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Etica ProfissionalA (1)

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Índice 
Introdução ........................................................................................................................................1 
Objectivo Geral: ...............................................................................................................................1 
Objectivos Específicos: ....................................................................................................................1 
Metodologia .....................................................................................................................................1 
1. ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO ..............................................................................2 
1.1 Direitos e Deveres Dos Trabalhadores ......................................................................................2 
1.2 Deveres Das Empresas ...............................................................................................................3 
2. Impacto do Estudo do Comportamento Humano nas Organizações ...........................................4 
3. Importância De Orientação Profissional Nas Empresas ..............................................................5 
1.4 Relação Entre Virtudes Profissionais e Sucesso das Empresas .................................................7 
Conclusão .......................................................................................................................................11 
Referências bibliográficas ..............................................................................................................12 
 
 
1 
 
Introdução 
Entende se de ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que deverão ser 
postas em prática no exercício de qualquer profissão, isto é, a acção reguladora da ética agindo 
no desempenho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu semelhante a quando 
no exercício da sua profissão. 
É nessa ordem de ideia, que desenvolveu se o presente trabalho com o tema, relações pessoais no 
âmbito o trabalho, fazendo abordagem os direitos e deveres os trabalhadores e da empresa, 
relação entre as profissões, ética e moral, analise critica da realidade actual sobre a ética 
profissional e a responsabilidade social. 
Objectivo Geral: 
➢ Compreender as relações pessoais no âmbito o trabalho; 
Objectivos Específicos: 
➢ Mencionar os direitos e deveres os trabalhadores e da empresa; 
➢ Indicar impacto do estudo do comportamento humano nas organizações; 
➢ Explicar a importância da orientação profissional nas organizações; 
Metodologia 
O conjunto de procedimentos e técnicas de que se usam para atingir determinados fins quando se 
executa quaisquer trabalhos, particularmente, os de natureza científica chamamos de 
metodologia. Portanto, no âmbito da realização deste presente trabalho recorreu-se ao uso do 
método bibliográfico que consiste na consulta de informação, já tornada publica em relação ao 
tema em estudo, a partir de livros, boletins, jornais, e diversas pesquisas. 
Este trabalho, obedece a seguinte estrutura: Introdução, objectivos, metodologia, análise e 
discussão dos dados, conclusão e Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
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1. ÉTICA NAS RELAÇÕES DE TRABALHO 
1.1 Direitos e Deveres Dos Trabalhadores 
De acordo com Reis (2022), as entidades empregadoras têm alguns deveres para com os seus 
trabalhadores e usufruem, da mesma forma, de alguns direitos a partir do momento em que o 
contrato de trabalho entra em vigor e até ao seu termo (p. 2). 
A Constituição da República, no seu artigo 59º salvaguarda um conjunto de direitos do 
trabalhador, sem distinção de idade, sexo, raça, cidadania, território de origem, religião, 
convicções políticas ou ideológicas (Reis, 2022, p. 2), a saber: 
✓ Salário e segurança no trabalho; 
✓ Todos os trabalhadores tem direito à retribuição pelo seu trabalho e devem também trabalhar 
em condições de higiene, segurança e saúde e socialmente dignificantes, permitindo a sua 
realização pessoal e conciliação da atividade profissional com a vida familiar; 
✓ Férias, descanso semanal e jornada de 8 horas; 
✓ O descanso também está previsto na legislação com um limite diário de trabalho que 
atualmente é de oito horas. Têm também direito ao descanso semanal e a férias periódicas 
pagas; 
✓ Subsídios e indemnizações; 
✓ A Constituição também determina o direito a “assistência material”, sempre que os cidadãos 
se encontrem involuntariamente em situação de desemprego. E prevê ainda a “assistência e 
justa reparação”, quando sejam vítimas de acidentes de trabalho ou doença profissional. 
