é publicada e entra em vigor, ela não tem prazo de validade, com exceção das leis temporárias, como o próprio nome já diz. Assim, o artigo 2º da Lei de Introdução do Código Civil diz que: “Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou a revogue”. Como a evolução do mundo vem acontecendo de forma altamente acelerada, os legisladores têm que ser rápidos para conseguir acompanhar essa evolução e, dessa forma, estar elaborando leis novas para atenderem aos novos tempos. Assim, quando uma lei tem o mesmo conteúdo que uma do passado, mas é mais atualizada, ela revoga totalmente a lei anterior que é denominada de ab-rogação ou, ainda, pode acontecer de a lei revogar parcialmente uma lei anterior, o que denominamos de derrogação. CÓDIGO CIVIL DE 1916 CÓDIGO CIVIL DE 2002 Aqui temos um exemplo de derrogação (revogação parcial). O novo Código Civil, que entrou em vigor no ano de 2002, revogou parcialmente o Código Civil de 1916, pois alguns artigos foram totalmente modificados. Quanto à hierarquia das normas jurídicas, podemos montar a seguinte pirâmide: Derrogação - abolir ou alterar (lei, regulamento ou sentença) apenas numa de suas partes ou em certas disposições, conter disposições contrárias (a alguma lei ou costume). NORMAS INTERNAS E NORMAS INDIVIDUAIS MEDIDAS PROVISÓRIAS LEIS COMPLEMENTARES NORMAS CONSTITUCIONAIS LEIS ORDINÁRIAS DELEGADAS DECRETOS LEGISLATIVOS E RESOLUÇÕES DECRETOS REGULAMENTARES Fonte: Acervo pessoal. Isso significa dizer que entre uma lei complementar e uma norma constitucional, iremos aplicar a norma constitucional, e assim por diante. Além das leis, temos ainda algumas fontes do direito a que podemos recorrer, no caso de uma lei ser omissa acerca de hipóteses que possam surgir em decorrência do acelerado 12 11 ritmo com que evolui a sociedade nos dias atuais. As fontes dodireito são os modos de criação e evolução das regras jurídicas. Assim as leis, em sentido material, são sempre fontes de direito e as leis em sentido formal só serão se contiverem regras de caráter geral. O costume é uma prática reiterada acompanhada da consciência da sua obrigatoriedade. Uma prática reiterada só por si é um uso, mas acompanhada da convicção de ter de agir, torna-se um costume, isto é, um uso obrigatório. Existem três formas do costume se relacionar com a lei: O costume pode ir para além da lei, criando regras de conduta que a lei não prevê. Aqui não existe conformidade, mas também não colide com a lei. Como o costume é um comportamento que emana do próprio, povo, há quem considere que este é legitimado pelo poder soberano do povo e, como tal, é fonte do direito, mas de forma autônoma. Como, por exemplo, as filas para comprar ingressos para um show; pagamento de aluguel até o dia cinco de cada mês, ou o vencimento no dia 30 ou 31, assim por diante. Muitas vezes vemos normas serem criadas por meio dos costumes. Isso no Brasil, onde impera a norma escrita. Já na Inglaterra, temos a predominância do Direito Costumeiro, ou seja, aquela conduta não está prescrita em lei, mas todos sabem como agir, ela passa de geração em geração. Outra fonte de direito que temos em nosso país é a jurisprudência que significa posicionamentos (decisões) reiteradas dos Tribunais. A Jurisprudência não cria regras jurídicas, limita-se a cumpri-las e a determinar sentenças e acórdãos, no caso de vários juízes a proferir a sua decisão. Essas decisões, em regra, não têm caráter geral, são para o caso concreto em debate no judiciário. Temos também a doutrina como fonte de direito. Advém de estudiosos do direito que realizam os estudos das questões jurídicas e debatem os temas por senhores estudiosos de direito, que devido ao seu prestígio de intelectuais, podem ser consultados pela jurisprudência. Ao serem consultados pelos operadores do direito, os estudos podem influenciar o julgamento, mas de forma alguma os seus pareceres traduzem vínculo para este. Outra forma de influência é a sua ação sobre os legisladores. Estes podem vir a alterar leis devido aos seus pareceres, mas só por sua iniciativa. Esperamos que agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês sobre conceitos de Direito, conforme trabalhados em nossa primeira aula. Jurisprudência são as decisões emitidas pelos Tribunais no Brasil, que após serem emitidas reiteradamente, isto é, emitidas várias vezes com o mesmo entendimento sobre assuntos semelhantes, são utilizadas pelos advogados nos processos para demonstrar as atuais entendimentos dos juízes. Doutrina, é a forma que denominamos aos escritores, estudiosos do Direito que publicam suas obras e seus artigos. Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. Retomando a aula Vamos, então, recordar os pontos principais do que aprendemos: Direito como objeto de pacificação social. os meus direitos. Estado, que regula as relações deste. Verificamos como ocorre o processo de Elaboração das leis. As leis necessariamente são constituídas de cinco atributos: a imperatividade, a heteronomia, a bilateralidade, a coercibilidade e a generalidade. Para que uma norma exista no mundo jurídico e tenha uma aplicação efetiva, ela tem que ser válida, estar vigente e ser eficaz. DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>. Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar Minhas anotações 13 Noções de direito 2º Aula Das pessoas Em nossa primeira aula afirmamos que o direito somente existe em função da sociedade, pois este vem para regulamentar e limitar a conduta humana em determinado grupo social, ou seja, a vida das pessoas. Verificamos como ocorre o processo de elaboração das leis, quem tem competência para legislar, qual o quórum necessário. Verificamos quais são os tipos de leis que existem. Como são nossas normas constitucionais e qual a função delas, a partir dessa aula, vamos estudar a partir de quando somos considerados pessoas para o mundo jurídico, quais os direitos e deveres decorrentes desse fato. Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao terminar essa aula, vocês serão capazes de: para o mundo jurídico, quais as implicâncias na vida de todos. considerados pessoas absolutamente capazes. ato, se é um ato exclusivo dos pais ou também são aceitas outras situações. 