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Principais Paradigmas Antropológicos

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1 
Principais paradigmas e escolas de pensamento antropológico 
 
(Material didático elaborado por Vagner Gonçalves da Silva; disponível em 
http://www.fflch.usp.br/da/vagner/antropo.html) 
 
 Formação de uma literatura “etnográfica” sobre a diversidade 
cultural 
Período Séculos XVI-XIX 
 
Características 
Relatos de viagens (Cartas, Diários, Relatórios etc.) feitos por 
missionários, viajantes, comerciantes, exploradores, militares, 
administradores coloniais etc. 
 
Temas e Conceitos 
Descrições das terras (Fauna, Flora, Topografia) e dos povos 
“descobertos” (Hábitos e Crenças). 
Primeiros relatos sobre a Alteridade 
 
Alguns 
Representantes e 
obras de 
referência 
Pero Vaz Caminha (“Carta do Descobrimento do Brasil” - séc. XVI) 
Hans Staden (“Duas Viagens ao Brasil” - séc. XVI) 
Jean de Léry (“Viagem a Terra do Brasil” - séc. XVI) 
Jean Baptiste Debret (“Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil” - 
séc. XIX) 
 
Escola/Paradigma Evolucionismo Social 
Período Século XIX 
 
Características 
Sistematização do conhecimento acumulado sobre os “povos 
primitivos”. 
Predomínio do trabalho de gabinete 
 
 
Temas e Conceitos 
Unidade psíquica do homem. 
Evolução das sociedades das mais “primitivas” para as mais 
“civilizadas”. 
Busca das origens (Perspectiva diacrônica) 
Estudos de Parentesco /Religião /Organização Social. 
Substituição conceito de raça pelo de cultura 
 
Alguns 
Representantes e 
obras de 
referência 
Maine (“Ancient Law” - 1861) 
Herbert Spencer (“Princípios de Biologia” - 1864) 
E. Tylor (“A Cultura Primitiva” - 1871) 
L. Morgan (“A Sociedade Antiga” - 1877) 
James Frazer (“O Ramo de Ouro” - 1890) 
 
Escola/Paradigma Escola Sociológica Francesa 
Período Século XIX 
 
Características 
 
Definição dos fenômenos sociais como objetos de investigação 
socio-antropológica 
Definição das regras do método sociológico 
 
 
Temas e Conceitos 
Representações coletivas 
Solidariedade orgânica e mecânica 
Formas primitivas de classificação (totemismo) e teoria do 
conhecimento 
Busca pelo Fato Social Total (biológico + psicológico + 
sociológico) 
A troca e a reciprocidade como fundamento da vida social (dar, 
receber, retribuir) 
http://www.fflch.usp.br/da/vagner/antropo.html
 2 
 
 
 
Alguns 
Representantes e 
obras de 
referência 
Émile Durkheim: 
“Regras do método sociológico”- 1895; 
“Algumas formas primitivas de classificação” - c/ Marcel Mauss 
- 1901; 
“As formas elementares da vida religiosa” - 1912 
Marcel Mauss: 
“Esboço de uma teoria geral da magia” - c/ Henri Hubert - 1902-
1903; “Ensaio sobre a dádiva” - 1923-1924; 
“Uma categoria do espírito humano: a noção de pessoa, a noção 
de eu”- 1938) 
 
Escola/Paradigma Funcionalismo 
Período Século XX - anos 20 
 
Características 
 
Modelo de etnografia clássica (Monografia). 
Ênfase no trabalho de campo (Observação participante). 
Sistematização do conhecimento acumulado sobre uma cultura 
 
Temas e Conceitos 
Cultura como totalidade. 
Interesse pelas Instituições e suas Funções para a manutenção da 
totalidade cultural. 
Ênfase na Sincronia x Diacronia 
 
 
Representantes e 
obras de 
referência 
Bronislaw Malinowski (“Argonautas do Pacífico Ocidental” -
1922) 
Radcliffe Brown (“Estrutura e função na sociedade primitiva” - 
1952-; e “Sistemas Políticos Africanos de Parentesco e 
Casamento”, org. c/ Daryll Forde - 1950) 
Evans-Pritchard (“Bruxaria, oráculos e magia entre os Azande” - 
1937; “Os Nuer” - 1940) 
Raymond Firth (“Nós, os Tikopia” - 1936; “Elementos de 
organização social - 1951) 
Max Glukman (“Ordem e rebelião na África tribal”- 1963) 
Victor Turner (“Ruptura e continuidade em uma sociedade 
africana”-1957; “O processo ritual”- 1969) 
Edmund Leach - (“Sistemas políticos da Alta Birmânia” - 1954) 
Mary Douglas (“Pureza e perigo” - 1966) 
 
Escola/Paradigma Culturalismo Norte-Americano 
Período Séc. XX - anos 30 
 
Características 
 
Método comparativo 
Busca de leis no desenvolvimento das culturas 
Relação entre cultura e personalidade 
Temas e Conceitos Ênfase na construção e identificação de padrões culturais 
(“patterns of culture”) ou estilos de cultura (“ethos”) 
 
 
Representantes e 
obras de 
referência 
Franz Boas (“Os objetivos da etnologia” - 1888; “Raça, Língua e 
Culture” - 1940) 
Margaret Mead (“Sexo e temperamento em três sociedades 
primitivas” - 1935) 
Ruth Benedict (“Padrões de cultura” - 1934; “O Crisântemo e a 
espada” - 1946) 
 
 
 3 
Escola/Paradigma Estruturalismo 
Período Século XX - anos 40 
 
Características 
Busca das regras estruturantes das culturas presentes na mente 
humana. 
Teoria do parentesco/Lógica do mito/Classificação primitiva 
 