Afirma Reis (2022) que, no artigo 126º do código do trabalho estão consagrados os deveres 
imputados ao trabalhador: 
❖ Apresentar-se no local de trabalho com assiduidade e pontualidade; 
❖ Trabalhar com zelo e diligência; 
❖ Pespeitar e tratar com gentileza e retidão o empregador, os superiores hierárquicos e os 
colegas, entre outros; 
❖ Cumprir ordens e instruções do empregador e superior hierárquico, relativas à execução e 
disciplina do trabalho e segurança e saúde no trabalho; 
❖ Ser leal com o empregador, nomeadamente não negociando por conta própria ou alheia em 
concorrência com ele. O sigilo em relação aos métodos de trabalho ou negócio é outro ponto 
a cumprir; 
❖ Zelar pela conservação e boa utilização de bens relacionados com o trabalho; 
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❖ Contribuir para o aumento da produtividade da empresa; 
❖ No caso de incumprimento dos deveres do trabalhador, o empregador pode exercer sobre si o 
seu poder disciplinar, aplicando diferentes tipos de sanções, de acordo com a gravidade da 
sua infração (Reis, 2022, p. 5). 
1.2 Deveres Das Empresas 
De acordo com a Lei nº 23/2007 De 01 de Agosto, o empregador tem, em especial, os seguintes 
deveres: 
➢ Respeitar os direitos e garantias do trabalhador cumprindo, integralmente, todas as 
obrigações decorrentes do contrato de trabalho e das normas que o regem; 
➢ Garantir a observância das normas de higiene e segurança no trabalho, bem como investigar 
as causas dos acidentes de trabalho e doenças profissionais, adoptando medidas adequadas à 
sua prevenção; 
➢ Respeitar e tratar com correcção e urbanidade o trabalhador; 
➢ Proporcionar ao trabalhador boas condições físicas e morais no local de trabalho; 
➢ Pagar ao trabalhador uma remuneração justa em função da quantidade e qualidade do 
trabalho prestado; 
➢ Atribuir ao trabalhador uma categoria profissional correspondente às funções ou actividades 
que desempenha; 
➢ Manter a categoria profissional atribuída ao trabalhador não a baixando, excepto nos casos 
expressamente previstos na lei ou nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho; 
➢ Manter inalterado o local e o horário de trabalho do trabalhador, salvo nos casos previstos na 
lei, no contrato individual de trabalho ou nos instrumentos de regulamentação colectiva de 
trabalho; 
➢ Permitir ao trabalhador o exercício de actividade sindical não o prejudicando pelo exercício 
de cargos sindicais; 
➢ Não obrigar o trabalhador a adquirir bens ou a utilizar serviços fornecidos pelo empregador 
ou por pessoa por ele indicada; 
➢ Não explorar, com fins lucrativos, refeitórios, cantinas, creches ou quaisquer outros 
estabelecimentos relacionados com o trabalho, fornecimento de bens ou prestação de 
serviços aos trabalhadores. 
 
 
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2. Impacto do Estudo do Comportamento Humano nas Organizações 
Relação entre ética, a moral, a deontologia profissional e o direito para Dórey (1996), ética pode 
definir-se como articulação racional do bem, estando sempre relacionada com uma determinada 
cultura, ou seja, é a ciência que estuda os juízos morais referentes à conduta humana (p. 67). 
Para Baptista (2011),moral é um conjunto de regras, valores e proibições vindos do 
exterior ao homem, ou seja, impostos pela política, a religião, a filosofia, a ideologia, os 
costumes sociais, que impõem ao homem que faça o bem, o justo nas suas esferas de actividade 
(p. 37). 
Segundo Ruggiero (1955) 
o direito é a norma das acções humanas na vida social, estabelecida por uma 
organização soberana e imposta coactivamente a observância de todos. A Relação entre 
ética e moral se da como uma ideia de complemento sendo que ambas são distintas. 
Na ética tem se a reflexão dos princípios morais, enquanto na moral tem se a aplicação de regras 
de condutas que são aplicadas à determinado grupo. Relação entre ética e deontologia (p. 98). 