14 13 1 2 3 Seções de estudo 1 - Das Pessoas Físicas Os atos assim registrados se denominam atos de estado civil, praticados por um funcionário do Estado mediante declaração do interessado, ou de seu representante legal. O registro civil faz parte de um registro mais amplo, destinado a dar segurança às relações jurídicas, denominado Registro Público que, por exemplo, registra de imóveis), registra documentos (registro de títulos e documentos), Como já explicado anteriormente, o direito somente existe em função da sociedade, pois este vem para regulamentar e limitar a conduta humana em determinado grupo social, ou seja, a vida das pessoas. Falamos muito em direitos e deveres das pessoas, e, para tanto, não buscamos saber o significado dessa palavra. A palavra pessoa começou a ser usada na antiga Roma, em seus teatros, no sentido de mascará, com a evolução significa o papel que cada ator representava em uma peça e somente mais tarde passou a ser o próprio indivíduo. Para o direito moderno, temos que pessoa é sinônimo de sujeito de direito ou sujeito de relação jurídica. Após isso estabelecido e conforme demonstrado acima pelas dúvidas do nosso amigo, temos inúmeras perguntas com relação ao início e ao fim das pessoas, assim a partir deste momento, passaremos a estudar as pessoas físicas ou jurídicas, para que possamos esclarecer as indagações realizadas acima e podermos então estabelecer uma conexão entre o conceito de pessoas, quais as obrigações pertinentes às pessoas e quais são suas responsabilidades civis em caso de não cumprimento de suas obrigações. Trata-se de um breve relato a respeito deste três itens para que vocês possam entender a importância do trabalho que irão exercer e como este pode afetar as pessoas e vocês quando descumprirem o que diz a lei, como veremos nos capítulos seguintes. Dessa forma, traremos breves conceitos para facilitar o entendimento do que vem a ser o fornecedor, consumidor e qual o papel do administrador no mercado atual. Vamos começar conceituando a pessoa física, e trazendo algumas explicações a respeito de sua personalidade e de sua capacidade jurídica. PESSOA NATURAL (PESSOA FÍSICA) A partir do momento em que nascemos com vida, somos considerados pessoa com personalidade jurídica e capacidade jurídica. A primeira, adquirimos no momento do nascimento com vida, com relação à segunda, vamos adquirindo conforme o tempo vai passando e passamos a ter direitos e obrigações. Além da pessoa física – ser humano, que têm direitos e obrigações, uma única pessoa ou várias pessoas podem formar, o que a lei denomina de pessoas jurídicas - empresas, que embora esta não seja um ser humano, é formada por seres humanos, e passa a ser sujeito de direitos e obrigações como veremos a seguir. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007. p. 13). Acesso em: 12 fev. de 2016. Hummmm, então eu se humano fosse seria pessoa física e a UNIGRAN – pessoa jurídica, certo? Correto, isso mesmo, não é admissível pela doutrina que as pessoas jurídicas sejam sujeitas de direitos, pois direitos e deveres têm somente as pessoas físicas, ou seja, os ou titulares de direitos e os , que têm obrigações. Assim, somente as pessoas físicas podem ser titulares de direitos. Pessoa, tanto homem(pessoa física) como a pessoa jurídica (sociedades, fundações etc), são o centro de relações jurídicas que o direito reconhece ter personalidade, isto é, aptidão genérica a ter direitos e deveres. Tal aptidão se concretiza na capacidade jurídica, que é a aptidão que tem a pessoa física em função de seu estado pessoal de poder ter determinados direitos e de poder contrair determinadas obrigações. A personalidade jurídica igual para todos, é atribuída pelo direito positivo tanto ao homem (pessoa física ou natural) ao nascer com vida, como à pessoa jurídica (sociedade civil ou comercial, fundações, associações, instituições, empresas públicas etc.). No que diz respeito ao homem, pode-se dizer que toda pessoa tem capacidade de e que habilite a exercer por si seus direitos e a se obrigar. Por exemplo, uma criança tem direito de herdar bens de seus pais, se um deles vier a falecer – capacidade de direito, no entanto não tem direito de comprar um carro, pois não tem capacidade de fato e de exercício. Toda pessoa física tem nome, atributo jurídico que a distingue das demais, regra imutável, também chamada pré-nome ou nome de família que a situa em uma família, também chamado de cognome. Este é transmissível e modificável pela adoção, pelo casamento, pelo reconhecimento de paternidade etc. Os atos e fatos fundamentais da pessoa natural, criadores ou modificadores do estado civil da pessoa ou de situações jurídicas como, nascimento, casamento, separação judicial, morte e interdição, são registrados em livro próprio que constituem o , destinado a torná-los conhecidos e autenticamente provados, por certidões. Trata-se dos estudos de pensadores, juristas sobre fenômenos ligados ao relacionamento e à conduta humana e sua aplicação no campo jurídico. 15 Noções de direito 14 é o ser humano já concebido, que ainda permanece no ventre materno. Antes do nascimento com vida, o nascituro não detém personalidade jurídica, porém, como é provável que nasça com vida, o legislador, antecipadamente, tratou de preservar seus interesses futuros. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007. p. 14). Acesso em: 12 fev. de 2016. O nascimento de um ser humano é um fato jurídico e precisa ser registrado no Registro das Pessoas Naturais, expedindo-se a competente Certidão de Nascimento. A personalidade, que o homem conserva durante a vida, tem seu fim com a morte. Portanto, a morte representa o momento final em que a personalidade jurídica da pessoa física subsiste, e os bens do falecido transmitem-se aos seus herdeiros. Já nos situamos quanto o que vem a pessoa física, a partir de agora, vamos quais as capacidades de direito e de fato da pessoa jurídica e quais as situações em que a pessoa nunca vai ter capacidade. 2 - Da Capacidade de Direito e de Fato Já vimos que todo ser humano possui personalidade jurídica, basta nascer com vida e estará dotado da aptidão básica para ser sujeito ativo ou passivo de direito e deveres. Apesar de todos os homens estarem igualmente dotados de personalidade, nem todos possuem a mesma capacidade jurídica para exercer seus direitos – . pessoal de direitos depende de fatores como a idade e o estado de saúde que condicionam, no ser humano, a grau de consciência e a formação da vontade. No nosso Direito a capacidade jurídica das pessoas se encontra estabelecida em lei e varia conforme o ramo do Direito. Desse modo, podemos falar na existência de uma capacidade perante o direito penal, trabalhista, eleitoral, comercial, civil etc. De acordo com o Código Civil, as pessoas dividem-se em três grandes grupos, quanto ao exercício da capacidade jurídica: Dentre estes três grupos, o que no interessa são os plenamente capazes, pois será com este que estaremos realizando nossos contratos e automaticamente gerando obrigações e responsabilidades, no entanto, precisamos também conhecer os outros grupos para evitar cometer erros nos fechamentos dos contratos. De acordo com o artigo 3º do Código Civil Brasileiro, O Direito Civil considera que as pessoas menores de 16 anos ainda não atingiram suficiente discernimento para agirem por conta própria nos atos da vida jurídica. Por isso, estas pessoas têm que ser representadas por seus pais, tutores ou curadores, em todos os seus atos da vida civil. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016. O artigo 4º do código civil diz que: “São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer: I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; II - os ébrios habituais e os viciados em tóxicos III- aqueles que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade; IV- os pródigos”. OS MAIORES DE 16 ANOS E MENORES DE 18 ANOS A lei entende que as pessoas desta faixa etária já estão relativamente aptas para o exercício de seus direitos como por Conforme determina o Código Civil, a personalidade jurídica do ser humano começa a partir do , mas a lei põe a salvo, desde a (fecundação do óvulo), os direitos do . É muito importante gravarem que somente adquire personalidade jurídica aquele que nasce com vida, pois esse fato é que vai fazer toda a diferença para o mundo jurídico. Imaginem a seguinte situação: Maria, uma jovem bonita e de poucas posses financeiras começa a namorar Pedro, que é um rapaz de situação financeira boa. Passado algum tempo Maria engravida e o filho é de Pedro, mas este vem a falecer em um acidente de carro antes do nascimento do bebê. Como fica a situação do patrimônio deixado por Pedro? Vai direito para os pais dele? Pois bem, caso o bebê nasça com vida, ele irá herdar o bens de seu pai, mas se ele nascer morto, os bens do Pedro vão para os pais do mesmo que são os seus herdeiros ascendentes. 16 15 exemplo: votar nas eleições (voto facultativo para menores de 18 anos); servir de testemunhas; estabelecer testamento; contrair casamento ( a idade nupcial para a mulher e para o homem é de 16 anos) etc. Entretanto, visando a proteger os interesses do menor de 18 anos, a lei civil cria alguns obstáculos à prática de certos atos jurídicos. Ex.: casamento – é necessário o consentimento dos pais. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016. Todos sabemos que por menor que seja a embriaguez humana esta causa danos ao nosso discernimento, sendo assim, aquelas pessoas que são consideradas alcoólatras e chegam a ser interditados por este motivo, não poderão praticar os atos da vida civil sem a assistência de um representante. Esta medida é tomada para preservar o próprio patrimônio deste alcoólatra, pois seria muito fácil para qualquer pessoa enganá- lo, fazendo com que o mesmo destrua o patrimônio que porventura possa ter. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016. O Código Civil que está em vigor, trouxe algumas inovações e entre elas se encontra a incapacidade relativa dos viciados em tóxicos, independentemente de que tipo de tóxico, pode ser ele cocaína, maconha, ópio, morfina, éter e o álcool como já vimos acima. Enfim, toda substância que vicie e venha provocar o enfraquecimento do organismo humano e impeça que a pessoa tenha discernimento dos seus atos. Ressaltamos que, para que Mas se essa pessoa faz um tratamento em uma clínica especializada e se cura? Tanto no caso do viciado em toxinas como do alcoólatra, ambos comprovando que estão devidamente livres de seus vícios e sendo reconhecido isto em juízo, voltarão a exercer todos os atos de sua vida civil. Existem algumas enfermidades, que devido a sua gravidade afetam o discernimento da pessoa, como por exemplo, alguém que acabou de sofrer um derrame e ainda não consegue se expressar com a devida firmeza para que o outro possa entender seus atos, qualquer negócio realizado por esta pessoa será nulo de pleno o direito, porque neste momento, eleestá sendo considerado uma pessoa plenamente incapaz. é a pessoa que, agindo desordenadamente, gasta, esbanja e destrói seu patrimônio. Com o objetivo de evitar o completo empobrecimento da família, a lei permite que os familiares do pródigo (cônjuge, ascendente , descendente) promovam processo de interdição. Interdição que se limitará a impedir que o pródigo, sem assistência do curador, possa emprestar, vender, dar quitação, hipotecar etc. Os demais atos da vida civil o pródigo poderá praticar com inteira validade (está livre para casar-se, exercer profissão, fixar domicílio da família etc.). A plena capacidade civil somente é alcançada quando a pessoa atinge a maioridade ou adquire a emancipação. A é atingida aos 18 anos completos. Com essa idade, a pessoa está inteiramente habilitada para todos os atos da vida civil. Assim exerce seus direitos pessoalmente, dispensando representantes ou assistentes. Antes dos 18 anos completos, somente pela é que se extingue, definitivamente, a menoridade. uma pessoa viciada seja considerada relativamente incapaz, cabe a seus familiares pedirem a sua interdição junto à justiça, e somente após esta concedida é que a pessoa será considerada relativamente incapaz Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007). Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 26). Acesso em: 12 fev. de 2016. 17 Noções de direito 16 Sempre escritura pública, escritura particular não é permitida. - outra forma de se adquirir a emancipação é por meio do casamento, a partir do momento em que o casal contraiu núpcias, ambos estão devidamente emancipados, independentemente de uma separação posterior, eles não voltam a condição de relativamente incapazes, este ato não é desfeito, tornou-se apto a exercer todos os atos de sua vida civil. Nos casos de gravidez da mulher, ainda menor de dezesseis anos, basta que os pais solicitem o suprimento da idade e estando todos de acordo o juiz autorizará o casamento, e da mesma forma ambos estão aptos para exercerem todos os atos de suas vidas, mesmo se separando logo após o casamento. Assim temos que o emancipado por meio do casamento não retorna a situação de incapacidade civil. – essa é mais uma hipótese de emancipação das pessoas que se encontram entre os 16 e 18 anos de idade. Neste caso, é necessário que o menor tenha passado em concurso público e nomeado em caráter efetivo. No entanto, cabe ressaltar, que a própria lei trabalhista institui como idade mínima admitida para capacidade trabalhista plena dezoito anos, logo será muito difícil ocorrer esta hipótese de emancipação nos dias atuais. – essa hipótese, se fosse prevista pela lei americana seria plenamente possível, mas na lei brasileira, trata-se de uma hipótese remota , a não ser nos casos de crianças super-dotadas, que conseguem cumprir o cronograma escolar muito mais cedo que a média normal do país, pois atualmente uma pessoa normal vai concluir o ensino superior por volta dos 20 a 22 anos de idade, já no caso dos super-dotados, estes sim conseguem concluir antes dos dezoito anos, mas no nosso país para conseguir evoluir de série mesmo uma criança super-dotada, tem uma série de requisitos que devem ser preenchidos e com isso o processo é lento e mais difícil. – trata-se de um caso de emancipação bastante difícil de acontecer, principalmente nos dias atuais, pois mesmo que o menor trabalhe, é para colaborar com a 3 - Da Emancipação Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 28). Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 29). Acesso em: 12 fev. de 2016. Fonte: Direito Civil Ilustrado (SARAIVA, 2007, p. 29). Acesso em: 12 fev. de 2016. Ao completar dezoito anos de idade, e frisem bem, 18 anos de idade, e não vinte e um anos como muitos imaginam. A lei foi alterada com a entrada em vigor do Código Civil de 2002, e a partir desse momento, a plena capacidade civil para homens e mulheres ocorre aos dezoito anos completos, desde que não tenha nenhum impedimento citado acima. Após estudarmos quais as características que temos que ter para nos tornarmos plenamente capazes, vamos verificar quais são as possibilidades de termos a emancipação civil antes de completarmos dezoito anos de idade. é a aquisição da antes dos 18 anos. O Código Civil relacionou várias formas em que a emancipação pode ser adquirida. Vejamos: – na primeira parte, temos uma por parte dos pais, no entanto, é importante lembrar que esta emancipação é para os atos da vida civil, ela não compreende exoneração da responsabilidade dos pais para suprir a solidariedade existente entre pais e filhos em casos de obrigações nascidas de atos ilícitos. Já no caso do menor se encontrar sob tutela ou não, é necessário que a emancipação seja concedida pelo juiz, o pedido será realizado pelo próprio menor, que neste caso existindo tutor, este será ouvido pelo juiz e pelo Ministério Público, e se o menor não tiver tutor, o juiz terá que nomear um tutor, e da mesma forma ouvi-lo bem como o Ministério Público e as testemunhas, para então após estes atos tomar a sua decisão dando ou não a emancipação. Neste caso específico, teremos a chamada A emancipação não é ato exclusivo dos pais, compete a ele em um primeiro momento se ambos foram vivos, mas não é exclusividade deles, pois, como veremos abaixo, temos mais inúmeras situações em que a emancipação pode acontecer independente dos pais se manifestarem por meio de escritura pública. Ainda cumpre lembrar que também não é ato exclusivo do Poder Judiciário, somente vai competir a eles quando o menor estiver sob a tutela de alguém, caso contrário à emancipação vai acontecer por meio de escritura pública. Uma hipótese difícil de acontecer, porém não é impossível. 18 17 Retomando a aula Vamos, então, recordar os pontos principais do que aprendemos: Como e quando adquirimos personalidade jurídica que é o momento pelo qual passamos a existir para o mundo jurídico. O que vem a ser nascituro, e porque a lei protege o feto desde a gravidez. O que vem a ser capacidade de direito e capacidade exercício, que como estudado por nós, capacidade de direito adquirimos desde que nascemos, enquanto que a capacidade de exercício vamos alcançando conforme vamos crescendo. Agora já sabemos como são divididas as pessoas no tocantes as capacidades, que são três grupos, os absolutamente incapazes, os relativamente incapazes e os plenamente capazes. Verificamos que nem todos apesar de completar dezoito anos de idade vamos ser plenamente capazes, pois temos algumas exceções. Aprendemos também que algumas pessoas mesmo tendo se tornado plenamente capazes, por motivos de saúde outros fatores poderão novamente ser declaradas relativamente incapazes e em alguns casos absolutamente incapazes. Verificamos ainda que temos vários tipos de emancipação civil no mundo jurídico, em que um menor de 16 anos a 17 anos e 364 dias, vai poder usufruir e já assumir a responsabilidade de seus atos na esfera civil dependendo da situação. Lembrando que somente na esfera civil, na esfera penal, carteira de motorista e outros, somente quando completar a maioridade que é de 18 anos e ainda se atender aos requisitos previstos em lei DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>. Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar renda familiar e não montar sua própria empresa. Nos casos de falecimento dos pais, o menor será emancipado pelos motivos citados no item 1 e não por ter adquirido economia própria. De acordo com o professor Silvio Venosa: “A simples relação de emprego ou estabelecimento próprio, portanto, não será suficiente para o status, pois estaria a permitir fraudes. Discutível eapurável será no caso concreto a existência de economia própria, isto é, recursos próprios de sobrevivência e manutenção”. Logo, de acordo com os doutrinadores, é necessário que o menor prove perante o juiz de que se estabeleceu ou tem emprego com economia própria, se o juiz se convencer das provas a ele apresentadas, proferirá a sentença dando a emancipação ao menor. Minhas anotações VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. 19 Noções de direito 3º Aula Pessoa jurídica Na aula anterior, falamos sobre a pessoa física, sua importância para o mundo jurídico, a partir de que momento passamos a ser sujeito de direito e de deveres. Nesta aula, vamos tratar de pessoa jurídica, como ela é formada, quais os tipos de pessoas jurídicas existentes no mundo jurídico. É importante salientar que no ramo de atuação de vocês, necessariamente estarão lidando diariamente com as empresas. Assim, para desenvolver um bom trabalho, temos que ter o conhecimento do que vem a ser pessoa jurídica, pois será por meio desse aprendizado que vamos decidir qual o melhor tipo de empresa a ser instituída, principalmente com relação a incidência de tributos, portanto cabe a vocês indicarem as melhores opções e resolver os problemas da melhor forma possível. Bons estudos! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: 20 19 1 2 3 e Responsabilidade Civil Seções de estudo 1 Como sujeitos do direito, ao lado das pessoas físicas ou naturais, isto é do homem, estão as pessoas jurídicas, também chamadas pessoas morais ou entidades jurídicas (associações, sociedades, corporações, fundações etc.). O homem, como verificamos em nossa última aula, é um ser sociável por natureza e, dessa forma, muitas vezes se une para realizar determinadas atividades que sozinho não conseguiria para atingir certos objetivos. Portanto, a razão de ser da pessoa jurídica está na necessidade ou vontade das pessoas físicas de unirem forças e utilizarem recursos coletivos para a realização de um mesmo objetivo, que ultrapassa os limites da individualidade. Essas pessoas podem resultar da união de vários indivíduos para atingir um fim comum, com autonomia jurídica, independentemente de seus sócios (sociedade) ou podem resultar da destinação de um patrimônio para determinado fim (fundação) ou, ainda, da Lei (pessoa jurídica de direito público). A é a construção técnica jurídica que atribui personalidade a uma associação, patrimônio ou serviço público, dando-lhe interesse e prerrogativas distintos dos sócios, administradores ou destinatários. É um ente que não tem vida psíquica, mas possui autonomia jurídica e é considerado o centro de imputações de direitos e deveres, independentemente dos indivíduos que a compõem ou a que a ela se destinem ou que por ela agem e por ela deliberem. Elas podem ser sujeitos de direitos subjetivos, todos aqueles direitos compatíveis com essa realidade. E, também, podem ser indenizadas no caso de se cometer dano moral contra essa empresa, como exemplo podemos citar que um determinado jornal difame determinada empresa e tudo o que consta naquela material é irreal, assim, a empresa pode pleitear na Justiça uma indenização, pelo fato de o jornal ter manchado a sua imagem. A pessoa jurídica tem capacidade mais restrita do que a pessoa física, não podendo ter direitos que só o homem pode adquirir, como por exemplo, os de família. 