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AULA 10

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA 
DISCIPLINA: FLORICULTURA, PLANTAS ORNAMENTAIS E PAISAGISMO 
 
 
 
 
10 - IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO DOS JARDINS 
 
A implantação e manutenção dos jardins são aspectos essenciais para garantir 
a beleza e a saúde das áreas verdes. Este processo envolve planejamento, projeto e 
execução cuidadosos. A manutenção contínua é fundamental, uma vez que lidamos 
com seres vivos que requerem cuidados constantes. O termo "manutenção" deriva de 
"manter", significando preservar um jardim saudável e esteticamente agradável, sem 
realizar alterações significativas. Qualquer modificação substancial em um jardim é 
considerada uma reforma e requer a autorização do responsável pelo projeto. 
A manutenção é também uma forma de conservação, crucial para garantir a 
saúde das plantas, seu desenvolvimento adequado e crescimento equilibrado, além 
de preservar as linhas e formas do jardim, evitando que as plantas se sobreponham 
umas às outras e mantendo a harmonia visual. O foco principal deve estar nos méto-
dos preventivos, ou seja, adotar medidas para evitar que as plantas enfraqueçam ou 
adoeçam. Alguns procedimentos que merecem destaque são: 
 
10.1 - IRRIGAÇÃO 
 
A irrigação é fundamental para garantir a reposição adequada de água no solo 
e nas plantas, promovendo seu bom desenvolvimento. Para isso, são empregadas 
técnicas e equipamentos programados e operados de forma racional, visando a efici-
ência no uso da água. 
É importante ressaltar que a maior parte da estrutura das plantas é composta 
por água, chegando a mais de 90% em algumas espécies. A falta de chuvas e a au-
sência de irrigação adequada podem resultar em sintomas visíveis, como o resseca-
mento e murchamento das folhas, desidratação e queda, mecanismos que as plantas 
utilizam para reduzir a perda de água por evaporação e transpiração. 
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A água desempenha um papel essencial na vida das plantas, sendo responsá-
vel por diluir os nutrientes que a planta absorve. Portanto, sua presença não pode ser 
negligenciada. 
Existem diversas técnicas de irrigação disponíveis, e a escolha adequada de-
pende de diversos fatores, como o tipo de solo (sua capacidade de retenção e taxa 
de infiltração), o clima e a época do ano (que influenciam no consumo hídrico da 
planta), a inclinação do terreno, a qualidade e disponibilidade de água, os efeitos do 
vento, o tipo de cultura e a fase de desenvolvimento da planta a ser irrigada. É possível 
combinar diferentes métodos para obter o melhor resultado. 
Em áreas áridas e semiáridas, a irrigação desempenha um papel crucial, espe-
cialmente durante períodos críticos como a germinação e a floração das plantas. Exis-
tem várias técnicas e sistemas de irrigação disponíveis, sendo os mais comuns para 
jardins residenciais: 
• Gotejamento: Este método envolve o transporte de água sob pressão 
por tubos, que é então aplicada ao solo através de emissores direta-
mente na raiz das plantas. Esse sistema opera com alta frequência e 
baixa intensidade, alcançando uma eficiência em torno de 90%, embora 
seu custo seja relativamente alto. É frequentemente utilizado em cultu-
ras ou jardins extensos, especialmente em áreas de difícil acesso. Pode 
ser instalado tanto na superfície quanto enterrado, e sua principal van-
tagem está na economia de água em comparação com outros métodos 
de irrigação. 
• Aspersão convencional: Neste método, a água é lançada ao ar em forma 
de jatos que caem sobre as plantas como chuva. Pode ser implementado 
de forma móvel ou automatizada (fixa). No sistema convencional, a linha 
principal é fixa enquanto as laterais são móveis, exigindo mais mão de 
obra para ajustes na tubulação. Para jardins menores, pode-se usar 
mangueiras simples para aspersão, idealmente direcionando o jato para 
cima para simular a queda de chuva, proporcionando resultados mais 
eficazes e naturais. 
É recomendável realizar a irrigação nas primeiras horas do dia para maximizar 
a absorção pelas plantas. Caso não seja viável, a rega pode ser feita em qualquer 
 
