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1 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - CONCEITOS E FUNDAMENTOS 1 Sumário 1- INTRODUÇÃO...........................................................................................4 2- ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO........................................9 3- AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO...............................12 4- AS COMPETÊNCIAS DOS ANALISTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMACAO ..........................................................................................16 4.1- OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÂO .....22 5- USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO ........................................24 6- A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO ........................26 7- A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO GTI.............................28 8- GASTOS COM TI: DESPESAS OU INVESTIMENTOS? ...........................32 9- OS BENEFICIOS INTANGIVEIS E OS BENEFICIOS FUTURO DA TI.......37 9.1- TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ............................39 BIBLIOGRAFIA...............................................................................................52 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1 – INTRODUÇÃO Em seus primórdios, os computadores não passavam de "máquinas gigantes" que agilizavam tarefas lógicas em instituições de pesquisa, grandes empresas e entidades governamentais. Mas, com o avanço tecnológico, essas máquinas ficaram não só mais compactas, como também se tornaram mais confiáveis e potentes. De tão expressiva, a evolução computacional nos levou a um conceito que está presente em todas as áreas do conhecimento: a Tecnologia da Informação (TI). Essa denominação faz bastante sentido. Se olharmos bem, veremos que a informação sempre esteve por trás de todos os esforços de desenvolvimento da computação, desde os primitivos computadores do século passado até os moderníssimos servidores, PCs, notebooks, smartphones e outros dispositivos eletrônicos que nos cercam atualmente. Do ponto de vista analítico, a informação é um patrimônio, um conjunto de dados que possui valor. Quando digital, esses dados não correspondem meramente a um monte de bits e bytes, mas a um conjunto classificado e organizado de detalhes que, como tal, podem ser usados por pessoas, instituições de ensino e pesquisa, governos e outras organizações em prol de um ou mais objetivos. Nesse sentido, a informação é tão importante que pode determinar até a sobrevivência de um negócio, por exemplo. Basta pensar no que aconteceria se uma instituição financeira perdesse todas as informações de seus clientes ou se imaginar no papel de uma pessoa que enriquece da noite para o dia ao descobrir uma informação valiosa analisando grandes volumes de dados. A informação é tão importante que organizações de todos os portes e ramos de atividade investem constantemente em tecnologias para obtenção, classificação, análise, proteção e preservação de dados. 4 É aqui que a Tecnologia da Informação passa a cumprir um papel importante no dia a dia de indivíduos e organizações. São as decisões ligadas a esse conceito que irão definir como dados podem ser coletados, analisados e classificados para se transformarem em informação e, a partir daí, serem disponibilizados, acessados, processados e protegidos em benefício de determinada finalidade. A Tecnologia da Informação (ou, em inglês, Information Technology — IT) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos computacionais que visam permitir a obtenção, o armazenamento, a proteção, o processamento, o acesso, o gerenciamento e o uso das informações. Se a informação é um patrimônio, um bem que agrega valor e dá sentido às mais diversas atividades, é importante garantir que os recursos de hardware e software sejam aplicados e mantidos de modo condizente à cada atividade. É por isso que empresas e outras organizações costumam contar com um departamento de TI (ou uma divisão similar). Esse departamento de TI pode trabalhar por conta própria, ser terceirizado — quando os serviços de Tecnologia da Informação são prestados por profissionais ou empresas externas — ou, ainda, corresponder a uma combinação de ambos. O que importa é que as decisões relacionadas à TI sejam tomadas e executadas de modo a garantir que as atividades que dependem delas obtenham os recursos e resultados necessários. Uma rede de supermercados, por exemplo, precisa garantir que o seu sistema de vendas estará em funcionando durante toda a operação comercial, do contrário, o prejuízo será grande; do mesmo modo, um hotel precisa ter um sistema bem desenvolvido para evitar reservas de quartos para dois clientes ao mesmo tempo. Além de levar em conta aspectos como desempenho (é indesejável que a aplicação fique lenta ou instável), disponibilidade (o sistema não pode ficar inoperante quando em uso) e segurança (para evitar roubo de dados, por exemplo), o departamento de TI precisa tomar decisões bem ponderadas para evitar desperdício de recursos ou gastos inesperados. 5 Placas de vídeo potentes são caras e, por isso, devem ser direcionadas somente aos profissionais que realmente se beneficiam delas, como editores de vídeo ou desenvolvedores de jogos. Comprar computadores de boa qualidade não significa adquirir as opções mais sofisticadas, mas aquelas que possuem os recursos necessários para cada atividade. A evolução tecnológica abrange todas as atividades desenvolvidas na atualidade ao permitir o compartilhamento rápido e livre de um volume muito grande de informações por meio da rede mundial de computadores. Essa rapidez na evolução foi impulsionada pela necessidade de melhorias na qualidade de processos e customização de produtos. Schreiber et al. (2002, p. 36) destaca os fatores importantes deste processo: o rápido crescimento da rede mundial de computadores world wide web (www), que estabeleceu uma infraestrutura de compartilhamento do conhecimento; [b] a identificação do conhecimento como fator-chave de produção, além do trabalho e do capital. A tecnologia da informação (TI) precisa do conhecimento das pessoas para ser percebida e aplicada em diversos fins, utilizada por pessoas e organizações como meio facilitador no acompanhamento das inovações, no aumento da produtividade para melhorar a qualidade de produtos e serviços, e para tornar rápida e eficiente a comunicação com mercados, clientes e fornecedores. Por causa disso, é considerada uma importante ferramenta para manter operantes todos os envolvidos em um negócio, sendo mais intensa a conscientização de que ela não pode ser dissociada de nenhuma atividade organizacional a fim de agregar valor aos produtos e serviçosofertados. De forma bem objetiva, pode-se entender a tecnologia da informação como um conjunto de atividades e suas soluções, ambas tendo como alicerce recursos computacionais que facilitam o armazenamento, o acesso, o gerenciamento e o posterior uso das informações. Para entender o mecanismo desse processo, retomam-se os fundamentos da tecnologia da informação que, de acordo com Stair (2002), têm como componentes principais: 6 • Tecnologia: as redes de computadores são sistemas de componentes de processamento de informações que utilizam uma multiplicidade de hardware, software, gerenciamento de dados e tecnologia de redes de telecomunicações. • Aplicações: aplicações de negócios e e-commerce envolvem sistemas de informações interconectadas. • Desenvolvimento: as formas de desenvolvimento, para utilizar tecnologia da informação na empresa, abrangem o projeto de componentes básicos dos sistemas de informação. • Administração: o gerenciamento da tecnologia da informação enfatiza a qualidade, o valor estratégico para um negócio e a segurança dos sistemas de informação de uma organização. • Hardware: equipamento do computador utilizado para realizar atividades de entrada, processamento e saída. Os equipamentos de entrada incluem teclado, mouse etc. • Software: são programas que comandam operações do computador. Esses programas permitem que o computador processe dados financeiros, de Recursos Humanos, de produção etc. • Banco de dados: coleção organizada de fatos e informações, constituindo dois ou mais arquivos de dados relacionados. • Telecomunicações: transmissão eletrônica de sinais para comunicações que permitem com que as organizações realizem processos e tarefas por meio de redes efetivas de computadores. • Internet: maior rede de computadores do mundo, consistindo em milhares de redes interligadas que trocam informações simultânea e livremente. • Pessoas: há dois tipos: o Pessoas de TI: inclui toda pessoa que gerencia, administra, programa, mantém e executa o sistema. Os usuários: pessoas que trabalham com TI. • Procedimentos: incluem estratégias, políticas e regras organizacionais. 7 Os sistemas de informação, em sua maioria, são definidos com base nos componentes citados anteriormente. Os elementos se relacionam e trabalham com um objetivo em comum, a fim de produzir resultados. A figura a seguir representa a composição dos sistemas de informação, com base nos componentes da tecnologia da informação. Conforme vimos, a tecnologia da informação é conhecida como o conjunto de hardware, software, pessoas e cultura envolvidas. 