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Puerpério Fisiológico e Amamentação

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17/03/2022
1
PUERPÉRIO FISIOLÓGICO E 
AMAMENTAÇÃO
Drª Larissa Rocha Barbosa Moraes
2
DEFINICÃO
Período pós-parto que inicia após a dequitação 
placentária e termina com a readaptação 
anatômica e fisiológica do corpo ao estado pré-
gestacional.
Duração: em média 6 semanas.
Período de profunda mudança física, emocional, 
social e familiar.
3
FASES DO PUERPÉRIO
PUERPÉRIO IMEDIATO: 1° ao 10° dia
PUERPÉRIO TARDIO: 10 ° ao 42° dia – importantes 
alterações hemodinâmicas, geniturinárias, 
emocionais, metabólicas e hormonais.
PUERPÉRIO REMOTO: após 42 dias, mudanças 
graduais no corpo e na psique materna, podendo 
durar até 1 ano
4
17/03/2022
ALTERAÇÕES INVOLUTIVAS FISIOLÓGICAS
5
ÚTERO
Pós-parto imediato: útero contraído ao nível da cicatriz 
umbilical (um pouco acima nas multíparas), firme (globo 
de segurança de Pinard). Peso:1000g.
Redução +- 1cm / dia - de forma irregular.
1 semana: útero palpável acima na sínfise púbica. Peso: 
500g.
15° dia: útero intrapélvico.
4 semanas: retorna ao tamanho pré-gravídico. Peso: 
100g.
6
Involução uterina: contração dos músculos miometriais por 
ação da ocitocina.
Neurohipófise → ocitocina → contração dos miócitos →
vasoconstrição → ↓ sangramento uterino
Reflexo útero-mamário: estimulação do mamilo → estimula 
neurohipófise → produz ocitocina → ejeção do leite + 
contração uterina.
A involução uterina é mais rápida nas mulheres que 
amamentam.
7 8
17/03/2022
COLO DO ÚTERO
Se fecha com as contrações
48h pós-parto: ainda há dilatação 2-3cm
Após 1 semana: colo fechado.
Orifício externo multípara: fenda transversal
Orifício externo em nulípara: aspecto puntiforme.
Histológicamente: colo só retorna ao normal após 3 
meses (antes disso não adianta fazer avaliação 
cervical)
9 10
ENDOMÉTRIO
Superficial ou externa: sofre necrose e é eliminado 
sob a forma de lóquios.
Profunda ou interna ou remanescente: adjacente ao 
miométrio. Responsável pela regeneração do 
endométrio que se completa em 3 semanas.
11
VAGINA E INTRÓITO VAGINAL
Pequenas lacerações do parto vaginal: cicatrizam 
rapidamente, (+- 5 dias).
Pode haver pequenas equimoses por trauma.
Reaparecimento gradual do pregueamento das 
paredes vaginais nas primeiras semanas.
Atrofia da mucosa vaginal de origem hormonal – causa 
desconforto.
Puerpério imediato: contração da vagina com redução 
do diâmetro (também do intróito).
Na prega himenal remanescente: carúnculas mirtiformes.
12
17/03/2022
Carúnculas mirtiformes: 
pequenas saliências no 
hímen roto remanescente em 
mulheres que já pariram
13
FUNÇÃO OVULATÓRIA
Paciente que não amamentam: retorno da ovulação 
ocorre de 6 a 8 semanas. (variável !!!!!)
Amamentação: ovulação é pouco frequente, porém 
não é impossível !!!!
Geralmente os ciclos menstruais são anovulatórios no 
período da amamentação.
A ovulação é o primeiro fenômeno de retorno da 
fertilidade, e não o retorno da menstruação.
Não deve esperar o retorno da menstruação 
para iniciar a contracepção.
14
MAMAS
FUNÇÃO: nutrição do RN e transferência de 
anticorpos maternos.
São glândulas exócrinas
Primeira metade da gestação: 
✓ proliferação de células epiteliais alveolares
✓ Formação de novos ductos
✓ Desenvolvimento da arquitetura lobular
15
Final da gravidez: adquirem capacidade secretora 
com aumento da glândula mamária:
✓ hipertrofia dos vasos sanguíneos 
✓ hipertrofia das células mioepiteliais e tecido 
conjuntivo
✓ depósito de gordura
✓ retenção de água e eletrólitos
16
17/03/2022
ETAPAS DA PRODUÇÃO LÁCTEA
MAMOGÊNESE
É o crescimento e desenvolvimento mamário
Ocorre na gravidez
LACTOGÊNESE
❑ É o início da secreção láctea.
