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Cosmetologia Unidade 2 - Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à Cosmetologia e à Permeação Cutânea

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Cosmetologia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Grazielle Prado Alexandre
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
• Princípios da Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à Cosmetologia;
• Estrutura Química – Funções Inorgânicas;
• Elementos Anátomofisiológicos da Pele e Anexos Cutâneos
e sua Correlação com a Permeação Cutânea;
• Tecnologia Cosmética: Lipossomas, Nanosferas, Nanocápsulas Etc.
 · Conhecimentos correlacionados à química e à Cosmetologia dos 
Produtos Cosméticos e como esses fatores interferem na perme-
ação cutânea.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas 
à Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Princípios da Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à Cosmetologia;
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você 
também encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Princípios da Química Inorgânica e 
Orgânica Aplicadas à Cosmetologia 
Para entendermos melhor a Cosmetologia, precisamos conhecer alguns concei-
tos relacionados à Química Inorgânica e Orgânica (REBELLO, 2016).
Átomos
É a menor parte da matéria, sendo assim caracterizado como elemento químico.
O átomo é composto de elétrons (giram ao redor do núcleo), prótons e nêutrons 
(localizados no núcleo) (COSTA, 2012; REBELLO, 2016).
Figura 1 – Estrutura do átomo
Fonte: iStock/Getty Images
Exemplo: Íon sódio (Na+): composto de 11 prótons e 10 elétrons.
Quando o átomo está ionizado, forma o que denominamos íon (REBELLO, 2016).
Elemento Químico
É formado por átomos que apresentam o mesmo número atômico, as mes-
mas propriedades, como valência, afinidade química e potencial de ionização (RE-
BELLO, 201; NUÑEZ et al., 2003).
Na Tabela Periódica (Figura 2), temos disponíveis informações sobre o elemento 
químico, a substância simples no estado mais estável e seu estado físico na natureza 
(NUÑEZ et al., 2003). 
8
9
Figura 2 – Tabela Periódica
Fonte: iStock/Getty Images
Número Atômico
É o número de prótons existentes no núcleo do átomo (REBELLO, 2016).
O número atômico de cada elemento representa a identidade química do ele-
mento químico.
A Tabela Periódica (Figura 3) traz o número atômico de cada elemento químico. 
Nessa Tabela, os elementos estão organizados em ordem crescente de números 
atômicos, organizados por colunas, denominadas grupos, e linhas horizontais, de-
nominadas períodos. Os grupos correspondem a conjuntos de elementos cujos 
átomos formam substâncias com propriedades físicas e/ou químicas semelhantes 
(COSTA, 2012).
Figura 3 – Localização na Tabela Periódica do número atômico
Fonte: iStock/Getty Images
9
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Camada de Valência
As camadas eletrônicas de um elemento químico são denominadas K, L, M e N, 
e seus subníveis s, p, d, f (FERREIRA; MATSUBARA, 1997). 
A camada de valência é a camada eletrônica mais externa da eletrosfera e que, 
efetivamente, participa das reações químicas, sendo essa camada importante quan-
do nos lembramos da ação dos radicais livres (REBELLO, 2016).
Definimos o termo Radical Livre (Figura 4) como átomo ou molécula altamente 
reativa, que contém número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica 
(FERREIRA; MATSUBARA, 1997).
A perda da estabilidade depende de diversos fatores externos (exógenos), como 
radiação ultravioleta e fumo, e de fatores internos (endógenos) como falha imuno-
lógica (Quadro 1). 
Nos Sistemas Biológicos, em condições fisiológicas do metabolismo celular ae-
róbio, o O2 sofre redução formando radical livre. A molécula pode sofrer homólise, 
ou seja, a molécula sofre uma quebra na ligação (REBELLO, 2016; FERREIRA; 
MATSUBARA, 1997).
