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Guia Jornada para Nuvem

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Cloud Computing
Os 6 pilares fundamentais para sua longa e única Jornada para
Nuvem
Primeiro Pilar: Planejando a sua jornada
 
www.jornadaparanuvem.com.br
 
Daniel Rosa
http://www.jornadaparanuvem.com.br
Sobre o Guia Jornada para Nuvem
 
O Guia Jornada para Nuvem é composto por uma
série de 6 e-books, os quais, juntos, representam os 6
pilares fundamentais para sua longa e única jornada para a
Cloud Computing, através de uma visão de resultado de
negócio e de ganhos reais para a sua TI.
 
Propósito do Guia Jornada para Nuvem
 
Auxiliar os profissionais da área de Tecnologia da
Informação na construção de um amplo planejamento da
jornada para a nuvem através de uma perspectiva de
resultado de negócio e de ganhos reais para a TI, reunindo
e simplificando em 6 pilares fundamentais as melhores
práticas, conhecimentos e experiências no processo de
adoção de Cloud Computing.
 
Objetivos do Guia Jornada para Nuvem
 
Apresentar de forma simples e direta as melhores
práticas de mercado sobre os novos conceitos e
metodologias usualmente aplicados (boas práticas)
no processo de adoção da Cloud Computing, assim
como elencar e apresentar dicas e soluções sobre os
principais pontos de decisão que deverão ser
avaliados ao longo desta jornada.
 
Servir de apoio para construção de um planejamento
estratégico da jornada para nuvem, visando o seu
alinhamento com as estratégias da organização e da
TI junto às suas iniciativas e projetos de Cloud
Computing.
 
Orientar os profissionais da área TI sobre como
estruturar suas equipes, metodologias, processos,
tecnologias e arquiteturas de TI de maneira que
obtenham os ganhos e benefícios da nuvem como
agilidade, flexibilidade, escalabilidade, capacidade
e disponibilidade, para que através da Cloud
Computing eles possam transformar a sua TI num
agente estratégico e de inovação para a organização.
Os 6 pilares fundamentais do Guia Jornada para
Nuvem
 
Nunca antes as áreas da Tecnologia da Informação
puderam ser tão ágeis e flexíveis como atualmente. A
nuvem democratizou a tecnologia e está transformando a
TI em agente efetivo de transformação e de criação de
negócios digitais para as empresas. Por este motivo não
podemos pensar em uma jornada para nuvem apenas do
ponto de vista da tecnologia em si, é necessário olhar para
esta jornada de um ponto de vista estratégico que envolve:
O planejamento da jornada alinhado às estratégias da
TI e da organização.
A governança e os processos da TI e de negócio.
As pessoas, através da mudança na estrutura
organizacional e cultural da TI.
As tecnologias e a arquitetura de TI.
A Segurança da Informação.
A Operação dos serviços de TI na nuvem.
 
 
Esta visão holística se faz necessária se de fato você
deseja que sua TI seja vista como um agente de
transformação e criação de valor dentro de sua
organização.
O Guia Jornada para Nuvem foi estruturado nos 6 pilares
fundamentais, os quais, juntos, ajudarão você a planejar e
executar esta jornada através de uma perspectiva de
resultado de negócio e de ganhos reais para sua TI.
 
1º Pilar – Planejando a sua Jornada
O primeiro pilar da jornada apresenta uma visão de como
criar e estruturar o planejamento da jornada para nuvem
alinhado às estratégias da sua organização e da sua TI.
Este pilar irá auxiliá-lo na definição de seus principais
objetivos e desafios ao longo desta sua longa e única
jornada para a nuvem. O pilar de planejamento apresenta
dicas de como acelerar o processo de adoção da Cloud
Computing, além de trazer uma visão de como a TI deve
se planejar para mostrar o valor da nuvem ao negócio,
considerando uma análise dos benefícios que vão além
das possibilidades de redução dos custos da TI.
Neste pilar são apresentados também alguns conceitos que
potencializam e que possuem sinergias com o contexto da
Cloud Computing como: A TI Bimodal do Gartner Group,
Arquitetura de TI e Corporativa e o Shadow IT. Neste
pilar você encontrará também informações sobre o que
deverá ser considerado no momento da contratação de um
serviço em nuvem e sobre como identificar os custos
desta jornada, assim como as possibilidades de redução
dos custos da TI.
O que mais você encontra neste e-book?
A Estratégia empresarial e a importância do seu
alinhamento com a TI.
Modelo de alinhamento das estratégias da
organização/TI com a sua jornada para nuvem.
Os principais objetivos e desafios da TI na jornada
para nuvem.
Modelo de avaliação dos objetivos e das iniciativas
de nuvem.
Identificação dos custos da TI e a contratação dos
serviços em nuvem.
A transformação do CAPEX em OPEX.
Aspectos financeiros e contratuais a serem
considerados na nuvem.
O conceito de TCO e a identificação dos custos
atuais da TI.
O efeito da bolha de migração no planejamento da
jornada.
Análise dos serviços atuais e o seu agrupamento por
modelos de implementação.
Como avaliar se um serviço pode ir ou não para
nuvem.
Construção do planejamento da jornada e a definição
dos roadmaps de migração.
Como demonstrar o valor da nuvem para o negócio.
Como acelerar o processo de adoção da Cloud
Computing.
Resumo das melhores práticas do pilar de
Planejamento.
 
2º Pilar – A Governança e os Processos da TI
Este pilar foca nas transformações dos processos e da
governança da TI, apresentando novos conceitos e
metodologias que remetem a quebras de paradigmas
necessárias para a transformação da TI em um agente
estratégico e de inovação através da Cloud Computing.
Muitos gestores e profissionais de Tecnologia da
Informação já perceberam que não é possível conduzir os
processos atuais da TI na nuvem sem antes adaptá-los
para este novo modelo computacional. Este pilar traz uma
visão sobre a importância e os desafios do DevOps e a
necessidade de métodos ágeis no gerenciamento de
projetos para estratégia de nuvem. Este pilar também
aborda questões sobre o gerenciamento dos serviços da TI
na nuvem e a importância do alinhamento do portfólio de
projetos da TI ante as iniciativas de Cloud Computing.
 
3º Pilar – A mudança na estrutura organizacional e
cultural da TI
As pessoas estão sendo diretamente impactadas na forma
de uso e consumo dos serviços na nuvem, suas
experiências no uso das tecnologias tendem a mudar a
cada dia. As equipes de TI também estão passando por um
momento de transformação cultural, por isso as
organizações e as áreas da TI precisam rever o seu
modelo de trabalho. Este pilar apresenta uma visão sobre
como as organizações e as áreas da Tecnologia da
Informação poderão se preparar para capacitar as suas
equipes e promover uma mudança cultural, de maneira que
a TI esteja sempre à frente das decisões estratégicas com
relação à nuvem. Este pilar também apresenta uma visão
sobre como a nuvem poderá impactar as pessoas no dia a
dia dentro das organizações e de como a TI deverá se
preparar para esta mudança cultural.
 
4º Pilar – As Tecnologias e a Arquitetura de TI
Antes do advento da nuvem, a TI tinha a liberdade de
dimensionar o tamanho de seus ambientes de maneira que
ela, a própria TI, não tivesse problemas relacionados à
capacidade, disponibilidade e performance dos serviços
implementados, porém, na nuvem, uma solução mal
desenhada significará custo e riscos desnecessários. O
quarto pilar do Guia Jornada para Nuvem apresenta
conceitos mais aprofundados sobre a Cloud Computing e
suas principais tecnologias. Este pilar aborda as boas
práticas para a construção de algumas arquiteturas de TI
na nuvem, visando sempre a disponibilidade, capacidade,
elasticidade e flexibilidade das soluções implementadas.
 
5º Pilar – Segurança da Informação
As fronteiras da TI estão cada vez mais distantes de
nossos datacenters. Estamos num momento de repensar e
balancear as nossas estratégias e necessidades quanto ao
uso efetivo da segurança da informação. Entender e
balancear os riscos e custos é necessário e extremamente
desafiador. Este pilar tem como objetivo apresentar as
melhores práticas de como seguir na jornada para nuvem
de forma segura, sem expor informações e balanceando os
ricos e custos desta jornada.
 
6ºPilar – Operação dos Serviços de TI
A operação automatizada dos serviços em nuvem resulta
em uma melhor eficiência, flexibilidade e redução de
custos para a TI. Através do correto uso da nuvem a TI de
hoje é capaz de utilizar, entregar e pagar apenas pelo uso
e consumo adequado desses recursos. Este pilar tem como
objetivo demonstrar as melhores práticas em relação ao
gerenciamento dos serviços de TI na nuvem, de forma que
estes serviços sejam operados para atingir e superar os
SLAs acordados através do uso da automatização a fim de
reduzir ou eliminar os esforços manuais.
 