Temas e Conceitos 
Distinção Natureza x Cultura. 
Princípios de organização da mente humana: pares de oposição e 
códigos binários. 
Reciprocidade 
 
 
 
Representantes e 
obras de 
referência 
Claude Lévi-Strauss: 
“As estruturas elementares do parentesco” - 1949 
“Tristes Trópicos”- 1955 
“Pensamento selvagem” - 1962 
“Antropologia estrutural” - 1958 
“Antropologia estrutural dois” - 1973 
“O cru e o cozido” - 1964 
“O homem nu” - 1971 
 
Escola/Paradigma Antropologia Interpretativa 
Período Século XX - anos 60 
 
Características 
Cultura como hierarquia de significados. 
Busca da “descrição densa”. 
Interpretação x Leis. Hermenêutica 
Temas e Conceitos Interpretação antropológica: Leitura da leitura que os “nativos” 
fazem de sua própria cultura 
Representantes e 
obras de 
referência 
Clifford Geertz: 
“A interpretação das culturas” - 1973 
“Saber local” - 1983 
 
Escola/Paradigma Antropologia Pós-Moderna ou Crítica 
Período e obra Século XX - anos 80 
 
Características 
 
Preocupação com os recursos retóricos presentes no modelo 
textual das etnografias clássicas e contemporâneas 
Politização da relação sujeiro-objeto na pesquisa antropológica. 
Critica da “autoridade etnográfica” do antropólogo e dos 
paradigmas teóricos. 
 
Temas e Conceitos 
Cultura como processo polissêmico. 
Etnografia como representação polifônica da polissemia cultural. 
Antropologia como experimentação/arte da crítica cultural 
 
 
Representantes e 
obras de 
referência 
James Clifford e Georges Marcus (“Writing culture - The poetics 
and politics of ethnography” - 1986) 
George Marcus e Michel Fischer (“Anthropoly as cultural critique” 
- 1986). 
Richard Price (“First time” - 1983) 
Michel Taussig (“Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem”- 
1987) 
James Clifford (“The predicament of culture” - 1988) 
 
 
 4 
Os livros indicados abaixo podem ser úteis para a formação de uma 
bibliografia básica e introdutória sobre a antropologia: 
 
 
 
CARDOSO, Ruth - A aventura antropológica. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1986. 
COLE, Johnnetta B. (org.) - Anthropology for the Eighties. New York, The Free 
Press,1982. 
COPANS, Jeans - Críticas e políticas da antropologia. Lisboa, Edições 70, 1981. 
CORRÊA, Mariza - “A antropologia no Brasil (1960-1980)”. In: MICELI, Sérgio (org.) - 
História das ciências sociais no Brasil, v.2, São Paulo, Sumaré, FAPESP, 1995. 
CORRÊA, Mariza - Antropólogas e Antropologia. Belo Horizonte, Ed. da UFMG. 2003 
CUNHA, Manuela Carneiro da - Antropologia do Brasil, São Paulo, Brasiliense/ 
EDUSP, 1986 
DAMATTA, Roberto – Relativizando - Uma introdução à antropologia social. Rio de 
Janeiro, Rocco, 1991. 
GROSSI, Miriam & TASSINARI, Antonella & RIAL, Carmen – Ensino da Antropologia 
no Brasil. Florianópolis, Nova Letra, 2006 
HARRIS, Marvin - El desarrollo de la teoria antropológica, Madri, Siglo Veintiuno 
Editores, 1979. 
KUPER, Adam - Antropólogos e antropologia. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1978 
LABURTHE-TOLRA, Philippe & WARNIER, Jean-Pierre - Etnologia - Antropologia. 
Petrópolis, Vozes, 1997. 
LAPLANTINE, François - Aprender Antropologia. São Paulo, Brasiliense, 1988 
LÉVI-STRAUSS, Claude - Antropologia estrutural. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 
1970. 
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de - O trabalho do antropólogo. São Paulo, Unesp, 
Brasília, Paralelo 15, 2000. 
OLIVEIRA,Roberto Cardoso de - Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro, 
Tempo Brasileiro, 1988. 
OLIVEIRA, Roberto Cardoso de & OLIVEN, Ruben (orgs.) – Estilos de antropologia. 
Campinas, Editora da Unicamp. 1995 
ROMNEY, A. Kimball & DeVORE, Paul (orgs.) - You and Others. Cambridge, Winthrop 
Publishers, 1973 
SILVA, Vagner Gonçalves da – O antropólogo e sua magia, São Paulo, Edusp, 2000 
SOARES, Luiz Eduardo – O rigor da indisciplina. Rio de Janeiro, Relume Dumará, 
1994. 
SPERBER, Dan - O saber dos antropólogos. Lisboa, Edições 70, 1992. 
STOCKING Jr, George (ed.) - Observers observed. Essays on ethnographic fieldwork. 
Madison, University of Wisconsin Press, 1983. 
STOCKING Jr, George (ed.) - Race, culture and evolution. New York, The Free Press, 
1968. 
STOCKING Jr, George (ed.) - The ethnographer’s magic. Madison, The University of 
Wisconsin Press,1992. 
TRAJANO FILHO, Wilson & RIBEIRO, Gustavo Lins (orgs.) – O campo da Antropologia 
no Brasil. Rio de Janeiro, Contra-Capa Livraria/ABA, 2004. 
VICTORIA, Ceres & Oliven, Ruben & Oro, Ari P. – Antropologia e ética – O Debate 
atual no Brasil. Niterói, EDUFF, 2004.

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