❑ Descolamento da placenta → ↓ produção hormonal 
materna de esteroides → reduz o bloqueio da glândula 
mamária ao estímulo da prolactina → APOJADURA
❑ Grande e súbita afluência de leite nas mamas.
17
LACTOPOESE OU GALACTOPOESE:
Consiste manter a lactação já iniciada
Hormônio mais importante: prolactina → estimulam 
os alvéolos a produção láctea.
Para manter a secreção láctea é fundamental a 
sucção correta e frequente do RN.
Ocitocina → contração das células mioepiteliais → 
Alvéolos → ejeção do leite pelos ductos lácteos 
18
19 20
17/03/2022
21 22
COLOSTRO
Presente no momento do parto e pode ser produzido 
durante a gestação.
É a primeira secreção mamária, composta por:
✓ Água, vitaminas lipossolúveis, proteínas, carboidratos
✓ Anticorpos maternos
❑ Fornece imunização passiva ao RN
Importante: se possível estimular amamentação desde 
a sala de parto: produção prolactina e ocitocina; 
colostro mais rico nas primeiras horas.
23
APOJADURA
Apojadura = descida do leite.
Ocorre 48 a 72h após o parto
Colostro é substituído pelo leite de transição.
Mulher pode apresentar: 
✓ ↑ temperatura corporal 
✓ Cefaleia 
✓ Aumento do volume das mamas (congestão 
vascular e glandular)
24
17/03/2022
LEITE DE TRANSIÇÃO
Produzido por 1 a 2 semanas
Aspecto aguado
Composição se modifica gradualmente de acordo 
com as necessidades nutricionais do RN
↓ teor de imunoglobulina e vitaminas lipossolúveis
↑teor vitaminas hidrossolúveis, lipídios e lactose
↑ aporte calórico
25
LEITE MADURO
Definitivo
Inicia aproximadamente 15 dias após o parto
Aspecto mais branco e consistente
↑ teor lipídico e de lactose
↑ minerais e vitaminas lipossolúveis
↓ teor de proteínas
26
27
ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS
DÉBITO CARDÍACO:
Puerpério imediato: ↑ DC devido saída da placenta 
(autotransfusão imediata de +- 300ml sg) + descompressão 
aortocava.
Retorna ao nível pré-gravídico em 2 semanas.
VOLUME PLASMÁTICO:
↑ 10% pós-parto imediato pela descompressão aortocava + 
redistribuição dos líquidos corporais (regressão do edema 
gravídico)
Retorna ao nível pré-gravídico em 2 semanas
28
17/03/2022
PRESSÃO VENOSA NOS MEMBROS INFERIORES:
Retorna ao normal após involução do útero 
(descompressão da veia cava inferior)
Varizes vulvares, MMII e hemorroida são 
amenizadas.
Edemas desaparecem
29
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS
SÉRIE VERMELHA:
Não há modificações importantes, só se houver perda 
sanguínea volumosa.
Concentração de Hb volta ao normal em 6 semanas.
SÉRIE BRANCA
Leucocitose durante o trabalho de parto que persiste ou 
aumenta na primeira semana do puerpério (até 25.000), a 
custa de granulócitos, sem desvio a esquerda.
Linfopenia relativa
30
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
31
DOR
Dor resulta das contrações uterinas vigorosas 
(contenção do sangramento).
Reflexo útero-mamário: liberação de ocitocina.
Duração média 1 semana (parto vaginal).
Outras causas: congestão de vasos pélvicos, lordose, 
varizes MMII.
32
17/03/2022
LÓQUIOS
São secreções eliminadas após o parto por via 
vaginal.
Microcopicamente: eritrócitos, células epiteliais, 
fragmentos de decídua e bactérias.
Volume dos lóquios é variável: 200 a 500ml
Duração: 24 a 36 dias, podendo ocorrer 
sangramentos por mais de 6 semanas.
33
Lóquios rubros: são avermelhados pois contem 
sangue, durando em média 4 a 5 dias.
