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Profa. Renata H. P. Pucci 1 Sem. 2022 Formação Pedagógica em Ciência Animal e Pastagens Apresentação É necessário compreender o ser humano integralmente, por meio da interface entre filogênese (a história de uma espécie animal), a ontogênese (desenvolvimento do indivíduo dentro da espécie), a sociogênese (a cultura de um grupo), tornando cada fenômeno do desenvolvimento singular (microgênese), ou seja, experiências únicas na experiência coletiva. Perspectiva Histórico-Cultural Docente e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Metodista de Piracicaba (PPGE/UNIMEP). Mestre e Doutora em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (PPGE/UNIMEP), com pós-doutorado em Educação na mesma Universidade. Graduada em Comunicação Social e em Letras Português/Inglês. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Formação de Professores – GEPEFOP (UNIFESP) e do Grupo de Pesquisa Histórias de Vida, Narrativas e Subjetividades - Hinas (PPGE/UNIMEP). Pesquisas na área da formação de professores. Experiência na área de Educação e Letras, principalmente nos seguintes temas: formação de professores, trabalho docente, políticas públicas educacionais, análise discursiva e práticas educativas. Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/4415867437970278 https://wwws.cnpq.br/cvlattesweb/PKG_MENU.menu?f_cod=497145C2FC17A33014A8FCD5440567CC Não posso dizer que sempre quis ser professora. A princípio, não queria... Ao encontrar-me professora, principiei uma busca infinda por um aprender a ensinar que, ainda em construção, tem se desenvolvido graças à aproximação com as alunas e mestras que passaram por mim ao longo de uma vida e me serviram de referências. Dessa maneira, iniciava, ali, um trabalho novo e exigente, o de planejar, construir, desconstruir e adaptar os planos de aula que recebia, sempre pensando nas alunas. Entretanto, naquele momento, ainda tateava na construção de minha autonomia docente, e minha prática er a fortemente amparada pelos materiais prontos. Esse início, no entanto, deu-se há 21 anos. O temporário foi se definindo como certo e as perguntas permanecem muitas. (Livro: Percurso do Escrever-se memoriais de formação na Pós-Graduação) Google Classrooom O papel sóciopolítico do ensino superior: docência, pesquisa e extensão Formação Pedagógica em Ciência Animal e Pastagens Profa. Renata Pucci LDB - A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) • LDB - define e regulariza a organização da educação brasileira com base nos princípios presentes na Constituição. ✓ LDB 1961 ✓ LDB 1971 ✓ LDB 1996: LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l 9394.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm TÍTULO V - Dos Níveis e das Modalidades de Educação e Ensino Capítulo IV - Da Educação Superior Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo; II - formar diplomados nas diferentes área s de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e col aborar na sua formação contínua; III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; IV - promover a divulgação de conhecim entos culturais, científicos e técnicos que co nstituem patrimônio da humanidade e com unicar o saber através do ensino, de publica ções ou de outras formas de comunicação; V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração; VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição. VIII - atuar em favor da universalização e do aprimoramento da educação básica, mediante a formação e a capacitação de profissionais, a realização de pesquisas pedagógicas e o desenvolvimento de atividades de extensão que aproximem os dois níveis escolares. o Programa Solo na Escola (PSNE) busca conscientizar estudantes quanto ao seu uso e preservação, por meio de demonstrações durante visitas a uma estação (Esalq). Instituições de Ensino Superior (IES) Brasileiras As Instituições de Ensino Superior (IES) brasileiras podem ser (http://www.dce.mre.gov.br/nomenclatura_cursos.html): São aquelas mantidas pelo Poder Público, na forma (1) Federal, (2) Estadual ou (3) Municipal. Essas instituições são financ iadas pelo Estado, e não cobram matrícula ou mensalidade. São administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, com ou sem