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Filosofia dos Pré-Socráticos

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2- 
Heráclito e Parmênides notaram essa diferença e acreditavam que a percepção nada mais é que pura ilusão. Mas a concordância desses dois filósofos parava por aí. Para Heráclito, a percepção dos nossos recursos sensoriais nos dá a ilusão de que as coisas não mudam, quando, na verdade, elas estão em constante transformação. Já Parmênides pensava de modo contrário: as coisas não mudam, mas a percepção nos dá a ilusão de que elas estão se modificando sem parar.
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3- Segundo Demócrito, no início haviam apenas átomos movendo-se em todas as direções, sem nenhuma ordem ou objetivo aparente. Esse movimento provocou colisões entre os átomos, que por sua vez geraram grandes vórtices, ou redemoinhos, formados basicamente de átomos de natureza semelhante. Aparentemente, essa seleção de átomos se deu através do movimento circular dos vórtices, que funcionava como uma espécie de filtro. À medida que mais e mais átomos se aglomeravam nos vórtices, novos mundos eram criados. Como existem infinitos átomos, e o Vazio por definição também era infinito, um número infinito de mundos é constantemente criado e destruído por todo o Universo, o nosso sendo apenas um deles, sem nenhuma importância maior.
 O padre, engenheiro civil e cosmólogo belga Georges-Henri Lemaître foi, muito provavelmente, o primeiro a propor um modelo para o Big Bang, em 1927. Ele imaginou que toda a matéria estivesse concentrada em um ponto, que ele chamou de átomo primordial, e que este átomo havia se partido em muitos pedaços, os quais iam se fragmentando mais e mais, até chegarem aos átomos que conhecemos hoje. A hipótese levantada por Lemaître é a primeira ideia de que teria ocorrido uma fissão nuclear (processo no qual um átomo pesado se fragmenta em núcleos mais leves e estáveis).
4- Os pitagóricos não investigam de que são formadas as coisas, mas sim o que são as coisas, e sua resposta é que as coisas são números. Aristóteles nos dá a razão dessa estranha afirmação: “Os chamados pitagóricos se dedicaram às matemáticas e fizeram progressos nesta ciência, mas embebidos em seu estudo, acreditaram que os elementos das matemáticas (os números) eram também os princípios de todos os seres”.
Apoiados em seu princípio os pitagóricos desenvolvem uma espécie de análise do número, cujos resultados aplicam na realidade. Os elementos do número são o par e o ímpar. O número par, como divisível mais e mais, representa o infinito. O ímpar, por não ser divisível, representa o finito. A unidade participa de ambos os elementos por ser, a sua vez, par e impar.
Estes princípios do número adquiridos racionalmente são também os princípios do ser. As coisas se compõem de finito e infinito, o que é o mesmo, de um elemento limitado e outro ilimitado que são reduzidos à unidade pela harmonia. Tudo é, portanto, harmonia de ilimitação e limite. E a totalidade dos seres, o Universo, é também harmonia. A filosofia pitagórica culmina em um misticismo matemático-religioso, síntese das influências órfica (1) e científica que incluía a escola. O universo se concebe como um fogo central, o Uno, entorno do qual giram os astros divinos, entre eles a Lua e a Terra, e de sua ordenada evolução se origina a música harmoniosa das esferas (2). Os astros são dez por respeito ao sagrado número 10, que, por ser a soma dos quatro primeiros (1+2+3+4=10) era considerado como o mais perfeito. A alma se concebe como a harmonia do corpo e, em conseqüência, parece que deveria parecer com ele. Sem dúvida é tida por imortal e divina e unida ao corpo por causa de uma certa culpa primitiva (3). Para purgar este pecado o homem deve praticar a virtude, que é também pensada em função da harmonia e número. O destino final do homem se condiciona ao feito de haver alcançado a interna harmonia entre os sentidos e a razão. Só as almas harmônicas podem alcançar a boa ventura. As restantes se vêem sujeitas à metempsicose (4) até que a harmonia de sua vida imite um modo de viver divino.
5- Tales, disse que o a-peiron (ilimitado) era o princípio e o elemento das coisas existentes. Foi o primeiro a introduzir o termo princípio. Diz que este não é a água nem algum dos chamados elementos, mas alguma natureza diferente, ilimitada, e dela nascem os céus e os mundos neles contidos (…)Para Anaximandro, o Universo era eterno e infinito. Um número infinito de mundos existiram antes do nosso. Após sua existência, eles se dissolveram na matéria primordial (o a-peiron) e posteriormente outros mundos tornaram a nascer. Anaximandro, contudo, não acreditava em nenhum deus, para ele todos os ciclos de criação, evolução e destruição eram fenômenos naturais, que ocorriam a partir do ponto em que a matéria abandonava e se separava do a-peiron. O a-peiron era a realidade primordial e final de todas as coisas e, consequentemente, continha toda a natureza do divino em si próprio.

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