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História da Economia, Teorias e Pensadores

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FEG/UNESP Data: 14/06/2021 
Departamento de Produção Engª de Produção Mecânica 
Economia 
 
Aluno: Maria Ribeiro Machado Pires 
 RA: 201323109 
 
 
Trabalho, T 01 
Título do Trabalho: Elaborar uma síntese da evolução da Teoria Econômica 
 
 A história da economia pode ser, a principio, contada a partir da etimologia da 
palavra. Economia vem do grego oikos (casa) e nomas (norma ou lei), que de forma geral 
pode-se traduzir como “administração da coisa pública”. Com esta breve definição da 
palavra, a Economia pode ser definida como a ciência social que estuda como o indivíduo 
e a sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos, na produção de bens e 
serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, com 
finalidade de satisfazer às necessidades humanas. Portanto, como é tratada como uma 
ciência social, a economia tem como objetivo atender às necessidades humanas, porém, 
com depende de restrições físicas, provocadas pela escassez de recursos produtivos ou 
fatores de produção, como mão-de-obra, capital, terra, matérias-primas...). A partir dessa 
questão levantada sobre a escassez, pode ser entendido que a economia, como ciência 
econômica, visa estudar e entender como economizar recursos. 
 Quando se pensa na história da economia, na antiguidade até a revolução industrial 
a economia não era uma disciplina separada, mas sim uma parte da filosofia. A partir das 
necessidades humanas ilimitadas surgiu o conceito de escassez, afinal o crescimento 
populacional renova as necessidades básicas, o contínuo desejo de crescimento do padrão 
de vida e status e a evolução tecnológica são fatores que fazem surgir essas necessidades. 
Não existe país autossuficiente, nem mesmo os países ricos, em termos de recursos 
produtivos. Se os bens fossem abundantes, não haveria necessidade de estudar questões 
como inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos, desemprego etc. 
Sem esses problemas não haveria a necessidade de se estudar economia. 
 A construção do sistema econômico mundial integra diferentes economias numa só 
economia-mundo sob a defesa do capitalismo e teve seu início na Europa com o 
desenvolvimento e expansão de práticas comerciais que em linhas gerais pode-se 
denomina-las capitalistas. O início do futuro do sistema capitalista que consolida após o 
século XVIII. A partir deste século, com as grandes navegações, a abertura de uma rota 
comercial pelo Atlântico Sul rumo ao Oriente, há um crescente desenvolvimento das trocas 
comerciais levando ao fortalecimento da burguesia europeia. Esse fortalecimento se dá 
com o aumento substancial de sua capacidade de acumulação propiciada pela expansão 
dos mercados com a descoberta da América, a explosão da África e dos países do Oriente. 
Esse processo de acumulação se constituiu em grande medida na exploração das minas 
de ouro e prata das Américas, na escravização do negro africano e na prática predatória 
das companhias de exploração dos grandes potenciais coloniais em todo o mundo. A 
formação dessa economia-mundo, a partir do desenvolvimento de uma economia 
capitalista europeia apresenta vários aspectos que podem ser analisados quando se 
contata essa realidade de vivermos a tempos em um mundo integrado economicamente, 
onde cada parte do planeta cumpre um papel econômico que pode ser fundamental ou 
periférico. 
 A escola fisiocrática é a primeira escola de economia científica, que surgiu no 
século XVIII, onde o sistema econômico era visto como um organismo regido por leis 
inerentes ao cosmo. A ideia central de governo da natureza e de liberdade de ação que 
entra em oposição aberta às complexas regulamentações governamentais que estavam 
por trás do mercantilismo. Ao contrário do mercantilismo, a escola fisiocrática se 
concentrava na elaboração de uma explicação da vida econômica e apesar de sua breve 
duração e certa proximidade com a escola clássica econômica, é reconhecida pela grande 
maioria dos economistas como o início da moderna ciência econômica, como hoje é 
reconhecida. Além disso, diferente dos mercantilistas, os fisiocratas consideram a riqueza 
de um país não medida pelo estoque de metais preciosos, mas sim por tudo aquilo que era 
retirado da terra (“produto líquido”). 
A escola fisiocrática elaborou trabalhos de destaque. Ela dividiu a sociedade em classes 
sociais e teve a preocupação de justificar os rendimentos da classe proprietárias de terras. 
O trabalho de maior destaque foi de François Quesnay, que escreveu o Tableau 
economique, em que divide a economia em setores, mostrando a interrelação entre eles. 
Apesar do trabalho dos fisiocratas estar permeado de considerações éticas, sua 
contribuição à análise econômica representou grande avanço. 
 
