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Confiança e Temor em Deus



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deve muito confiar para que Ele o liberte de qualquer angústia. Lê-se:
"Esta (isto é, a sabedoria) não abandonou o justo que foi vencido (...) desceu
com ele na fossa, e na prisão o não abandonou" (Sb 10, 13-14). Como Deus
auxilia aos seus servos de um modo todo especial, aquele que O serve deve
estar sempre muito seguro. Lê-se: "O que teme ao Senhor por nada trepidará
e nada temerá por que Ele é a sua esperança" (Ecl 39, 16).
2. — Segundo, devemos despertar em nós o temor, e de nós afastar a
presunção. Pois, apesar de Cristo ter suportado a paixão pelos pecadores, e
ter descido aos infernos, não libertou a todos, mas somente àqueles que
estavam sem pecado mortal, como acima foi dito. Aqueles que morreram em
pecado mortal, deixou-os abandonados. Por isso, ninguém que desça de lá
com pecado mortal espere perdão. Mas ficarão no inferno o tempo em que
os Santos Patriarcas estiverem no Paraíso, isto é, para toda a eternidade. Lê-
se em São Mateus: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém,
para o Paraíso" (Mt 25, 46).
 
3. — Terceiro, devemos viver atentos, porque se Cristo desceu aos infernos
para a nossa salvação, também nós devemos com solicitude lá descer em
espírito, meditando sobre às penas nele existentes, imitando o Santo
Ezequias, que dizia: "Irão os malditos para o suplício eterno, os justos, porém,
para o Paraíso" (Is 38, 10).
 
Desse modo, aquele que em vida vai lá pela meditação, não descerá
facilmente para o inferno na morte, porque essa meditação afasta do pecado.
 
Aos vermos como os homens deste mundo evitam as más ações por temor
das penas temporais, como não deveriam eles muito mais se resguardarem
do pecado por causa das penas do inferno, que são muito mais longas, mais
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