NOTA DO AUTOR
 
O conteúdo apresentado neste e-book expressa
única e exclusivamente a opinião e as ideias do autor com
base em suas experiências profissionais embasadas por
artigos públicos da internet, artigos acadêmicos e
referências bibliográficas. O conteúdo deste e-book
poderá ser compartilhado, desde que seja informada a
fonte e o nome do autor.
Dedicatória
Dedico este projeto aos meus pais e, em especial
para minha esposa Gisele e meu filho Gabriel Rosa por
todo apoio e carinho.
Sobre o autor
 
Bacharel em Ciência da Computação com MBA em
Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas, Daniel
Rosa possui mais de 17 anos de experiência na área de
Tecnologia da Informação. Durante este período atuou por
10 anos em grandes grupos empresarias como consultor
especialista em produtos Microsoft, desenvolvendo e
implementado diversas soluções e produtos Microsoft. Há
mais de 7 anos atua como Consultor, Gerente de Projetos
e Arquiteto de TI, na qual entende e traduz as
necessidades e objetivos estratégicos das empresas em
soluções inovadoras de tecnologia da informação. Daniel
Rosa também dedica seu tempo em pesquisas e
publicações de artigos sobre Cloud Computing,
Arquitetura de TI e Internet das Coisas (IoT).
Daniel Rosa – MBA/ ITIL / MCP / MCDST / MCSA /
MCSE / MCTS
www.linkedin.com/in/danielsrosa
www.danielrosa.info
www.jornadaparanuvem.com.br
 
 
http://www.linkedin.com/in/danielsrosa
http://www.danielrosa.info
http://www.jornadaparanuvem.com.br
Índice
1. Cloud Computing – A história se repetindo por ela mesma
2. Uma visão geral da Jornada para Nuvem
3. O conceito da TI Bimodal do Gartner Group
O que é a TI Bimodal
A importância da TI Bimodal no contexto da Cloud Computing
4. Conceitos e a principal proposta do DevOps
DevOps – O que é?
A principal proposta do DevOps
5. Arquitetura Corporativa e Arquitetura de TI
Por que a arquitetura corporativa ou a arquitetura de TI são tão importantes
no contexto da Cloud Computing?
O papel dos Arquitetos de TI no processo de adoção da Cloud Computing
6. O Shadow-IT e seus riscos na jornada para nuvem
7. Planejando a sua Jornada para Nuvem
A Estratégia Empresarial
Definição de Estratégia
Alinhando as estratégias da organização e da TI com o seu planejamento da
jornada
Modelo do alinhamento estratégico da organização com a TI
Proposta de um modelo de alinhamento do planejamento da jornada com as
estratégias da organização e da TI
8. Os principais objetivos da TI com a nuvem
Os 3 principais objetivos da TI na nuvem: seus desafios e benefícios
9. Identificando os custos da TI e contratando serviços na nuvem
Cuidado com o Vendor Lock-in
O conceito de TCO
Identificando os custos atuais da TI – TCO
O efeito da bolha da migração nos custos iniciais da jornada
Transformando CAPEX em OPEX
10. Análise do ambiente atual e a definição dos Workloads
Agrupando os Workloads por modelo de serviços
As 4 dimensões a serem avaliadas antes de mover um Workload para
nuvem
Principais recomendações
11. Como avaliar se as soluções em Nuvem estão trazendo os benefícios
esperados
12. Como acelerar o processo de adoção da Nuvem
13. Criando e demonstrando o valor da Nuvem para o Negócio
14. Melhores práticas
1. Cloud Computing – A história se
repetindo por ela mesma
 
É incrível pensarmos que estamos voltando para a
era da Computação Centralizada, como nas décadas de 70
e 80 com os Mainframes e seus terminais burros. Há
semelhanças, mas também existem grandes diferenças
entre hoje e aquele tempo, a começar pelos "terminais
burros" atuais, que de burros não têm nada. Estamos
falando aqui de dispositivos como smartphones, tablets,
notebooks, workstations, relógios digitais entre outros
equipamentos dos quais fazemos uso diariamente. Estes
dispositivos possuem uma grande capacidade de
processamento e armazenamento de dados, porém nada
comparável à capacidade computacional da nuvem.
Atualmente todos estes dispositivos já estão conectados
com muitos serviços disponíveis na Cloud Computing, ou
seja, já estão conectados via Internet a um grande volume
de servidores "centralizados" (na nuvem).
Os Mainframes, com a incrível capacidade de I/O,
já possuíam um conceito de compartilhamento de
recursos, conceito que hoje chamamos na Nuvem de
Tenant, ou Inquilino, caso queira traduzir para o
português. Tratam-se de tecnologias capazes de garantir
recursos computacionais de forma isolada para cada
inquilino dentro da nuvem. É isto mesmo, pense na nuvem
como sendo um grande condomínio, onde cada inquilino
possui o seu espaço reservado, sem afetar ou invadir o
espaço ou consumir os recursos de outro inquilino. Assim
como um condomínio, a nuvem também nos cobra
conforme o consumo de seus recursos ou serviços, aliás
esta é uma das principais características da nuvem, cobrar
apenas por aquilo que consumimos.
Existe uma semelhança conceitual da atual Cloud
Computing com os Mainframes das décadas de 70 e 80,
porém existem grandes diferenças entre hoje e o passado
de mais de 30 anos. Sabemos da grande evolução na
capacidade computacional ao longo dos anos, chegamos à
capacidade máxima do cilício, de tal forma que
começamos a inserir mais processadores paralelos para
dar conta do alto volume de processamento de dados que
temos atualmente, saímos das antigas fitas de backup, dos
antigos disquetes, passamos pelas mídias digitais e
chegamos às memórias flash e aos discos SSDs (sigla do
inglês Solid-State Drive) entre tantas outras tecnologias
embarcadas em nossos computadores ou dispositivos
pessoais. À medida que as tecnologias foram evoluindo os
custos também foram sendo reduzidos, isto se
compararmos a evolução da capacidade computacional
versus o custo atual dessas tecnologias.
Outra transformação que ocorreu ao longo desses
anos está relacionada à dependência das empresas e de
seus processos para com as áreas da Tecnologia da
Informação. Atualmente a TI nas empresas exerce um
papel estratégico e não mais um papel de suporte
operacional. Com o advento da nuvem, a TI de hoje é
capaz de transformar os negócios das empresas e de agir
como um agente efetivo de transformação e inovação
dentro das organizações. Através da nuvem, a TI de hoje é
capaz de gerar maior valor ao negócio, seja pelo uso
correto de seus recursos e serviços, seja pela sua
capacidade de ser efetivamente ágil, flexível e de
responder prontamente às demandas e necessidades das
organizações. Estas são algumas das capacidades que a
nuvem oferece para TI, características e necessidades
pelas quais nós, da área de Tecnologia da Informação,
esperamos por mais de 30 anos e agora torna-se possível
com a Cloud Computing.
Como vimos, parece que a história está se repetindo
por ela mesma no que diz respeito à centralização dos
recursos computacionais, porém há algumas diferenças
que transcendem as tecnologias em si. Para ser mais
específico, a forma ou maneira pela qual fazemos as
coisas na nuvem são, e devem ser, diferentes quando
comparamos com nossos ambientes internos, tanto do
ponto de vista técnico quanto do ponto de vista da
governança de TI e da execução e gerenciamento dos
processos da TI em um ambiente de nuvem, remetendo,
assim, à inserção de novas metodologias de trabalho
como o Agile (Metodologia para gerenciamento ágil de
projetos), a TI Bimodal do Gartner Group e a cultura do
DevOps, as quais, somadas aos serviços e às tecnologias
disponíveis na nuvem, potencializam ainda mais os seus
benefícios de flexibilidade,agilidade, disponibilidade e
elasticidade dos serviços. A jornada para a nuvem é
longa, muitas empresas estão iniciando nesta jornada e
tantas outras já estão mais maduras no seu processo de
adoção. Certamente estamos passando por um momento de
transformação, por isso é hora de repensarmos nossos
modelos de trabalho, nossas metodologias e culturas.
As empresas estão em constante evolução e se
transformam a cada dia, os processos das empresas, antes
manuais, se transformaram em processos digitais. A
experiência de uso dos recursos e serviços de TI está se
transformando diariamente, novos requisitos como maior
produtividade, maior mobilidade, comunicação
instantânea e compartilhamento de informações surgem a
cada dia e tudo isto só foi possível com o avanço da
tecnologia e com o surgimento da Cloud Computing. A
nuvem possibilita que novas empresas sejam criadas com
consumo de tecnologias e serviços em nuvem sem a
necessidade de um alto investimento em infraestrutura e
sistemas, ou seja, a nuvem democratizou a tecnologia e
vem igualando a concorrência entre as empresas que
dependem da tecnologia da informação para se
desenvolverem.
2. Uma visão geral da Jornada para Nuvem
 