Os conceitos de ética profissional e deontologia são muitas vezes utilizados 
indiferentemente quando se reporta à teoria dos deveres profissionais. Apresenta-se 
uma distinção para as duas expressões, dizendo que a deontologia se pode considerar 
como uma ética aplicada às situações profissionais, enquanto a ética tem um 
carácter mais geral, distinguindo-se pela “anterioridade lógica assim como pela 
extensão desta em relação à deontologia, visto que está presente nos mínimos 
aspectos do acto educativo (Ruggiero, 1955, p. 99). 
Quando a moral não consegue alcançar o equilíbrio social, o direito tenta solucionar 
esse problema podendo inclusive ocorrer o inverso, isto é, quando o direito não for apto a 
resolver o problema e este poderá ser solucionada pela moral (Dórey, 1996, p. 68). 
A ética, a moral, a deontologia profissional e o direito estão interligados. A ética 
consiste num conjunto de princípios morais, a moral consiste em conjunto de regras, 
só que a moral atua de uma forma interna, ou seja, só tem um alto valor dentro das pessoas, ela 
se diferencia de uma pessoa para outra e o direito tem vários s ignificados, ele 
pode ser aquilo que é justo perante a lei e a justiça, aquilo que você pode reclamar que é seu 
(Baptista, 2011, p. 38). 
Importa sublinhar porem que, a ética e a moral se articulam com a deontologia, que 
contém todas as obrigações e deveres que devem ser compridos pelas pessoas, a 
fim de proporcionar o bem-estar geral, gerando o equilíbrio e harmonia das relações 
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sociais, respeitando as diferenças. Tanto a moral como o direito baseiam- se em regras 
que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as acções humanas. Relação entre ética, a 
moral, a deontologia profissional e o direito. 
3. Importância De Orientação Profissional Nas Empresas 
De acordo com Dórey (1996) Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objecto 
de referências de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, 
quando esses interesses são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas (p. 
68). 
Dórey (1996) o valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da 
comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. 
Por outro lado, nos serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de 
vasto raio de acção, com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do 
mesmo. 
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo. 
Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade 
e muito menos com a sociedade (Dórey, 1996, p. 69). 
Dizem que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, 
então, em uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este 
respondeu que procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta 
de que ele preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe 
disse: Estou construindo uma catedral para a minha cidade. A este último, o sábio teria atribuído 
a qualidade de ser integral em face do trabalho, como instrumento do bem comum (Dórey, 1996, 
p. 69). 
Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande, 
as classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e 
zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam 
vulneráveis ao individualismo. A consciência de grupo tem surgido, então, quase sempre, mais 
por interesse de defesa do que por altruísmo. Isto porque, garantida a liberdade de trabalho, se 
não se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos profissionais em 
reciprocidade de agressão (Ruggiero, 1955, p. 102). 
Tal luta quase sempre se processa através de aviltamento de preços, propaganda enganosa, 
calúnias, difamações, tramas, tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair clientela e 
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oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros, pode estar 
o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis (Ruggiero, 1955, p. 102). 
Conforme Ruggiero (1955), em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, 
ameaças de revelação de segredos dos negócios, simulação de pagamentos de impostos não 
recolhidos, etc. Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas contra 
instituições de classe, com denúncias falsas pela imprensa para ganhar eleições, ataque a nomes 
de líderes impolutos para ganhar prestígio, etc. (p. 99). 
Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente livres, podem cometer muitos 
desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros. A tutela 
do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através dos 
conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com as 
diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim (Dórey, 1996, p. 
71). 
Afirma Dórey (1996) que dentro de uma mesma classe, os indivíduos podem exercer suas 
atividades como empresários, autônomos e associados. Podem também dedicar-se a partes 
menos ou mais refinadas do conhecimento. A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se 
agressiva e inconveniente e esta é uma das fortes razões pelas quais os códigos de ética quase 
sempre buscam maior abrangência. 