2 - OS ATIVOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 8 Weill e Aral (2007) atestam que os investimentos financeiros feitos no setor de tecnologia da informação refletem na estratégia e afetam diretamente o desempenho organizacional. Com isso, pode-se concluir que os resultados obtidos pelas empresas dependem do tipo e do volume financeiro investido nos ativos. Quanto maior e mais bem definido o investimento, maiores serão os benefícios retornados pelos ativos. Os autores classificam os ativos em quatro categorias distintas: infraestrutura, transacional, informacional e estratégico, além disso, listam para cada uma o objetivo estratégico, bem como os resultados do investimento em cada categoria. Infraestrutura: a área de TI é essencial para qualquer organização e sua manutenção deve ser estratégica. Os investimentos em infraestrutura envolvem troca de equipamentos como servidores, cabeamento de rede, troca do sistema gerenciador de banco de dados. Tal investimento tem um custo alto, mas trazem benefícios em longo prazo, pois melhoram a produtividade e a competitividade organizacional. Transacional: aqui concentram-se os investimentos para melhorar processos, cortar custos e melhorar o desempenho dos negócios. O foco é cortar recursos de operações que são repetitivas e, por isso, tendem a causar uma redução imediata do custo financeiro para mantê-las. Informacional: são investimentos que envolvem diretamente a coleta, o processamento e a análise dos dados, permitindo maior segurança nas decisões. Geralmente são adquiridos novos sistemas de informação para dar suporte à tomada de decisões. Esses sistemas reduzem custos e facilitam a identificação de novos cenários e oportunidades de negócios. Estratégico: são investimentos que tornam a empresa mais inovadora, pois mudam a natureza de entrega de produtos ou serviços. Podem envolver tanto a tecnologia quanto novas metodologias de trabalho. O ato de capacitar os profissionais de tecnologia da informação visa promover o aprendizado contínuo, valorizar os servidores, desenvolver competências, difundir conhecimento e melhorar, cada vez mais, a qualidade dos serviços prestados e dos produtos entregues. Capacitar somente não é suficiente (COHEN; LEVINTHAL, 9 1990). Só o conhecimento técnico não basta. A equipe precisa ser especialista no campo de atuação, tendo amplo conhecimento do negócio, das atividades, dos procedimentos e rotinas organizacionais. A capacitação em tecnologia da informação deve interligar as rotinas organizacionais com as competências da equipe de tecnologia da informação, no intuito de agregar valor nas construções e customizações. Lembre-se: as rotinas organizacionais envolvem todas as atividades necessárias para se concluir algo, como um produto, um serviço ou uma tarefa específica. Além disso, também fazem parte das rotinas organizacionais os processos de documentação que auxiliam na conclusão das atividades. Alguns estudos a respeito dos recursos de TI os separam em duas categorias distintas, conforme Weill e Aral (2007): ativos de tecnologia da informação e capacitações em tecnologia da informação. Para os autores Weill e Aral (2007, p. 46, grifo nosso): os recursos são resultados dos investimentos feitos pelas empresas no setor de TI, e os mesmos são difíceis de serem copiados, pois necessitam de tempo, aprendizagem e otimização, pois o avanço da tecnologia nas empresas trouxe uma grande variedade de serviços, equipamentos e sistemas para o ambiente de TI, que aumentam a complexidade na gestão do ambiente, mas requerem ainda mais cuidados no gerenciamento para garantir que todos os recursos estejam sempre disponíveis e seguros. De acordo com Albertin (2015, p. 6), “os cuidados com o gerenciamento de recursos de TI são necessários para evitar uma série de incidentes e surpresas desagradáveis” para melhorar os resultados dos serviços entregues pela TI e os resultados do negócio. A figura a seguir representa os recursos de TI que devem ser prioridade no processo de gestão. MODELO TEÓRICO DOS RECURSOS DE TI 10 3 - AS ROTINAS DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Na visão de Westerman e Weill (2006), as empresas que obtêm mais benefícios da tecnologia da informação são as que buscam excelência na execução de cinco princípios básicos: identificar as necessidades, desenvolver as aplicações, gerenciar a mudança organizacional, redesenhar os processos de negócio e supervisionar a TI. Identificar as necessidades: o primeiro passo é identificar a real necessidade da organização em relação aos desfalques tecnológicos. Isso é necessário para que não se invista um volume financeiro absurdo em tecnologias que não terão o devido aproveitamento. Essa etapa é importante, pois auxilia os gestores a identificarem problemas, e como consequência, serve de orientação na escolha da melhor tecnologia para resolvê-los. Para obter sucesso nessa fase, o gerente de TI deve estar alinhado e em constante comunicação com os gestores do negócio. Desenvolver as aplicações: essa é a fase mais importante para o negócio, pois depende do desenvolvimento das aplicações para que os objetivos sejam alcançados. Para haverêxito, é necessária uma efetiva gestão dos projetos de desenvolvimento, para que se decida corretamente a respeito de tudo que se relaciona ao escopo, prazos e custos. A gestão do projeto deve prever um método de aferição, ter uma equipe qualificada e envolver, sempre que possível, os gestores do negócio para garantir a entrega do resultado esperado nos prazos e custos estabelecidos. A tecnologia da informação está deixando de ser um desafio técnico para ser um desafio de gestão, pois o retorno percebido depende diretamente do comprometimento e da iniciativa dos gestores do negócio que, na maioria das vezes, não sabem como se envolver ou não tem a devida consciência do valor da tecnologia da informação para os negócios. Gerenciar a mudança e redesenhar os processos de negócio: Westerman e Weill (2006) defendem que o gestor da área de TI e equipe podem fomentar e gerenciar tanto as mudanças técnicas quanto os processos de negócio. No entanto, precisam utilizar métodos adequados, ter uma equipe capacitada e certificar-se de que as mudanças e o redesenho dos processos estão alinhados com a estratégia organizacional. 11 Supervisionar a TI: a supervisão da TI é importante para deixar transparente os investimentos e também para aferir os resultados. Westerman e Weill (2006) afirmam que a transparência nos investimentos é necessária para direcionar recursos adequados aos projetos com maior potencial de retorno, através de um processo claro e justo. A medição dos resultados, segundo os autores, rastreia os resultados obtidos pela aplicação da tecnologia da informação, para tanto, podem ser usadas medidas quantitativas, como o Service Level Agreements (SLA), ou seja, Acordo de Nível de Serviço e a evolução dos custos com TI, além de medidas qualitativas, como a satisfação dos usuários, clientes e fornecedores. Contudo, os autores ressaltam que a medição dos resultados dos projetos de desenvolvimento das aplicações e revisão dos processos de negócio é mais difícil que a medição da performance da infraestrutura de tecnologia. As competências para gerir a TI fecham o ciclo dos elementos que contemplam a capacitação em tecnologia da informação, completando também a definição dos recursos de TI proposta por Weill e Aral (2007). Os principais atores envolvidos na TI são: • Chief Information Officer (CIO): executivo responsável pelas funções da área de TI. • Analistas da Informação: técnicos responsáveis pelo atendimento aos usuários e pelo desenvolvimento e manutenção da infraestrutura e dos sistemas de informação. Como analistas da tecnologia da informação, podemos citar: programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos, entre outras funções. A principal função do Chief Information Officer (CIO) é gerenciar a operação dos sistemas de informação no intuito de mantê-los alinhados à estratégia de negócios, facilitando qualquer processo de mudança ou alteração (CARTER et al., 2011). Os autores destacam a relevância do conhecimento técnico do CIO e afirmam que sua importância é determinada pela intensidade com que a tecnologia da informação é utilizada na organização. Dessa forma, quanto mais a organização enviar demandas ao setor de TI, mais relevante e necessário internamente será o CIO. As competências do CIO são divididas em três papéis principais: papel Informacional, papel de Decisor e papel Interpessoal (CARTER et al., 2011). O quadro, a seguir, sintetiza os papéis dos gestores da tecnologia da informação e descreve, brevemente, suas características. 