Pensar em uma jornada para a nuvem nos remete a
uma análise que vai muito além da própria tecnologia que
a cerca, isto é, pensar em Cloud Computing com o
objetivo de obter todos os ganhos que ela poderá trazer
aos negócios requer uma análise mais profunda, tanto
sobre como alinhar as estratégias da TI e do negócio com
as ações e projetos em nuvem quanto sobre como adaptar
ou criar novos processos e métodos de trabalho na TI, a
fim de que não nos limitemos aos potenciais ganhos e
benefícios da nuvem.
Pensar na jornada para nuvem é também pensar nas
pessoas e na forma como elas estão sendo diretamente
impactadas por esta mudança, afinal, novas experiências
de uso através de novas ferramentas e serviços são
lançadas diariamente e quase sempre com foco no
aumento da produtividade. Neste contexto, as equipes da
TI também estão passando por grandes transformações,
novas metodologias e modelos de trabalho estão sendo
criados e implementados, remetendo assim a uma
mudança cultural dentro da própria TI.
A nuvem é o ponto de partida para muitas empresas,
um exemplo disto são as Startups, que vêm atingindo um
crescimento exponencial e se beneficiando da agilidade,
flexibilidade e capacidade computacional da nuvem. Mas
não apenas estas empresas estão nesta jornada, empresas
grandes e já consolidadas estão iniciando ou já iniciaram
a sua longa caminhada para a nuvem. Uma coisa é certa,
independente dos motivadores de cada empresa e das
estratégias da TI no processo de adoção de nuvem, um dia
todas as empresas estarão rodando muitos de seus
serviços dentro dela. Para muitas empresas o cenário será
híbrido, ou seja, parte de seus serviços estarão em nuvens
públicas enquanto outras partes permanecerão "dentro de
casa". Ainda não podemos dizer que a adoção da nuvem
pública será de 100% para todas as empresas, talvez isto
seja uma utopia, principalmente para as médias e grandes
corporações.
O contexto econômico das empresas vem mudando
há muitas décadas, assim como o papel da TI dentro das
organizações. A TI de hoje é capaz de criar e transformar
negócios físicos em negócios 100% digitais, até então isto
parecia ser um sonho, mas que agora se tornou uma
realidade, ou melhor, uma necessidade. Assim, quem não
se adaptar a este novo cenário correrá riscos de ver o seu
negócio desaparecer em pouco tempo, isto é, ser engolido
por concorrentes que muitas vezes já serão empresas
100% digitais. É a velha história de Davi e Golias, ou
seja, a democratização da tecnologia através da nuvem
tem feito com que os “Davis” (pequenas empresas)
estejam engolindo os “Golias”, principalmente porque
“Golias” (as grandes empresas) é lento e grande e, em
certos momentos, resistente às mudanças.
Diante deste cenário, podemos ver a que Cloud
Computing é, sim, um fator que trará ganhos e diferenciais
competitivos para as empresas.
Mas como nós da área de Tecnologia da Informação
podemos garantir e medir estes ganhos dentro de um
processo de adoção de nuvem?
Como podemos mostrar para as empresas que a
nuvem é mais vantajosa do que manter uma infraestrutura
dentro de casa, mesmo que muitas vezes o seu custo seja
mais elevado quando comparado aos recursos internos?
Como transformar a TI em um agente de inovação
através do uso da Cloud Computing?
Tudo isto é possível?
Sim, tanto é possível quanto facilitado pelos
diversos modelos de serviços que compõem a nuvem, mas
nem tudo acontecerá do dia para a noite, o caminho será
longo e demandará uma visão de futuro de todos aqueles
que estão empenhados nesta jornada. Fato é que teremos
que balancear algumas decisões, pois nem tudo na nuvem
ainda funciona no estado da arte, riscos deverão ser
analisados e compartilhados, mas jamais ignorados. O
fator redução de custo pode ser uma realidade, mas
dependerá de investimentos iniciais para adaptação dos
sistemas e aplicações para o modelo em nuvem. Não basta
apenas migrarmos nossas soluções do datacenter local
para a nuvem e esperar que ganhos como elasticidade e
escalabilidade sejam obtidos de maneira instantânea, vale
lembrar que fazer as coisas na nuvem é diferente quando
comparado aos modelos tradicionais de serviços de TI,
infraestrutura e programação de aplicações. Outro erro é
pensar que a nuvem poderá gerar uma redução dos custos
da TI no momento zero. Existirão custos iniciais para
migração devido à necessidade de duplicação de
ambientes, assim como será necessário investir em
treinamentos e em ferramentas para automatizar a
operação dos serviços da TI na nuvem.
Ao longo de sua jornada para nuvem também será
necessário gerar e mostrar os seus benefícios para o
negócio, por este motivo é fundamental a criação de um
planejamento que envolva desde o alinhamento entre as
estratégias da organização e da TI até as decisões sobre
quais projetos poderão nascer ou ser implementados
dentro da nuvem, para que dessa forma a empresa comece
a perceber os ganhos deste novo modelo computacional.
Talvez a melhor dica para aqueles que estão iniciando a
sua jornada seja: comece pequeno e comece
“experimentando a nuvem”.
Para que você possa construir uma estratégia de
nuvem eficiente e eficaz será fundamental que você
conheça as estratégias e os objetivos da organização onde
sua TI está inserida. Parto aqui do princípio de que todas
as empresas possuem um planejamento estratégico de
curto, médio e longo prazo. Dessa maneira será
fundamental que a TI tenha conhecimento desse
planejamento para que desenvolva uma estratégia alinhada
aos objetivos da organização na qual ela está inserida. É
necessário olhar para dentro da TI e entender os seus
ambientes e serviços e como estes suportam os processos
que sustentam os objetivos estratégicos da organização.
Uma vez entendido, será fundamental definir um roadmap
de migração dos serviços atuais para a nuvem, assim
como será necessário compreender como seus
fornecedores de tecnologia estão planejando a evolução
de seus produtos e soluções ao longo do tempo. Será
necessário identificar os serviços de TI implementados
que de alguma forma possam ser redundantes, para que
estes sejam consolidados ou até mesmo substituídos por
algum novo serviço ofertado na nuvem.
Uma empresa sem um planejamento estratégico é
uma empresa cega, assim como uma TI sem uma estratégia
alinhada à organização também será. Já dizia o ditado, se
você não sabe para onde ir então qualquer lugar estará
bom. Reflita sobre isto antes de pensar realmente na
nuvem, avalie as estratégias de sua empresa e também de
sua TI. Questione se as estratégias estão em sinergia antes
de traçar o seu planejamento para a nuvem.
Outra reflexão que a TI deverá fazer é sobre a
definição de seus objetivos com a nuvem. De maneira
geral, os principais objetivos estarão relacionados à:
• Redução dos custos da TI.
• Melhoraria dos serviços implementados.
• Obtenção de maior acessoà inovação.
• Solução de problemas de capacidade ou
disponibilidade.
• Necessidade de escalabilidade e melhor
agilidade na entrega dos serviços de TI.
Tente pensar em cada um desses objetivos e traçar
uma estratégia de adoção para cada um deles. Pense
também em cada modelo de nuvem (IaaS, PaaS ou SaaS) e
qual deles melhor atenderá a cada um de seus objetivos.
Não existirá apenas um objetivo, e sim uma combinação
de vários. Priorize seus objetivos e os alinhe às
estratégias da sua TI e da sua organização.
Falar em Cloud Computing é falar também em
inovação. Muitos falam atualmente em tecnologias
disruptivas enquanto outros falam sobre o quanto a TI
deverá ser capaz de inovar dentro das organizações. Não
podemos discordar dessa necessidade, pois a TI de hoje é
um agente de transformação nas organizações e a nuvem é
a grande viabilizadora deste processo de transformação.
Não podemos pensar também apenas nas mudanças
tecnológicas, mas também devemos analisar o seu impacto
nos processos de negócio e nas pessoas de dentro e de
fora da TI.
Os processos e a governança de TI são importantes
para manter as regras e as coisas funcionando
corretamente, porém cuidado para que eles não limitem
você a obter os ganhos que a nuvem poderá oferecer.
Repense os processos da sua TI e, se necessário, crie
novos processos que possam simplificar ou dar a
agilidade necessária para a TI e para o negócio. Analisar
novos métodos de trabalho também farão parte de sua
jornada para nuvem, por isso pense nos métodos ágeis
para o gerenciamento de projetos e avalie os possíveis
ganhos dos conceitos e culturas propostas pelas práticas
de DevOps.
Monitorar o portfólio de projetos da TI também
poderá ser uma boa estratégia, pois dessa maneira será
possível capturar oportunidades de projetos para a nuvem,
porém não devemos olhar apenas para os novos projetos,
temos que olhar também para os projetos em andamento e
para aqueles que visam a manutenção e a melhoria de algo
que já esteja implementado no datacenter local.
Inovar é preciso, capturar oportunidades e projetos
para a nuvem é fundamental ao longo de sua jornada, mas
nada disso terá valor se você não for capaz de manter tudo
que já está em produção funcionando corretamente. A
nuvem traz grandes ganhos para a TI no que diz respeito
às possibilidades de automatização da gestão e operação
dos serviços de TI, seja através do deploy automatizado
de aplicações ou até mesmo pelo monitoramento e
orquestração dos serviços na nuvem. Muitos desses
benefícios dependerão da correta definição da sua
arquitetura, por isso é fundamental que sua estratégia de
nuvem seja tratada como um plano coeso e que as ações
sejam coordenadas de forma integrada.
A segurança da informação é outro pilar desta
jornada e algo de extrema importância na nuvem. A cada
dia que passa a TI está ampliando as suas fronteiras para
além dos seus datacenters e, do ponto de vista de
segurança, será fundamental entender como podemos
proteger os dados da empresa na nuvem. Não questiono
aqui as tecnologias utilizadas para prover a segurança
existente nos maiores provedores de nuvem, afinal, muitos
deles possuem certificações internacionais relacionadas a
boas práticas em segurança da informação, mas é
importante avaliar a sensibilidade e o nível de
confidencialidade dos dados que serão armazenados na
nuvem. A nuvem tem uma abrangência global e por este
motivo está sujeita a legislações de diferentes países.
Felizmente alguns provedores de nuvem possibilitam que
você defina o local de armazenamento dos seus dados, ou
seja, é possível definir o país ou região onde os dados
ficarão armazenados evitando assim que estes fiquem
suscetíveis às legislações estrangeiras.
Nesta jornada será necessário avaliar
criteriosamente os modelos contratuais dos serviços em
nuvem, principalmente as regras de saída de um provedor
de nuvem a fim de evitar o “Lock-in”. Algumas vezes,
negligenciamos este tipo de análise, porém isto não
deverá ocorrer ao se contratar um serviço em nuvem.
Lembre-se de que dificilmente você será um cliente
estratégico para um grande provedor de nuvem, seja qual
for o tamanho de sua empresa. A nuvem é global e tanto
faz para o provedor o tamanho de sua organização, pois
este terá tantos outros clientes iguais ou até maiores do
que a sua empresa. Por isso a análise do modelo de
contratação de um serviço em nuvem passa a ser uma
atividade de extrema importância para a TI.
3. O conceito da TI Bimodal do Gartner
Group
 