Tão poderosos podem ser os escritórios, hospitais, firmas de engenharia, etc, que a ganância dos 
mesmos pode chegar ao domínio das entidades de classe e até ao Congresso e ao Executivo das 
nações. A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder através de agentes 
intermediários, de corrupção, de artimanhas políticas, pode assumir proporções asfixiantes para 
os profissionais menores, que são a maioria. Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser 
profissionais, pois, nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão como 
conluios com outras poderosas organizações empresariais (Dórey, 1996, p. 71). 
Portanto, conclui se que, quando nos referimos à classe, ao social, não nos reportamos apenas a 
situações isoladas, a modelos particulares, mas a situações gerais. O egoísmo desenfreado de 
poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até, através delas, influenciar o destino 
de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias poderosas, preocupadas apenas 
com seus lucros. 
Portanto, convém apontar que, a conduta do ser humano pode tender ao egoísmo, mas, para os 
interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que se acomode às normas, porque 
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estas devem estar apoiadas em princípiosde virtude. Como as atitudes virtuosas podem garantir 
o bem comum, a Ética tem sido o caminho justo, adequado, para o benefício geral. 
1.4 Relação Entre Virtudes Profissionais e Sucesso das Empresas 
Segundo Sá (1998) a ética aparece quando a relação com o outro existe, desde quando o homem 
passou a viver em comunidade. Neste contexto de comunidade surge a necessidade de 
administrar a relação entre os homens devido à vontade e desejo inerentes ao próprio ser 
humano. A ação que busca a satisfação do desejo deverá ser uma ação que cuide e preserve a 
relação entre os seres humanos (p. 137). 
Não obstante, toda ação é comandada pela mente, havendo uma contínua tensão entre o que 
Aristóteles chama de parte privada da razão (manutenção e preservação) e a parte racional 
(pensamento). Nossas ações recebem interferência de nossa necessidade de manutenção e de 
nosso desejo de preservar a própria existência (residentes na parte privada de razão), além de 
receber influência também do pensamento (Sá, 1998, p. 137). 
A solução desta tensão está em fazer com que a parte racional se sobreponha à parte privada de 
razão, buscando o justo meio entre o excesso e a falta quando da escolha da conduta para 
satisfação do desejo. Na medida em que minha conduta é orientada pelas virtudes éticas, ajo com 
excelência. Excelência e virtude são sinônimas para Aristóteles (Sá, 1998, p. 137). 
Se, para Aristóteles, bem é toda atividade realizada com excelência, então, quando um pedagogo 
organizacional exerce sua função envidando todos os esforços para desenvolver um processo de 
aprendizagem continuada e treinamento de uma equipe, ele (pedagogo) somente agirá 
eticamente se sua conduta for excelente, ou segundo a linguagem aristotélica, virtuosa (Sá, 1998, 
p. 137). 
Para Sá (1998), o próprio momento de escolha ou eleição do trabalho a ser executado demonstra 
ato consciente do profissional, ou seja, trata-se de tarefa que considera ser “realmente, a 
desejável, a condizente com o que nos apraz, e se possuímos pendor para realizá-la” (p. 137). 
Toda atividade profissional implica em se ter conhecimento sobre o fazer da profissão, estudo e 
dedicação são pré-requisitos da ação profissional. A eleição da tarefa deve ser natural, 
espontânea, em conformidade com o conjunto de aptidões inatas ou aperfeiçoadas, observando o 
crescimento do profissional teórica e empiricamente. Deve saber fazer, e fazer com excelência. 
Não basta então ser pedagogo, especialista legalmente habilitado. Não basta conhecer apenas o 
que está diretamente ligado à sua tarefa, mas requer-se que o profissional tenha pleno domínio 
sobre tudo o que é abrangido pela tarefa que se encontra sob a responsabilidade direta (Sá, 1998, 
p. 140). 
8 
 
Entretanto, importa salientar que há um grave problema quando a pessoa não tem conhecimento 
para fazer determinada tarefa mais insiste em fazê-la. A relação entre teoria e prática não é uma 
relação de causa e efeito, e precisa ser continuamente explorada para alcançar a eficácia e a 
satisfação daquele que solicitou o serviço ou que espera que você realize determinada tarefa. 
