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Livro Geografia I para Ensino Fundamental -píginas-12

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CARVALHO, L. V.; MOURA, M. L.20
modelos matemáticos, visando analisar as distribuições espaciais dos fenô-
menos. Nessa perspectiva apoia-se no positivismo lógico ou neopositivismo 
para o qual a verdadeira ciência deve voltar-se para os dados empiricamente 
verificáveis e mensuráveis, sem os quais a objetividade dos enunciados cien-
tíficos estariam comprometida. 
Com as palavras de Corrêa (2000),
Ao contrário do paradigma possibilista e da geografia hartshorniana, 
a nova procura leis ou regularidades empíricas sob a forma de pa-
drões espaciais. O emprego de técnicas estatísticas, dotadas de maior 
ou menor grau de sofisticação - média, desvio-padrão, coeficiente de 
correlação, análise fatorial, cadeia de Markov etc. -, a utilização da 
geometria, exemplificada com a teoria dos grafos, o uso de modelos 
normativos, a adoção de certas analogias com as ciências da natureza 
e o emprego de princípios da economia burguesa caracterizam o arse-
nal de regras e princípios adotados por ela. É conhecida também como 
geografia teorética ou geografia quantitativa. (p. 8)
A ênfase recai na exploração capitalista dos recursos naturais, tornan-
do “o mundo natural” um problema a ser pensado pelo planejamento estatal, 
assim como a sua exploração como um fator necessário ao desenvolvimento 
social e econômico de uma nação. No âmbito do ensino, ressalta Vesentini, a 
importância da Nova Geografia (1984)
(...) é a de difundir uma ideologia da “Pátria”, do “Estado-Nação”, tornar 
essa construção histórica como “natural”, dar ênfase não à sociedade 
(aliás, esta deve sempre ser vista como “comunidade”, e os “problemas 
normais” que surgirem “serão inevitavelmente resolvidos pelo Estado”, 
com as “leis” ou com os “planejamentos”) e sim à terra (p. 33 - 34).
Se pararmos para rever os currículos e programas escolares e, particu-
larmente, os livros didáticos editados no Brasil entre as décadas de 1960-70, 
sobretudo com o proclamado “Milagre Econômico” imediatamente identifica-
remos a importância depositada aos recursos naturais brasileiros e a ênfase 
dada ao “apoio” estrangeiro à largada rumo ao desenvolvimento nacional. A 
grandeza do nosso território era ressaltada, assim como os obstáculos a serem 
enfrentados pelo planejamento estatal, eficiente e racional, para chegarmos à 
condição de país desenvolvido. 
Em seus conteúdos, destacavam-se os problemas a serem enfrentados, 
mas também a riqueza de seus recursos naturais que, devidamente 
conhecidos e explorados, poderia acelerar seu progresso e aumentar as 
rendas comerciais.

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