Lóquios serosos: gradativamente, com a diminuição 
do sangue, os lóquios vão se tornando aquosos, 
coloração rosada ou serosanguinolenta, inicia-se na 
2ª semana
Lóquios alvos: progressivamente os lóquios tornam-
se esbranquiçado ou amarelo-claro, iniciando em 
torno do 10° dia
34
35
PERDA DE PESO
Pós-parto: perda de 5 a 6kg devido esvaziamento 
uterino (feto + placenta + LA) e perda de sangue 
no parto.
1 a 2kg adicionais devido a regressão do edema e 
poliúria pós-parto causado pela cessação do 
estímulo renina-angiotensina.
Peso pré-gestacional: variável, depende da 
paciente, em média 6 meses.
36
17/03/2022
ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
Pode ocorrer nos 3 primeiros dias.
Normalmente relacionado a apojadura.
Febre do leite: fisiológico quando durar menos de 
48h
37
DISTÚRBIO DO HUMOR
DISFORIA PÓS-PARTO / TRISTEZA PÓS-PARTO / BLUE 
PUERPERAL / BLUE SYNDROME
60% das puérperas.
Alteração transitória do humor com tristeza, choro fácil, 
porém a paciente mostra afeto ao RN e desejo de 
amamentar, sem rejeitar (≠ depressão pós-parto).
Benignoe autolimitado.
Inicia no 3° dia de pós-parto e desaparece 
espontaneamente 14° dia.
Ocorre por alterações hormonais + fatores psicossociais.
38
39 40
17/03/2022
ASSISTÊNCIA PÓS-NATAL
41
Avaliar sinais vitais
Avaliar sangramento vaginal e contração uterina
Estimular deambulação precoce (aumento de eventos 
tromboembólicos)
Orientar higiene da região perineal e da ferida operatória 
(quando houver) com água e sabão
Cuidados com as mamas: não há necessidade de higienização 
antes / depois das mamadas – retira a proteção natural
Imunoglobulina anti-D: 300mcg IM até 72h pós-parto (mãe Rh 
negativo / RN Rh positivo)
42
Anticoncepção: 30 a 40 dias pós-parto
Dieta: incentivar ingestão de líquidos, alimentos de fácil digestão, 
dieta hiperproteica, com bom teor calórico.
Atividade física: liberar 30 dias após o parto.
Atividade sexual: 30 a 40 dias após o parto.
Uso de medicamentos: consultar obstetra ou pediatra as que 
estiverem amamentando devido a passagem pelo leite materno.
43
PUERPÉRIO 
PATOLÓGICO
44
17/03/2022
São complicações que ocorrem após o 3° tempo do 
parto até 6 semanas pós-parto.
Mortalidade materna: 200.000 a 300.000 
mulheres/ano
Maioria das complicações ocorrem após alta hospitalar 
- importância do acompanhamento pós-parto.
50% das mortes maternas ocorrem durante o 
puerpério.
45
COMPLICAÇÕES
➢ HEMORRAGIA PÓS-PARTO (27% mortalidade materna)
➢ INFECÇÃO PUERPERAL (11% mortalidade materna)
➢ DOENÇAS TROMBOEMBÓLICAS (3% das mortalidades 
maternas)
➢ ALTERAÇÕES NAS MAMAS LACTANTES
➢ DEPRESSÃO PÓS PARTO
46
HEMORRAGIA PÓS-PARTO
47
DEFINIÇÃO
FIGO (Federação Internacional de GO)
Sangramento excessivo que: 
comprometa a estabilidade hemodinâmica com 
hipovolemia (hipotensão, taquicardia, oligúria) 
E / OU
cause sintomas (vertigem, síncope, turvação visual).
48
17/03/2022
CLASSIFICAÇÃO
PRIMÁRIA / PRECOCE / IMEDIATA: 
Nas primeiras 24h após o parto
SECUNDÁRIA OU TARDIA: 
Após 24h do parto até 6 – 12 semanas após o parto.
49
DIAGNÓSTICO
Clínico
A repercussão hemodinâmica reflete a gravidade da hemorragia.