12 • Papel Informacional: uma linguagem comum em toda a organização é fundamental para o sucesso organizacional para alcançar os objetivos. O CIO desempenha um papel fundamental ao compreender a linguagem de negócio, uma vez que entende problemas e busca melhores soluções técnicas. Nesse sentido, ele desempenha duas funções importantes: Representante e Monitor. A função de Representante impõe uma expansão das funções do CIO dentro da empresa ao se envolver em todos os departamentos e em contato com todos os gestores e principais usuários dos sistemas de informação. Nesse sentido, ele é um disseminador de informação que desempenha um papel mais político. A função de Monitor exige que o CIO observe o ambiente externo no sentido de acompanhar as inovações e mudanças tecnológicas. Assim, torna-se referência ao conhecer as oportunidades de utilização da TI no ambiente de negócio. • Papel de Decisor: na função de decisor cabe ao CIO alocar corretamente os recursos de tecnologia da informação no intuito de obter maior vantagem e melhores resultados no negócio. Nesta função, o CIO aloca os recursos humanos, tecnológicos e financeiros. O papel de decisor está dividido em duas funções: Empreendedor e Alocador de Recursos (CARTER et al., 2011). Na função de Empreendedor, o CIO precisa identificar as necessidades do negócio e desenvolver soluções eficientes para os problemas organizacionais. Ele precisa garantir que as necessidades e oportunidades técnicas sejam rapidamente entendidas, planejadas, implementadas e implantadas. Por sua vez, na função de Alocador de Recursos, o CIO precisa decidir adequadamente sobre a melhor forma de alocar os recursos humanos, técnicos e de informação. Nesta função, ele precisa ser justo e coerente para não sobrecarregar a equipe na distribuição das atividades. • Papel Interpessoal: este papel representa a função do CIO como líder da TI e em sua forma de se relacionar com os clientes externos, fornecedores. Esse papel está dividido em dois papéis distintos: de Líder e de Intermediário. O Líder é importante para que haja um bom desempenho da equipe, pois é ele quem guia, treina, aloca, realoca, contrata etc. Esse papel é importante na mediação de conflitos e para auxiliar a equipe a resolver conflitos, além de fazê-la permanecer motivada. O Intermediário faz a mediação entre clientes externos, equipe de desenvolvimento, fornecedores e demais interessados nos projetos desenvolvidos. É responsável por 13 criar uma linguagem de comunicação que seja de fácil entendimento por todos os envolvidos. 4 - AS COMPETÊNCIAS DOS ANALISTAS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A carência por mão de obra qualificada é evidente no Brasil quando trata da área específica de Tecnologia da Informação. Para contornar esse problema, a maioria das organizações oferece programas de capacitação e incentivos para atrair e reter talentos (ALBERTIN, 2015). Podemos entender a competência como um conceito que descreve as habilidades e conhecimentos que uma pessoa deve ter para torná-la capacitada a realizar algo. No entanto, a competência não pode ser considerada um conhecimento que a pessoa possui ou o resultado da capacitação pela qual o profissional passou. Significa, simplesmente, que a pessoa sabe em que aplicar aquilo que aprendeu e que sabe lidar com imprevistos e com pessoas de personalidades distintas. A pessoa competente sabe gerenciar os recursos que necessita para realizar uma atividade (CHIAVENATO, 2010). 14 A função específica de analista de tecnologia da informação envolve os programadores, projetistas, analistas de sistemas, gerentes de projetos e demais funções técnicas relacionadas ao desenvolvimento de sistemas e o departamento de tecnologia da informação. Estas funções estabelecem o conhecimento necessário para desenvolver sistemas e para operar as novas tecnologias do setor em se tratando de hardware e software. As competências necessárias para esses profissionais geralmente envolvem: relacionamento interpessoal, conhecimento técnico de ferramentas, capacidade de propor mais de uma solução para o mesmo problema, caráter proativo, organização, liderança, capacidade de concentração e de exposição de ideias, fluência no idioma inglês, responsabilidade,disposição para o aprendizado contínuo, construção de modelos mentais para a solução de problemas complexos, conhecimento do negócio da organização, facilidade para assumir riscos, facilidade para gerenciar o tempo, entre outras (ALBERTIN, 2010). A tecnologia da informação é conhecida como um conjunto de hardware, software, pessoas e culturas envolvidas em um ambiente de trabalho. No âmbito da tecnologia da informação estão os administradores que sabem da importância de prever a alteração tecnológica e o impacto disso nas suas atividades. As inovações profundas produzem uma reorganização social e nas tarefas diárias. Esse processo leva a mudanças relevantes no conhecimento, na cultura e nas relações de poder, acarretando na elaboração de novos instrumentos de controle e intervenção. Uma vez que o desafio tecnológico coloca em discussão alguns equilíbrios fundamentais da sociedade, conforme apontamento feito por Albertin (2015): • Nível de ocupação. • Profissão e conhecimento adquirido. • Local e forma de construção da experiência social e da identidade da sociedade. Para entender como tais alterações modificam a realidade de uma organização, vamos entender dois conceitos básicos que dizem respeito à empresa, segundo Albertin (2010), que são: a) Componentes da empresa: diversas áreas de trabalho, ou ainda, atividades que são necessárias para o funcionamento adequado da empresa como um todo. b) Níveis de decisão: hierarquia existente dentro da empresa. Desse modo, veremos agora quais os quatros tipos comuns de ambientes da 15 Tecnologia da Informação, ou seja, condições em que os trabalhos que envolvem TI acontecem em uma organização. Que de acordo com Albertin (2004), são divididos em: a) Ambiente estratégico: neste tipo de ambiente, as organizações podem ser dependentes da funcionalidade das atividades de tecnologia para que suas operações diárias sejam executadas de modo adequado. Essas organizações precisam de planejamento e a distância entre o sistema de informação e a alta gerência é reduzida. Portanto, a funcionalidade adequada dos serviços de sistemas de informação é essencial à continuidade do negócio. Um exemplo típico desse ambiente são os bancos. Se a TI parar, as operações bancárias não serão realizadas. b) Reviravolta: neste tipo de ambiente, as organizações recebem suporte operacional para a manutenção do sistema de informação, mas não possuem dependência de uma funcionalidade contínua para alcançar seus objetivos. As aplicações em desenvolvimento, no entanto, são vitais para os objetivos estratégicos da organização. Portanto, nesse ambiente a interrupção do sistema de informação não significa suspensão do negócio. Um exemplo de ambiente são as empresas que usam sistemas e que recebem suporte para mantê-los funcionando. Nem sempre uma parada no sistema causa uma parada das operações de negócio. c) Fábrica: neste ambiente, as organizações dependem do suporte de sistema de informação para realizar suas operações. O planejamento possui um caráter de curto prazo e é mais operacional, equilibrando o serviço, custo e eficiência. Uma parcela considerável do sistema de informação está na manutenção das aplicações existentes e as aplicações em desenvolvimento não são críticas para o negócio, pode- se afirmar que o essencial é o suporte às operações diárias. Exemplo: empresa têxtil que utiliza máquinas que fazem moldes e cortes de tecidos orientados por sistemas de informação. d) Suporte: neste ambiente, a organização possui grande orçamento para o sistema de informação, todavia, as operações não são fundamentalmente dependentes da perfeita funcionalidade das atividades do sistema de informação. Exemplo: consultório médico. O alinhamento estratégico da TI com o negócio pode ser definido “como uma adequação estratégica de integração entre os ambientes externos e internos a fim de desenvolver competências ou para maximizar a performance organizacional mediado pelo adequado uso da tecnologia da informação” (ROSINI; PALMISANO, 2006, p. 37). 16 Para esses autores, os modos para obter o alinhamento estratégico em uma organização são: • O estágio da integração administrativa. • O estágio da integração sequencial, ou seja, o plano de TI vem posteriormente ao plano de negócio. • O estágio da integração recíproca, que ocorre por meio da formulação de dois planos em conjunto. • O estágio da integração total ocorre por meio de um único plano. O modelo de alinhamento estratégico com a integração recíproca é baseado em duas hipóteses, de acordo com Henderson e Venkatraman (1996), vejamos: I- A performance econômica está relacionada à habilidade do gerenciamento para estabelecer uma adequação estratégica. II- A adequação estratégica é dinâmica, assim, o alinhamento não é considerado um evento isolado, mas um processo contínuo de adaptação e mudança. O alinhamento da TI com o negócio pode ser encontrado nas organizações em diversos estágios, cabendo destacar dois nas organizações que almejam desenvolvê- lo, sendo: a) Nível de Operacional: integração operacional, quando há necessidade de planos operacionais de negócio, bem como de tecnologia da informação. Este nível é caracterizado por meio de requisitos e funções dos sistemas de informação e do negócio em nível operacional. b) Nível de Gestão: integração no nível mais alto de gestão. A integração ocorre por meio da adequação estratégica dos objetivos da tecnologia de informação com as estratégias, objetivos e competências fundamentais do negócio. Os elementos e variáveis considerados mais significativos para a promoção do alinhamento estratégico são agrupados em dois conjuntos (ROSINI; PALMISANO, 2006): a) Elementos do contexto organizacional: representam o alinhamento por meio de variáveis que observam as condições, bem como o direcionamento do negócio. b) Elementos de modelo de planejamento estratégico: representam o alinhamento por meio de variáveis que definem o modelo e o processo de planejamento. Portanto, você pode observar que a aplicação da TI orientada de forma estratégica pode ser implantada em todos os níveis da organização, dos níveis mais operacionais aos níveis de tomadores de decisões (PORTER; MILLAR, 1986). 