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Poder e Sociabilidade Humana

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Poder, ação e contexto
Filosofia e Sociedade moderna
1o bimestre – Aula 1
Ensino Médio
2024_EM_B1_V1
A noção do poder em múltiplas escalas e contextos.
Levantar hipóteses sobre as orientações do poder;
Contextualizar o poder a partir da condição social da humanidade.
Conteúdo
Objetivos
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(EMIFCHS02) Levantar e testar hipóteses sobre temas e processos de natureza histórica, social, econômica, filosófica, política e/ou cultural, em âmbito local, regional, nacional e/ou global, contextualizando os conhecimentos em sua realidade local, e utilizando procedimentos e linguagens adequados à investigação científica.
Podemos afirmar que o homem é um ser social? 
Crie uma legenda para cada imagem, indicando algum aspecto da sociabilidade humana.
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Para começar
“[...] o homem é por natureza , um ser vivo político” (ARISTÓTELES. Política, 1998, p. 53)
XXV. - "É pois, - começou o Africano, - a República coisa do povo, considerando tal, não todos os homens de qualquer modo congregados, mas a reunião que tem seu fundamento no consentimento jurídico e na utilidade comum. Pois bem: a primeira causa dessa agregação de uns homens a outros é [...] um certo instinto de sociabilidade em todos inato; a espécie humana não nasceu para o isolamento e para a vida errante, mas com uma disposição que, mesmo na abundância de todos os bens, a leva a procurar o apoio comum”.
(CÍCERO. Da República, 2001, p. 14)
Homem: um ser social
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Foco no conteúdo
Dalmo de Abreu Dallari, na obra Elementos de Teoria Geral do Estado, traz o posicionamento do jurista Italiano Oreste Ranelletti sobre a condição do homem como um ser social e político: “Diz ele que, onde quer que se observe o homem, seja qual for a época, mesmo nas mais remotas a que se possa volver, o homem sempre é encontrado em estado de convivência e combinação com os outros, [...] somente na convivência e com a cooperação dos semelhantes o homem pode beneficiar-se das energias, dos conhecimentos, da produção e da experiência dos outros, acumuladas através de gerações, obtendo assim os meios necessários para que possa atingir os fins de sua existência[...], no campo intelectual, moral ou técnico.
(DALLARI, D. A. Elementos de teoria geral do Estado, 2011, p. 15).
Homem: um ser social
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Foco no conteúdo
O ser humano como ser político procura viver de forma organizada e reconhece nessa organização conveniências e vantagens; 
No âmbito da ordem social e jurídica, os homens vivem juntos, interagindo e aprendendo uns com os outros. Essa interação comum é mediada pela moral e pelas leis da organização política;
No contexto social, diante da diversidade humana de ideias, de interesses e de vontades, ocorrem disputas, e algumas delas acabam predominando, ainda que temporariamente, sobre as outras. Essa condição se relaciona com o fenômeno do poder. 
Elementos típicos da sociedade e o fenômeno do poder
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Foco no conteúdo
O exercício do poder e a compreensão que permite entender o poder legítimo, capaz de viabilizar a ordem social e a liberdade de cada um, foi tema de teses e de debates filosóficos. Como justificar o uso de meios coercitivos para limitar as vontades dos cidadãos, e quais mecanismos o poder usa para orientar e incentivar certos comportamentos?
No pensamento contemporâneo, destaca-se a noção de que o poder não está apenas em um homem ou em um grupo. Trata-se de um fenômeno que acontece em relação. Relações de poder são diversas e existem em todas as sociedades. 
Poder, o que é, e para que serve?
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Foco no conteúdo
“É preciso examinar com mais cuidado a questão do poder. Uma coisa é o poder do Estado em sua forma repressiva; outra coisa são as diversas relações de poder que existem em diversas instâncias da sociedade, e mesmo as relações cotidianas que os indivíduos mantêm entre si. Mas mesmo o poder do Estado não é somente repressivo. Ele tem uma face diretiva. Ele proíbe que se faça algo, mas, também, orienta, incentiva e até premia determinados comportamentos [...] O Estado, nesse sentido, propõe que se faça algo, em certas situações, ao passo que em outras, proíbe que se faça algo”. 
(CUNHA, J. A. Filosofia: iniciação à investigação filosófica, 1992, p. 138)
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Foco no conteúdo
Segundo o filósofo Michel Foucault (1926-1984), o poder não está em um lugar único, mas é descentralizado, e não se apresenta apenas em situação de repressão ou na relação de mando-obediência: “Se o poder fosse somente repressivo, se não fizesse outra coisa a não ser dizer não, você acredita que seria obedecido? O que faz com que o poder se mantenha e que seja aceito é simplesmente que ele não pesa somente como uma força que diz não, mas que, de fato, ele permeia, produz coisas, induz ao prazer, forma saber, produz discurso. Deve−se considerá−lo como uma rede produtiva que atravessa todo o corpo social, muito mais do que uma instância negativa que tem por função reprimir.”