O que é a TI Bimodal
 
O conceito da TI Bimodal surgiu no Gartner em
2014 e consiste em gerenciar as áreas da tecnologia da
informação de dois modos distintos, sendo um modo
tradicional (Modo 01), onde o foco principal se concentra
na eficiência operacional da TI e no trabalho contínuo
para a redução de problemas, e outro modo (Modo 02),
que tem um foco de gestão voltada para o ágil, flexível e
experimental, considerando entregas mais rápidas em
ciclos adaptativos.
Esta forma de abordagem tem como objetivo
principal ajudar a TI a suprir as necessidades das
organizações no que diz respeito à inovação e rapidez
para criação de novas soluções e serviços, principalmente
a necessidade de obter uma rápida resposta da TI frente às
mudanças nas estratégias das organizações em cenários
muitas vezes incertos, onde os requisitos e escopo dos
projetos não podem ser bem definidos desde o seu início.
A TI Bimodal também ajuda a TI a evitar alguns
problemas como, por exemplo, o Shadow IT, onde
unidades de negócio implementam soluções de TI por si
sós, justamente por entender que a TI não consegue
responder no prazo e dar o suporte necessário ao negócio.
Obviamente que as consequências disto para a TI são
enormes, pois geram serviços duplicados, riscos de
segurança e até mesmo a perda de recursos financeiros.
Modo 01 - A TI com foco na segurança e
eficiência operacional
Na proposta do conceito da TI Bimodal do Gartner
Group, o Modo 01, ou a parte da TI que atuará desta
maneira, terá como objetivo principal garantir a
performance dos ambientes e serviços já implementados
em produção. A busca pela redução e previsibilidade dos
custos e com riscos gerenciados são fundamentais para
este modo de atuação. Geralmente este modo estará mais
focado na própria TI do que no negócio, fazendo com que
esta parte da TI acabe ficando mais distante das decisões
estratégicas da organização. Este modo possui um estilo
de gerenciamento baseado no ITIL e trabalha para garantir
que os serviços implementados cumpram ou superem os
níveis de acordo de serviço estabelecidos. O segundo
pilar do Guia Jornada para Nuvem aborda questões sobre
a governança e os processos da TI com uma visão mais
detalhada sobre como a ITIL poderá ajudar no
gerenciamento dos serviços da TI na nuvem.
Modo 02 - A TI com foco no ágil e experimental
No Modo 02 da TI Bimodal o foco estará no
negócio e em suas estratégias e objetivos, assim como na
maneira que a TI oferece soluções rápidas e com a
flexibilidade necessária para responder rapidamente às
mudanças solicitadas pela empresa. Este modo se aplica
muito para novas soluções, onde o escopo e requisitos não
podem ser definidos com clareza nos momentos iniciais e
também onde os projetos experimentais são fundamentais
para tomadas de decisões da TI e do próprio negócio. A
nuvem é a grande viabilizadora do Modo 02, justamente
por oferecer serviços prontos que capacitam a TI a
entregar soluções rápidas e flexíveis. A característica de
escalabilidade da nuvem pode ser amplamente explorada
neste modo de operação, pois muitas vezes não será
possível prever questões de capacidade e custos dos
serviços que serão implementados, sendo estes capazes de
obter um crescimento ao longo do tempo de maneira
simples e altamente ajustável às necessidades da
organização. Este modo possui um estilo de
gerenciamento voltado aos conceitos e princípios de
DevOps e dos métodos ágeis para gerenciamento de
projetos (Agile). Os temas DevOps e os métodos ágeis
para gerenciamento de projetos são explorados no
segundopilar da Jornada para Nuvem sobre a governança
e os processos da TI, assim como o terceiro pilar trata da
mudança na estrutura organizacional e cultural da TI.
 
 Modo 01 – Segurança e Eficiência
operacional
Modo 02 – Agilidade e
Flexibilidade
Valor Previsibilidade, performance e estabilidade Experiência do usuário - Foco no
cliente - Alinhamento Estratégico
Objetivos Redução e previsibilidade sobre os custos
da TI
Riscos bem administrados
Confiabilidade e Segurança nos ambientes
Flexibilidade e velocidade
Gerenciamento incerto
Escopos difíceis de serem
definidos
de TI Requisitos incertos ou passíveis
de constante alteração
Piloto e Experimental
Cultura Foco na TI
De certa forma está distante do cliente e
das estratégias da organização
Foco no Negócio e/ou no produto
a ser desenvolvido
Próximo do cliente
Direcionado pelo planejamento
estratégico da organização, assim
como pelo planejamento de TI
Requerimentos Conhecimento prévio das funcionalidades
Conhecimento prévio dos requisitos de
performance, capacidade e disponibilidade
dos ambientes
Capacidade precisa ser prevista e muito
bem administrada
Requisitos são incertos e
funcionalidades mudam
constantemente
Escopo difícil de ser bem
definido, principalmente no início
do projeto
Capacidade dos ambientes são
imprevisíveis
Crescimento ocorre conforme a
demanda do negócio
Frequência de
Mudanças
Baixa (Mensais)
Mudanças incrementais e lentas com riscos
gerenciáveis
Alta (Dias ou Semanas)
Mudanças rápidas e mais
frequentes
Necessidade contínua de deploy
em ambientes produtivos
Necessidades de
Tecnologia
Tecnologias maduras
Fornecedores maduros
Contratos de longo prazo com níveis de
acordo de serviços formalmente
estabelecidos
Tecnologias podem ser imaturas
Fornecedores podem ser
pequenos ou imaturos
Contratos de curto prazo
Modelo de
gerenciamento
Baseado no ITIL Métodos ágeis de gerenciamento
de projeto
Práticas e princípios de
Dev/Sec/Ops
Gerenciamento e deploy de
soluções de maneira
automatizada
 
A importância da TI Bimodal no contexto da Cloud
Computing
 
Através do uso de ferramentas e serviços, a nuvem
capacita a TI a entregar soluções ao negócio de maneira
rápida e flexível. Porém não basta apenas a tecnologia
proporcionar tais características se as equipes da TI não
estiverem preparadas para se adaptarem a tais
características da nuvem. A tecnologia acelerou o
desenvolvimento de soluções e serviços e vem
proporcionando às empresas a criação de novos negócios
através de seu uso. Entretanto tal aceleramento também fez
com que as concorrências entre as empresas aumentassem
exponencialmente nos últimos anos, forçando a TI a
entregar soluções cada vez mais rápidas em cenários
muitas vezes incertos.
 
Quando falamos em TI Bimodal podemos entender que
este conceito faz grande sentido com o advento da Cloud
Computing. Tanto para a equipe que atuará no Modo 01
(Foco na segurança e eficiência operacional) quanto para
a equipe que trabalhará no Modo 02 (Foco na agilidade e
flexibilidade).
Para o Modo 01 a nuvem oferecerá um controle maior em
relação aos custos da TI, uma vez que na nuvem se paga
apenas por aquilo que se consome, assim como permitirá
que as áreas da TI focadas na operação e sustentação dos
serviços de TI implementem ferramentas de automatização
a fim de reduzir a necessidade de interferência humana na
gestão de seus serviços. O investimento em segurança
também será um fator fundamental neste modo de
operação, pois este visa garantir a integridade das
informações armazenadas na nuvem.
O Modo 02 será beneficiado pelas características da
nuvem como agilidade, elasticidade, continuidade e
consistência dos serviços, assim como oferecerá a
possibilidade da TI oferecer soluções rápidas em
cenários de negócio muitas vezes incertos, principalmente
onde os requisitos para a composição total dos serviços a
serem entregues ao negócio não estão claros desde o
início do projeto. Com o uso de recursos escaláveis e
serviços em nuvem praticamente "plug and play", o Modo
02 terá a possibilidade de trabalhar com foco no negócio
e suas estratégias e não mais com o foco nas necessidades
da própria TI. Atuando no Modo 02, a TI não deverá focar
suas ações em nuvem apenas com o objetivo de redução
de custo, mas também deverá levar em consideração que
os benefícios oferecidos muitas vezes serão difíceis de
serem mensurados ou atribuídos apenas com
características puramente financeira. Para apresentar uma
solução em nuvem ao negócio, de forma que este entenda
os seus benefícios, a área de TI deverá tentar atribuir
métricas para as seguintes características:
• Agilidade: Refere-se à velocidade com que um
serviço de TI pode se adaptar às novas situações e
demandas de negócio em tempo quase real.
• Elasticidade: Está relacionada à capacidade de
Computação, Storage e Rede, que podem ser "esticadas"
de forma a permitir o atendimento às demandas de
negócio sempre que necessário. Será possível adicionar
métricas se você interligar esta característica com a
característica da Agilidade. Ou seja, entre todos os
serviços oferecidos pela sua TI, quanto eles são capazes
de responder rapidamente às mudanças e necessidades do
negócio?
• Continuidade: Quanto tempo um serviço estará
disponível sem quaisquer interrupções, sejam elas
planejadas ou não. Ao se comparar com as soluções
locais, será possível definir métricas sobre um plano de
continuidade do serviço na nuvem. É importante levar em
consideração a capacidade da TI em prover mudanças
sem a interrupção do serviço que está em produção.
• Consistência: Corresponde à variação nos níveis de
serviço acordados (SLAs). Muitas vezes observa-se que
as soluções ou serviços locais da TI tendem a sofrer com
uma variação nos SLAs. A nuvem possibilita acordo de
níveis de serviços mais agressivos, principalmente pelas
suas características relacionadas à alta-disponibilidade e
alta-capacidade computacional. Na jornada para nuvem
será importante que você crie sempre uma base de
comparação, por isso entender e analisar suas métricas
atuais (SLAs) irá lhe proporcionar bons indicadores para
comparar com os SLAs oferecidos pelos provedores de
serviços na nuvem.
Será importante relacionar os resultados esperados de
negócio com métricas para cada característica
apresentada.
Aos gestores da TI caberá equilibrar as necessidades e os
objetivos da organização para o correto uso do conceito
da TI Bimodal. Embora seja necessário ser ágil e flexível
o suficiente para que o negócio enxergue a TI como um
agente estratégico, também será necessário garantir que os
serviços já implementados continuem operando dentro dos
níveis de acordo firmados. Não se pode priorizar um
modelo e detrimento do outro, caso contrário a
implementação do conceito poderá falhar.
A TI Bimodal também remeterá a uma mudança cultural na
TI, uma vez que ela propõe a necessidade de integração
entre as equipes de desenvolvimento e a equipe de
operação. Num certo momento poderá ocorrer conflitos
entre estes dois modos de atuação, pois algum novo
serviço poderá depender de algo que já está em produção
e que não poderá ser impactado por projetos
experimentais. Dessa maneira será fundamental criar um
ambiente de confiança e comunicação dentro da TI.
O conceito e os princípios relacionados ao DevOps,
quando adotados, tendem a ajudar na resolução desses
conflitos. DevOps é um conceito, alguns chamam de
movimento, outros de cultura, que apresenta um conjunto
de metodologias, princípios e ferramentas com o objetivo
de prover um desenvolvimento ágil de aplicações sem
impactar o serviço em produção.
Qual a melhor abordagem para iniciar uma mudança para
a TI Bimodal?
Em alguns casos recomenda-se iniciar o processo de
mudança por projetos pequenos, dessa maneira a TI
poderá de forma gradual demonstrar o valor da nova TI
para o negócio. Projetos relacionados à mobilidade e web
possuem maiores facilidades de serem implementados
neste modelo. É importante também que a TI estabeleça
um canal de comunicação com o negócio e que mostre os
ganhos obtidos ao longo do desenvolvimentode uma nova
solução ou serviço.
Frente às possíveis incertezas a própria área da TI tenderá
a se apegar aos processos antigos, e este é outro ponto ao
qual os gestores das áreas da TI deverão estar atentos,
pois será necessário balancear ou adaptar o modelo de
governança da TI a fim de facilitar este novo modo de
trabalho.
4. Conceitos e a principal proposta do
DevOps
 
DevOps – O que é?
 