finalidade de lucro. As instituições privadas sem finalidade de lucro são as: Comunitárias, que incluem em sua entidade mantenedora representantes da comunidade; Confessionais, que atendem a determinada orientação confessional e ideológica; e Filantrópicas, que prestam serviços à população, em caráter complementar às atividades do Estado. IES - classificação acadêmico-administrativa Universidade: Trata-se de instituição acadêmica pluridisciplinar que conta com produção intelectual institucionalizada, além de apresentar requisitos mínimos de titulação acadêmica (um terço de mestres e doutores) e carga de trabalho do corpo docente (um terço em regime integral). É autônoma para criar cursos e sedes acadêmicas e administrativas, expedir diplomas, fixar currículos e número de vagas, firmar contratos, acordos e convênios, entre outras ações, respeitadas as legislações vigentes e a norma constitucional. Centro Universitário: é instituição pluricurricular, que abrange uma ou mais áreas do conhecimento. É semelhante à Universidade em termos de estrutura, mas não está definido na Lei de Diretrizes e Bases e não apresenta o requisito da pesquisa institucionalizada. IES - classificação acadêmico-administrativa A Faculdade tem duas conotações. A primeira é a de uma Instituição de Ensino Superior que não apresenta autonomia para conferir títulos e diplomas, os quais devem ser registrados por uma Universidade. Além disso, não tem a função de promover a pós-graduação. O segundo sentido é aplicado para se referir a unidades orgânicas de uma Universidade. Ex.: Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco. Os Institutos Federais são unidades voltadas à formação técnica, com capacitação profissional em áreas diversas. Oferecem ensino médio integrado ao ensino técnico, cursos técnicos, cursos superiores de tecnologia, licenciaturas e pós-graduação. A denominação remonta à Lei 11.892/08, que renomeou os Centros Federais de Educação Profissional e Tecnológica (Cefets) e as Escolas Técnicas. Censo da Educação Superior de 2020 TRIPÉ: ensino, pesquisa e extensão “ [...] conforme o tipo de instituição de ensino superior em que o professor atua, sua docência sofrerá diferentes pressões. Se ele atua num grupo de pesquisa em uma universidade, provavelmente sua visão de docência terá um forte condicionante de investigação. Já se ele atua numa instituição isolada, num centro universitário, ou mesmo numa federação, sua visão de docência terá um forte condicionante de ensino sem pesquisa, ou, quando muito, do ensino com a pesquisa. A cultura da instituição e daí decorrente a política que ela desenvolve terão seus reflexos na docência universitária. Entretanto, é importante ressaltar que, mesmo nas instituições universitárias,a afirmação de que todos os docentes tenham a sua atividade relacionada à pesquisa não é verdadeira. As instituições têm diferentes graus de desenvolvimento de pesquisa em seu interior e mesmo entre as instituições.” (Morosini, 2000, p. 14) Ensino: Postura investigativa “Na universidade, a indissociabilidade ensino, pesquisa e extensão têm como referência a pesquisa; aprende-se e ensina-se pesquisando; presta-se serviços à comunidade, quando tais serviços nascem e se nutrem da pesquisa.” (Severino, 2008, p. 13) “Na Universidade, a aprendizagem, a docência, a ensinagem, só serão significativas se forem sustentadas por uma permanente atividade de construção do conhecimento. Tanto quanto o aluno, o professor precisa da pesquisa para bem conduzir um ensino eficaz” (Severino, 2008, p. 12) Ensino: Postura investigativa “Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade” (FREIRE, 1996, p. 32) Ensino: Postura investigativa Tudo aquilo de que o professor vai se utilizar para a condução do processo pedagógico deve derivar de uma contínua atividade de busca. E por que? - Quem lida com processos e produtos do conhecimento precisa ficar em permanente situação de estudo pois o conhecimento é uma atividade histórica, que se encontra em contínuo devir, e o mínimo que se exige de um professor é que ele acompanhe o desenvolvimento do saber de sua área; - O conhecimento é um processo de construção dos objetos, ou seja, todos os produtos do conhecimento são consequências dos processos de produção dos mesmos, processo