 
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horário, embora nas horas mais quentes do dia uma parcela significativa da água lan-
çada possa evaporar imediatamente. Irrigar à noite pode resultar em excesso de água 
no solo até o dia seguinte, quando a evaporação será maior devido ao calor solar. 
O equilíbrio na irrigação é fundamental, pois o excesso de água pode ser mais 
prejudicial do que a falta. Quando o solo fica saturado, ele ocupa o espaço destinado 
ao ar, impedindo que as raízes respirem adequadamente, levando ao apodrecimento 
e à morte das plantas. Cada espécie vegetal tem necessidades específicas de água, 
mas geralmente, o critério é regar até que a terra fique úmida até cerca de 15 cm de 
profundidade e, então, aguardar até que o solo comece a secar antes da próxima 
rega. 
É importante observar o comportamento da água no solo. Se ela estiver escor-
rendo rapidamente, isso pode indicar excesso de areia no solo; se estiver formando 
poças em vez de penetrar no solo, a terra pode estar muito argilosa. Em ambos os 
casos, é aconselhável corrigir o solo, seja adicionando matéria orgânica para melhorar 
a retenção de água ou ajustando a composição do solo. 
Uma prática sustentável para economizar água é adicionar composto orgânico 
ao solo, pois ele tem a capacidade de absorver água e liberá-la gradualmente, man-
tendo as plantas hidratadas por mais tempo. 
Além disso, é fundamental utilizar água de boa qualidade na irrigação, especi-
almente para cultivos de hortaliças, garantindo a saúde das plantas e a qualidade dos 
produtos colhidos. 
 
10.2 - ADUBAÇÃO 
 
A adubação é essencial para corrigir deficiências nutricionais e garantir a repo-
sição dos nutrientes necessários para o crescimento saudável das plantas. Os nutri-
entes são classificados em macro e micronutrientes, sendo os macronutrientes, como 
nitrogênio, fósforo e potássio, os mais cruciais para o desenvolvimento das plantas, 
como discutido anteriormente no capítulo sobre solos. Um solo bem preparado, com 
uma boa nutrição orgânica, tende a resultar em plantas mais saudáveis e menos pro-
pensas a problemas. 
 
 
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Existem diferentes tipos de adubos disponíveis no mercado, sendo eles orgâ-
nicos e minerais (químicos). Os adubos orgânicos podem ser comparados a uma dieta 
equilibrada para uma pessoa que vive em um ambiente saudável, pois além de forne-
cer nutrientes essenciais, também melhoram as propriedades físicas do solo. Por ou-
tro lado, os adubos inorgânicos ou químicos funcionam como suplementos vitamínicos 
adicionais, muitas vezes desnecessários se a planta já estiver recebendo uma nutri-
ção adequada através de adubos orgânicos. 
Além da escolha adequada do tipo de adubo, é importante considerar a época 
e a forma de aplicação para maximizar seus benefícios e evitar problemas como a 
lixiviação de nutrientes. A adubação deve ser realizada de acordo com as necessida-
des específicas de cada planta e de acordocom as recomendações técnicas para 
cada tipo de cultura. 
1. Adubos orgânicos: Esses adubos são derivados da decomposição de 
materiais orgânicos, como restos de plantas ou animais, especialmente 
estrume, como discutido no capítulo sobre solo e compostagem. Eles 
não apenas fornecem nutrientes às plantas, mas também melhoram as 
condições físicas do solo, tornando-o mais solto, facilitando a absorção 
de água, conservando a umidade e proporcionando um ambiente propí-
cio para o desenvolvimento das raízes das plantas. 
2. Adubos inorgânicos ou minerais: Estes adubos são extraídos de rochas 
ou produzidos em indústrias químicas. O mais comum é o NPK (nitrogê-
nio, fósforo e potássio), disponível em várias formulações. No entanto, 
sua produção e uso podem ter impactos ambientais, especialmente por 
serem derivados de recursos naturais não renováveis e pelo risco de 
contaminação do meio ambiente. 
3. Adubos verdes: São plantas, muitas vezes leguminosas, cultivadas an-
tes ou junto com a cultura principal. Elas são cortadas e incorporadas ao 
solo, contribuindo com nutrientes que são gradualmente liberados e uti-
lizados por outras culturas. 
A aplicação de adubo pode ser feita diretamente no solo para que seja incor-
porado pelas raízes junto com a água. É importante regar após a adição do adubo 
 