 Para Quesnay, a sociedade era semelhante ao organismo físico, onde a circulação 
de bens e riqueza na economia faziam às vezes da circulação do sangue no corpo. Ambos, 
a circulação de riquezas e a circulação sanguínea poderiam ser compreendidos por meio 
de análise cuidadosa. A fisiocracia como teoria científico-econômica teve vida bastante 
curta, de pouco mais de trinta anos, e foi uma ciência econômica exclusivamente francesa, 
pois todos os seus simpatizantes eram franceses. Entre os fisiocratas de destaque, pode-
se citar Cantillon, Turgot, o marquês e o conde de Mirabeau, Nemours e Nicolas Baudeau. 
Dentre as principais características do pensamento fisiocrático, é importante mencionar: 
 
• Ordem natural - conceito introduzido pelos fisiocratas, em que a economia 
funcionava por uma ordem natural inerente e pré-existente. De acordo com essa premissa, 
as atividades humanas deveriam ser mantidas em harmonia com as leis naturais. 
 
• "Laissez faire, laissez passer" (deixe fazer, deixe passar) - expressão creditada 
a Vincent de Gournay e que é o resumo de um conceito caro aos fisiocratas, que 
determinava que os governos não deveriam interferir nas atividades humanas, sendo que 
estas estariam em conformidade com as leis naturais. 
 
• Ênfase na agricultura - era consenso entre os fisiocratas que a indústria, comércio 
e manufatura estavam subordinadas à agricultura, e, em menor proporção à mineração, por 
serem estas as fontes de riqueza, enquanto que os demais setores não detinham o fator 
produção, sendo, na concepção fisiocrata, meros transformadores. 
 
• Reforma tributária - sendo a agricultura a atividade nuclear no desenvolvimento 
do modelo fisiocrata, os seguidores de tal doutrina econômica acreditavam que países 
como a França (a esmagadora maioria dos fisiocratas era de intelectuais franceses) 
deveriam unificar a série de impostos existentes, transformando-o num único imposto, a ser 
cobrado da atividade agrícola, tendo como foco principal os grandes donos de terra. Esta 
ideia refletia uma reação à condição em que se encontrava economicamente a França, com 
traços de mercantilismo, mas também de feudalismo, e tal reforma procurava atuar na parte 
feudal da economia francesa, principalmente. 
 