ACOG 2017 - HEMORRAGIA PÓS-PARTO:
Perda sanguínea ≥ 1000ml nas primeiras 24h pós-parto 
(independente da via de parto )
➢ > 500ml no parto vaginal em 24h = atenção 
➢ Ou
➢ Sinais de hipovolemia associado a qualquer perda sanguínea.
50
COMPENSADO
LEVE
MODERADO
GRAVE
51
CAUSAS = 4T
Hipotonia / atonia uterina
Laceração de trajeto
Retenção placentária / restos placentários
Distúrbios da coagulação
Placentação anormal (acretismo placentário)
Rotura uterina
Inversão uterina
52
17/03/2022
53
FATORES DE RISCO
Multiparidade
Acretismo placentário
Trabalho de parto prolongado
Trabalho de parto taquitócico (rápido / média 4h)
Anestesia geral (relaxamento uterino)
Infiltração miometrial por sangue (útero de 
Couvelaire no DPP)
Hiperdistenção uterina: gemelares, polidramnia, 
macrossomia fetal
54
Cesárea prévia ou atual
Parto vaginal operatório: trauma no canal
Episiotomia
Dequitação placentária demorada
Uso de ocitocina no 1° período do parto
Atonia uterina prévia
Corioamnionite
Embolia amniótica
Hipertensão materna
55
PREVENÇÃO
OMS 
CONDUTA ATIVA NO MOMENTO DA 
DEQUITAÇÃO: 10UI OCITOCINA IM
56
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COMPLICAÇÕES DA HEMORRAGIA
Anemia
Fadiga crônica
Choque hipovolêmico
Insuficiência renal e hepática
CIVD – coagulação intravascular disseminada
Síndrome de Sheehan (hipopituitarismo)
57
SÍNDROME DE SHEEHAN: 
Necrose hipofisária causada por isquemia devido a 
hipovolemia.
Complicação tardia da hemorragia obstétrica / 
choque hipovolêmico.
Hemorragia → hipovolemia → espasmo das artérias 
pituitárias → hipóxia → necrose de hipófise → 
insuficiência hipofisária (vários graus)
Hipopituitarismo
Amenorréia, agalactia, atrofia genital, hipotireoidismo, 
insuficiência adrenal.
58
59
ATONIA / HIPOTONIA UTERINA
Se manifesta quando há ineficácia na manutenção 
da contração uterina.
É a principal causa de hemorragia e choque 
hipovolêmico após secundamento placentário.
Uma das principais causas de histerectomia 
puerperal.
DIAGNÓSTICO: sangramento vaginal aumentado + 
útero subinvoluído acima da cicatriz umbilical, 
amolecido
60
17/03/2022
Estimativa da perda sanguínea
Avaliar gravidade da perda volêmica 
61 62
CONDUTA NA ATONIA / HIPOTONIA UTERINA
MEDIDAS GERAIS
Solicitar ajuda / comunicação efetiva / equipe 
multidisciplinar / comunicar a paciente
❑ 2 acessos venosos calibrosos (16 ou 14) com infusão rápida 
de 2000 – 3000ml SF 0,9% ou soro ringer lactato (infusão 
racional de cristalóide aquecido)
❑ Monitorização contínua da paciente
❑ Oxigênio a 8 a 10l/min em máscara facial
❑ Elevar MMII (Trendelemburg)
❑ Solicitar exames: hemograma, coagulograma, fibrinogênio, 
teste de Wiener, casos graver: gasometria e lactato, 
❑ Previnir hipotermia 
63
❑ Solicitar reserva de sangue
❑ Sondagem vesical de demora para monitorizar 
diurese (ideal: 30-50ml/h)
❑ MANOBRA DE HAMILTON = massagem do fundo 
do útero com a mão esquerda e com a mão direita 
faz toque vaginal fazendo elevação e 
anteversoflexão.
64
17/03/2022
MANOBRA DE HAMILTON 
65
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO:
Medicamentos uterotônicos: causam contração uterina.
OCITOCINA: 
✓ Tratamento de 1ª linha
5UI (1 amp) IV lento em bolus 3min + 20UI (4 amp) no SF 
500ml - correr em 2h (250ml /h)
DERIVADOS DA ERGOTAMINA ( METHERGIN): 
✓ Tratamento de 2ª linha - usado quando a hemorragia é 
refratária a ocitocina. 