Mas o que fazer quando o ambiente, organização ou sistema hierárquico pretenda interferir na 
possibilidade de escolha do profissional no que tange às suas práticas? Ao nosso ver, o autor 
resolve a indagação baseando-se em caso citado por Cícero: “o dever muda de acordo com a 
circunstância, mas não deixou de atribuir ao caso o caráter de excepcionalidade. Ele resumia as 
virtudes nos sentimentos de: 1) busca de verdade; 2) preservação da sociedade ou coletivo; 3) 
moderação; e 4) temperança” (Sá, 1998, p.144). 
Esses sentimentos corroboram para aproximação da ideia de que o exercício profissional deva 
considerar a relação social, ou seja, trabalho para servir outro. Como decorrência, obtemos o 
suprimento de nossas necessidades. Desta forma, segundo Sá, o trabalho é um dever social e 
renuncia o forte egoísmo, buscando uma felicidade global. Há concretização de uma consciência 
holística: “se cada um fizer sua parte, para melhoria da consciência coletiva de sua categoria e da 
nação, estará fazendo tudo para que se alcancem dias melhores” (Sá, 1998, p. 145). 
Em cada instância de trabalho, ou ambiência, serão requeridas condutas condizentes a este 
estado de consciência que prefere o bem, a excelência. Há uma denúncia acerca do problema que 
ocorre entre as diferentes instâncias de relações, que podemos sintetizar em: empregado, 
autônomo e sócio. 
O empregado está comprometido hierarquicamente, enquanto o autônomo exerce sua liberdade 
de escolha, pois responde por seus compromissos assumidos. Com relação ao sócio passa a ter 
sua vontade associada às decisões de uma coletividade. Quanto maior a empresa profissional, 
tanto menos o sócio tende a exercer, genuinamente, sua vontade (Sá, 1998, p. 148). 
A tendência é que quanto mais impessoal tornar-se o processo da decisão e tanto menos ética é 
possível que venha a ser a conduta, se um sistema rígido de normas não obrigar à prática da 
virtude. Independentemente da situação em que se encontre o profissional, não há conduta que 
não seja praticada por homem. Logo, quem age, age sob sua própria escolha, segundo suas 
virtudes pessoais. Aquele que é íntegro, segundo sua integridade. O ambiente de trabalho pode, 
pois, modificar e influir sobre a atuação do ser humano, seja qual for a função que exerça, mas a 
conduta só terá teor ético se for virtuosa em si (Sá, 1998, p.150). 
9 
 
Neste talante, destacam – se as virtudes básicas relacionadas aos profissionais, geralmente 
aplicáveis e requeridas em quase todas as profissões. São elas: 
✓ Zelo – está relacionado com o cuidado, com a responsabilidade individual entre sujeito e 
objeto de trabalho. Está presente na opção que o profissional tem de aceitar ou não a tarefa, 
no caso expresso dos autônomos. O profissional que age zelosamente terá o cuidado para 
agir com excelência, não se justificando o descaso, o desinteresse, a procrastinação (que são 
ausências de zelo), porque o cliente é pequeno ou porque não tem condições de remunerar 
melhor o profissional (Sá, 1998, p. 165). 
✓ 2) Honestidade – a honestidade toca a responsabilidade perante o bem e a felicidade de 
terceiros. Quando se utiliza o status ou posição profissional para se auferir vantagem sobre o 
outro, através de suborno, corrupção, e outros desvios de caráter, expõem-se o bem e o outro 
à insegurança, difundindo a quebra da probidade. Honestidade repercute em mim, mas 
também repercute no outro. Cobrar adequadamente pelo serviço é ser honesto. Saber fazer a 
tarefa que se propõe é sinal de honestidade (Sá, 1998, p. 165). 