1.1 Elementos Constitutivos Da Pessoa Jurídica As pessoas jurídicas têm sua origem através de um ato constitutivo, onde temos uma pluralidade de pessoas ou de bens e uma finalidade específica. Para que uma pessoa jurídica passe a existir no mundo jurídico, ela terá que preencher, em tese, quatro requisitos: a) Vontade humana criadora; b) Elaboração do ato constitutivo – estatuto ou contrato social e testamento ou escritura pública; c) Registro desses atos constitutivos no órgão competente; d) Liceidade de seu objetivo. A vontade humana estará concretizada no ato da constituição, que sempre será por escrito. Assim, caso alguém for coagido, isto é, forçado a assinar um contrato de constituição de uma empresa, ele poderá ser discutido em juízo, pois tem que imperar a vontade humana. Os atos constitutivos das empresas são determinados por lei, sendo denominados de estatuto ou contrato social. Teremos estatuto quando forem constituídas associações que não tem fins lucrativos. Em se tratando de empresas com fins lucrativos, então, teremos o contrato social. Nos casos das fundações públicas, que veremos mais adiante, as mesmas são instituídas por lei, já as fundações privadas, são instituídas por meio de testamento ou escritura pública. Todas essas determinações estão previstas em lei, no Código Civil e no Código Comercial. Após decidir o tipo de empresa que está sendo constituída ela deverá ser registrada no órgão competente para que passe a existir legalmente no mundo jurídico, pois sem o registro, ela será somente sociedade de fato ou sociedade não personificada. Alguns autores jurídicos, comparam a pessoa jurídica sem registro ao nascituro, pois ainda não nasceu. Por fim, o objeto de trabalho dessa empresa tem que ser lícito e admitido em lei, claro que não podemos instituir uma empresa de maconha, por exemplo, pois não é permitido por lei. Portanto, ato constitutivo trata-se do registro da pessoa jurídica no órgão competente para a aquisição da personalidade, isto é, para que passe a ter existência jurídica distinta dos membros que a compõe. Ainda neste registro deverá constar: a) a denominação dessa empresa; b) seus constituintes, nomes dos sócios ou associados, fundadores etc., bem como que será o seu direto; c) as finalidades institucionais, qual a sua função, qual o objetivo, se venda de produto, se prestadora de serviços, varejista e assim por diante; d) onde será exercida sua atividade, isto é, onde ela terá sua sede (domicílio); e) o tempo de duração ser for constituída por prazo determinado; e f) o fundo social, isto é, seu patrimônio, o valor inicial de investimento daquela empresa, por exemplo, vou abrir uma loja de varejo com um capital inicial de cinquenta mil reais. Além desses requisitos, nesse contrato social, estatuto, etc., deverá constar seu representante ativo e passivo, judicial e extrajudicial bem como até onde vão as responsabilidades de cada sócio, pelas obrigações da pessoa jurídica e, por fim, as condições de sua extinção. Licito, permitido por lei. Fonte: <wiki2buy.com.br> Acesso em: 10 mar. 2012. Acesso em: 12 fev. de 2016. 21 Noções de direito 20 Trata-se da união de um conjunto de pessoas físicas e ou jurídicas com um objetivo comum, instituídas por meio de um contrato social ou estatuto social na forma da lei e registrado em cartório seu ato constitutivo, isto é, o ato de sua criação. Resumindo A pessoa jurídica de direito privado tem a opção de escolher se seu ato constitutivo, que será sempre por escrito, irá ou não se revestir de forma pública ou particular, salvo nos casos das fundações em que a lei ordena que sua criação se dê por instrumento público ou por testamento. 2 Existem inúmeras classificações com relação às pessoas jurídicas, mas em nossa aula, vamos nos ater somente a algumas classificações, tendo em vista que nosso objetivo é sabermos como é constituída a pessoa jurídica e sua importância. Em uma primeira subdivisão, temos dois grandes ramos do direito, que já estudamos em nossa primeira aula. Estamos falando aqui, da divisão entre direito público e direito privado. As empresas poderão ser de: a) , subdividindo-se em (União, Estádios, Municípios) e (ONU, OIT) e; b) 2.1 Pessoas Jurídicas de Direito Público A legislação brasileira contempla em seus artigos, quais as empresas que são denominadas empresas públicas, de acordo com o artigo 41, do Código Civil brasileiro: “São pessoas jurídicas de direitopúblico interno: I . a União II. os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III. os Municípios; IV. as autarquias; V. as demais entidades de caráter público criadas por lei”. As consideradas de direito público externo são: as várias nações, A Santa-Sé, a Organização das Nações Unidas. O Estado para atender aos seus fins e desobrigar-se de suas funções, serve-se de pessoas físicas (funcionários públicos) a quem são delegados os necessários e respectivos poderes. Os atos praticados por esses agentes no desempenho de suas funções são atos da própria administração. As pessoas jurídicas de direito público são civilmente responsáveis por atos de seus representantes que nesta qualidade causem danos a terceiros, procedendo de modo contrário ao direito ou faltando ao dever prescrito em lei, Fonte: <blog.planalto.gov.br> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <g1.globo.com> Acesso em: 10 mar. 2012. salvo direito regressivo contra os causadores do dano, nos casos em que existe culpa ou dolo do agente. Isso significa que se o funcionário público tiver culpa ou má-fé, que é o dolo no fato ocorrido, o Estado pode entrar com uma ação contra seu funcionário para receber o valor pago ao terceiro prejudicado. Logo, vemos que com relação à União, Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios é de conhecimento público e notório, que são pessoas jurídicas de direito público. Dessa forma, vamos trazer o conceito de autarquias e demais entidades de caráter público como a fundação. Vejamos: a) são entidades assemelhadas às fundações privadas, sem objetivo lucrativo, porém são instituídas por ato do Poder executivo mediante autorização em LEI ESPECÍFICA a partir do patrimônio público, como Fundação Pública podemos citar a FUNAI, IBGE etc. Licito, permitido por lei. IBGE Fonte: <intrometendo.com> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <inssaposentaria.com> Acesso em: 10 mar. 2012. b) são entidades de direito público criadas com capital e patrimônio do Estado, com a finalidade de executar serviços públicos típicos, outorgados pelo Estado, como INCRA, INSS etc. Pois bem, já sabemos o que são empresas de direito público e como são criadas, agora vamos verificar quais são as empresas de direito privado. 2.2 Pessoa Jurídica De Direito Privado Ao iniciarmos nossa aula conceituamos o que vem a ser pessoa jurídica, mas vamos relembrar. 