 
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para garantir sua eficácia. Para determinar a quantidade necessária de adubo, é cru-
cial conhecer a composição do solo e as exigências específicas de cada espécie. Ge-
ralmente, a adubação é dividida em três aplicações ao longo do ciclo de crescimento 
das plantas. 
Embora cada planta tenha uma época ideal para adubação, é comum realizar 
a adubação nos meses que têm a letra "R" (primavera e verão), pois é quando as 
plantas estão em seu período de crescimento mais ativo e demandam mais nutrientes. 
 
10.3 - TRANSPLANTE 
 
Transplantar plantas é um processo importante que pode ser realizado en-
quanto as mudas são pequenas ou mesmo quando já se tornaram árvores grandes, 
dependendo das características individuais de cada planta. 
No caso de hortaliças e plantas floríferas, o momento ideal para o transplante 
é quando possuem de 4 a 6 folhas novas e estão prontas para serem transferidas da 
sementeira. É recomendável realizar o transplante durante as horas mais frescas do 
dia, utilizando uma colher de transplante para garantir que uma parte da terra ao redor 
das raízes seja levada junto. 
Quando se trata de plantas em vasos, o transplante é necessário quando o 
vaso se torna pequeno demais e as raízes começam a sair ou ocorre a quebra do 
vaso. Nesse caso, ao retirar a planta do vaso antigo, é importante ter cuidado para 
não danificar o torrão de raízes, pois isso pode levar à perda de folhas e dificultar a 
recuperação da planta. Uma alternativa é quebrar o vaso antigo para evitar esse risco. 
Ao transplantar plantas que já estão no solo para outro local, é comum que uma 
parte das raízes seja cortada, o que pode dificultar a absorção de água pela planta. 
Para compensar essa perda, recomenda-se diminuir a parte aérea da planta, ou seja, 
podar alguns galhos com folhas. Isso ajuda a equilibrar a relação entre as raízes e a 
parte acima do solo, facilitando a adaptação da planta ao novo ambiente. 
Ao transplantar plantas maiores, é essencial tomar alguns cuidados específicos 
para garantir o sucesso da operação: 
• Vala circular: Comece fazendo uma vala circular que tenha cerca de 6 vezes 
o tamanho do diâmetro do caule da planta, tanto em distância quanto em 
 
 
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profundidade. É recomendável realizar esse processo em duas etapas: na 
primeira etapa, faça um corte no sentido norte-sul na vala, deixando as raí-
zes do lado leste-oeste intactas até que as primeiras desenvolvam raízes 
novas. Somente após isso, corte a segunda etapa. 
• Utilize folhas secas: Coloque folhas secas dentro das valas ou trincheiras 
conforme elas forem sendo cortadas. Isso ajuda a proteger as raízes e a 
manter um ambiente propício para o desenvolvimento das mesmas. 
• Aguarde o desenvolvimento das raízes laterais: Espere até que as raízes 
laterais se formem e se estabeleçam, o que pode variar dependendo da 
época do ano e das condições ambientais. 
• Marque a face norte: Marque na árvore qual é a face norte, pois isso será 
importante para o plantio no novo local, garantindo que ela seja posicionada 
da mesma forma que estava antes. 
• Corte a raiz principal e plante no novo local: Após o desenvolvimento das 
raízes novas nos quatro eixos norte-sul-leste-oeste, corte a raiz principal e 
efetue o plantio no novo local. Complete a trincheira ao redor da planta de 
forma a cobrir 360° ao redor dela. 
• Plantio como uma muda nova: Ao realizar o plantio, siga os mesmos cuida-
dos que teria ao plantar uma muda nova, garantindo a correta cobertura das 
raízes e proporcionando as condições ideais para o crescimento da planta 
transplantada. 
 