Inspirado nos métodos ágeis de gerenciamento de
projetos, o DevOps é uma combinação de metodologias e
ferramentas que remete à necessidade de mudança cultural
e estrutural na TI, a fim de melhorar a flexibilidade e
velocidade na entrega de softwares.
É possível encontrarmos diversas definições na internet
sobre o que é o DevOps e quais são os seus principais
propósitos. A definição clara sobre o que é o DevOps, ou
o que será o DevOps dentro de sua empresa, será
fundamental para iniciar a sua equipe de TI neste novo
modelo de trabalho e entrega de softwares ao negócio. Ter
uma definição clara e objetiva sobre o que é o DevOps
para sua organização e para sua TI lhe ajudará a colocar
todos na mesma página.
Alguns descrevem o DevOps como sendo um movimento
inspirado nos métodos ágeis de gerenciamento de
projetos, porém ele representa muito mais do que um
movimento e um conjunto de metodologias e ferramentas.
DevOps representa uma mudança cultural na TI, onde o
foco de atuação passará a ser o produto final, e os
objetivos e as metas passarão a fazer parte de um todo e
não mais de equipes ou silos.
DevOps remete à necessidade de integração entre as
equipes de desenvolvimento de software e operações,
sugerindo a necessidade de se ter uma melhor
comunicação e maior confiança entre as estas equipes.
DevOps foca em pessoas e em como melhorar a
colaboração entre os times de desenvolvimento e
operações, remetendo assim à necessidade de
investimentos em ferramentas para automatização de
deploy e integração contínua dentro do processo de
desenvolvimento de software.
Ao contrário do que muitos pensam, ou acreditam, o
DevOps proporciona para a TI um maior controle sobre
as mudanças e implementação de novos sistemas,
permitindo aumentar o fluxo de trabalho completo com
maior frequência de deploys e, ao mesmo tempo, a
robustez e estabilidade do ambiente de produção.
DevOps não é um problema de ferramentas, mas sim de
encontrar maneiras de quebrar as barreiras técnicas e
culturais que dividem desenvolvedores e operadores.
O conceito proporciona agilidade e flexibilidade para a
requisitos para a composição total dos serviços a serem
entregues ao negócio não estão claros desde o início do
projeto. Porém nenhuma iniciativa terá sucesso em
DevOps se você não conhecer e alinhar previamente as
necessidades e objetivos estratégicos da organização. Não
concentre seus esforços de DevOps olhando e definindo
apenas as ferramentas como ponto fundamental, o
importante em DevOps é o produto final, pois nenhum
software entrega valor antes de entrar em produção.
DevOps representa o modo 02 de atuação da TI Bimodal
do Gartner Group, ou seja, suas práticas poderão ser
aplicadas mais facilmente em projetos cujos requisitos e
funcionalidades mudam constantemente e as capacidades
são imprevisíveis.
O segundo pilar do Guia Jornada para Nuvem apresenta
de forma mais ampla os pontos fundamentais do DevOps.
Este pilar apresenta também a definição dos princípios do
DevOps com foco na identificação dos seus principais
desafios e no modo de superá-los, trazendo dicas e
diversas abordagens de como iniciar a sua TI nas práticas
do DevOps.
 
A principal proposta do DevOps
 
A principal proposta do DevOps é resolver um antigo
conflito entre as equipes de desenvolvimento e a equipe
de operações. A proposição de valores é, e sempre será,
distinta entre estas duas áreas.
Para a equipe de desenvolvimento o valor está
relacionado à evolução dos sistemas, enquanto para a
equipe de operações o valor está na garantia e
estabilidade dos ambientes.
Para a equipe de desenvolvimento uma menor quantidade
de mudanças é ruim, já para a equipe de operações é
ótimo. Diante disso a TI conviveu por décadas com um
grande paradigma. Como ser ágil e flexível e ao mesmo
tempo garantir a disponibilidade nos serviços de TI já
implementados?
Para resolver esta questão e reduzir os riscos, a TI criou
ao longo dos anos muitos processos, tendo como
consequência a baixa eficiência e capacidade de entregar
valor ao negócio. Em muitos casos a TI atrasou a
capacidade das empresas em competir e adaptar-se às
mudanças de mercado. Não estou afirmando que a TI
deverá acabar com todos os seus processos, porém será
necessário rever muitos deles a fim de não limitar a TI à
aplicação das práticas de DevOps e, principalmente, aos
ganhos potenciais da Cloud Computing.
Fatores culturais e a resistência à mudança por parte das
equipes serão barreiras a serem superadas. O terceiro
pilar do Guia Jornada para Nuvem aborda questões e
práticas de como promover uma mudança organizacional e
cultural na TI, seja ela necessária para aplicação do
DevOps ou para a adoção de práticas como o Agile e da
TI Bimodal.
Resolver estes conflitos de necessidades e interesses
entre as equipes de desenvolvimento e operações
necessitará de uma revisão, adaptação ou criação de
novos processos e modos de trabalho com papéis e
responsabilidades definidas para cada um. A criação de
uma prática colaborativa com foco na confiança e respeito
remeterá à necessidade de uma comunicação eficiente
entre estas equipes. O primeiro passo na jornada do
DevOps é reconhecer este conflito e criar um ambiente de
colaboração entre estas equipes. Será necessário quebrar
os silos, definindo objetivos e metas compartilhadas entre
as equipes de desenvolvimento e operações, cujo foco
passará a ser o produto final e não mais as metas
individuais de cada equipe.
5. Arquitetura Corporativa e Arquitetura de
TI
 
É possível encontrarmos diversas definições para a
palavra Arquitetura na internet, eu particularmente prefiro
a seguinte: “Arquitetura é a estruturação de alguma coisa
com base em seus componentes, suas inter-relações
sustentada pelos princípios que governam o seu
desenvolvimento e evolução”.
Segundo a ISO/IEC 42010:2007, a palavra Arquitetura
corresponde:
“A formal description of a system, or a detailed plan of
the system at component level, to guide its
implementation”.
“A descrição formal de um sistema, ou um plano
detalhado de sistema em nível de componente, para
orientar sua implementação”.
Com base nesta definição podemos entender que a
Arquitetura Corporativa ou a Arquitetura de TI
correspondem à forma pela qual interligamos os
componentes de negócio ou da TI (Dados, Aplicações e
Infraestrutura) de forma sustentada pelos modelos de
governança que regem o seu desenvolvimento e evolução.
É comum haver uma certa confusão entre as definições de
Arquitetura de TI e Arquitetura Corporativa, o próprio
TOGAF, principal framework aberto de Arquitetura
Corporativa do Open Group, em sua versão 9.1, não
apresenta uma definição clara para o que seria a
Arquitetura Corporativa. Dessa maneira, para que
possamos entender melhor a principal diferença, basta
olharmos para os 4 domínios que compõem a arquitetura
corporativa segundo o próprio TOGAF.
 
 
Considerando os 4 domínios podemos entender que a
Arquitetura de TI envolve a arquitetura de aplicações,
arquitetura de dados e arquitetura de tecnologia. Quando
somada à arquitetura de negócio teremos o que
corresponde a uma Arquitetura Corporativa, ou seja,
quando aproximamos os componentes de negócio
(estratégia, processos, indicadores, etc.) e suas
interligações com a TI, teremos então uma Arquitetura
Corporativa, dessa maneira alguns especialistas defendem
a arquitetura de TI como sendo algo dentro da arquitetura
corporativa.
Existem também discussões sobre o TOGAF ser uma
ferramenta "exclusiva da TI" para definição de uma
Arquitetura Corporativa ou de TI, fato é que nas primeiras
versões do TOGAF não existia o domínio de Arquitetura
de Negócio, o que de certa formacorroborou para esta
percepção. É preciso entender que o TOGAF é o
principal framework que auxilia a TI a se aproximar do
negócio, porém é importante compreender que sua
abrangência vai além dos domínios da tecnologia da
informação.
 
Por que a arquitetura corporativa ou a arquitetura de TI
são tão importantes no contexto da Cloud Computing?
 
A arquitetura de TI será fundamental para que você possa
realizar a correta interligação dos componentes
(Hardware, Software, Sistemas, Interfaces entre sistemas,
etc.) que irão compor seus serviços de TI ou seus
Workloads que serão migrados para a nuvem.
A jornada para nuvem não deverá ser um projeto isolado
da TI, será fundamental entender os seus impactos, sejam
eles positivos ou negativos dentro da organização. Dessa
maneira será importante interligar os serviços de TI com
os processos de negócios, principalmente aqueles que
sustentam diretamente os objetivos e planos estratégicos
da organização, identificando assim como estes serviços
podem impactar positivamente ou negativamente os
indicadores de negócio (KPIs). Fazer a correlação correta
entre os serviços de TI e os processos de negócio o
ajudará também na classificação e no agrupamento dos
objetivos da TI em relação ao uso da nuvem, criando,
dessa maneira, uma estratégia de nuvem alinhada com o
negócio e com o planejamento da própria TI.
O agrupamento e a correlação dos serviços de TI com os
processos e objetivos de negócio também irão auxiliá-lo
na identificação de novas oportunidades na nuvem, assim
como simplificar a definição e a composição dos custos
dos serviços na nuvem, permitindo que você crie uma
base de comparação. Vale lembrar que os provedores de
nuvem ofertam serviços, desse modo o agrupamento de
componentes de TI na forma de serviços irá ajudá-lo na
comparação desses custos e dos possíveis benefícios que
eles poderão trazer para os processos e objetivos da sua
empresa.
 