que precisa ser refeito, sem o que não ocorre apropriação, o que se reforça pelas exigências da situação pedagógica de aprendizagem Pesquisa “Na universidade, a pesquisa acaba assumindo uma tríplice dimensão. De um lado, tem uma dimensão epistemológica: a perspectiva do conhecimento. Conhece-se construindo o saber, praticando a significação dos objetos. De outro lado, assume uma dimensão pedagógica: a perspectiva decorrente de sua relação com a aprendizagem. Tem ainda uma dimensão social: a perspectiva da extensão. O conhecimento se legitima pela mediação da intencionalidade da existência histórico-social dos homens. É a única ferramenta de que o homem dispõe para melhorar sua existência.” (SEVERINO, 2002, p. 122) Extensão A extensão se torna uma atividade, uma função equiparada ao ensino e à extensão na medida em que ela se articula com as demais e na medida em que o próprio ensino seja visto, também, como prestação de serviços à sociedade em seu conjunto, na medida em que a própria pesquisa seja vista como uma prestação de serviços à própria sociedade. Então, que pesquisas a universidade vai desen volver? Ela vai desenvolver exatamente aquelas pesquisas que a sociedade está requerendo, vai se preocupar em explorar aqueles problemas que são candentes à sociedade em que ela está inserida. “[...] no caso da universidade há um certo subentendido que perpassa o discurso da e sobre a universidade segundo o qual as tarefas da universidade podem ser agregadas em três grandes áreas que são a pesquisa, o ensino e a extensão. A pesquisa busca elaborar o conhecimento novo enquanto o ensino transmite os conhecimentos estabelecidos e introduz os alunos à prática da pesquisa. São atividades tidas como de caráter interno cuja dinâmica obedece a critérios estabelecidos no âmbito da autonomia da universidade. Hoje, os rumos e procedimentos destes campos de atividades obedecem prioritariamente à lógica da razão instrumental do útil, do aplicável e do rentável.” (Goergen, 2002, p. 24) “ [...] a universidade não pode esquecer-se de sua responsabilidade formadora das gerações de acadêmicos [...] entendendo formação em seu sentido mais amplo e profundo de conscientização e familiarização com os grandes problemas que envolve m e preocupam o ser humano na atualidade [...]” “Formação nesse contexto representa algo que vai além da mera aquisição de conhecimentos e habilidades que preparam para o exercício de algum a profissão. [...] Trata-se de familiarizar os estudantes com os mais importantes temas de nossa época que afetam a comunidade nacional e internacional e que interferem no decurso de nossa história cujo caminho se cobre de tragédias e que hoje chegam ao limite do irreversível.” (Goergen, 2002, p. 11) A formação tem que ser ética, cultural, estética e cidadã. Referências FERREIRA, L. H.; SANTANA, C. S.; PUCCI , R. H. P.; AGUIAR, T. B. (orgs.) Percursos do escrever-se: memoriais de formação na Pós-Graduação. Piracicaba: Editora Unimep, 2022. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. São Paulo, Paz e Terra, 1996. GOERGEN, P. A instituição universidade e sua responsabilidade social: anotações críticas. Quaestio, Revista de estudos da educação. Sorocaba, vol. 4, nº. 1, pp. 9-25, maio de 2002. Disponível em http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/quaestio/article/view/1393/1376 MOROSINI M. C. Professor do ensino superior: identidade, docência e formação (Org.). Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 2000. Disponível em: https://sites.unipampa.edu.b r/formacao/files/2010/10/professor-do-ensino-superior.pdf SEVERINO, Antonio Joaquim. Ensino e pesquisa na docência universitária: caminhos para a integração. São Paulo: USP, 2008. Disponível em: http://flacso.redelivre.org.br/files/2012/07/233.pdf SEVERINO, Antonio Joaquim. Educação e universidade: conhecimento e construção da cidadania. Botucatu: Revista Interface, fev. 2002. Disponível em: www.scielo.br/pdf/icse/v6n10/15.pdf http://periodicos.uniso.br/ojs/index.php/quaestio/article/view/1393/1376 https://sites.unipampa.edu.br/formacao/files/2010/10/professor-do-ensino-superior.pdf http://flacso.redelivre.org.br/files/2012/07/233.pdf http://www.scielo.br/pdf/icse/v6n10/15.pdf
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