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UDF AULA 8 - evolução histórica da responsabilidade civil

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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA RESPONSABILIDADE CIVIL
	No Direito Romano, com a Lei das XII Tábuas, surge a Lei de Talião, que gera a conceituação de responsabilidade sem culpa. Em sequência temos a Lex Aquilia de Damno, com a responsabilidade subjetiva.
	Já no Direito Moderno, temos a responsabilidade subjetiva como regra, decorrente do Código de Napoleão, que impõe a culpa presumida.
	Em 1897, com o Direito Pós-Moderno, surgem os primeiros estudos da responsabilidade objetiva, tendo a responsabilidade pressuposta, que será constituída no futuro.
	Assim, pela doutrina, historicamente há 3 saltos evolutivos:
1. 	Responsabilidade subjetiva que passou a ser considerada culpa presumida;
2. 	Culpa presumida que passou a ser considerada a responsabilidade objetiva;
3. 	Responsabilidade objetiva que passou a ser considerada responsabilidade pressuposta.
	A responsabilidade civil no direito brasileiro está construída sobre dois conceitos, que formam a base estrutural da matéria:
1. Conceito de ato ilícito (artigo 186 do CC) = lesão de direitos + dano. Não há que se admitir pelo atual CC responsabilidade civil ou dever de indenizar, sem dano. A regra geral do nosso ordenamento jurídico é de que a responsabilidade depende de culpa (responsabilidade subjetiva).
2. Conceito de abuso de direito (artigo 187 do CC = ato lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências. Caracterizado como um exercício irregular de direitos, em que o titular de um direito, ao exercê-lo, excede os limites impostos. Temos, então o abuso de direito baseado em quatro cláusulas gerais que o juiz deverá observar caso a caso. São elas:
a) pelo fim social do instituto;
b) pelo fim econômico;
c) pela boa-fé objetiva;
d) pelos bons costumes.
Para exemplificar o abuso de direito, leva-se em consideração exemplos interdisciplinares:
I. Direito do consumidor: publicidade abusiva (artigo 37, parágrafo 2º do CDC) e práticas abusivas (artigo 39 do CDC);
II. Direito do trabalho: práticas abusivas como abuso no direito de greve (artigo 9º, parágrafo 2º da CF); a dispensa do empregado doente (julgado do TRT/SP); elaboração de listas de maus empregados; assédio moral;
III. Direito processual: lide temerária e assédio processual (artigos 79 a 81 do CPC);
IV. Direito civil: abuso no direito de propriedade ou ato emulativo (artigo 1.228, parágrafos 1º e 2º do CC);
V. Direito digital ou eletrônico: como o CC pode perfeitamente se aplicar aos contratos eletrônicos, o spam (envio de e-mail indesejado ou não solicitado), pode ser considerada prática abusiva de direito, com base no artigo 39 do CDC.
	Como diferenças entre ato ilícito e abuso de direito destaca-se que o ato ilícito é ilícito no todo; já o abuso de direito é lícito pelo conteúdo, mas ilícito pelas consequências.
 	Conforme enunciado nº 37 do CJF/STJ, aprovado na I Jornada de Direito Civil, a responsabilidade decorrente do abuso de direito independe de culpa, ou seja, é objetiva. Essa posição é majoritária, na doutrina e jurisprudência brasileiras.
Recredenciado pela Portaria Ministerial nº 125, de 02/02/2017, DOU nº 25, de 03/02/2017, seção 1, p. 13.
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