Quadro 1
Endógenas Exógenas
Respiração acróbica Ozônio
Inflamações Radiações gama e ultravioleta
Peroxissomos Medicamentos
Enzimas do citocromo P450 Dieta
Cigarro
Fonte: Bianch e Antunes, 1999
Pode-se dizer que esta reação denominada homólise é o ponto de partida para 
o aparecimento de radicais livres, sendo um elétron não emparelhado conferindo 
uma alta reatividade (REBELLO, 2016; FERREIRA; MATSUBARA, 1997).
Figura 4 – Representação de radical livre
Fonte: iStock/Getty Images
10
11
Importante!
A natureza demonstra que os átomos fi cam mais estáveis quando a sua última camada 
eletrônica está completa. Esse fato acontece, na maioria das vezes, quando a última 
camada contêm oito elétrons. É a famosa “Regra do octeto” (REY).
Importante!
Como observado na Figura 5, percebe-se que o radical livre apresenta elétrons 
desemparelhados, isto é, instáveis, e para estabilizar, precisam de uma ligação quí-
mica. Os radicais livres podem se ligar à célula, no citoplasma, na mitocôndria ou 
na membrana, causar danos e causar doenças ao ser humano. 
Assim, entram em ação os antioxidades, que combatem a ação danosa dos radicais 
livres. O radical livre se liga ao antioxidante, preservando a célula (BIANCH; ANTU-
NES, 1999).
Figura 5 – Desenho representativo da ligação do radical livre e do antioxidante
Fonte: iStock/Getty Images
Podemos utilizar compostos antioxidantes (Quadro 2) encontrados na dieta ou 
mesmo sintéticos como um dos mecanismos de defesa contra os radicais livres, 
sendo que o desequilíbrio entre radicais livres e antioxidantes, em que há excesso 
de radicais livres, resulta na indução de danos celulares, que denominamos estresse 
oxidativo (BIANCH; ANTUNES, 1999; FERREIRA; MATSUBARA, 1997).
Quadro 2
Não-enzimático L-cisteína
α− tocoferol (vitamina E) Curcumina
β− caroteno Enzimático
Ácido ascórbico (vitamina C) Superóxido dismutase
Flavonóides Catalase
Proteínas do plasma NADPH-quinona oxidoredutase
Selênio Glutationa peroxidase
Glutationa Enzimas de reparo
Clorofilina
Fonte: Bianch e Antunes, 1999
11
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Temos antioxidantes enzimáticos (Quadro 2), como glutationa reduzida (GSH), 
superóxido-dismutase (SOD), catalase, glutationa-peroxidase (GSH-Px), e também 
não-enzimáticos, muitos encontrados na nossa dieta (BIANCH; ANTUNES, 1999).
A seguir, o Quadro 3, com alguns eventosrelacionados aos efeitos danosos do 
radical livre no organismo humano.
Quadro 3 – Eventos relacionados aos efeitos 
danosos do radical livre no organismo humano
Eventos relacionados a espécies reativas de O2*
Envelhecimento
Mutações
Câncer
Aterosclerose
Lesão por toxicidade de O2 em pulmão e retina
Lesão pós-isquema e reperfusão de cérebro, coração, 
pele, intestino, pâncreas, fígado, músculo, rins e pulmões
Lesão pós-concussão cerebral e 
pós-hipertensão intracraniana
Síndrome demencial
Disfunção renal pós-transplante
Artrite reumatóide
Hemocromatose transfusiomal
Doenças auto-imunes
Toxicidade decorrente da exposição a xenobióticos
Fonte: Ferreira; Matsubara, 1997
Moléculas
É a menor partícula de uma substância na qual existe certo número de átomos 
ligados entre si, buscando sua estabilidade química (REBELLO, 2016).
Sabe-se que as moléculas são formadas a partir de átomos, ligados por forças 
interatômicas e originando espécies estáveis (MORENO; TEIXEIRA, 1998).
Exemplo: a molécula do oxigênio (Figura 6) é formada por dois átomos de oxi-
gênio, pois assim é possível manter a estabilidade, tendo oito elétrons na última 
camada de valência, sendo que cada átomo de oxigênio tem 6 elétrons na última 
camada de valência, em que, por meio do compartilhamento de 2 elétrons, temos 
a estabilidade da molécula (REBELLO, 2016; MORENO; TEIXEIRA, 1998).
