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SGAS 903 Bloco D Lote 79 70390 030 Brasília DF T 55 61 3704 8884 www.udf.edu.br SEP SUL EQ 704/904 Conj A 70390 045 Brasília DF T 55 61 3704 8888 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA RESPONSABILIDADE CIVIL No Direito Romano, com a Lei das XII Tábuas, surge a Lei de Talião, que gera a conceituação de responsabilidade sem culpa. Em sequência temos a Lex Aquilia de Damno, com a responsabilidade subjetiva. Já no Direito Moderno, temos a responsabilidade subjetiva como regra, decorrente do Código de Napoleão, que impõe a culpa presumida. Em 1897, com o Direito Pós-Moderno, surgem os primeiros estudos da responsabilidade objetiva, tendo a responsabilidade pressuposta, que será constituída no futuro. Assim, pela doutrina, historicamente há 3 saltos evolutivos: 1. Responsabilidade subjetiva que passou a ser considerada culpa presumida; 2. Culpa presumida que passou a ser considerada a responsabilidade objetiva; 3. Responsabilidade objetiva que passou a ser considerada responsabilidade pressuposta. A responsabilidade civil no direito brasileiro está construída sobre dois conceitos, que formam a base estrutural da matéria: 1. Conceito de ato ilícito (artigo 186 do CC) = lesão de direitos + dano. Não há que se admitir pelo atual CC responsabilidade civil ou dever de indenizar, sem dano. A regra geral do nosso ordenamento jurídico é de que a responsabilidade depende de culpa (responsabilidade subjetiva). 2. Conceito de abuso de direito (artigo 187 do CC = ato lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências. Caracterizado como um exercício irregular de direitos, em que o titular de um direito, ao exercê-lo, excede os limites impostos. Temos, então o abuso de direito baseado em quatro cláusulas gerais que o juiz deverá observar caso a caso. São elas: a) pelo fim social do instituto; b) pelo fim econômico; c) pela boa-fé objetiva; d) pelos bons costumes. Para exemplificar o abuso de direito, leva-se em consideração exemplos interdisciplinares: I. Direito do consumidor: publicidade abusiva (artigo 37, parágrafo 2º do CDC) e práticas abusivas (artigo 39 do CDC); II. Direito do trabalho: práticas abusivas como abuso no direito de greve (artigo 9º, parágrafo 2º da CF); a dispensa do empregado doente (julgado do TRT/SP); elaboração de listas de maus empregados; assédio moral; III. Direito processual: lide temerária e assédio processual (artigos 79 a 81 do CPC); IV. Direito civil: abuso no direito de propriedade ou ato emulativo (artigo 1.228, parágrafos 1º e 2º do CC); V. Direito digital ou eletrônico: como o CC pode perfeitamente se aplicar aos contratos eletrônicos, o spam (envio de e-mail indesejado ou não solicitado), pode ser considerada prática abusiva de direito, com base no artigo 39 do CDC. Como diferenças entre ato ilícito e abuso de direito destaca-se que o ato ilícito é ilícito no todo; já o abuso de direito é lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências. Conforme enunciado nº 37 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, a responsabilidade decorrente do abuso de direito independe de culpa, ou seja, é objetiva. Essa posição é majoritária, na doutrina e jurisprudência brasileiras. Recredenciado pela Portaria Ministerial nº 125, de 02/02/2017, DOU nº 25, de 03/02/2017, seção 1, p. 13. image2.png image1.png
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