✓ Dose: 0,2mg IM (1 amp)
✓ Contra-indicação: hipertensão
66
MISOPROSTOL
✓ Dose: 800mcg (4 comp)- via retal
✓ Agente uterotônico prostaglandínico
✓ Efeitos colaterais: diarréia, febre, calafrio
67
ÁCIDO TRANEXÂMICO
1g (4 ampolas ) IV lento em 10min 
Tratamento adjuvante.
68
17/03/2022
TAMPONAMENTO UTERINO:
✓ Balões específicos (balão de Bakri) ou improvisado 
com sonda de Foley
✓ Insufla no interior da cavidade, promovendo 
hemostasia por compressão direta - 500ml SF
✓ Tamponamento por 24 a 36h
69
FLUXOGRAMA DO ATENDIMENTO HPP
• AJUDA
• COMUNICAÇÃO EFETIVA
• EQUIPE MULTIDISCIPLINAR 
GRAVIDADE DA PERDA VOLÊMICA
• ESTIMATIVA DA PERDA
• SINAIS VITAIS: PA, FC, CONCIÊNCIA, 
PERFUSÃO
• SINAIS DE CHOQUE
MEDIDAS DE SUPORTE
• 2 ACESSOS VENOSOS CALIBROSOS
• O2 EM MASCARA FACIAL
• MONITORIZAÇÃO CONTÍNUA
• PREVINIR HIPOTERMIA
• SONDAGEM VESICAL DE DEMORA
• INFUSÃO RACIONAL CRISTALÓIDE 
AQUECIDO
• ELEVAR MMII
COLETAR EXAMES
• HEMOGRAMA
• COAGULOGRAMA
• FIBRINOGÊNIO
• PROVA CRUZADA
• CASOS GRAVES: GASO / LACTATO
70
MASSAGEM UTERINA BIMANUAL
OCITOCINA
5UI IV LENTO (BOLUS 3 MIN)
+
20UI + 500ML SF 0,9% - 250ML/h (2h)
METHERGIN
1AMP (0,2mg) IM
REPETIR 1 AMP EM 20MIN SE NECESSÁRIO
MISOPROSTOL 800mcg - via retal
BALÃO TAMPONAMENTO INTRAUTERINO
LAPAROTOMIA
SUTURAS COMPRESSIVAS
LIGADURAS VASCULARES
HISTERECTOMIA 
ÁCIDO 
TRENEXÂMICO
4 AMP (1g) IV 
lento em 10 
min
Sem resposta
Sem resposta
Sem resposta
Sem resposta
Sem resposta
71
TRATAMENTO CIRÚRGICO
Indicado no caso de falha dos tratamentos anteriores.
Sempre afastar outras causas de sangramento: restos 
ovulares, lacerações de trajeto e coagulopatias.
SUTURA DE B-LYNCH: 
✓ Sutura uterina com fio absorvível, mantendo o útero 
contraído mecanicamente. 
✓ Usada nos casos de atonia refratária. 
✓ Evita a histerectomia, preservando a fertilidade.
72
17/03/2022
73
LIGADURA DAS ARTÉRIAS UTERINAS
LIGADURA DAS ARTÉRIAS HIPOGÁSTRICAS
✓ Cirurgião experiente, de preferência vascular
✓ 40% dos casos resolve a hemorragia
EMBOLIZAÇÃO DAS ARTÉRIAS UTERINAS
✓ Eficiente, porém requer de equipe especializada 
(hemodinâmica)
74
75
HISTERECTOMIA:
✓ Última opção
✓ Histerectomia subtotal 
(mais rápida, simples, 
mais segura e perde 
menos sangue)
76
17/03/2022
LACERAÇÕES DO TRAJETO
2ª maior causa de hemorragia puerperal precoce.
Desconfiar: sangramento persistente em paciente com útero contraído.
Fazer revisão sistemática do trajeto do parto.
Causa: episiotomia extensa, feto macrossômico, manobra de Kristeller 
inadequada, parto operatório.
Conduta: hemostasia imediata com suturadas lacerações.
Paciente com cesariana prévia: fazer exploração da cicatriz cirúrgica.
Medidas de suporte: acesso, reposição volêmica, SVD, uterotônicos.
77
RETENÇÃO PLACENTÁRIA OU RESTOS 
PLACENTÁRIOS
Causa hemorragia por dificuldade de contração uterina.