22 21 Cumpre aqui, realizarmos mais uma divisão desse setor empresarial, no que diz respeito ao setor econômico, a quantidade de sócios, tamanho, fins ou objetivos, organização ou natureza. No tocante a essas características, as empresas são divididas em três setores: Fonte: <poesia.mrkind.pro.br> Acesso em: 10 mar. 2012. a) – setor agrícola. Fonte: <pedroalice.blogspot.com> Acesso em: 10 mar. 2012. b) – indústrias. c) – serviços. As pessoas jurídicas de podem ser divididas em Corporação e fundação. As corporações são divididas em: simples empresárias Temos ainda como pessoas jurídicas de direito privado as organizações religiosas e os partidos políticos, no entanto, os mesmos são regidos por legislação especial. Vamos verificar agora quais são os tipos de pessoas jurídicas de direito privados e suas características. são pessoas jurídicas de direito privado cuja criação e manutenção virão de donativos de seus membros. Elas surgirão com o registro do estatuto social no órgão competente, como exemplo temos a APAE, a PESTALOZZI, etc. A principal diferença existente entre as associações e as sociedades é o fato da primeira não visar lucro. é a pessoa jurídica de direito privado com fim econômico ou lucrativo, que é formada por profissionais atuantes de uma mesma área ou prestadores de serviços técnicos, como as sociedades de advogados, as corretoras de imóveis, instituições de ensino. O que define se a sociedade será simples ou empresarial será o seu objeto, se este for voltado para a exploração de atividade civil confere à sociedade o caráter civil e, portanto, é uma sociedade simples, caso tenha por objeto um fim social, ver a ser a sociedade empresarial. também são pessoas jurídicas de direito privado, visando lucro, tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresários, atividade econômica e organizada para produção ou a circulação de bens ou de serviços, sujeito ao registro previsto em lei. As sociedades empresárias assumem as formas de: – constituída apenas por pessoas físicas – nesse caso não admite que uma pessoa jurídica entre no negócio, que responde ilimitadamente e solidariamente pelas obrigações da sociedade. Isso significa dizer que se a sociedade vier a falir, a justiça vai poder adentrar ao patrimônio particular dos sócios. – temos dois tipos de sócios, os de responsabilidade ilimitada, que são aqueles que entraram com o capital e participam da gestão do negócio, e os sócios de responsabilidade limitada, essa restringida ao capital que ele investiu, ou capital subscrito. Fonte: <plennasim.com. br> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <omelhordobairro.com. br> Acesso em: 10 mar. 2012. Como, por exemplo, a junção da Sadia e Perdigão. Fonte: <devaneiosedialogos. blogspot.com> Acesso em: 10 mar.2012. Fonte: <canstockphoto.com. br> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <blogbeyondbelief. blogspot.com> Acesso em: 10 mar. 2012. – trata-se do tipo de empresa mais comum, onde os sócios são responsáveis pela empresa de acordo com a quantidade de quotas de cada um. – tem seu capital distribuído em ações e a responsabilidade de cada sócio ou acionista é correspondente ao valor das ações que ele possui. – essa sociedade é regida pelas regras das sociedades anônimas em legislação especial. são pessoas jurídicas compostas pela organização de um patrimônio instituído com finalidade 23 Noções de direito 22 específica, por iniciativa de particular, como já visto anteriormente, Como exemplo, temos a Fundação Biominas, uma instituição privada, dedicada a catalisar o desenvolvimento de Bionegócios no Brasil. Fonte: < burgos4patas.blogspot.com> Acesso em: 10 mar. 2012. Resumindo associações e fundações civis são assim chamadas pela natureza de sua atividade. Então, quando não existe a prática do comércio, embora elas tenham uma forma permanente comercial, a mesma será uma sociedade simples, como exemplo - a sociedade de advogados, a prestação de serviços, a sociedade entre médicos, engenheiros etc. Você Sabia? fato desta realizar negócios com o intutito de angariar fundos para a manutenção e realização de melhorias na associação, como, por exemplo: promoções de almoços, vendas de camisetas, bonés etc. jurídicas de direito privado, apesar de algumas peculiaridades: a) formada com capital público e particular para exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, mas dirigidas pelo Estado. Entre essas sociedades temos o Banco do Brasil, Petrobrás etc. b) que são pessoas jurídicas de direito privado criadas por autorização de lei específica, com capital inteiramente público, com o objetivo de exploração econômica, como a Caixa Econômica Federal. Fonte: <sabetudo. net> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <sitedeconcursos.org> Acesso em: 10 mar. 2012. SEBRAE Fonte: <idort.com> Acesso em: 10 mar. 2012. entidades privadas com fins assistenciais, criadas por lei e mantidas pelo Estado através de contribuições parafiscais com a finalidade de prestar serviços de ensino, culturais, assistenciais a grupos ou categorias profissionais específicos, exemplo SENAI, SEBRAE, etc. Quanta informação, não é turma?! Mas, analisem com calma, pois é muito importante nos situarmos no mundo em que vivemos. Assim, nesta aula. são criadas pela iniciativa privada sem fins lucrativos, com a finalidade de realizar atividades sociais, como, pesquisa científica, recebendo ajuda do Estado e sendo declaradas entidades de interesse social e utilidade pública, comoas ONGS. coletivo que se assemelham as organizações sociais, no entanto, elas são constituídas através de contrato de gestão com o poder público para realizar atividades relacionadas ao poder público participando deste. Fonte: <vandinhomaracas. blogspot.com> Acesso em: 10 mar. 2012. Fonte: <blogdodecio.com.br> Acesso em: 10 mar. 2012. eles têm natureza própria, sua finalidade é política, não se caracterizando dessa forma por fins econômicos, é atribuída a eles uma natureza associativa. Como já dito anteriormente, o domicílio das pessoas jurídicas, assim como o da pessoa natural é a sua sede jurídica, o local onde exerce as atividades habituais e respondem por suas obrigações. As pessoas jurídicas de Direito Público interno têm por domicílio a sede de seu governo. No caso do Estado de Mato Grosso do Sul, sua sede localiza-se na capital do Estado na cidade de Campo Grande, e das pessoas jurídicas de Direito Privado o lugar onde funciona a sua diretoria ou no caso de ter estatuto, o domicílio será no local que o estatuto prever. Após estudarmos a pessoa jurídica no tocante a sua formação, vamos estudar, em nossa próxima seção, quais as formas em que a pessoa jurídica poderá ser extinta e o que vem a ser desconsideração da personalidade jurídica. 3 - Desconsideração da Personalidade Jurídica da Pessoa Jurídica e Responsabilidade Civil O ordenamento exige o registro da pessoa jurídica para que ela passe a ter personalidade, para que seja distinto o patrimônio da pessoa jurídica do patrimônio de seus sócios. Vimos que quando vai se realizar o registro da pessoa jurídica, esta tem uma finalidade e quando a empresa foge dessa finalidade, especialmente por interesse escusos e ilegais ou atos ilícitos, abusivos, fraudulentos, será permitido ao Juiz, , fazer com que os bens particulares do sócio ou sócios que são responsáveis pelos atos ilegais, abusivos etc., sejam disponibilizados para pagar as dívidas. Isso significa dizer que a empresa (a pessoa jurídica) deixa de existir e quem vai responder pelos danos causados a terceiros é a pessoa física (sócios), mas somente aqueles que agiram de forma ilegal. 