12
13
Figura 6 – Representação da molécula de Oxigênio
Fonte: iStock/Getty Images
Reação de Oxidação e de Redução
Essas reações ocorrem em nosso organismo:
• Reação de Oxidação: é aquela em que o composto ou elemento reage com 
oxigênio (ganha oxigênio) ou perde hidrogênio. Por exemplo: ferro encontrado 
em pregos em contato com o ar, reage com oxigênio e oxida, formando a 
ferrugem (óxido de ferro);
• Reação de Redução: é quando um elemento ou composto químico perde oxigê-
nio ou ganha hidrogênio; o contrário da reação de oxidação (REBELLO, 2016).
Importante!
As reações descritas acima, de oxidação e redução, são processos recíprocos, isto é, quando 
numa reação química uma substância é reduzida, é porque a outra se oxidou. Por exemplo, 
a vitamina C em nosso organismo, que tem ação antioxidante, em que a vitamina C sofre 
processo de oxidação para exercer sua função antioxidante (REBELLO, 2016).
Em Síntese
13
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Ligações Químicas
A ligação química pode ser compreendida como uma busca pela estabilidade, 
em que os átomos dos gases nobres, que já se encontram estáveis (apresentam 
8 elétrons na última camada eletrônica, com exceção do hélio, que possui 2 elé-
trons), funcionam como padrão a ser imitado (COSTA, 2012).
Importante!
Como materiais tão diferentes como a gasolina, a naftalina e o gás de cozinha podem 
ser constituídos por átomos de apenas dois tipos: carbono e hidrogênio? A resposta 
está na forma de união entre os átomos. Sabe-se que os átomos podem se ligar uns 
aos outros de diversas maneiras, dando assim, diferentes compostos com os mesmos 
elementos químicos.
Trocando ideias...
Os átomos, ao se ligarem, fazem-no por meio dos elétrons da última camada, 
podendo perder, ganhar ou compartilhar os elétrons, até atingirem a configuração 
estável (COSTA, 2012).
Há três tipos de ligações químicas:
• Ligação Iônica: a ligação que se estabelece entre íons, o total de elétrons ce-
didos, deve ser igual ao total de elétrons recebidos. Um exemplo desse tipo de 
ligação é o sal de cozinha (Figura 7).
NaCl
Na+Cl-
[Na]+ [ Cl ]-
Na
Fórmula
Fórmula Iônica
Fórmula de Lewis
+
Cl
Figura 7 – Representação do cloreto de sódio e suas fórmulas após a ligação iônica
Fonte: Adaptado de Costa, 2012 apud CTISM
14
15
• Ligação Covalente: nesse tipo de ligação, temos o compartilhamento de elé-
trons entre dois átomos neutros. Cada par eletrônico é constituído por um elé-
tron de cada átomo e pertence simultaneamente aos dois átomos. Um exemplo 
é o diamante, formado apenas por átomos de carbono ligados covalentemente 
e o átomo do gás hidrogênio (Figura 8) (REY; COSTA, 2012).
H H Fórmula eletrônica ou de Lewis
Fórmula estrutural
Fórmula molecular
+ H
H
H2
H
H
H H+
Figura 8 – Formação da molécula de H2 e suas respectivas fórmulas
Fonte: Adaptado de Costa, 2012 apud CTISM
• Ligação Metálica: é a ligação química que ocorre nos metais e nas ligas metá-
licas. A teoria do octeto não explica a ligação metálica (COSTA, 2012).
Matéria
É aquilo que ocupa lugar no espaço e tem massa, como a água, a madeira, o 
petróleo etc. (REBELLO, 2016; COSTA, 2012).
Peso Molecular (PM)
É a soma das massas atômicas de todos os átomos que constituem uma mo-
lécula ou composto químico (REBELLO, 2016). Por exemplo: NaCl (cloreto de 
sódio,também conhecido como sal de cozinha).