Clínica: hemorragia + útero aumentado de tamanho para 
época do puerpério + colo aberto.
Diagnóstico: confirmado pela US.
Prevenção: revisão da placenta após dequitação.
Tratamento: remoção da placenta ou restos por curagem 
(extração manual) ou curetagem.
78
79
HEMATOMAS
Perda de sangue ocorre para um tecido fechado, 
sem se exteriorizar.
Mais comuns: vulvoperineais, vaginais, pós-
episiotomias, subperitoneais.
Tumoração de crescimento rápido, não redutível, 
azulado ou violáceo e doloroso.
Hematomas genitais: podem se reabsorver, romper, 
encapsular ou infectar.
Hematomas intracavitários: choque hipovolêmico.
80
17/03/2022
Prognóstico e conduta 
depende do tamanho 
do hematoma.
Hematomas pouco 
volumosos: conduta 
expectante
Hematomas volumosos: 
tratamento cirúrgico.
81
INVERSÃO UTERINA
Ocorre em 1:6000 partos.
Choque hipovolêmico e neurogênico devido 
hemorragia aguda e dor intensa.
Principais causas: tração excessiva do cordão e 
pressão intensa no fundo do útero na hora da 
dequitação placentária.
Tratamento: sedação e reposicionamento uterino 
pela manobra de Taxe.
Falha: tratamento cirúrgico com reposicionamento do 
útero por tração (cirurgia de Huntington)
82
83
INFECÇÕES PUERPERAIS
84
17/03/2022
DEFINIÇÃO
Infecção puerperal: qualquer infecção bacteriana 
que acometa os órgãos genitais femininos após o 
parto.
Quadro febril (TAX ≥ 38°C)
Duração > 48h
Até 10 dias após o parto (excluindo as primeiras 
24h).
Contaminação da cavidade uterina por bactérias 
que ascendem do TGI e/ou pela pele (cesárea)
85
OBS: nas primeiras 24h pós-parto é normal elevação 
da TAX devido:
resposta endocrinometabólica ao estresse do parto 
apojadura
dura menos de 48h
86
FATORES DE RISCO
Principal fator de risco: cesariana
ANTEPARTO:
Baixo nível socioeconômico
Desnutrição
Anemia grave
Cerclagem
Obesidade
Diabetes mellitus
Infecção do TGI (principalmente vaginose bacteriana)
Ausência de pré-natal
Falta de higiene pessoal
Imunossupressão : HIV, anemia falciforme...
87
INTRAPARTO E PÓS-PARTO:
Cesariana (↑ 5 a 20x risco de infecção)
Ruptura das membranas ovulares (> 18h)
Corioamnionite
Toques vaginais excessivos
Trabalho de parto prolongado
Monitorização fetal interna
Hemorragia pós-parto
Restos placentários
Traumatismo de canal de parto
Parto vaginal operatório
Colonização do TGI por estreptococos do grupo A ou B
Extração manual da placenta 
88
17/03/2022
MICROBIOLOGIA
POLIMICROBIANA: aeróbios e anaeróbios do TGI
Streptococcus pyogenes (grupo A) - mais frequente 
E. coli
Staphylococcus aureus
Streptococcus pneumonie
Clostridium septicum
89
MICROBIOLOGIA
Maioria dos casos causados por bactérias 
provenientes da microbiota vaginal e/ou epiderme.
40% casos são causados por bactérias anaeróbias.
Infecções mais graves, surgimento precoce e rápida 
evolução para sepse: Streptococcus do grupo A 
(também Staphylococus e Clostridium).
Infecção tardia (após 7 dias): Chlamydia trachomatis
90
PROFILAXIA PARA INFECÇÃO PUERPERAL
Corrigir fatores predisponentes: anemias, desnutrição, 
obesidade, infecções genitais e urinárias
Manter membranas íntegras
Não exagerar nos toques vaginais
Assepsia e antissepsia adequadas na hora do parto, 
inclusive parto vaginal
Corrigir fatores que estejam causando TP prolongado
Suturar lacerações do trajeto
Uso de ATBC no perioperatório (cesariana).
91
ENDOMETRITE 
Infecção que acomete o endométrio
É o início de quase todos os casos de infecção puerperal, 
sendo a mais prevalente.