24 23 Fonte: <blog.nfernandes.com.br> Acesso em: 10 mar. 2012. Essa teoria veio para evitar os mandos e desmandos de sócio ou gerentes que abusam do cargo exercido por eles dentro da empresa, isso porque pessoas inescrupulosas começaram a se aproveitar do princípio da afastabilidade da pessoa em se tratando de pessoa jurídica, com a intenção de lesar terceiros e se utilizando da pessoa jurídica como uma espécie de capa ou véu para proteger os seus negócios escusos. A teoria da desconsideração da personalidade jurídica se aplica para caracterizar a responsabilidade da pessoa física, o sócio que agiu em seu próprio interesse de praticar atos em nome da pessoa jurídica em desatenção ao contrato social de sua empresa ou da lei, logo, quem responderá será esse sócio ou os sócios, com os seus próprios patrimônios. A desconsideração da pessoa jurídica permite ao juiz coibir a consumação de fraudes e abusos de direito cometidos por meio da personalidade jurídica que causem prejuízos ou danos a terceiros como, por exemplo, causar danos aos funcionários da empresa quando deixa de pagar os direitos trabalhistas. Ainda, o fato de permitir-se a desconsideração da personalidade jurídica não implica necessariamente na extinção desta, pois pode somente ocorrer um afastamento transitório dos efeitos da personalidade, para que se puna as pessoas corretas e não a empresa em si. Fonte: <valor.com.br> Acesso em: 10 mar. 2012. A desconsideração da personalidade jurídica é muito importante, pois é a forma que temos de coibir fraudes em detrimento de terceiros, não permitir o enriquecimento ilícito sobre a pobreza e lesão patrimonial de terceiros. Por fim, vamos adentrar ao último tema desta aula, e falarmos da responsabilidade Jurídica das empresas. Esse tema estará detalhado em nossa última aula, mas vamos aqui ver algumas peculiaridades no tocante as empresas públicas e empresas privadas. 3.1 Responsabilidade Da Pessoa Jurídica Para cada tipo de pessoa jurídica vamos ter um tipo de responsabilidade. Em relação às pessoas jurídicas de direito público, essa responsabilidade será sempre objetiva, que vamos ver nas próximas aulas e ainda, os administradores das pessoas jurídicas de direito público exercem poderes de representação, sendo que a responsabilidade sempre será do Estado. Então, a ação judicial deverá ser interposta contra a pessoa jurídica e não contra o agente público. Futuramente a administração pública terá o direito de ação regressiva contra o seu funcionário para provas de dolo ou culpar . Em caso afirmativo, cobrar dele o que já foi pago à vítima. No caso das pessoas jurídicas de direito privado, vai depender do tipo de sociedade, ela poderá ser ilimitada, onde todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais. Sociedade Mista em que cada sócio tem responsabilidade diferente um do outro, onde uns vão responder ilimitadamente outros limitadamente, e por fim a limitada, em que todos os sócios responderem de forma limitada pelas obrigações sociais. 3.2 Extinção da Pessoa Jurídica As pessoas físicas são extintas com a morte, enquanto que as pessoas jurídicas nascem, desenvolvem-se, modificam-se e extinguem-se. O ato de dissolução das pessoas jurídicas pode assumir quatro formas distintas, conforme a natureza e a origem, correspondentes às seguintes modalidades de extinção: Fonte: <blogodorium.com.br> Acesso em: 10 mar. 2012. quando os sócios pactuam o fim da sociedade, de acordo com as disposições legais, podemos denominar essa forma também de convencional; quando os sócios não consentem com relação ao fim da sociedade ou, como vimos, quando a sociedade se desvia dos fins para que se constituiu, dessa forma, compete ao sócio recorrer ao poder Judiciário; Fonte: <migalhas. com.br> Acesso em: 10 mar.2012. Fonte: <info.abril.com.br . Acesso em: 10 mar. 2012. , quando uma lei determina o fim da pessoa jurídica, em determinadas situações (por exemplo, 25 Noções de direito 24 quando morre um dos sócios, sem que haja disposição contratual que preveja tal fato), ou decretação de falência. Fonte: <pt.dreamstime.com> Acesso em: 10 mar. 2012. quando o Estado revoga a outorga feita a uma pessoa jurídica para que ela explore atividade essencialmente estatal. Temos, ainda, outra forma de extinção da pessoa jurídica, que se trata da falência. A falência é o estado de insolvência do empresário devedor, trata-se da execução coletiva dos bens do devedor empresário, pode-se dizer que é a sua bancarrota. Logo, falência é um processo judicial por meio do qual o empresário é obrigado a liquidar o seu patrimônio em beneficio dos credores, ocasião em que se arrecada o patrimônio do falido e são verificados os créditos, apurando- se o ativo e procurando saldar o passivo, que são as dívidas, pois não possui mais em seu patrimônio bens suficientes para saldar suas dívidas e, entrando em colapso econômico, é declarado por sentença judicial, falido, e submetido a uma execução coletiva, pela qual seus bens serão arrecadados e denominados de massa falida, sendo vendidos em hasta pública para que, com a venda, sejam pagos os credores que comparecerem para declarar o seu crédito. De acordo com o Código Civil, também poderemos ter uma dissolução parcial da sociedade, isso ocorre quando existe o desvinculamento de um dos sócios do quadro social. Não se trata do fim da pessoa jurídica, mas somente a saída de um dos sócios da sociedade contratual. Esse fato pode ocorrer com a morte do sócio em questão, com sua retirada ou exclusão. Assim, encerramos nossa aula sobre pessoa jurídica e, em nossa próxima aula, trataremos dos bens de modo geral e vamos adentrar mais especificamente na responsabilidade civil. Fonte: <blogdosempreendedores. com.br> Acessoem: 10 mar. 2012. Retomando a aula Vamos, então, recordar os pontos principais do que aprendemos nesta aula: forma da lei e dotado de personalidade jurídica própria para a realização de fins comuns. humana, seu ato constitutivo que é o registro de seu estatuto ou contrato social no órgão competente, sem esse registro ela não existe para o mundo jurídico. lícito, isto é, permitido por lei. Estados e Municípios, e as empresas de direito privado, como sociedade de responsabilidade limitada (Ltda.). do patrimônio da empresa, enquanto que a sociedade ilimitada adentra ao patrimônio pessoal do sócio. lei e outra privada que vai ser constituída por testamento ou por escritura pública, e nessa instituição tem que constar qual será o objetivo daquele patrimônio, a que ele se destina. somente acontecerá em casos de mau uso do poder de gestão empresarial ou fraudes. Direito Público sempre será objetiva, enquanto que nas de direito privado dependendo do tipo de empresa pode ser subjetiva. convencionalmente, legalmente e judicialmente e, ainda, podemos ter uma dissolução parcial, quando um dos sócios sai ou vem a falecer. GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. Vol. I. São Paulo: Saraiva, 2012. VENOSA, Silvio de Salvo. Introdução ao Estudo do Direito. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. Câmara. Disponível em: <www.camara.gov.br>. Senado. Disponível em: <www.senado.gov.br>. Vale a pena Vale a pena ler Vale a pena acessar Não esqueçam! Em caso de dúvidas, acessem as ferramentas “Fórum” ou “Quadro de Avisos”. 26 4ºAula Dos bens Na aula anterior, falamos sobre a pessoa jurídica, as divisões, quais os requisitos para abrir uma empresa e a importância das mesmas. Nesta aula, vamos verificar como estão vinculados os bens em relação ao mundo jurídico, a sua importância, o que são bens de direito público e o que são bens de direito privado, pois como verificado em nossa última aula, a pessoa jurídica para poder ser constituída, terá que declarar os bens, o valor do contrato e assim por diante. Dessa forma, uma ótima aula para vocês! Boa aula! Objetivos de aprendizagem Ao término desta aula, vocês serão capazes de: Fonte: SARAIVA, Denise Cárdia. Direito Civil Ilustrado. Parte Geral. Livro II – Dos bens. Rio de Janeiro: Edições Ilustradas, 2007. p. 11. 27 Noções de direito 26 1 2 Seções de estudo 1 Bens são as coisas que, por serem úteis e ou raras, são suscetíveis de apropriação e contêm valor econômico. Portanto, as coisas são os gêneros do qual os bens são espécies. Para estudarmos os bens, precisamos entender como funciona suas divisões, quais as classes de bens existentes no mundo jurídico. A Juridicamente falando, bens são os valores materiais ou imateriais que podem ser objeto de uma relação de direito. Para que seja objeto de uma relação jurídica é preciso que o bem tenha idoneidade para satisfazer um interesse econômico – portanto, que tenha valor econômico – e, que se subordine juridicamente a um titular. Exemplos: proprietário, dono. Para simplificar esse conceito, podemos afirmar que bens são todas as coisas que satisfazem as necessidades humanas. Bens são coisas materiais, concretas, úteis aos homens que, porventura, tenham valores econômicos e que possam ser adquiridos. Ainda temos algumas coisas imateriais que poderão ter valores econômicos como, por exemplo, os direitos autorais que vamos estudar mais adiante nesta aula. Para estudarmos os bens, precisamos entender como funcionam suas divisões, quais as classes de bens existentes no mundo jurídico. A partir desse momento, vamos estudar essas classificações. 1.1 Bens Públicos e Particulares Sabemos que vários lugares por onde caminhamos, pertencem a todos nós, pois são bens comuns a todos. Esses bens que pertencem a uma entidade de direito público, são aqueles que denominamos de bens públicos. Por exemplo: bens pertencentes à União, ao Estado, aos Municípios. Dentro desses bens, temos algumas subdivisões, informando como funcionam esses bens e quais são de utilização de todos e quais dependemos de uma autorização para adentrar em suas dependências. Dessa forma, temos: - os rios, os mares, ruas, praças, estradas, etc. Para adentrarmos esses espaços, não precisamos solicitar autorização, por isso, de uso comum, todos temos acesso a esses bens livremente. Claro que um rio dentro de determinada propriedade, apesar do rio ser de uso comum, dentro daquele espaço delimitado vai ser necessário uma autorização, mas se o Estado precisar fazer alguma Fonte: <1papacaio.com.br>. Acesso em: 30 maio 2012. pesquisa para melhoria da população será permitido, pois impera o interesse público. Assim, em algumas situações, ainda que o bem seja de uso comum teremos algumas restrições de acesso aos mesmos. Fonte: <inssaposentaria.com>. Acesso em: 10 mar. 2012. - são os bens públicos (edifícios, terrenos) destinados ao serviço público, todos aqueles prédios que são destinados a abrigar a administração pública, e não poderão ser vendidos enquanto forem sedes das empresas públicas, inclusive as autarquias. Exemplo: prédio da Secretaria da Fazenda. – são os que constituem o patrimônio da União, Estado e Municípios, sem uma destinação especial. Exemplos: terras devolutas, terrenos da marinha, etc. Os bens públicos, em regra são inalienáveis. Isto é, não podem ser vendidos, com exceção dos dominicais que são, por exemplo, as terras devolutas federais que podem ser vendidas, desde que respeitadas determinadas condições impostas pela própria lei. Assim, é necessária a autorização legislativa, entre outros aspectos que devem ser respeitados. Todos os bens públicos são IMPENHORÁVEIS. Assim, não existe execução forçada contra o patrimônio público, o credor do poder público terá que fazer uma requisição via justiça da verba necessária para o ressarcimento de seu débito, esta verba somente será providenciada após a sentença judicial transitada em julgado. O débito terá que constar em “precatórios”, que são os títulos das dívidas públicas a ser apresentado ao Poder Público até o dia 1º de julho de com as devidas atualizações monetárias. Outro aspecto do bem público é o fato de que não pode ser adquirido por usucapião. Assim, independente do prazo que as pessoas se encontrarem em terras devolutas da União, estas sempre continuarão pertencendo ao Estado. Após verificar as subdivisões existentes com relação aos bens públicos, vamos verificar quais as subdivisões do bens particulares. Vamos verificar que temos várias outras subdivisões dos bens particulares, que podem, por exemplo, ser móveis ou imóveis, consumíveis ou inconsumíveis entre outros. É importante, pois como administradores, precisamos saber qual é o objeto que nossa empresa está negociando e quais as consequências jurídicas decorrentes dos bens negociados, principalmente, quando ficar impossível cumprir a obrigação, em função de um caso fortuito ou força maior. São denominados de bens particulares todos aqueles que é o direito que um cidadão adquire em relação à posse de um bem móvel ou imóvel em decorrência do uso deste por um determinado tempo. 28 27 pertencem às pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito privado. E como já dito, esses bens podem se revestir de várias características e muitas formas dentro de outras subdivisões atribuídas aos bens como, por exemplo, podemos dizer que se trata de um bem particular, um imóvel particular, um automóvel, etc. Da mesma forma que o manuscrito de uma obra literária rara, exposto à venda em uma livraria, é classificado como bem particular e se reveste de características como: móvel, infungível e, juridicamente, consumível. formas, correto? Isso mesmo, conforme exemplo dado acima, podemos ter um bem particular com várias características próprias e, nem por isso, deixa de ser um bem particular. A importância de aprendemos a respeito, reside no fato de começarmos
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