✓ Sigilo – está relacionado com respeito e confiança. Muitas atividades dependem que seu 
modus operandi seja reservado à empresa ou instituição. Por isso, age virtuosamente quem 
guarda a informação para si quando lhe é solicitado, sob pena de ser considerada traidora 
assumindo sobre si as consequências administrativas e penais. Aquele que tem acesso a 
informações bancárias não pode revelar senão expressamente constrangido por determinação 
legal. Da mesma forma o profissional de criação de marketing e propaganda será 
severamente sancionado ao divulgar lançamento de determinada campanha publicitária (Sá, 
1998, p. 165); e 
✓ Competência – espera-se que o profissional possua o conhecimento acumulado e as 
habilidades para o desempenho da tarefa. É a concretização da teoria que se cristaliza na 
experiência prática. Essa experiência reduz e/ou elimina a imperícia do profissional (Sá, 
1998, p. 165). 
Importa sublinhar que, espera-se que o profissional seja orientado pelo aprendizado contínuo 
para colocar à disposição daquele que lhe solicitou os serviços o que há de mais atual em termos 
de recursos e teorias pertinentes à tarefa. O conhecimento deve ser utilizado sempre para 
consecução do bem e nunca para ludibriar o utente ou para favorecero mau uso da competência. 
A incompetência é lesiva à ética. 
Por todo o exposto, Sá (1998) afirma que: 
o profissional além de conhecer e executar bem sua tarefa deve zelar por virtudes de honestidade, 
transparência, verdade, lealdade. As virtudes éticas inspiram comportamentos, porém, não os 
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determina, ficando sob o livre arbítrio do profissional a escolha da conduta. Percebe-se que cada 
profissão, tem sua especificidade, independente se o profissional gosta ou não do que faz, ser um 
profissional ético é realizar seu trabalho sem prejudicar seus pares. Sendo assim, a profissão não 
deve ser um meio, apenas, de ganhar pela vida, mas de ganhar pela vida que ela proporciona, 
representando um propósito de fé. A Ética se coloca como um questionamento sobre o agir, uma 
reflexão sobre o que é preciso fazer, uma procura pelo que é bom ou justo. O zelo, a 
competência, a honestidade e o sigilo são elementos imprescindíveis para um profissional ético, 
que busca cooperar para uma relação profissional melhor e, consequentemente, um mundo 
melhor. Este é um bem que todos devem almejar (p. 165). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Conclusão 
Conclui se com a realização deste trabalho que, toda atividade profissional implica em se ter 
conhecimento sobre o fazer da profissão, estudo e dedicação são pré-requisitos da ação 
profissional. A eleição da tarefa deve ser natural, espontânea, em conformidade com o conjunto 
de aptidões inatas ou aperfeiçoadas, observando o crescimento do profissional teórica e 
empiricamente. Deve saber fazer, e fazer com excelência. 
Não basta então ser pedagogo, especialista legalmente habilitado. Não basta conhecer apenas o 
que está diretamente ligado à sua tarefa, mas requer-se que o profissional tenha pleno domínio 
sobre tudo o que é abrangido pela tarefa que se encontra sob a responsabilidade direta 
Não basta conhecer apenas o que está diretamente ligado à sua tarefa, mas requer-se que o 
profissional tenha pleno domínio sobre tudo o que é abrangido pela tarefa que se encontra sob a 
responsabilidade direta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Referências bibliográficas 
Baptista, I. (2012). Ética, Deontologia e Avaliação do Desempenho Docente. Colecção 
 Cadernos do CCAP (3ª ed). Lisboa: Ministério da Educação. 
D′orey. P. (1996). Ética e Educação. Lisboa: Universidade Católica Portuguesa. 
Lei nº 23/2007 De 01 de Agosto. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE 
Reis, P. (2022). Direitos e deveres dos trabalhadores. Disponível em: Error! Hyperlink reference 
not valid. aos, 07 de Julho de 2022. 
Ruggiero. (1955). Instituto de direito privado. (8ª ed). Milão: São Paulo. 
SÁ, A. L. (1998). Ética Profissional. (2ª Ed). São Paulo: Atlas.

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