Contaminação inicia no leito placentário.
Inicio: 4 a 5 dias após o parto.
Polimicrobiana
↑ incidência devido ↑ das taxas de cesarianas
92
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Sintomas: (presença de dois ou mais sinais)
❑ Dor pélvica ou sensibilidade uterina 
❑ Útero subinvoluído, amolecido 
❑ Colo aberto
❑ Lóquios / secreção vaginal purulenta e fétida 
❑ Febre ≥ 38°C
❑ Comprometimento do estado geral.
❑ TRÍADE DE BUMM: útero doloroso + amolecido + 
subinvoluido = clássico na endometrite puerperal
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Complicações: (relacionado a extensão da infecção)
❑ Parametrite, salpingite, peritonite
❑ Abscesso pélvico
❑ Fascite necrotizante
❑ Choque séptico
❑ Tromboflebite pélvica
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TRATAMENTO:
internação
Iniciar antibioticoterapia venosa logo após 
diagnóstico
Manter antibiótico venoso por 24h a 48h após o 
último pico febril - alta domiciliar sem antibiótico.
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ESQUEMA TERAPÊUTICO:
Clindamicina ou Metronidazol + Aminoglicosídeo 
(Gentamicina ou amicacina) - resolve 90 a 97% 
casos
Ou
Ampicilina-sulbactram + aminoglicosídeo
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INFECÇÕES DA EPISIORRAFIA
Decorrente do traumatismo, hematoma infectado, 
deiscências, antissepsia inadequada.
São raras: < 1%
Geralmente ocorrem na primeira semana após o parto
Sintomas:
✓ Dor intensa perineal
✓ Hiperemia, calor, edema
✓ Secreção purulenta e abscesso em formação.
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TRATAMENTO
✓ Internação com antibiotico venoso se 
comprometimento sistêmico: gentamicina + 
clindamicina 
✓ Antissepsia adequada
✓ Abordagem da episiorrafia.
✓ Casos leves: tratamento domiciliar. ATBC: 
cefalosporina 1ª geração (cefalexina 7 dias VO) ou 
amoxacilina + clavulanate ou clindamicina
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INFECÇÃO DA FERIDA OPERATÓRIA
Se manifesta com 4 a 7 dias após a cesariana
Incidência 7%, reduzindo para 1% a 2% quando usa 
antibiótico profilático.
Principal agente: microbiota da pele = Staphylococcus
Ferida operatória com:
✓ Hiperemia, calor, dor
✓ Celulite, abscesso de parede
✓ Secreção purulenta
✓ Febre, mal estar
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Tratamento:
Comprometimento epiderme e derme / celulite sem 
comprometimento sistêmico: avaliar necessidade de 
exploração cirúrgica local + ATBC VO (cefalexina ou 
amoxacilina + clavulanato ou Bactrim - 7 a 10 dias)
Celulite ou abscesso com comprometimento sistêmico:
Internação e antibióticos sistêmico ( igual endometrite)
✓ Uso antibióticos 7 a 10 dias
✓ Avaliar abordagem cirúrgica
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COMPLICAÇÕES
PARAMETRITE:
Evolução da endometrite.
Toque vaginal muito doloroso + febre alta + espessamento 
dos paramétrios (unilateral)
Tratamento: clínico. ATBC = endometrite
SALPINGITE:
Evolução da endomiometrite.
Dor abdominal aguda em fossas ilíacas + febre alta + 
defesa abdominal discreta
Anexos extremamente dolorosos ao toque
tratamento da igual da endometrite
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ABSCESSO PÉLVICO:
Febre persistente em paciente que já está em uso 
de ATBC adequado.
Massa pélvica identificada na palpação ou US.
Tratamento: drenagem do abscesso + ATBC (mesmo 
endometrite) por 10 dias.
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PERITONITE:
Febre alta, palidez, pulso rápido
Dor pélvica intensa difusa com descompressão 
dolorosa (Blumberg +)
Distensão abdominal
Toque vaginal muito doloroso, as vezes há 
abaulamento no fundo-de-saco.
Bactéria mais comum: Streptococcus beta-hemolítico 
(extrema virulência)
Tratamento individualizado.