17 A tecnologia da informação pertence também aos executivos, que podem tirar vantagens da mesma aplicação. O reconhecimento por parte do setor executivo já ocorreu, porém há dificuldade do uso estratégico da tecnologia. A figura a seguir exibe um modelo de alinhamento estratégico. Podemos visualizar o Nível Operacional e o Estratégico entre o Negócio e a Tecnologia da Informação, sempre na busca constante da adequação estratégica e da integração funcional. Tais processos de alinhamento estratégico, entre Negócio e TI, irão garantir que a estratégia mais adequada no momento seja realizada pela empresa, e a Governança de TI irá contribuir para que isso ocorra. O que se busca, na verdade, é o aumento da percepção da importância da TI para o negócio, e o aumento da eficiência e da eficácia em relação ao uso, como Custos adequados, garantia da Capacidade atual e futura dos recursos e Perenidade, além de, claro, da garantia dos aspectos ligados à Sustentabilidade da empresa (ALBERTIN, 2015). Alinhar e integrar os recursos da TI ao negócio da empresa é assunto de destaque e um problema estratégico para as organizações. O alinhamento estratégico integrado 18 entre as áreas de negócio e de TI tem se tornado uma exigência nas organizações que visualizam, mantêm e crescem sustentavelmente em um ambiente competitivo. 4. 1 OS MODOS DE EMPREGO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Os autores Nolan e McFarlan (2005) propuseram uma Grade de Impacto estratégico em TI a fim de identificar como as organizações a empregam internamente. Afigura a seguir exibe o modelo que resume como as organizações usam a tecnologia da informação. IMPACTO ESTRATÉGICO DA TI Alguns questionamentos se fizeram importantes para o estudo dos autores: 19 a) O quanto a empresa depende de sistemas de informação que sejam seguros, estáveis, ininterruptos e efetivos em relação ao custo? Essa questão está relacionada ao que os autores chamam de TI defensiva, ou seja, a TI focada em prover confiabilidade operacional. b) O quanto a empresa depende, para seu sucesso competitivo, de sistemas de informação que entregam serviços e produtos com valores adicionais novos e que tenham grande capacidade de resposta às demandas dos clientes? Essa questão está associada ao que os autores chamam de TI ofensiva. Segundo os autores Nolan e McFarlan (2005), as organizações que praticam a TI ofensiva colocam as questões estratégicas da TI no mesmo nível ou até acima da confiabilidade dos sistemas. Tais empresas estão mais dispostas a experimentar e inovar. Já a TI ofensiva caracteriza as organizações mais ambiciosas, pois envolvem mudanças organizacionais importantes sempre que a organização precisa se reposicionar no mercado de atuação. Ainda, de acordo com os autores, o modo suporte caracteriza as organizações em que a TI não tem orientação estratégica, é perceptível a baixa necessidade de confiabilidade e inovação. Não há equilíbrio na utilização de recursos. O setor apenas serve para apoiar atividades rotineiras. O modo Fábrica necessita de alta confiabilidade e baixa necessidade de inovação. Existe estratégia na exploração dos recursos de TI no intuito de atingir a máxima eficiência operacional. O modo Turnaround enquadra as organizações que precisam de alta necessidade de inovação e baixa necessidade de confiabilidade. Aqui, são experimentadas novas tecnologias e processos com o objetivo de reposicionar a empresa. 5 - USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO 20 Vários são os fatores que interferem no adequado uso das tecnologias de informação, como: “orientação, estímulo, vontade política, determinação, liderança, comprometimento, compartilhamento de visões, planejamento, capacidade de assimilar inovações e consciência por parte de toda a organização, principalmente do alto escalão organizacional” (FREITAS, 2009, p. 5). Muitos fatores contribuem para a complexidade do uso das tecnologias: cenários de negócios complexos, globalização, mudanças internas constantes, ambientes competitivos. Por sua vez, os ambientes estáveis facilitam o uso dos recursos de TI e maximizam os benefícios oferecidos. Embora as organizações estejam investindo mais em TI, boa parte delas ainda usufrui de forma tímida das vantagens competitivas ou das melhorias em processos. Isso acontece por causa da falta de planejamento e gestão da tecnologia da informação, influenciada, na maioria das vezes, por fatores legais, econômicos e cultura organizacional da empresa (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). Estudos realizados com Gestores de TI comprovam que menos da metade dos usuários que deveriam acessar as TIs conseguem fazer isso de forma adequada. Isso 21 faz com que as empresas não consigam atingir todos os benefícios, como redução de custos, aumento de receita, diferenciação competitiva, entre outros, que são os principais motivos pelos quais os investimentos em software acontecem (COMPUTERWORLD, 2018). Infelizmente, observa-se que é comum as organizações negligenciarem investimentos em áreas de negócio que comprometam diretamente a percepção em relação aos benefícios oferecidos pela TI. Por exemplo: de nada adianta um software de logística de última geração, se a organização não investe no fluxo da logística melhorando os meios de transporte dos seus produtos. A utilidade de uma TI pode ser maximizada se os componentes de “Feedback” e “Controle” forem incorporados a sua utilização. Adaptando essa definição para a TI, pode-se utilizar o “Feedback” para avaliar o desempenho dessas tecnologias, preferencialmente de forma integrada com a avaliação de desempenho empresarial, e o “Controle” como forma de avaliar o resultado do “Feedback”. O planejamento e a gestão da TI devem estar alinhados com as estratégias gerenciais da organização. Assim, ocorre um alinhamento entre o uso dessas tecnologias com as metas e resultados que a empresa deseja alcançar. Ward e Peppard (2002) enfatizam que “uma série de pesquisas demonstraram que a utilização intensiva de TI, a qual deve estar particularmente alinhada com as estratégias empresariais pode fornecer uma gama de oportunidades e benefícios para organizações de todos os ramos e portes”, fortalecendo a importância do alinhamento estratégico da empresa com a estratégia de gestão e planejamento do uso das TI. Esse alinhamento irá minimizar os problemas e fatores que influenciam no uso da TI nas organizações e maximizar os seus resultados e benefícios (O’BRIEN, 2004, p. 8). 6 - A TI E A AGREGAÇÃO DE VALOR NA ORGANIZAÇÃO O ambiente organizacional é determinado pela sua cultura, e isso envolve os fatores sociais, legais, econômicos, físicos e políticos que afetam as atividades internas. Qualquer mudança em algum desses fatores pode criar reflexo no desempenho comercial da organização. Atualmente, as mudanças são constantes e com forte influência da globalização. Isso faz com que as organizações tenham que se 22 readaptar rapidamente a novos cenários. Neste sentido, a TI é um fator determinante na adaptação (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). O setor de tecnologia da informação está sempre cheio de novidades. Compreender a necessidade de acompanhar a evolução e a inovação tecnológica é um fator importante para os gestores, seja para trocar servidores, renovar licenças de uso ou investir em hardware. Boa parte dos gestores nem sempre reconhece que isso não é um ato de aderir a uma novidade, mas que impreterivelmente é um investimento necessário. A tecnologia, quando usada isoladamente, não promove grandes mudanças. É preciso a implantação de uma prática de governança de TI consciente e capaz de torná-la um alicerce estratégico no alcance aos objetivos. A TI tem o poder de transformar o ambiente organizacional (ALBERTIN, 2010), tornando a entidade competitiva, pois agrega valor no sentido de: a) Melhorar os controles de uma organização. b) Promover a melhoria de qualidade. c) Aumentar a efetividade da organização. d) Alavancar a produtividade e eficiência. e) Reduzir custos. f) Garantir um diferencial competitivo ao negócio. g) Viabilização das operações da organização. h) Melhorar a capacidade de análise dos processos, permitindo o aperfeiçoamento e otimização. i) Enxugar processos e aumentar a produtividade por meio da automatização. j) Proporcionar informações essenciais à tomada de decisões na empresa. k) Viabilizar o acompanhamento do mercado e da concorrência. l) Reduzir tempo de desenvolvimento de atividades. De acordo com Albertin (2010), as organizações precisam ser preparadas para usufruir dos benefícios citados e, desta forma, agregar valor ao negócio. Essa preparação consiste em integrar os departamentos para que trabalhem em prol dos mesmos objetivos, sabendo como utilizar os recursos da TI para produzir resultados. Albertin (2010) afirma que garantir um retorno sobre a tecnologia positivo não é suficiente para escolher a tecnologia adequada. Torna-se primordial repensar os 23 processos de negócio, realizando mudanças culturais na organização no intuito de criar as condições necessárias para gerar resultados reais e concretos. São muitas as dimensões que podem definir o quanto uma organização é competitiva no seu ramo de atuação. Geralmente as dimensões principais são: o custo, a qualidade doproduto, a velocidade na entrega, a confiabilidade na entrega, a flexibilidade de mudança na demanda, a sensibilidade e velocidade no lançamento de novos produtos e alguns critérios específicos de produto (CHASE; JACOBS; AQUILANO, 2006). Por isso, o investimento em TI se justifica, ela é uma ferramenta de suporte organizacional para enfrentar as pressões impostas pelo mercado (POTTER; RAINER; TURBAN, 2005). Com base nisso, a Gestão de TI precisa gerir as TIs de forma que se mantenham alinhadas às estratégias organizacionais, fazendo com que tais ferramentas possam agregar valor nas dimensões competitivas propostas por Chase, Jacobs e Aquilano (2006). 