PM: 23+ 35,5= 58,5 
É necessário observar que as substâncias com peso molecular elevado (peso molecular de 
800 a 1000) não permeiam na pele (REBELLO, 2016; NARDIN; GUTERRES, 1999).Ex
pl
or
15
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
pH
O termo pH significa “potencial hidrogeniônico”. Sendo uma escala que varia de 
0 a 14. Esse símbolo representa “power” (p), ou seja, intensidade da concentração 
de íons hidrogênio, H+.
A escala de pH (Figura 9) é utilizada para indicar se uma substância é ácida, 
alcalina ou neutra (GIL, 2010; GONÇALVES, 2006).
Figura 9 – Escala de pH
Fonte: iStock/Getty Images
Importante!
• Quanto menor o pH das substâncias (ácidos), maior a concentração de íons 
H+ e menor a concentração de íons OH-;
• Quanto maior o pH das substâncias (alcalino), menor a concentração de íons 
H+ e maior a concentração de íons OH-;
• Numa solução neutra (por exemplo, a água), haverá o mesmo número de íons 
H+ e íons OH- (GONÇALVES, 2006).
Em Síntese
Quanto mais próxima do zero, mais ácida, e quanto mais próxima do 14, 
mais alcalina.
16
17
Os alimentos também apresentam escalas de pH, conforme sua característica 
(Figura 10).
Figura 10 – Escala pH dos alimentos
Fonte: iStock/Getty Images
O pH é extremamente importante para a pele. A pele apresenta pH de apro-
ximadamente 5,0, ou seja, levemente ácido. A acidez da epiderme desempenha 
função de proteção. Essa acidez é por causa do ácido láctico e outros ácidos graxos 
livres liberados pela secreção da glândula sudorípara. A acidez protege a pele con-
tra agressões microbianas e parasitárias (REBELLO, 2016; GONÇALVES, 2006).
Importante!
E se alteramos o pH da pele com o uso de substâncias alcalinas? Sendo o pH da pele 
em torno de 5,0, ao utilizarmos substâncias com pH alcalino, aumentamos a permea-
bilidade cutânea. Mas, para cosméticos de uso diário, o ideal é utilizar produtos com 
pH próximo ao pH fi siológico, ou seja, pH 5,0 (ácido) para mantermos a integridade da 
pele e para ter a efetividade de sua função bactericida e fungicida exercida por esse pH 
(REBELLO, 2016).
Trocando ideias...
17
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Podemos medir o pH pelo pHmetro (Figura 11) ou fita com escala de pH (Figura 12).
Figura 11 – pHmetro
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 12 – Fita de medida de pH
Fonte: iStock/Getty Images
pKa
Cada função orgânica possui seu pKa específico. Quanto maior o pKa, mais fra-
co é o ácido. O valor pKa do ácido glicólico é 3,83. Assim, existe uma relação com 
o pH da solução e seu valor de pKa. Os alfa-hidroxiácidos, como ácido glicólico, 
devem estar numa solução com um pH menor que o valor do pKa, para termos a 
melhor permeação do ácido na pele (NARDIN; GUTIERRES, 1999).
18
19
Estrutura Química – Funções Inorgânicas
Ácidos
São caracterizados pelo pH a seguir de 7,0. Segundo Arrhenius, podemos de-
finir como toda substância que, em solução aquosa, sofre ionização, produzindo, 
como cátion, apenas o íon H+ (Figura 13) (COSTA, 2012).
HCl H2o + Cl-H+
Figura 13 – Representação dos ácidos
Quanto à sua estrutura, podem ser classificados em:
• Hidroxiácidos: só apresentamHidrogênio (H) na molécula. Por exemplo: áci-
do clorídrico (HCl) (Figura 14).
Figura 14 – Ácido clorídrico
Fonte: iStock/Getty Images
19
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
• Oxiácidos: apresentam também Oxigênio (O) na molécula. Por exemplo: Áci-
do sulfúrico (H2SO4) (Figura 15).