O papel dos Arquitetos de TI no processo de adoção da
Cloud Computing
 
O objetivo deste e-book não é explorar conceitos ou
práticas que envolvem a Arquitetura Corporativa em sua
forma mais ampla, por este motivo e para melhor
compreensão, vamos considerar que o Arquiteto de TI
exerça a função de realizar o entendimento das estratégias
e dos processos de negócio a fim de traduzi-los em
soluções de TI.
Será fundamental, na sua jornada para nuvem, considerar
o papel do Arquiteto de TI, pois este terá como
responsabilidade principal traduzir a linguagem da TI
para uma linguagem a qual o negócio seja capaz de
entender e sentir-se parte atuante dentro desta jornada. Os
arquitetos precisam trabalhar junto às áreas de negócio,
engajando os usuários desde a concepção de uma ideia até
a sua implementação através de uma solução ou serviço
em nuvem. A escolha de um perfil profissional adequado
para esta função deverá levar em consideração aspectos
como a capacidade de pensamento estratégico e sistêmico,
ou seja, a capacidade de conexão entre os pontos de
problemas através de uma visão global ou uma visão "por
cima" dos desafios apresentados pela organização,
somando a esta capacidade a necessidade do pensamento
voltado para a criatividade e inovação e do seu poder de
influenciar e liderar as mudanças necessárias dentro da
empresa e da TI. Se não bastassem tais requisitos, é
necessário também que um Arquiteto de TI tenha
conhecimentos sobre o negócio e seus processos, afinal, a
ponte Negócio/TI será criada justamente por ele. Trata-se
de uma mudança de mindset, principalmente se
considerarmos que a maioria dos arquitetos de TI possui
um background técnico.
Na nuvem, uma solução mal desenhada significará custos
desnecessários. Até o surgimento e uso da nuvem em
maior escala pelas organizações, a TI tinha a liberdade de
dimensionar o tamanho dos ambientes de forma que ela, a
própria TI, não tivesse problemas relacionados à
capacidade, disponibilidade e performance das soluções
implementadas nos datacenters locais. Até então era
cômodo para a TI superdimensionar ambientes de
infraestrutura gastando, em muitos casos, além do que
deveria para oferecer soluções e serviços aos negócios,
gerando assim uma grande capacidade ociosa. Na nuvem,
uma solução mal arquitetada (desenhada) significará
custos desnecessários, e pior, custos que poderão estar
mais expostos ao negócio devido aos modelos de
cobrança dos serviços. Lembre-se, uma das
características da nuvem é cobrar apenas por aquilo que
utilizamos, e um de seus benefícios é possibilitar que a TI
tenha maior controle e transparência sobre estes custos
junto ao negócio.
Ter o controle dos gastos sobre os serviços em nuvem é
uma grande vantagem para a TI, e oferecer esta
transparência para o negócio será fundamental para
mostrar o valor da Cloud Computing à sua empresa.
Diferentemente de hoje, no passado, com os datacenters
locais (on premise), era difícil para a TI mensurar seus
custos ou o custo de um serviço oferecido para um
determinado processo de negócio na empresa. Muitas
vezes era difícil justificar investimentos em novos
projetos justamente por não ter a clareza sobre os custos e
os ganhos que o novo investimento em TI poderia trazer
para a organização. Com a nuvem tudo isto muda, pois,
com a transparência dos custos dos serviços consumidos,
será mais fácil justificar um novo investimento,
principalmente em projetos rápidos e muitas vezes
incertos de seu sucesso, nos quais não é possível
realizar altos investimentos em infraestrutura de TI no
momento zero.
Os desenhos das soluções em nuvem deverão ser
criteriosamente avaliados e planejados pelos arquitetos
de TI, que deverão analisar questões relacionadas à
disponibilidade, capacidade, continuidade e segurança do
serviço. O que não falta na nuvem são serviços e
possibilidades de integração entre eles. É um ecossistema
complexo no qual provedores e fornecedores de nuvem
travam uma verdadeira guerra para vender serviços e,
principalmente, gerar o que chamamos de Lock-in, que
corresponde à dependência do cliente para com o
provedor devido a padrões proprietários. Diante desse
cenário, é importante que os arquitetos de TI sejam
capacitados para fazer a correta avaliação dos serviços
que serão contratados, sem deixar que decisões
estratégicas sejam tomadas apenas por fornecedores ou
vendedores de serviços na nuvem.
6. O Shadow-IT e seus riscos na jornada
para nuvem
 
Shadow IT é um termo frequentemente usado para
descrever sistemas ou soluções de TI construídas e usadas
dentro das organizações sem aprovação e avaliação
explícita da área de Tecnologia da Informação. Neste
caminho, as soluções têm outra velocidade e em geral com
menor controle e ciclos de gestão que promovem um
“Time to Market” melhor, viabilizando inovação de forma
mais rápida e direta ao negócio.
O conceito de Shadow IT não é novo e ocorre
principalmente nas organizações que não possuem uma TI
capaz de oferecer uma rápida resposta ao negócio. Dessa
maneira, diante da necessidade, pessoas ou áreas de
negócio passam a buscar soluções de TI sem o
envolvimento da própria TI. É importante lembrar que o
Shadow IT não é um conceito atrelado à Cloud
Computing, e sim a qualquer tipo de solução
implementada sem o correto envolvimento das áreas de
TI. Por exemplo, podemos considerar smartphone pessoal
que faz acesso aos recursos da empresa como um tipo de
Shadow IT.
No contexto da nuvem e, principalmente, no modelo de
Software como Serviço (SaaS), o risco do Shadow IT
poderá ser ainda maior, sobretudo pela facilidade e
agilidade contratual dos serviços neste modelo. Em linhas
gerais, não existem muitas dificuldades para contratação
de serviços em nuvem, de maneira que esta poderá ser
facilmente realizada por qualquer área de negócio ou
pessoa dentro da organização. O Shadow IT é um desafio
grande para qualquer TI, pois muitas vezes os novos
serviços contratados diretamente pelo negócio fogem ao
controle da própria TI. Em alguns casos a TI toma
conhecimento de um novo serviço apenas quando este
apresenta alguma necessidade de integração com outrossistemas existentes, por exemplo, com o ERP da empresa.
Infelizmente não é incomum nos depararmos com este
cenário.
O risco do Shadow IT ocorre em empresas onde a TI não
é vista como um agente estratégico, e sim como um
obstáculo a mais dentro das estratégias e objetivos da
organização. Por este motivo é fundamental que as
estratégias e objetivos da organização estejam alinhados
com as estratégias da TI, dessa maneira será possível
reduzir o risco de ter ambientes ou serviços duplicados
em decorrência da Shadow IT. Também se faz necessária
uma comunicação eficiente entre a TI e o negócio, a fim
de criar um laço de confiança entre ambos.
Em 2013, um estudo da McAfee, conduzido pela unidade
Stratecast da Frost & Sullivan, apontou a tendência para a
Shadow IT ao mostrar que 81% dos funcionários da linha
de negócios e 83% das equipes de TI admitiam usar
softwares não aprovados pela corporação. A exposição
ao risco é constante neste tipo de situação, uma vez que os
dados armazenados na nuvem estão sujeitos às leis dos
países onde o serviço ofertado está hospedado, além
disso, muitas vezes não existe clareza por parte dos
provedores de nuvem quanto à localização geográfica de
seus datacenters. No modelo de Software com Serviço
(SaaS), estas informações são ainda mais difíceis de
serem obtidas, pois os dados podem estar fragmentados
em diversos datacentrers ao redor do mundo. Sendo
assim, a contratação de serviços realizada diretamente
pelo negócio, sem consentimento da TI, incidirá em risco
de segurança, uma vez que questões relacionadas à
privacidade e sensibilidade dos dados não foram
avaliadas.
Para exemplificar, nos Estados Unidos havia uma lei
chamada "Patriot Act" ou "Ato Patriota", que foi um
decreto assinado pelo presidente George W. Bush logo
após os ataques de 11 de setembro de 2001. Esta lei
permitia, entre outras medidas, que órgãos de segurança e
de inteligência dos Estados Unidos interceptassem
ligações e e-mails de organizações e pessoas
supostamente envolvidas com o terrorismo, sem
necessidade de qualquer autorização da justiça, sejam
elas estrangeiras ou americanas. Algumas provisões desta
lei expiraram em junho de 2015, quando o congresso
americano aprovou a "USA Freedom Act" para substituir
o Ato Patriota, do qual algumas provisões foram mantidas,
entre elas a permissão para investigação de documentos
privados de instituições e pessoas que estiverem
hospedadas em território Norte Americano.
No momento da contratação de um serviço será necessário
avaliar e garantir, em contrato com o provedor, o local
onde o serviço estará hospedado e será ofertado.
Infelizmente o Brasil ainda não é visto como uma região
estratégica por alguns provedores de nuvem, por este
motivo alguns serviços por eles ofertados estão
disponíveis apenas em regiões fora de nossas fronteiras.
Caso sua empresa tenha como requisito legal manter os
dados em território nacional, você deverá avaliar sempre
o roadmap dos serviços em nuvem que serão contratados,
principalmente os serviços modularizados, a fim de
garantir que todos os módulos sejam oferecidos através de
datacenters fisicamente instalados no Brasil.
7. Planejando a sua Jornada para Nuvem
 
A Estratégia Empresarial
 
O objetivo deste capítulo é contextualizar de forma ampla
o conceito da estratégia empresarial, assim como
sensibilizar o leitor quanto à importância de realizar o
correto alinhamento entre as estratégias e objetivos da
organização com as iniciativas e projetos das áreas de TI,
incluindo as ações e projetos de Cloud Computing.
Os profissionais das áreas da Tecnologia da Informação
precisam conhecer os planos estratégicos das empresas
em que atuam, justamente para direcionar as ações e os
projetos da TI em prol dos objetivos estratégicos da
organização. O alinhamento entre a TI e o negócio não é,
em sua essência, algo simples de se implementar e muito
menos de se obter de maneira eficaz, isto porque muitas
vezes estas informações são extremamente de alto nível e
subjetivas não sendo também compartilhada em todos os
níveis da organização.
Existem diversas ferramentas da administração que
ajudam na definição e no acompanhamento da evolução da
estratégia corporativa, sendo que muitas delas foram
adaptadas e são utilizadas também para apoiar na
definição das estratégias e objetivos da própria TI.
 