7 - A GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (GTI) A prática de gerir a tecnologia da informação é essencial para monitoraras operações, informações e os conhecimentos organizacionais, facilitando a sobrevivência ou expansão dos negócios. O gestor de TI é a autoridade responsável por decidir sobre o uso da TI, bem como a melhor forma de alocar os recursos envolvidos, sejam eles humanos ou tecnológicos. A GTI tem o objetivo principal de garantir que se faça o melhor uso dos recursos de TI. Ao integrar a administração corporativa consistindo em praticar a liderança, conhecendo e administrando as estruturas e processos internos a fim de garantir que 24 a TI seja o suporte das estratégias organizacionais. É de responsabilidade dos diretores e da gerência executiva avaliar formas de estruturar seus modelos de governança, de maneira a adequar-se plenamente às tendências e às demandas estratégicas de negócio, revisando papéis, responsabilidades, processos e procedimentos, assim como o portfólio de produtos e serviços para que tenham completa aderência aos requisitos de competitividade exigidos nos mercados em que atuam, aponta Oliveira (2007). Os resultados gerados pela gestão da tecnologia da informação podem ser tangíveis ou intangíveis. Esses resultados podem ser aferidos por metodologias distintas. As metodologias geralmente se apoiam em indicadores cuja função é medir os resultados e o impacto da própria gestão da TI em relação ao resultado da organização como um todo. Independente da metodologia de gestão adotada, o objetivo da GTI sempre será o de auxiliar a organização a ser mais competitiva e produtiva. A competitividade é percebida sempre que a organização se torna mais eficiente e mais eficaz na execução de suas operações. Isso significa fazer algo com custo mais baixo, fazendo o que é necessário para agregar maior valor aos produtos e serviços ofertados. Os indicadores usados para medir a GTI devem estar alinhados aos indicadores que regem a organização. Isso facilita a relação/integração entre a percepção dos resultados da empresa e a utilização da TI. A crescente busca por metodologias e normas para GTI pelas organizações tem origem na lei americana Sarbanes-Oxley. A lei Sarbanes-Oxley foi criada em 2002, depois que órgãos governamentais perceberam que as organizações estavam manipulando seus resultados financeiros. Em função da TI ser a principal ferramenta para as organizações gerarem suas informações, a confiabilidade das informações financeiras depende diretamente dos sistemas de informações e outros recursos tecnológicos utilizados. Por causa disso, as organizações vêm adotando sistematicamente o uso dessas metodologias para normalizar os processos de gestão da TI, promovendo transparência e segurança no ambiente de negócios. RESUMO DO UNIVERSO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 25 Gerenciar a Tecnologia da Informação não é uma tarefa fácil. O desempenho de sistemas de informação frequentemente encontra problemas em muitas empresas. Os dez benefícios prometidos pela tecnologia da informação não ocorreram em muitos casos documentados. Portanto, é visível que, em muitos casos, a TI não está sendo utilizada de maneira efetiva e eficaz por consequência das falhas no gerenciamento de TI (FOINA, 2006). É fundamental analisar a viabilidade para a efetiva gestão da TI, como custos, benefícios mensuráveis e não mensuráveis e respectivos resultados. Considerando neste cenário a realidade econômica, financeira e político-social da empresa com o estado da arte e o sucateamento das tecnologias disponíveis no mercado, além das questões sociopolíticas do ambiente organizacional que podem surgir em função do impacto da TI implantada (ALBERTIN, 2015). Outros itens também são necessários, como: respeito à legislação vigente, plano de necessidades e contingência, foco na inteligência empresarial e plano de gestão da mudança (REZENDE, ABREU, 2008). A empresa que possui uma boa gestão em TI, com os prazos bem controlados e cumpridos, além de sistemas que forneçam as informações corretas no tempo exigido, terá um lugar destacado no mercado (FERNANDES, 2008). Algumas ferramentas e metodologias auxiliam no sentido de se obter maior controle operacional e gerencial das atividades de TI. Six Sigma - é um sistema abrangente e flexível para alcançar, sustentar e maximizar o sucesso empresarial. É uma metodologia impulsionada pela estreita compreensão das necessidades dos clientes e pelo uso disciplinado dos fatos, dados e análises 26 estatísticas, e atenção diligente à gestão, melhoria e reinvenção dos processos de negócios. DMAIC - Em 1994, Eduard W. Deming desenvolveu um ciclo de aprendizado conhecido como “ciclo de aprendizado de Deming”, cujo foco é a Gestão da Qualidade Total (TQM), baseada na gestão e melhoria contínua dos processos, amplamente utilizada pelas organizações. Esse ciclo também é conhecido como Planejar, Executar, Controlar e Agir (PDCA). A metodologia Seis Sigmas tem como base o ciclo de aprendizado de Deming ou PDCA para reduzir a variabilidade dos processos. Basicamente, ela consiste em: • D – Definição: consiste na definição precisa do problema e do escopo do projeto. • M – Mensuração: determinar a localização ou foco do problema. • A – Análise: identifica as causas dos problemas elegidos como prioritários. • I – Melhoria: visa implementar soluções para os problemas prioritários. • C – Controle: busca o alcance das metas e sua manutenção em longo prazo. CICLO DMAIC/PDCA 27 8 - GASTOS COM TI: DESPESA OU INVESTIMENTO? O mercado dinâmico e altamente competitivo atual faz com que as empresas se esforcem na busca pela excelência, fator fundamental para uma organização que objetiva a caracterização de seus serviços e produtos. “Para isso, a velocidade e a visão geral do negócio, que agiliza e facilita a tomada de decisão, são fundamentais, o que tornou a Tecnologia da Informação (TI) um importante diferencial competitive” (ALBERTIN, 2015, p. 38, grifo nosso). De acordo com Albertin (2015, p. 39, grifo do original): o investimento em Tecnologia da Informação traz inúmeros benefícios para as áreas operacionais e estratégicas da empresa, fornecendo dados, informações e insights para o processo de 28 crescimento do negócio. Diante disso, empresas investem na Tecnologia da Informação para conquistar o sucesso em um mercado tão agressivo. Esse é o principal questionamento que envolve as decisões de investimento em TI. Você sabe qual é a diferença? a) Despesa: associadas a gastos recorrentes e os benefícios advindos são imediatos e de vida curta. Exemplo: tinta de impressora. b) Investimento: gastos menos frequentes, cujos benefícios estão usualmente associados à estratégia da empresa e acontecem em médio e longo prazo. Exemplo: estrutura física, novos hardwares, softwares, contratação de especialistas etc. (ALBERTIN, 2015, p. 42). É praticamente impossível fugir das despesas recorrentes, pois são necessárias para manter o processo operacional. As decisões para investimento são mais complexas, pois o montante financeiro émaior, bem como a expectativa de retorno sobre ele. Geralmente, os problemas que envolvem as decisões relacionadas às despesas podem ser rapidamente corrigidos. O mesmo não ocorre com os investimentos. Uma decisão errada em investimento pode comprometer a saúde financeira e até a existência da organização (ALBERTIN, 2010). As empresas que decidem sobre a TI como se ela fosse somente despesa estão mais concentradas no custo do que na necessidade, e na expectativa em relação aos benefícios. As decisões são focadas no curto prazo, isso faz com que não haja importância aos projetos cujos resultados não sejam imediatos. O problema por trás disso é que essas organizações não conseguem perceber o potencial estratégico que possuem. Em contrapartida, os gestores que decidem que a TI é como um investimento utilizam- se da tecnologia para implementar processos, integrando as atividades da TI aos objetivos estratégicos e metas organizacionais. Nesse tipo de organização, o CIO da TI está alinhado ao negócio, e isso facilita a escolha das ferramentas e tecnologias que serão utilizadas por toda a organização. Geralmente, os investimentos em TI têm o objetivo principal de ser o alicerce para as ações estratégicas da organização, tornando-a mais flexível para criar e produzir novos produtos e serviços, integrando mais rapidamente a organização com seus clientes e fornecedores. São três os motivos mais frequentes para os investimentos em tecnologia da informação: a) Para se conseguir fazer mais daquilo que já se faz, porém, mais rápido e a menor custo. 