Figura 15 – Ácido sulfúrico
Fonte: iStock/Getty Images
• Peroxiácidos: apresentam também um grupo péroxi (-O-O-) em sua molécula. 
Por exemplo: Ácido persulfúrico (H2SO5) (Figura 16).
Figura 16 – Ácido persulfúrico
• Tioácidos: quando um dos oxigênios é substituído por enxofre (S). Por exemplo: 
Ácido tioglicólico, tão utilizado na estética para peeling (Figura 17) (REBELLO, 
2016; COSTA, 2012).
HS
O
OH
Figura 17 – Ácido tioglicólico
Bases
São substâncias que, quando colocadas em presença de água ionizam, fornecendo 
íons hidroxila ou oxidrila (OH-) (Figura 18) (REBELLO, 2016; COSTA, 2012).
NaOH H2o (aq) (aq)+ OH-1Na+1
Figura 18 – Representação das bases
20
21
Sal
Podemos definir como todo composto que em solução aquosa possui pelo me-
nos um cátion diferente do H+ e, pelo menos, um ânion diferente do OH- e que, na 
presença de água, sofrem dissociação iônica.
Podemos também afirmar que sal é um composto obtido pela neutralização de 
um ácido por uma base (COSTA, 2012).
Por exemplo: HCl + NaOH → NaCl + H2O
Óxido
Composto binário em que o oxigênio é o elemento mais eletronegativo (COSTA, 2012).
Por exemplo: Na2O.
Química Orgânica
É a parte da Química que estuda os compostos de carbono. O átomo de carbono 
é tetravalente (Figura 19), ou seja, precisa estabelecer quatro ligações para obter 
sua estabilidade (REBELLO, 2016; COSTA, 2010).
Figura 19 – Estrutura tetravalente do carbono
Fonte: iStock/Getty Images
Importante!
Hidrocarbonetos, Ácido carboxílico, Éster, Álcool, Éter, Aldeídos, Fenol, Cetona, Amina 
e Amida são exemplos de funções orgânicas. Compostos que têm átomo de carbono 
em sua molécula. Um exemplo é a uréia, composto amplamente utilizado na estética 
(REBELLO, 2016).
Trocando ideias...
21
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Elementos Anátomofisiológicos da Pele e 
Anexos Cutâneos e sua Correlação com a 
Permeação Cutânea
A pele é o maior órgão do corpo humano, representando cerca de 10 a 15% do 
peso corporal (STEINER; ADDOR, 2014).
A epiderme é a camada mais superficial da pele, avascularizada. Sofre processo 
de diferenciação celular a partir de células-tronco germinativas, diferenciando-se 
em 5 camadas sucessivas: basal, espinhosa, granular, lúcida (exclusiva das regiões 
palmoplantares) e córnea (COSTA, 2012).
Apresenta estruturas de suma importância como os melanócitos (responsáveis 
pela produção de melanina) e células de Langerhans (células de defesa) (STEINER; 
ADDOR, 2014).
As células basais sofrem divisão a cada 19 dias e sua migração transepidérmica 
até a superfície granular pode durar em torno de 35 dias (COSTA, 2012).
Importante!
A espessura da epiderme é dependente da ação dos androgênios. É comprovado que a 
testosterona aumenta a queratinização das células da camada epidérmica. Tais diferen-
ças são importantes para fins de criação e utilização de cosmecêuticos (COSTA, 2012). 
Por isso, hoje, a Cosmetologia vem abrindo mão de cosméticos de ação específica para 
a pele masculina.
Você Sabia?
Na derme, que fica a seguir da epiderme, encontramos vasos sanguíneos e linfáti-
cos, folículo pilossebáceo, glândulas sudoríparas, músculo eretor do pelo e fibroblastos.
O tecido conjuntivo é constituído de fibras elásticas e colágenas, glicosamino-
glicanos e proteoglicanos, que são polímeros biológicos compostos por açúcares 
retentores de água (COSTA, 2012).