10.4 - PODA 
 
A poda é uma técnica essencial para controlar o crescimento das plantas e 
atender às necessidades específicas de seu ambiente. Ela é frequentemente utilizada 
para manter o gramado em uma altura específica, direcionar o crescimento de trepa-
deiras, dar forma a arbustos para criar cercas-vivas, adequar a planta ao espaço dis-
ponível e aumentar a produção de árvores frutíferas. 
É crucial compreender que a poda é realizada para satisfazer as necessidades 
humanas, não as da planta em si. Naturalmente, as plantas produzem flores e frutos 
suficientes para sua reprodução, sem a intervenção humana. Na natureza, a poda 
 
 
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ocorre de forma natural apenas com a queda de galhos doentes ou com a queda das 
folhas após completarem seu ciclo de vida. 
No entanto, quando mal executada, a poda pode ter efeitos negativos, como a 
morte da planta, torná-la suscetível a quedas ou doenças. A poda inadequada, muitas 
vezes motivada por critérios urbanísticos nas calçadas, pode prejudicar significativa-
mente as árvores. Na arborização urbana, a poda é frequentemente realizada para 
adequar a forma da árvore aos equipamentos urbanos, como a liberação de fios elé-
tricos, por exemplo. No entanto, é essencial que essa poda seja conduzida de forma 
adequada para não comprometer a saúde e a estabilidade da árvore. 
Um exemplo da importância da poda é a cidade de São Paulo, que cresceu 
rapidamente e sem um planejamento adequado, levando muitas árvores a se torna-
rem incompatíveis com as condições atuais, como a diminuição das calçadas e a ins-
talação de infraestrutura urbana. Nesses casos, a poda se torna necessária para cor-
rigir conflitos, mas deve ser realizada por profissionais qualificados para evitar danos 
à saúde das árvores e à segurança pública. 
A Lei No 10.365 foi estabelecida em resposta aos problemas decorrentes de 
podas malfeitas em São Paulo, disciplinando o corte e a poda de vegetação de porte 
arbóreo na cidade. Essa legislação reconhece a vegetação como um bem de interesse 
comum a todos os cidadãos, seja em áreas públicas ou privadas. Para realizar cortes 
ou podas, é necessário obter o parecer de um técnico da Prefeitura Municipal de São 
Paulo (PMSP) e a publicaçãono Diário Oficial. 
1. Poda de formação: Esta poda tem como objetivo adaptar a árvore ao seu 
ambiente. Consiste na remoção de ramos secundários, permitindo que a 
primeira bifurcação fique em uma altura adequada para não interferir na 
passagem de pedestres, veículos ou ônibus, dependendo da situação. A 
altura mínima da primeira bifurcação geralmente é de 1,80 m. Essa poda 
costuma ser realizada ainda no viveiro de produção, enquanto os ramos são 
pequenos, para garantir uma cicatrização rápida e considera o modelo ar-
quitetônico da espécie. 
 
 
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2. Poda de limpeza e manutenção: Essa prática é realizada para prevenir a 
queda de galhos mortos, a transmissão de doenças e para preservar a sa-
úde da planta. Envolve a remoção de ramos secos, doentes, senis, ladrões 
e brotos de raiz, bem como a eliminação da erva-de-passarinho. 
3. Poda de emergência: É realizada em situações especiais em que a árvore, 
ou parte dela, representa um risco iminente de queda, podendo causar da-
nos às pessoas ou ao patrimônio. Geralmente solicitada durante vendavais 
ou chuvas fortes, pode ser executada pelos bombeiros. 
4. Poda de adequação: Tem o mesmo propósito que a poda de formação, mas 
é aplicada em árvores adultas para resolver ou minimizar conflitos entre a 
arborização e os equipamentos urbanos. 
5. Poda de raiz: É realizada para solucionar problemas causados pelo aflora-
mento de raízes, como danos às calçadas. Essa prática deve ser evitada 
por profissionais competentes, pois pode comprometer a estabilidade da ár-
vore e abrir caminho para microrganismos e insetos. 
6. Poda para dar forma: Conhecida como topiaria, é uma poda artística que 
modela a planta em formas específicas, como animais, bolas ou quadrados. 
Esse tipo de poda não é permitido para árvores de grande porte.. 
 