Definição de Estratégia
 
Existem diversas definições para a palavra estratégia,
porém existem algumas definições mais famosas que
foram dadas por grandes gurus da administração.
Para Luecke (2009), estratégia (do grego strategos) é um
termo militar, usado na descrição da arte do general.
Refere-se ao plano do general para dispor e manobrar
suas forças, com o objetivo de derrotar um exército
inimigo.
Para Porter (1980), “estratégia é uma fórmula ampla para
o modo como uma empresa vai competir.”
Para Slack et alii (1997), estratégia é o padrão geral de
decisões e ações que posicionam a organização em seu
ambiente e que pretendem alcançar suas metas de longo
prazo. Uma estratégia possui conteúdo e processo. O
conteúdo de uma estratégia diz respeito às decisões
específicas que são tomadas para alcançar objetivos
específicos.
Cada empresa que compete em um determinado setor da
indústria possui a sua estratégia competitiva. Segundo
Poter (1980), esta estratégia pode ser desenvolvida de
forma explícita, ou seja, por meio de um processo formal
de planejamento, ou então de forma implícita, por meio
das atividades dos departamentos funcionais da empresa.
Existem diversas abordagens, métodos e ferramentas para
a construção de um plano estratégico.
Este mesmo autor defende que o grau de concorrência de
uma empresa depende de 5 forças competitivas, sendo
que, em conjunto, todas estas cinco forças determinam a
intensidade de concorrência da indústria.
 
 
Outra ferramenta muito utilizada no planejamento
estratégico é a análise de SWOT (Strengths, Weaknesses,
Opportunities, Threats), ou Forças, Fraquezas,
Oportunidades e Ameaças. A análise de SWOT propõe
que sejam considerados os fatores interno e externo de
maneira que estes possam esclarecer o mundo onde a
empresa atua.
As forças são capacidades que permitem que a empresa
ou unidade tenha um bom desempenho; capacidades que
precisam ser alavancadas.
As fraquezas são características que impedem que sua
empresa ou unidade tenha um bom desempenho;
características que precisam ser abordadas.
As oportunidades são tendências, forças, eventos e ideias
das quais sua empresa ou unidade pode tirar proveito.
As ameaças são eventos, ou forças possíveis, que estão
fora de seu controle e que requerem de sua empresa ou
unidade planejamento ou decisão de como mitigá-las.
Outra ferramenta, proposta por Kaplan e Norton (1997), é
o Balanced Scorecard, que visa traduzir a missão e
estratégia em objetivos e medidas, organizados em quatro
perspectivas diferentes: Finanças, Cliente, Processos
Internos e do aprendizado e crescimento. O BSC cria uma
estrutura, uma linguagem, para comunicar a missão e
estratégia e utiliza indicadores para informar os
funcionários sobre os vetores do sucesso atual e futuro.
Os principais benefícios do Balanced Scorecard são:
 
1. Esclarecer e traduzir a visão e a estratégia;
2. Comunicar e associar objetivos e medidas estratégicas;
3. Planejar, estabelecer metas e alinhar iniciativas
estratégicas;
4. Melhorar o feedback e o aprendizado estratégico.
 
Através desses benefícios, muitas empresas estão
utilizando o BSC como um sistema para administração da
estratégia de longo prazo.
Como parte do seu planejamento da jornada para nuvem
será fundamental entender e conhecer o plano estratégico
da organização no qual sua TI está inserida, assim como
entender e conhecer o planejamento da TI, que deverá
estar em linha com o plano estratégico da organização, ou
seja, entender quais projetos e serviços de TI estão
direcionados para dar suporte aos processos que
sustentam o planejamento e objetivos da organização.
 
Alinhando as estratégias da organização e da TI com o seu
planejamento da jornadaA tecnologia da informação acelerou o processo da
globalização fazendo com que a competição entre as
empresas se transformaram também em um processo de
intensa competição digital, mudando assim a visão e o
posicionamento da TI dentro das organizações. As
constantes necessidades de mudanças ou adaptações aos
cenários macroeconômicos reduzem drasticamente o
tempo de reação das empresas frente aos seus
concorrentes, assim como o tempo das empresas para
encontrar maneiras de responder rapidamente aos novos
desafios e objetivos estratégicos.
O planejamento será um fator crucial para a sobrevivência
das empresas, de maneira que estas deverão construir uma
visão de curto, médio e longo prazo. Os cenários, muitas
vezes incertos, são outros desafios ao planejamento
estratégico das organizações, mudanças e adaptações
serão necessárias ao longo do tempo, dessa maneira
haverá sempre a necessidade de revistar o planejamento e
executar as mudanças necessárias para manter a empresa
no rumo de sua visão. O mesmo irá ocorrer com o seu
planejamento da jornada, a definição de uma estratégia e o
seu acompanhamento será fundamental para o seu sucesso.
A TI de hoje é uma provedora de informações estratégicas
para as organizações. Sua capacidade de criar
informações com base em alto-volume de dados está
posicionando a TI como um agente de transformação e
fonte para a inovação, habilitando novas capacidades para
as empresas e permitindo que estas ampliem suas
possibilidades de competição.
Assim como o planejamento estratégico da organização
tem por objetivo definir as ações a serem executadas para
atingir os objetivos de alto nível, o planejamento da TI
também deverá compor suas ações de maneira a
identificar as necessidades do negócio, para assim
oferecer as soluções adequadas que possam rapidamente
viabilizar o alcance dos objetivos da organização e de
seus processos.
Modelo estratégico de relação
 
 
Uma empresa sem um planejamento estratégico será uma
empresa cega, assim como uma TI sem um planejamento
de TI também será. É necessário saber para onde
queremos apontar a nossa TI, mas para isto é necessário
conhecer os objetivos organização. Temos que lembrar
que a TI é o meio que a empresa possui para entregar
valor a seus clientes. A TI de hoje é um agente de
transformação e inovação e não mais uma área de suporte
operacional.
Criar uma estratégia de TI requer primeiramente conhecer
o planejamento de curto, médio e longo prazo da
organização, assim como entender o que falta ao negócio e
como TI poderá ajudar para entregar serviços que de fato
agreguem valor à organização.
É importante destacar que uma TI que possui um
alinhamento com o negócio sempre tenderá a direcionar
seus projetos de forma a suprir as demandas e
necessidades da organização.
As empresas investem muito na TI e esperam por retornos
que de fato agreguem valor. Porém o alto investimento
sem o correto alinhamento estratégico entre a TI e o
negócio certamente irá minar ou eliminar as
possibilidades da TI entregar valor. A nuvem é uma
grande habilitadora de geração de valor para a empresa,
mas o seu uso e seu planejamento deverão estar em linha
com as estratégias da TI. Suas ações em nuvem irão correr
sérios riscos de fracassar ou de não atingir os resultados
esperados se antes não houve este alinhamento.
O planejamento de TI envolve basicamente uma análise de
três áreas: infraestrutura e serviços, recursos humanos e
sistemas de informação. Envolve também a análise do
Roadmap de todas as tecnologias que compõem os
serviços, definindo assim uma visão da situação atual e de
futuro da TI e das ações necessárias para que a situação
futura seja atingida de maneira eficiente e eficaz.
Este é o papel fundamental dos Arquitetos de TI ou de
qualquer pessoa que esteja construindo um planejamento
da jornada para nuvem. É necessário entender a situação
atual da TI dentro do contexto da organização a fim de
definir uma visão de futuro, traçando ações que a TI e a
sua jornada para nuvem deverão executar até atingir um
estado desejável.
Do ponto de vista do Guia Jornada para Nuvem, a
definição do estado atual e desejado deverá passar
sempre pelos 6 pilares fundamentais da jornada. Da
mesma maneira, você deverá criar sempre uma base de
comparação entre o estado atual e o desejável da sua TI a
fim de mensurar o seu nível de maturidade dentro do
processo de adoção da Cloud Computing.
 