As fibras colágenas são a proteína mais abundante no corpo humano, exer-
cendo função de suporte estrutural da pele, sendo composta, principalmente, de 
glicina, prolina e hidroxiprolina. 
Com o avançar da idade, a derme apresenta progressiva diminuição dessas fi-
bras gerando atrofia dérmica. A elastina é uma proteína responsável pela elastici-
dade da pele e com o avançar da idade sofre diminuição, sendo mais acentuada em 
áreas expostas à radiação UV. 
22
23
Temos também os glicosaminoglicanos que formam longas cadeias de carboi-
dratos capazes de reter água na derme; são representados, sobretudo, pelo ácido 
hialurônico e pela condroitina (COSTA, 2012; STEINER; ADDOR, 2014).
Importante!
A derme masculina é mais espessa e apresenta, também, vascularização mais abun-
dante do que a feminina. A espessura da derme depende dos androgênios (DHEA), que 
aumenta a síntese de pró-colágeno e inibe a metaloproteinase1 (MMP-1) da matriz, 
uma enzima que degrada as proteínas da matriz extracelular. A DHEA também aumenta 
as concentrações do inibidor tecidual da metaloproteinase 1 (TIMP-1) e da estromelisi-
na-1. A ação combinada dessas enzimas resulta no maior depósito de colágeno obser-
vado na pele masculina. Os homens também apresentam uma produção maior de sebo, 
apresentando também, óstios mais dilatados, informações extremamente importantes 
para os protocolos cosméticos (COSTA, 2012).
Você Sabia?
O tecido subcutâneo (hipoderme) é uma camada composta por adipócitos, dis-
postos em lóbulos separados por septos fibroconjuntivos e apresenta função de 
reserva energética e proteção mecânica, entre outras. A hipoderme não faz parte 
da pele; é por vezes designada por tecido celular subcutâneo ou fáscia superficial 
(COSTA, 2012; GONÇALVES, 2006).
Permeabilidade cutânea é a capacidade da pele de deixar que as substâncias 
passem em função da natureza química de demais fatores, como peso molecular 
etc. (REBELLO, 2016; COSTA, 2012).
• Permeável na pele: gases;
• Relativamente permeável: substâncias lipossolúveis (vitamina D, vitamina A), 
derivados fenólicos (resorcina, hidroquinona);
• Praticamente impermeável: eletrólitos, proteínas e carboidratos. No caso 
de proteínas e carboidratos, é por causa do elevado peso molecular e da 
pouca lipossolubilidade.
Fatores que influenciam a permeabilidade cutânea:
• Quanto mais fina a epiderme, melhor a permeação; 
• A pele com hiperemia aumenta o fluxo sanguíneo e temos melhor permeação;
• Em pele hidratada, há melhor permeação;
• Peso molecular baixo facilita permeação (REBELLO, 2016).
23
UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Tecnologia Cosmética: Lipossomas, 
Nanosferas, Nanocápsulas Etc.
Para favorecer a permeação, podemos fazer uso de:
• Lipossomas: definidas como vesículas microscópicas compostas de uma ou 
mais bicamadas lipídicas, separadas por um meio aquoso, geralmente fosfolí-
pides. Denominado como Sistema de Veiculação de princípios ativos para o 
interior da epiderme. Eles podem encapsular substâncias hidrofílicas e/ou lipo-
fílicas, sendo que as primeiras ficam no compartimento aquoso e as lipofílicas 
inseridas na membrana do lipossoma. São biodegradáveis e biocompatíveis 
(REBELLO, 2016; BATISTA et al., 2007);
• Nanoesferas: polímero biodegradável microscópico, não contém óleo em sua 
constituição, sendo sua principal vantagem a liberação gradual dos ativos e a 
proteção do ativo ao meio externo. Temos como exemplo cosmecêuticos com 
nanoesferas de vitamina C (REBELLO, 2016, SOUTO et al., 2011);
• Nanocápsulas: são constituídas por um invólucro polimérico biodegradável 
ao redor de um núcleo oleoso, podendo o fármaco estar dissolvido nesse nú-
cleo e/ou adsorvido à parede polimérica (SOUTO et al., 2011);
• Ciclodextrinas de Thalesferas: são macroesferas de colágeno marinho re-
cobertas por uma película de glicosaminoglicanas, utilizadas para encapsular 
princípios ativos para serem transportados para o interior da epiderme (RE-
BELLO, 2016). 