10.4.1 - Corte em duas etapas 
 
O corte em duas etapas (Figura 1) é uma técnica utilizada para preparar a 
planta para a remoção de um galho maior. O primeiro corte é realizado a uma distância 
de 0,5 m a 1 m do tronco da planta. Esse primeiro corte enfraquece o ramo e estimula 
os mecanismos de defesa da planta. Em seguida, após um ou dois períodos vegeta-
tivos após o primeiro corte, é feita a remoção final do ramo, cortando-o junto ao tronco. 
Essa técnica é importante para garantir a saúde da planta e reduzir o impacto do corte 
em sua estrutura. 
 
 
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Figura 1 – Exemplo de corte em duas etapas de árvores com galhos muito grandes. 
 
Para evitar o descascamento do tronco durante a poda, é fundamental seguir o 
método de três cortes (Figura 2), garantindo a preservação da crista da casca e do 
colar da base do ramo 
Figura 2 – Método dos 3 cortes para poda de árvores. 
 
• O colar refere-se à região inferior da base do ramo, onde ele se insere 
no tronco da planta. 
• A crista da casca é formada pelo acúmulo de casca na parte superior da 
base do ramo, resultado do crescimento em diâmetro tanto do ramo 
quanto do tronco. 
• A fossa basal é uma depressão no tronco abaixo da base do ramo, indi-
cando a falta de fluxo de seiva em direção ao tronco. Isso significa que 
o ramo não contribui mais para o crescimento da planta e está prestes a 
 
 
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secar. Nesse caso, o corte deve ser paralelo e rente ao tronco, pois o 
colar não é mais funcional. 
A época ideal para realizar a poda varia de acordo com o padrão de repouso 
de cada espécie. Para evitar acidentes, é importante amarrar todos os galhos que 
serão podados ao tronco, amortecendo assim a queda. 
É crucial ter um conhecimento adequado da planta ao realizar a poda, garan-
tindo a segurança tanto para quem realiza a poda quanto para a própria planta. Algu-
mas árvores são caducifólias, ou seja, perdem suas folhas em determinadas épocas 
do ano, e por falta de informação, muitas vezes são erroneamente podadas ou supri-
midas sob a impressão de estarem mortas. É essencial considerar também os padrões 
de crescimento da planta, tanto acima do solo quanto nas raízes, levando em conta 
fatores como tipo de solo, espaço para desenvolvimento e posição solar. 
Uma poda malfeita pode remover o sistema de defesa da árvore, permitindo 
que microrganismos invadam o ferimento e afetem os tecidos internos. Uma poda 
correta é reconhecida pela formação de um calo cicatricial que se desenvolve na 
casca em direção ao centro da planta, cobrindo completamente o corte. Galhos mais 
jovens têm maior capacidade de recuperação após a poda, portanto, é importante 
considerar a idade do galho ao realizar esse procedimento. 
 
10.5 - AVIFAUNA 
 
É fundamental respeitar a proteção legal das aves silvestres e seus ninhos con-
forme estabelecido pela Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9605/98, art. 29, § 1º, incisos 
I e II). De acordo com essa legislação, é proibida a remoção de aves silvestres ou de 
seus ninhos. Portanto, a poda de árvores que estejam sendo utilizadas para a repro-
dução das aves deve ser evitada, exceto em casos de poda emergencial em que o 
manejo não pode ser postergado. Essas medidas visam garantir a preservação e o 
respeito pela avifauna e seu ambiente natural. 
 
 
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TUPIASSU, A. O. Da Planta ao Jardim: um guia fundamental para jardineiros amado-
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