(FOUCAULT, M. Microfísica do poder, 1979, p. 08) 
Poder, o que é, e para que serve?
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Foco no conteúdo
Com o seu colega, crie uma lista de três situações em que o poder do Estado se apresenta como coercitivo e de três situações em que o poder apresenta a sua face diretiva. 
Virem-se e trabalhem
5 MINUTOS
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Na prática
A resposta depende do que os estudantes compreenderam da aula e de como eles relacionam o conteúdo apresentado às suas experiências. Dessa forma, a lista pode apresentar diferentes situações para os lados coercitivo e diretivo do poder. Dentre essas possibilidades, citamos como exemplo para coercitivo: situações de proibição por meio da lei, que uma vez descumpridas podem gerar punições como imposição de restrições, multas e prisões. O exercício do poder de forma diretiva pode ser observado, também, por meio de leis que orientam para a educação, a saúde, a cultura, entre outros direitos. Nesse contexto, destacam-se a organização burocrática, a atuação de órgãos de promoção e de proteção e as campanhas. 
Correção 
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Na prática
Campanha “Descobre tua cor!”
“O Alto Comissariado para as Migrações (ACM), através da CICDR (Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial), promove, amanhã, “Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial”, a campanha “Descobre a tua cor!”.
[...] Com este desafio, pretende-se sensibilizar a opinião pública para a temática da discriminação racial e, ao mesmo tempo, dar a conhecer a CICDR, órgão especializado para receber as queixas motivadas por práticas discriminatórias em Portugal.
Arremate
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Aplicando
Refira-se que a CICDR (Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial), criada pela Lei no 134/99, de 28 de agosto, é o órgão, em Portugal, dotado de competência para acompanhar a aplicação da legislação de combate ao racismo e à discriminação com base na cor da pele, na etnia ou na nacionalidade, nomeadamente a Lei no 18/2004, de 11 de maio, que transpôs para o ordenamento jurídico nacional a Diretiva no 2000/43/CE, do Conselho, de 29 de junho, conhecida como “Diretiva Raça”, sendo presidida pelo Alto-Comissário para as Migrações”.
(Boletim de notícias - Alto Comissariado para as Migrações (ACM) Disponível em: https://www.acm.gov.pt/-/campanha-descobre-a-tua-cor- Acesso em 21 nov. 2023. )
Arremate
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Aplicando
O texto se refere a uma campanha do governo de Portugal para combater a discriminação racial. Em relação ao poder, essa ação tem caráter coercitivo, diretivo ou ambos? Explique, utilizando as aprendizagens dessa aula. 
15 MINUTOS
Arremate
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Aplicando
Contextualizamos, a partir das contribuições da história da Filosofia, o humano e a sua orientação para viver em sociedade;
A partir de uma experiência portuguesa, tecemos hipóteses sobre as diferentes faces do poder. 
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O que aprendemos hoje?
Slides 3, 9 e 11 - LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck. Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann, 2011.
Slide 4 - ARISTÓTELES. Política. Tradução Antônio Capelo Amaral e Carlos Gomes. Lisboa PT: Ed. Vega, 1998. 
Slide 4 - CÍCERO, Marco Túlio. Da República. Disponível em: https://www.portalabel.org.br/images/pdfs/da-republica-marco-tulio-cicero.pdf. 
Slide 5 - DALLARI, D. A. Elementos de teoria geral do Estado, Editora Saraiva, 2011.
Slide 8 - CUNHA, J. A. Filosofia: iniciação à investigação filosófica. São Paulo: Atual, 1992.
Slide 9 - FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
Slides 12 e 13 - Alto Comissariado para as Migrações (ACM). Boletim de notícias - Disponível em: https://www.acm.gov.pt/-/campanha-descobre-a-tua-cor-. Acesso em: 21 nov. 2023.
SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa Ensino Médio. Organização: Secretaria da Educação. Coordenadoria Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC, 2020.
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Referências
Imagens e vídeos
Slide  3 -  Pixabay. Bandeiras e silhuetas. Disponível em: https://pixabay.com/pt/illustrations/continentes-bandeiras-silhuetas-975936/. Data de acesso: 21 nov. 2023.
Slide 3 - Pixabay. Jogos e equipes. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/futebol-f%C3%A3s-esporte-jogos-equipe-1900331/. Data de acesso: 21 nov. 2023.
Slide 3 - Pixabay. Casal. Disponível em: https://pixabay.com/pt/photos/africano-feliz-casal-sorridente-1129024/. Data de acesso: 21 nov. 2023.
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Referências
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