29 b) Para se conseguir fazer o mesmo que já se faz, mas com menor custo e melhor qualidade. c) Para conseguir fazer algo diferente do que se faz atualmente (ALBERTIN, 2010, p. 47). Os dois primeiros motivos podem ser validados pelos indicadores financeiros tradicionais, ou seja, se as novas aquisições ou o desenvolvimento de novas tecnologias são adicionados dos custos como manutenção, e a atualização for menor do que as receitas ou economias geradas pelo investimento, então existe justificativa para o investimento. Em relação ao segundo motivo, que é a qualidade, não existe uma forma de medição, uma vez que a subjetividade está diretamente relacionada aos processos de qualidade. O terceiro motivo, o qual está ligado aos objetivos intangíveis, também não há garantia de retorno ao investimento, pois não existem formas efetivas de se validar o que ninguém praticou ainda. O gestor deverá sempre avaliar a capacidade da tecnologia em permitir agilidade, flexibilidade e inovação em processos e operações. Se a tecnologia garantir isso, o CIO não deve hesitar em fazer o investimento. O processo de investimento em TI compreende vários elementos que são considerados os fatores influenciadores: a tomada de decisão em que estão envolvidos alguns fatores influenciadores do investimento, a visão e o entendimento dos benefícios gerados para a organização e a implantação dos investimentos em TI que foram planejados e aprovados (MARINHO, 2014, p. 2). De acordo com Marinho (2014, p. 34), “entender os fatores influenciadores, bem como ter domínio sobre o processo de tomada de decisão são dois requisitos que quando combinados levam os executivos a realizarem adequados investimentos em TI. Esta combinação é eficiente para determinar se a organização vai investir ou não em TI. Para o autor, o processo decisório que envolve os gestores visa à melhoria do desempenho organizacional”. E para ele a decisão de investimentos em TI requer conhecimento sobre o que influencia o investimento e também a folga financeira para possibilitar o investimento em si, sendo que a escolha da melhor tecnologia para investimento está diretamente relacionada à percepção dos gestores envolvidos nesse processo. Para Marinho (2014, p. 36), as decisões podem ser baseadas na intuição ou na razão. “A decisão intuitiva é rápida e automática. A decisão baseada na razão é mais lenta, pois leva em consideração a análise dos impactos da decisão a ser tomada. 30 Kahneman (2003) defende que o investimento em TI pode ser mais emocional e intuitivo, envolvendo uma relação menor com os fatores influenciadores”. Quando a decisão é mais racional, os fatores influenciadores podem estar intimamente ligados com o processo decisório. Os investimentos em TI que ocorrem em infraestrutura, processos, pessoas e serviços, escolhidos de forma criteriosa pelos executivos e considerando os fatores influenciadores no investimento em TI, proporcionam benefícios para a organização, orientados para a melhoria no desempenho organizacional em termos tangíveis e intangíveis (MARINHO, 2014, p. 8). Os benefícios intangíveis gerados para a organização pelos investimentos em TI serão examinados a seguir. Os benefícios proporcionados pelo uso de tecnologia da informação facilmente percebidos são os objetivos diretos. São facilmente medidos e estão relacionados à redução de custos em processos, mão de obra ou aumento considerável da capacidade de produção. Os benefícios que a TI oferece às organizações têm sido comprovados em algumas áreas de aplicação dessa tecnologia, enquanto em outras permanece o debate em relação às dúvidas se tais benefícios, de fato, têm sido alcançados ou se apresentam relação positiva se comparados aos investimentos necessários. O estudo de benefícios oferecidos pelo uso de TI pode começar com base em alguns estudos e teorias desenvolvidas para outras áreas, por exemplo, a de Slack, Chambers e Johnston (2000), que definiram que a base para o sucesso da empresa é o custo, a qualidade, o tempo, a flexibilidade e a inovação. Os benefícios oferecidos e as reconfigurações de negócio induzidas por TI certamente devem se refletir em benefícios efetivos para o negócio, que incluem a redução de custo obtida, por exemplo, pela integração interna de processos e áreas; o aumento da produtividade conseguido pela automação localizada de processos; a melhoria da qualidade resultada da utilização de tecnologia nos próprios produtos e serviços ou mesmo nos processos para garantir a efetividade; o aumento da flexibilidade obtido pela base tecnológica que permite o crescimento do volume de negócios sem um crescimento proporcional de custos operacionais ou mesmo de 31 forma rápida; e a inovação conseguida com novas práticas e processos possíveis por meio da utilização intensa de TI. Segundo Murphy (2002), os benefícios de TI podem ser divididos em tangíveis e intangíveis. Os tangíveis podem ser definidos como aqueles que afetam diretamente os resultados da empresa, tais como redução de custo e geração de lucros. Os intangíveis são os que causam melhorias de desempenho do negócio, mas não afetam diretamente no resultado da empresa, tais como informações gerenciais, segurança etc. Os benefícios do uso de TI podem ser definidos como custo, produtividade, flexibilidade, qualidade e inovação, e esses benefícios podem ser entendidos como a oferta que a tecnologia traz para as organizações. Porém, tão importante quanto a oferta é o seu aproveitamento no desempenho empresarial. 9 - OS BENEFÍCIOS INTANGÍVEIS E OS BENEFÍCIOS FUTUROS DA TI Os benefícios intangíveis são entendidos como algo que não pode ser relacionado diretamente aos ganhos com produtos e serviços. Esse tipo de benefício contribui para o reposicionamento da empresa no mercado de atuação, deixando-a em posição de competitividade. Os benefícios intangíveis remetem à capacidade da organização em reconhecer rapidamente as necessidades do cliente (através da intimidade virtual, discutida anteriormente); na melhor qualidade de seus produtos e serviços, e na sua capacidade de inovação. Os benefícios intangíveis da TI sempre serão percebidos no futuro, logo podem ser considerados benefícios futuros. Para esses benefícios não há como definir umvalor financeiro específico para medir os ganhos (ALBERTIN, 2010). A aprovação de investimentos em projetos de TI baseados em necessidades levantadas e solicitações internas não funcionam mais, ou pelo menos não deveriam funcionar. Os projetos de TI devem entregar um valor real e um benefício tangível, mesmo que por métricas e avaliações intangíveis. Grande parte das métricas de TI que são intangíveis causam impacto positivo no processo, porém, não podem ser convertidas de forma simples e direta para valores financeiros. Nesse caso, a solução mais comum é converter os pontos subjetivos em 32 unidade de tempo e em valor financeiro, o que, na maioria das vezes, resulta em quantidades subestimadas ou incompatíveis com o ganho perceptível. Para auxiliar os gestores, surgiu o ROI, termo muito utilizado no mundo dos negócios, um o acrônimo em inglês para Return on Investment, que em tradução livre significa Retorno sobre Investimento. O conceito de ROI foi criado pela Gartner na década de 1970, com ele é possível saber a quantidade de dinheiro ganho ou perdido em determinado investimento, utilizando a relação entre o total de retorno pelo total investido. ROI tem se tornado cada vez mais relevante para os executivos de TI, pois com ele é possível avaliar a performance e a viabilidade de um projeto, em termos financeiros, e definir quais projetos irão gerar mais benefícios para o negócio principal da empresa. Entretanto, especialmente na área de sistemas, obter o ROI não é uma tarefa simples, pois, além da análise das métricas tradicionais (licença de usuário, quantidade de armazenamento, IOPS etc.), as outras métricas não tangíveis também devem ser consideradas, por exemplo: conforto, praticidade e vantagem competitiva. O sucesso no ROI de TI depende da análise em conjunto com os benefícios qualitativos. Na teoria, o ROI deve superar 100% para que compense a execução do projeto, porém, mesmo nos projetos em que o ROI esteja abaixo de 100% os indicadores não palpáveis devem ser fatores decisivos na avaliação. Os investimentos em TI produzem melhorias no desempenho organizacional. Essa melhoria se caracteriza através dos benefícios que são gerados para todos os setores organizacionais e são proporcionais aos gastos efetuados no setor de TI. Esses são os benefícios intangíveis, que geram valor ao negócio, uma vez que a efetividade depende da percepção dos executivos de cada setor. Os maiores benefícios intangíveis se destacam como a capacidade de tomada de decisão, bem como o aumento da capacidade de conhecimento organizacional. De forma geral, os benefícios intangíveis consistem em melhorar a qualidade de produtos, a imagem organizacional, a redução de tempo e o aumento da flexibilidade operacional, o controle gerencial, entre outros (ALBERTIN, 2010). 