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TROMBOFLEBITE PÉLVICA SÉPTICA (RARO):
Ocorre quando a infecção uterina evoluiu com 
trombose das veias miometriais que se estendem para 
veias pélvicas e ovarianas.
Sítio mais comum: veia ovariana
Mais comum após cesarianas.
Diagnóstico de exclusão: paciente em uso de ATBC que 
possuem remissão parcial dos sintomas porém ainda 
mantém febre 48/72h após inicio ATBC.
Ou: febre de origem indeterminada nos primeiros 7 
dias pós-parto, com leucocitose e hemocultura 
negativo.
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US com doppler: (20%) ausência de fluxo na veia 
ovariana.
Tratamento:
Heparinização dose plena.
Antibióticos
Resposta clínica: 48 a 72h após inicio da heparina.
Manter heparina 7 a 10 dias.
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FASCEÍTE NECROTIZANTE:
É uma grave complicação das infecções de ferida 
operatória (abdominal ou perineal)
Alta mortalidade: até 50%
Necrose tecidual extensa que compromete tecido 
subcutâneo e fáscia.
Ocorre entre 3° e 5° dia pós-parto
Agente: Streptococcus beta-hemolítico do grupo A 
(Streptococcuspyogenes) e Staphylococcus aureus. 
Pode ser polimicrobiana
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Sintomas:
✓ Dor local intensa e inexplicado
✓ Rápida deteriorização do estado geral
✓ Ferida com graves lesões
❑ Tratamento:
✓ Desbridamento cirúrgico, fasciectomia
✓ ATBC venoso de amplo espectro
✓ Exames de imagem
✓ Suporte intensivo
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ALTERAÇÕES NAS MAMAS
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INGURGITAMENTO MAMÁRIO
Estase láctea repentina em puérperas com bom estado 
geral. Há estase vascular e linfática.
Desconforto local, hiperdistensão mamária e hipertermia 
(local e sistêmica),
Reflete a apojadura, ocorrendo 48 a 72h após o parto.
Causas:
✓ Pega incorreta, sucção ineficiente
✓ Dificuldade de ejeção láctea
✓ Produção excessiva de leite
✓ Obstrução do ducto mamário
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Tratamento:
✓ Manter amamentação sobre livre demanda.
✓ Usar sutiãs adequados para sustentação das 
mamas.
✓ Aumentar a frequência das mamadas.
✓ Ordenhar o excesso de leite após as mamadas.
✓ Compressas frias pra diminuir a dor e edema. 
(compressa quente aumenta o fluxo de leite)
✓ Pode usar analgésicos.
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FISSURAS MAMÁRIAS
Erosões nos mamilos
Causa principal: pega inadequada do RN 
Permite entrada de bactérias, predispondo a mastites.
Prevenção / tratamento:
✓ Exposição das mamas ao sol
✓ Lubrificar as mamas com o próprio leite antes e depois das 
mamadas
✓ Corrigir a pega do RN
✓ Evitar uso de pomadas e cremes nos mamilos.
✓ Não suspender a lactação.
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MASTITE PUERPERAL
Processo infeccioso que pode acometer todos os tecidos 
mamários (glandular / SC / pele).
Fissura costuma ser porta de entrada.
Principal agente: Staphylococcus aureus, epidermidis e 
Streptococcus do grupo B
Sinais e sintomas:
✓ Estase láctea, turgência mamária extensa
✓ Dor, calor, rubor
✓ Febre alta (39 °a 40°C)
✓ Calafrios
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Profilaxia: evitar ingurgitamento e fissura mamária.
Tratamento:
✓ Manter amamentação sobre livre demanda.
✓ Usar sutiãs adequados para sustentação das 
mamas.
✓ Ordenhar o excesso de leite após as mamadas.
✓ Uso de analgésicos.
✓ Antibióticos: cefalexina, ampicilina, 7 a 14 dias
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ABSCESSO MAMÁRIO
Coleção purulenta no parênquima mamário.
O abscesso deve ser drenado quando estiver 
flutuando; realizar incisão cirúrgica o mais longe 
possível da aréola para manter lactação e evitar 
seccionar ductos mamários.
Suspender amamentação somente se houver 
drenagem espontânea purulenta pela papila ou 
incisão cirúrgica próxima do mamilo.
Retornar a amamentação após resolução.
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