Modelo do alinhamento estratégico da organização com a
TI
 
O planejamento estratégico da TI tem como base os
modelos e ferramentas da administração, ou uma
combinação entre eles. O exemplo apresentado neste
capítulo é uma combinação de uma metodologia
conhecida como Fatores Críticos de Sucesso (FCS) com a
do Balanced Scorecard (BSC). Este e-book não tem por
objetivo detalhar estas metodologias, visto que já existem
outros livros sobre estes temas, mas é importante entender
e exemplificar a importância deste alinhamento e de como
podemos criar uma estratégia de TI para que depois
possamos derivar e relacionar as ações e os projetos da
nuvem de modo a atender as estratégias da TI e
consequentemente as estratégias da organização.
É importante reforçar também que existem outras
ferramentas que ajudam a TI a criar e acompanhar as suas
estratégias como, por exemplo, o COBIT, que é uma
espécie de ponte para transformação dos objetivos da
organização em objetivos do processo de informatização.
O método do Fator Crítico de Sucesso (FCS) sugere a
definição de tudo aquilo que é imprescindível para o bom
funcionamento da organização, ou seja, o que de fato é
essencial dentro dos objetivos e metas da organização.
O método do Balaced Scorecard (BSC) acrescenta uma
visão de indicadores e metas frente aos objetivos
definidos nas estratégias, tanto da organização quanto da
TI. Já dizia Peter Drucker, um dos pais da administração
moderna: "O que não se pode medir não se pode
gerenciar."
Os principais passos para a definição da estratégia da TI
são:
Identificação pela TI da missão, estratégias,
objetivos, metas e métricas que compõem o
planejamento estratégico da organização.
Identificação pela TI dos Fatores Críticos de
Sucesso (FCS) para a organização frente aos
objetivos, metas e métricas definidas.
Identificação pela TI dos indicadores necessários
para monitorar os FCS da organização, muitas vezes
estes indicadores acompanham os processos de
negócio que sustentam a execução do planejamento
com seus objetivos.
Análise da situação atual da empresa pela TI, com
base nos fatores críticos de sucesso (FCSs) e seus
produtos, serviços, processos e pessoas,
identificando assim problemas ou áreas nas quais a
TI poderá focar para prover melhoria nos serviços
ofertados. Esta análise deverá contemplar uma visão
sobre os produtos, serviços, processos e pessoas da
organização.
Identificação dos objetivos da TI com base no
planejamento estratégico da organização. Definição
de indicadores para cada objetivo definido pela TI,
de maneira que estes possam ser mensurados e
monitorados dentro da estratégia da TI.
Definição das metas para cada indicador definido
pela TI. Vale lembrar que muitas organizações
utilizam a metodologia do Balanced Scorecard
justamente para definir os indicadores e metas para
cada objetivo da organização. Do mesmo modo a TI
também poderá utilizar esta metodologia para
definição de seus indicadores, desde que estes
estejam em linha para alcançar os objetivos
definidos no planejamento estratégico da
organização.
Definir as ações (estratégias da TI) necessárias para
alcance das metas da TI em linha com os objetivos
da organização. Corresponde basicamente à seleção
dos projetos e operação dos serviços de TI de
maneira a atender as necessidades da organização.
Definição dos sistemas de informação para suportar
as iniciativas ou monitorar os indicadores.
Definição dos serviços e recursos (Tecnologia,
Processos e Pessoas) da TI para suportar os sistemas
de informação.
 
A figura abaixo resume e exemplifica a forma de
alinhamento entre as estratégias da organização e as
estratégiasda TI, de acordo com os 9 passos apresentados
anteriormente.
 
 
Assim como na estratégia organizacional, a estratégia da
TI também deverá apresentar uma visão de curto, médio e
longo prazo. A estratégia da TI também estará sujeita a
mudanças ao longo do caminho, por este motivo poderá
ser necessário criar cenários em cima da estratégia da TI,
de forma a auxiliar na prevenção de eventos e também
para oferecer planos de respostas sobre como agir diante
deles.
Para cada cenário será necessário listar possíveis eventos
de riscos que possam interferir na sua execução, bem
como identificar as probabilidades destes eventos
ocorrerem e suas consequências positivas ou negativas
para a estratégia da TI. Será necessário identificar os
riscos e o seu grau de impacto sobre os cenários a fim de
criar respostas sobre como lidar com estes riscos, caso
venham a ocorrer.
Agora você deve estar se perguntando. O que meu
planejamento da jornada para nuvem tem a ver com tudo
isto?
A resposta é: Tudo. Suas ações, projetos e o seu
planejamento da jornada para nuvem deverão estar em
linha com o planejamento da sua TI. Com isso, o seu
planejamento da jornada deverá olhar para o portfólio de
projetos da TI justamente para capturar oportunidades
para a nuvem de modo que você consiga ligar os objetivos
da TI e da organização com a sua jornada, mostrando
assim onde cada ação irá refletir nos objetivos e ganhos
estratégicos da TI e consequentemente da organização.
Criar o planejamento da jornada envolve uma análise do
seu impacto nos processos da TI, nas pessoas, nas
tecnologias e arquitetura de TI, na segurança da
informação e na operação dos serviços em nuvem. Por
este motivo a sua jornada para nuvem não poderá ser
tratada como sendo um projeto isolado da TI, tampouco
como tendo foco apenas na redução dos custos da TI,
acreditando que somente este fator será fundamental para
trazer resultado e o valor da nuvem ao negócio. Fatores
financeiros são importantes dentro da estratégia de nuvem,
mas não poderão ser os únicos. Será necessário realizar o
balanceamento com os ganhos qualitativos em agilidade,
flexibilidade, continuidade e consistência dos serviços de
TI, assim como será fundamental identificar métricas e
maneiras de medir os ganhos da nuvem com base nos
objetivos definidos nas estratégias da organização e da TI.
O agrupamento dos objetivos da TI com o uso da Cloud
Computing também poderão ser representados em grupos
de objetivos maiores.
 
 
Dentro de seu planejamento de nuvem, você também
deverá considerar um plano de revisão sobre
planejamento da TI, justamente para validar se as ações
que você está executando em sua jornada ainda são
relevantes para a TI e para a organização.
A criação de um planejamento estratégico de TI não é algo
simples, mas é fundamental quando pensamos em
transportar nossos serviços para a nuvem. Não podemos
tratar a nuvem como sendo apenas uma migração de
datacenter. Para que a TI possa gerar valor ao negócio
através da nuvem, será necessário atribuir uma visão
estratégica ao planejamento, ações e projetos.
A base do seu planejamento da jornada para nuvem
deverá ser a estratégia da sua TI, mas não totalmente
limitada a ela. A nuvem é uma grande viabilizadora para a
inovação, por isso conhecer as estratégias da organização,
principalmente sobre os processos que sustentam estas
estratégias, será fundamental para mostrar o valor da
nuvem como sendo um diferencial competitivo para sua
empresa.
 
Proposta de um modelo de alinhamento do planejamento
da jornada com as estratégias da organização e da TI
 
A proposta de um modelo para o alinhamento da sua
jornada para a nuvem com as estratégias da TI e da
organização tem como objetivo demonstrar algumas ações
importantes a serem consideradas dentro do seu
planejamento da jornada.
A Cloud Computing deverá ser a base de sua pirâmide,
dessa maneira o modelo apresenta em suas camadas
superiores as principais etapas e necessidades de
alinhamento entre elas.
 
 
Estratégias Corporativas e Estratégias da TI:
Representam o alinhamento entre as estratégias da TI
e as estratégias corporativas a fim de suportar e
direcionar o seu planejamento, ações e projetos da
jornada para nuvem. Será necessário identificar
áreas, processos e tecnologias nas quais a TI deverá
focar para assegurar a entrega de produtos e serviços
em nuvem que suportem, principalmente, os
processos estratégicos da organização.
 
Roadmap e Arquitetura de TI: O papel de um
Arquiteto de TI em sua jornada para nuvem
certamente trará grandes benefícios, principalmente
na etapa de planejamento da jornada alinhado às
estratégias da TI e da organização. Porém, na
ausência deste papel, será fundamental que a TI
identifique soluções e tecnologias potencializadas
pelo advento da nuvem a fim de entregar soluções
rápidas, disruptivas e com alto valor agregado para
as áreas de negócio. Será fundamental desenvolver
um business case para cada projeto ou workload que
será migrado para nuvem, levando em consideração
uma análise de viabilidade técnica e financeira dos
serviços. Neste ponto será fundamental identificar e
cruzar os objetivos estratégicos da organização/TI
versus os projetos e as iniciativas em nuvem,
identificando como cada objetivo da organização/TI
será atendido em cada projeto ou workload que será
transacionado para nuvem.
 
Portfólio de projetos da TI: Monitorar o portfólio
de projetos da TI a fim de identificar oportunidades
que poderão se beneficiar das características da
nuvem. Aqui será importante monitorar e capturar
oportunidades em novos projetos, assim como em
projetos relacionados à melhoria de ambientes ou
sistemas que já estão em produção.
 
 
Operação dos serviços de TI: Em muitos casos as
empresas não possuem uma equipe dedicada ao
gerenciamento da operação dos serviços de TI, em
outros casos esse gerenciamento é executado por
terceiros (outsourcing). Independente do modelo de
operação existente, será fundamental o envolvimento
desta área para coletar os acordos de nível de
serviço (SLAs) atuais, assim como para alinhar os
novos SLAs da nuvem. Lembre-se sempre de
registrar os valores atuais relacionados
principalmente ao tempo de indisponibilidade de
ambientes, volumetria e recorrência de incidentes e
problemas. Todas essas métricas deverão ser
utilizadas como base de comparação após a
migração ou implementação de um novo serviço na
nuvem.
 
Governança e Gerenciamento dos serviços de TI:
A governança da TI trata das políticas de uso da TI
que regem a maneira pela qual os programas,
projetos e operações devem ser realizados, para que
os objetivos ou princípios da TI possam ser
alcançados. Dessa maneira a governança da TI ditará
as regras sobre integrações e padronizações,
políticas relativas à infraestrutura de TI, aplicações,
recursos humanos, ativos físicos, dados, propriedade
intelectual e investimentos em TI. A governança da
TI é a forma pela qual a TI sustentará os processos
estratégicos da organização, possibilitando que as
metas e objetivos da organização sejam alcançados
através do uso efetivo dos recursos da TI. Muitas
vezes as pessoas confundem a governança da TI com
o gerenciamento da TI, é importante ratificar que
estes são conceitos distintos. A governança define as
regras e padrões com base nos objetivos da TI,
enquanto o gerenciamento da TI trata de aspectos
relacionados ao modo de gerenciar os serviços de
forma que estes entreguem os resultados esperados
pelo negócio. No seu planejamento da jornada será
importante incluir os padrões e modelos de nuvem
dentro da governança da TI, assim como ao longo da
jornada você deverá definir os processos e as
metodologias que a TI deverá seguir para suportar os
serviços na nuvem. A nuvem traz ganhos para a TI no
que diz respeito à velocidade e flexibilidade para
implementação de novos serviços, porém não basta a
tecnologia prover tais características se os processos
de gerenciamento ou modelos atuais da governança
da TI não estiverem adaptados para esta nova
realidade. Será importante rever alguns

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