9.1 - TENDÊNCIAS EM TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO A busca por maior agilidade operacional induz as empresas a investirem mais em tecnologia da informação. Essa necessidade faz com que os gestores se mantenham 33 atualizados em relação às últimas tendências tecnológicas, permitindo que suas organizações adotem as soluções mais adequadas para seus gargalos, facilitando a manutenção dos processos, serviços, hardwares e softwares (ALBERTIN, 2010). É possível que a competitividade e a sobrevivência das organizações dependam da capacidade que têm de se anteciparem às mudanças e aos novos posicionamentos do mercado em que estão inseridas, e também da percepção em relação ao realinhamento dos investimentos em novas competências, produtos, serviços e tecnologias. É cada vez mais rápida a velocidade com que a informação e conhecimento se propagam, tornando muito importante e indispensável o capital intelectual. Neste sentindo, as organizações que desenvolvem inteligência empresarial apoiada pela Tecnologia da Informação (TI) certamente ocuparão lugar de destaque nos diversos cenários dos negócios. Devemos entender que: independente do tipo de organização – privada ou pública – o administrador orienta suas decisões de investimentos adotando o princípio da racionalidade econômica: obter o máximo resultado com um dado montante de recursos ou minimizar este montante para obtenção de um determinado resultado. Para esta análise, os recursos de informações oportunas e de qualidade são fundamentais para a decisão de maneira a garantir uma atuação eficaz da administração nas áreas sob sua responsabilidade (MAXIMINIANO, 2013, p. 48). Sabemos que a tecnologia da informação tem uma responsabilidade importante no intuito de reduzir custos do negócio, pois elimina erros e redundâncias, além de automatizar processos e garantir a correta otimização das rotinas. Neste sentido: investir em ferramentas que tornam os processos internos automatizados é uma ótima alternativa e desponta como uma grande tendência em todos os setores econômicos que necessitam de um direcionamento preciso e eficaz, eliminando erros causados por falhas de comunicação e processamento das informações (MAXIMINIANO, 2013, p. 84). A computação em nuvem, o BIG Data e a Internet das coisas (IoT) revolucionaram a forma como as organizações percebem e investem em tecnologia. Cabe ressaltar que, apesar de inovadoras, essas tecnologias quando mal utilizadas, mal gerenciadas, acabam se tornando um ponto de entrada vulnerável para ameaças digitais e outros tipos de ataque. Com base nisso, as políticas de segurança se destacam enquanto tendência, ao serem continuamente reavaliadas a fim de garantir segurança em ambientes com maior 34 probabilidade de ataque, e com maior chance de controlar e rastrear as ameaças (ALBERTIN, 2010). Em relação às tendências em segurança, é possível afirmar que os antivírus tradicionais, por exemplo, já não têm força suficiente para gerar toda a segurança necessária para infraestruturas mais complexas. As ameaças como o sequestro de dados (ransomware) são capazes de violar as proteções atuais causando prejuízos enormes. Para se proteger, as empresas adotam outra tendência: a segurança de endpoint que combina a proteção local com a segurança em nuvem, uma vez que o monitoramento ocorre de forma unificada (SÊMOLA, 2014). Ademais, outras tendências de destaque serão abordadas neste tópico, como: impressão 3D, Gamificação, arquitetura orientada a serviços, comandos de voz, realidade virtual e aumentada, TI verde, mídias de armazenamento, computação cognitiva, entre outros temas relevantes à disciplina de Gestão da Tecnologia da Informação. COMPUTAÇÃO EM NUVEM O conceito de nuvem teve origem em 1961, período em que estudiosos visionários afirmaram que a computação em nuvem seria ofertada aos usuários na forma de um modelo de negócios do tipo “utilitário”, fato que se conforma na atualidade. Em 1970, o conceito foi deixado de lado, retomando, mais a frente, a força apenas no ano 2000. Atualmente, a ideia de nuvem representa outra coisa: as aplicações podem usar recursos da nuvem ou podem executar as aplicações diretamente de lá, tornando-se, hoje, um dos grandes alicerces computacionais. Por não ser ainda totalmente compreendida, a computação em nuvem ainda apresenta indefinições e reações adversas em sua utilização e em relação a sua aplicabilidade (TAURION, 2009). “Computação em nuvem é o próximo estágio na evolução da Internet. É um conjunto de serviços de rede, que proporciona escalabilidade, qualidade de serviço, infraestrutura barata de computação sob demanda, que pode ser acessado de uma forma simples” (UNDERDAHL; LEWIS, MUETING, 2010, p. 4). Tomando por base o conceito exposto, podemos entender que a “nuvem” da computação em nuvem oferece os meios pelos quais tudo pode ser percebido, usado e comercializado como um serviço: infraestrutura, aplicações e os processos de negócios. Colaborando, Hurwitz et al. (2010, p. 9) afirmam que: “A nuvem em si é um conjuntode hardware, redes, armazenamento, serviços e interfaces que permitem a entrega da computação como um serviço. Serviços em nuvem incluem a entrega de software, infraestrutura e 35 armazenamento, através da internet (com componentes separados ou uma plataforma completa) com base na demanda do usuário. ” Neste sentido, a computação em nuvem é a evolução da computação atual. Essa inovação induz a um novo formato de desenvolvimento dos aplicativos computacionais, destacando que uma organização pode contratar um provedor de serviços em nuvem ou reaproveitar seu data center para oferecer esse serviço para terceiros. Krutz e Vines (2010) apontam algumas características essenciais, importantes, na origem da computação em nuvem: a) Utility Computing: neste tipo de serviço em nuvem, o cliente paga somente pelos recursos usados quando precisar deles. O objetivo é a redução dos custos. Podemos comparar esta situação com o consumo da energia elétrica, em que o consumidor paga quando consome e pelo montante consumido. b) Grid Computing: aqui são combinadas a capacidade de diversos recursos que estão em uma rede com o objetivo de resolver uma situação problema específica. A configuração desse ambiente será configurada conforme a necessidade. c) Autonomic Computing: neste tipo de serviço, a ideia principal é o computador executar tarefas complexas sem intervenção do usuário, ou com a mínima intervenção possível. d) Platform Virtualization: é a famosa virtualização, em que servidores, aplicativos e sistemas operacionais são executados e acessados através de uma máquina virtual pertencente a uma plataforma física. e) Software as a Service (SaaS): nesta opção, as aplicações são oferecidas ao cliente como um serviço. Exemplo: aplicações de SAC e Telemarketing. f) Service Oriented Architecture (SOA): neste caso, há destaque para a plataforma orientada a serviços, uma vez que eles se comunicam uns com os outros. O uso destes serviços (interfaces conhecidas) pode ser feito por várias organizações ao mesmo tempo. É importante destacar que o SOA não é tecnologia e nem metodologia. Não se pode comprar ou instalar. É uma filosofia arquitetural baseada no uso de serviços atômicos que apresentam alta independência e baixo acoplamento. Os tipos de computação em nuvem citados são modelos de implantação de serviço que permitem a seleção do nível de controle sobre as informações e tipos de serviço que precisam ser fornecidos. Taurion (2009) cita alguns exemplos de computação em nuvem relacionados aos modelos descritos: 36 a) Salesforce.com oferece serviços de computação em nuvem da empresa em 1999. b) Serviços de computação em nuvem fornecidos pela Amazon Web service em 2002. c) Elastic Compute Cloud (EC2) são serviços comerciais oferecidos pela Amazon para as pequenas empresas e indivíduos, tais recursos de computação podem ser alugados. d) O Google oferece o Google Apps, que incluem aplicações Web, como Gmail, Docs e Calendar e Google Drive, que são exemplos de Software como Serviço. e) Microsoft Azure Service Platform suporta aplicações para serem hospedadas e executadas nos centros de dados da Microsoft. f) VMware é uma empresa que fornece software de virtualização para uma variedade de plataformas. São grandes os desafios dos gestores de TI, no sentido de transformar os tradicionais Data Centers em plataformas mais modernas e inovadoras, facilitando a adaptação tecnológica para que a estrutura seja capaz de atender às demandas de negócios. Isso tem um custo elevado, por este motivo, a maioria dos gestores percebe a computação em nuvem como uma alternativa para eliminar custos de funcionamento e manutenção dos centros de dados tradicionais (Data centers). (TAURION, 2009). É importante salientar que os data centers tradicionais não irão desaparecer. Eles irão dividir espaço com os servidores projetados em nuvem. As organizações, ao usar e manter os centros de dados tradicionais, porém, voltadas ao conceito de nuvem, podem oferecer o serviço ao mercado consumidor. Para Taurion (2009), criar um data center usando recursos existentes facilita o desenvolvimento de aplicações mais inovadoras, abrindo um novo paradigma computacional. Taurion (2009, p. 27) afirma que: A maioria das organizações de médio a grande porte utiliza centenas ou mesmo milhares de servidores, de diversas tecnologias e fabricantes, esse montante contempla praticamente 60% dos investimentos totais em TI. É um valor elevado e não há garantias de aproveitamento de todo o potencial desse parque tecnológico dentro das organizações. Há ainda o custo adicional de gerenciamento de todas estas tecnologias. O autor estima uma ociosidade em torno de 85% para os servidores tradicionais. O data center arquitetado em nuvem apresenta um ambiente mais homogêneo e dispõe de um conjunto de ferramentas de gestão e arquitetura que seguem um padrão de utilização e atualização, com carga de trabalho mais simples e objetiva. 