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas
BATISTA, C. M; CARVALHO, C. M. B; MAGALHÃES, N. S. S. Lipossomas e suas 
aplicaçõesterapêuticas: Estado da arte, Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, 
v. 43, n. 2, abr./jun., 2007.
 Vídeos
Nanotecnolgia e Cosméticos
Nanotecnolgia e Cosméticos (parte 1).
https://youtu.be/IdbK_wcIVUo
 Leitura
Preparação de Nanopartículas Poliméricas a partir da Polimerização de Monômeros
SOUTO, E. B.; SEVERINO P.; SANTANA, M. H. Preparação de nanopartículas poli-
méricas a partir da polimerização de monômeros – parte I. 2011.
https://goo.gl/4aie7A
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UNIDADE Química Inorgânica e Orgânica Aplicadas à 
Cosmetologia e à Permeação Cutânea
Referências
BATISTA, C. M., CARVALHO, C. M. B; MAGALHÃES, N. S. S. Lipossomas e 
suas aplicações terapêuticas: Estado da arte, Revista Brasileira de Ciências Far-
macêuticas, v. 43, n. 2, abr./jun., 2007.
BIANCHI, M. L. P.; ANTUNES, L. M. G. Radicais livres e os principais antioxi-
dantes da dieta, Rev. Nutr., Campinas, v. 12, n. 2, p. 123-130, 1999.
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<http://redeetec.mec.gov.br/images/stories/pdf/eixo_prd_industr/tec_acucar_al-
cool/161012_quimica_i.pdf>. Acesso em: 27 jun. 2018.
COSTA, A. D. Tratado Internacional de Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Gua-
nabara Koogan, 2012.
FERREIRA, A. L. A; MATSUBARA, L. S. Radicais livres: conceitos, doenças rel-
acionadas, sistema de defesa e estresse oxidativo. Rev. Ass. Med. Brasil, v. 43, 
n.1, p. 61-68, 1997.
GIL, E. S. Controle Físico-químico de Qualidade de Medicamentos. São Paulo: 
Pharmabooks, 2010.
GONÇALVES, A. Manual Técnico de Estética. Teoria e prática para Estética, 
Cosmetologia e Massagem. 2.ed. Efape, 2006.
MORENO, R. R. M; TEIXEIRA, L. S. G. Entendendo estrutura molecular com a 
molécula de hidrogênio ionizada. Química Nova, v. 22, n. 6, p. 882-888, 1999.
NARDIN, P.; GUTERRES, S. S. Alfa-hidroxiácidos: aplicações cosméticas e der-
matológicas, Caderno de Farmácia. v. 15, n. 1, p. 7-14, 1999.
NUÑEZ, I. B. et.al. O Elemento Químico: o que pensam os futuros licenciados 
em química. IV ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO 
EM CIÊNCIAS. 2003. Disponível em: <http://fep.if.usp.br/~profis/arquivos/
ivenpec/Arquivos/Orais/ORAL109.pdf>. Acesso em: 4 jul. 2018.
REBELLO, T. F. S. Guia de Produtos Cosméticos. São Paulo: SENAC, 2016. 
SOUTO, E. B; SEVERINO P.; SANTANA, M. H. Preparação de Nanopartículas 
Poliméricas a partir da Polimerização de Monômeros – Parte I. 2011. Disponível 
em: <http://www.scielo.br/pdf/po/2012nahead/AOP_0906.pdf>. Acesso em: 
28 jun. 2018.
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