37 Por isso, a computação em nuvem exclui a necessidade de uso de um servidor no próprio ambiente da organização. Esse servidor passa a ser de responsabilidade da organização terceirizada que vende esse serviço específico, atendendo à demanda de diversas organizações no que se refere ao armazenamento seguro dos dados (TAURION, 2009). A Computação em nuvem é um serviço que pode ser prestado de diferentes formas, com base em três estruturas diferentes. De acordo com Neto (2015), são elas: • Software como serviço (SaaS): este é o tipo de armazenamento mais conhecido, sendo os servidores de e-mail seus maiores exemplos. Suas principais características são o acesso via web, o gerenciamento centralizado, aplicações que seguem o modelo de acesso “um pra muitos”, além do uso de Aplication Programming Interface (APIs), que permite integração com aplicações externas. O uso deste tipo de serviço é aconselhado quando as aplicações precisam de acesso remoto ou móvel, como os softwares de gestão de relacionamento com cliente (CRM), gestão de redes sociais e marketing. Em contrapartida, o uso não é recomendado quando as aplicações necessitam de acesso rápido ou em tempo real, pois seguem uma legislação que não permite que os dados sejam hospedados em ambientes externos à organização. • Plataforma como um serviço (PaaS): a diferença em relação ao SaaS é que este é um software, e o PaaS é uma plataforma cujo objetivo é criar, hospedar e fazer a gestão dos softwares. Esse tipo de serviço é indicado quando existe a necessidade de trabalho em equipe, integração de banco de dados, e quando exige um ambiente complexo para a aplicação. É necessário também ao desenvolver a aplicação em partes, exigindo a necessidade de interação externa. O serviço não é indicado quando a linguagem proprietária utilizada possa dificultar a troca de tecnologia para outro fornecedor, ou possa influenciar o processo de desenvolvimento. Nos casos em que as aplicações são personalizadas e exigem o uso específico de determinados hardwares e softwares, o uso desse serviço também não é indicado. • Infraestrutura como um serviço (IaaS): este tipo de serviço se divide em três categorias distintas: o Nuvem pública: quando a infraestrutura está com recursos compartilhados e o autoatendimento acontece pela internet. O Nuvem privada: a infraestrutura segue a virtualização da computação em nuvem, mas de forma privada. O Nuvem híbrida: combina as duas primeiras, utilizando as características de uma ou de outra quando é mais conveniente. 38 Aqui, os serviços contratados são os recursos. O monitoramento é avançado, a escalabilidade é alta e o custo é variável. A infraestrutura IaaS é indicada quando a demanda é volátil, como no caso das lojas virtuais, ou das empresas que crescem rápido é não dispõem de muitos recursos financeiros para investimento. O serviço IaaS nãoé indicado quando as aplicações apresentam limite de acesso ao provedor. IMPRESSÃO 3D A tecnologia de impressão 3D é usada industrialmente desde 1980, um programa de computador faz o design digital de um objeto para posterior transformação em algo físico e tridimensional através do mecanismo de impressão, EXEMPLO DE FUNCIONAMENTO DE IMPRESSORA 3D que usa diversos materiais, o principal deles é o plástico. São vários e distintos os métodos de impressão 3D. A impressão depende de variáveis como o material a ser usado e a quantidade. O método mais comum é o Fused Deposition Modeling (FDM). Este método usa um material termoplástico que é derretido e injetado camada a camada, vai ganhando forma tridimensional; O desenho do objeto a ser impresso em 3D é feito por softwares do tipo Computer-Aided Design (CAD). Os arquivos funcionam como mapas e orientam a máquina no processo de impressão. Os arquivos de impressão se apresentam no 39 formato “stl”. Engenheiros, designers e arquitetos são o público massivo deste tipo de tecnologia. O scanner 3D é uma tecnologia que também permite obter a forma de desenhos tridimensionais. Esse equipamento cria um arquivo CAD a partir do escaneamento de um objeto físico. Mesmo em um arquivo digital, o planejamento da impressão do objeto ainda apresenta desafios técnicos. Usuários sem experiência poderão apresentar dificuldades no momento da impressão. Esse impasse é um obstáculo que a impressão 3D ainda precisa superar para que seu uso se amplie de forma mais popular. Veja a figura a seguir, que apresenta a imagem de uma impressão 3D mal planejada. As dificuldades encontradas no planejamento da impressão recaem justamente na criação do arquivo CAD. Em função disso, desenvolvedores têm investido em softwares e outras tecnologias que imprimam objetos de maneiras mais simples e que auxiliam no planejamento de designs imunes a erros de impressão. O Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveu a Fabricator, tecnologia que corrige os erros em tempo de execução, ou seja, faz as correções no momento da impressão, no entanto, o preço ainda é elevado, custando em torno de $ 7000,00 dólares. Apesar dos obstáculos atuais, tem-se que as impressoras 3D, somadas aos scanners 3D, softwares de construção de arquivos CAD e a internet, juntos, inauguram várias possibilidades criativas, tais como a replicação de objetos físicos, escaneamento de objetos, transporte de designs para o meio digital, liberdades criativas no momento da elaboração do design do objeto e possibilidades de difusão das criações inéditas (ou não) na internet. 40 EYE TRACKING Conceitualmente, Eye Tracking não é uma tecnologia nova. No entanto, sua aplicabilidade para coleta e análise de informação, bem como as potencialidades de uso no ambiente acadêmico, científico e comercial ainda se encontram no estado de pesquisas e testes. Este conceito se refere a um conjunto de tecnologias que facilita a medição e o registro do movimento ocular de um usuário/indivíduo quando reage a um estímulo de um ambiente real ou controlado, e determina de que forma fixa sua atenção, por quanto tempo e em qual ordem segue a exploração visual. A importância do estudo dos movimentos oculares se alicerça sobre a hipótese strong eye mind, que determina que aquilo que uma pessoa visualiza é assumido como indicador do pensamento e prevalece nos processos cognitivos, sugerindo que o movimento ocular indica para onde está voltada a atenção de acordo com o campo de visão da pessoa. Como ferramenta de análise pode ser utilizada na investigação e estudo dos domínios científico, acadêmico e comercial, em áreas de pesquisas tão diversas como a linguística cognitiva, psicologia, medicina, usabilidade, marketing, entre outras. Como ferramenta de interação (ou eye controler, já que neste âmbito o objetivo do seu uso não é a medição do movimento ocular, mas a utilização do equipamento como ferramenta de interação) permite a utilização de dispositivos específicos de comunicação baseados no olhar, vocacionados para indivíduos com mobilidade limitada ou necessidades especiais (DIAS, 2009, p. 79). A interface é a mediadora do conteúdo e de quem vai utilizá-lo. É responsabilidade da interface garantir que o usuário fique satisfeito ao encontrar o conteúdo desejado. Por este motivo, torna-se importante o ato de analisar o movimento do olhar do usuário enquanto este navega pelo website, por exemplo. Uma análise simples consiste em identificar o que ele vê no primeiro momento e ao longo do tempo da conexão. O método se propõe a identificar até que ponto a interface interfere na atenção e na retenção do conteúdo. Para Abrahão et al. (2005), os profissionais que definem as interfaces geralmente não têm conhecimento sobre cognição humana e, portanto, não são capazes de compreender como o usuário aprende, retém e usa a informação. Os responsáveis pelos desenhos das interfaces se preocupam mais com a harmonia e a estética da interface, deixando de lado questões importantes para a mente humana ao fazer uso dela. 41 EYE TRACKING Na verdade, a tecnologia Eye Tracking usa teorias ergonômicas para identificar como o usuário interpreta o contexto apresentado e como aplica esta interpretação ou conhecimento em ações. É uma abordagem mediadora entre pessoas e tecnologias para garantir que o processo lógico do usuário seja usado na concepção de novas interfaces de software (LAURINDO, 2008). Ainda, de acordo com o autor, com estas teorias é possível, por exemplo, identificar e analisar o comportamento de leitura entre grupos distintos para interfaces também distintas. Isso é possível quando, ao olharmos para uma cena, imagem ou texto, nossos olhos se estabilizam por cerca de 200 a 300 milissegundos, com movimentos rápidos de 40 a 50 milissegundos a cada momento de parada. Nesse sentido, Laurindo (2008) coloca que são vários os campos de aplicação da tecnologia Eye Tracking. • Métricas na web como ferramentas para estratégias inovadoras de comunicação. • Análise e visualização da experiência em videojogos. • Fonoaudiologia. • Neurociências e Marketing. • Design e processamento cognitivo de informações on-line. • Testes de aplicativos de smartphones. • Encontrabilidade da informação. • Contagem e cognição. • Interfaces de busca dos sites de pesquisa. VOICES COMMANDS - Um bom atendimento é requisito de peso para o crescimento e reconhecimento de qualquer negócio. Através de um bom atendimento é possível 42 conquistar e reter clientes. Neste sentido, a tecnologia de voz pode fortalecer os vínculos entre clientes e todos os tipos de fornecedores, melhorando os canais de comunicação, reforçando a excelência no contato e mantendo um relacionamento de maior proximidade com os clientes. As tecnologias de voz envolvem todas as ferramentas e softwares cujos objetivos visam melhorar os processos de comunicação por voz (LAURINDO, 2008). As Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão cada vez mais presentes nas atividades profissionais e pessoais. Os avanços e as possibilidades mediadas por tecnologias de voz oferecem expectativas novas, lançando novos desafios para todos os setores da sociedade. Um exemplo típico de automatização de atendimento com uso de voz é a SIRI, da Apple. O intuito desta tecnologia é sanar dúvidas e prover aconselhamentos através dos comandos de voz. O reconhecimento de voz pode ser feito através da implantação de uma Unidade de Resposta Audível (URA). De forma geral, o uso ainda é recente no ambiente dos negócios (LAURINDO, 2008). Basicamente, a URA otimiza e gerencia as demandas de ligações, facilitando o atendimento do cliente final, pois reconhece termos e palavras pronunciadas,
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