Além desses conceitos, os fisiocratas não eram partidários da intervenção do Estado 
na economia (criação do termo já citado “laissez-faire”, que posteriormente se converteria 
ao símbolo de ideias liberais. 
A contribuição científica dos fisiocratas, significou, antes de tudo uma ruptura com a 
forma mercantilista de pensar e um passo decisivo na perspectiva do desenvolvimento da 
ciência econômica. Esta contribuição está associada aos novos conceitos de trabalho 
produtivo e improdutivo, ao novo conceito de riqueza, associada à produção agrícola e não 
mais ao comércio, como era no mercantilismo, e principalmente ao conceito central de 
“produto líquido”, cuja distribuição expressa a ideia de interdependência entre os setores 
econômicos e a circulação da riqueza entre as classes sociais. 
Para os fisiocratas, o estudo da economia já não deve voltar-se para a administração 
pública e para a questão do “tesouro” real, como acontecia no período mercantilista,mas 
para a riqueza privada e as atividades que a geram. Assim, para os autores dessa época, 
a economia se define como ciência da riqueza privada. 
A explicação do funcionamento do organismo econômico se inspira na ideia de uma 
ordem natural, corpo biológico guiado por leis; os governos já não podem fazer o que 
querem contra as leias naturais da economia. O funcionamento de tais leis constitui-se no 
principal objeto de investigação econômica. A ordem natural, criada por Deus e inscrita na 
natureza, tem um fundamento teológico e metafísico. A ciência econômica segue o modelo 
de uma ciência natural, suais leis são mecânicas e determinísticas. 
O “Quadro Econômico” (1758) de Quesnay é a representação da ordem econômica 
natural. As leis que governam a geração do produto líquido e a distribuição da riqueza entre 
classes sociais, que também asseguram a reprodução, traduzem as leis dessa ordem 
natural. 
A escola clássica, cujos principais representantes são Adam Smith, Ricardo, 
Malthus e John Mill, só podem ser compreendidos se levarmos em conta as condições 
institucionais e históricas em que nasceu. Os clássicos sucedem aos mercantilistas e 
fisiocratas, representantes de duas correntes anteriores que, por não apresentarem um 
corpo doutrinário completo e coerente, não constituíram escolas. 
Na época dos clássicos, a importância crescente da indústria colocava “fora de 
moda” a visão naturista dos fisiocratas. E a necessidade de maior liberdade comercial, bem 
como de uma força de trabalho dotada de maior mobilidade pelos mercantilistas, já não se 
ajustava às necessidades da expansão econômica. Estas duas correntes estavam sendo 
ultrapassadas pelos fatos. Para os fisiocratas, a verdadeira riqueza das nações estava na 
agricultura. Num mundo essencialmente agrícola e constantemente ameaçado pela falta de 
alimentos, isto não deve causa admiração. Só a terra tinha capacidade de multiplicar 
riqueza. A indústria raciocinava, os fisiocratas, não cria. Apenas transforma insumos em 
produtos. Os fisiocratas não levaram a sério o fato de que a produtividade não ser apenas 
consequência da natureza. O arado, o trator, os fertilizantes e a genética podem 
quadruplicar uma colheita. Isto está claro para nós, hoje, mas não foi um objeto de estudo 
atento por parte dos fisiocratas. Os mercantilistas, por seu lado, preocupavam-se sobretudo 
com a política econômica, com saldos favoráveis na balança comercial, com o estoque de 
metais preciosos e com o poder do Estado. O Estado seria tanto mais forte quanto maior 
fosse seu estoque de metais preciosos. Para alcançar isto, ele deveria restringir as 
importações e estimular as exportações. Mas, se todos os países restringissem suas 
importações, quem conseguiria exportar? As importações de um, são as exportações do 
outro. Com isso a política mercantilista exacerbou o nacionalismo, estimulou as guerras e 
uma maior presença do Estado nos assuntos econômicos e daí surgem as necessidades 
de regulamentações. 
 Adam Smith foi o autor da obra considerada como primeiro tratado de teoria 
econômica, entendida como um conjunto científico sistematizado, com um corpo teórico 
próprio. Em 1776 publicou “A riqueza das nações”, um estudo abrangente sobre questões 
econômicas que englobam desde aspectos monetários e de preços até distribuição do 
rendimento da terra. A partir de uma análise dos aspectos descritivos e dos longos relatos 
históricos que permeiam os aspectos teóricos da Riqueza das Nações, um grande número 
de autores sustenta que Smith emprega o método indutivo. A contribuição mais conhecida 
de Adam Smith foi a hipótese da mão invisível, para ele, todos os agentes em sua busca e 
lucrar o máximo, acabam promovendo o bem-estar de toda a comunidade. A defesa do 
mercado, como regulador das decisões econômicas de uma nação traria muitos benefícios 
para o coletivo, independentemente da ação do estado. Este é o princípio do liberalismo. 
Smith ainda tem outra importante contribuição à teoria econômica quando destaca o papel 
do trabalho humano como fonte de riqueza, introduzindo a noção de produtividade como 
determinante da riqueza. Há autores que defendem que Smith adotou o método abstrato 
dedutivo, ou seja, de que por trás dos aspectos históricos-descritivos, Smith esboça um 
modelo teórico, sustentado em hipóteses abstratas, não induzidas da experiencia sensorial. 
Sem dúvida está presente em Smith a ideia abstrata de uma ordem natural das coisas, 
guiada por leis sistêmicas invioláveis, às quais o comportamento humano deve se 
submeter. 
 Neste sentido, deve-se ressaltar que o método de Smith sofreu influências diversas, 
desde o empirismo de Locke e Hume, até o racionalismo cartesiano e fisiocrata. De 
Quesnay e dos fisiocratas herdou a ideia de uma ordem natural das coisas. Ele pertencia 
ao iluminismo e à escola histórica, vigentes na Escócia, sua terra natal. Smith era, sobre 
tudo, um observador da realidade e fez uso de diferentes métodos na Riqueza das Nações: 
estática comparativa, descrições e digressões históricas, teoria dos estágios históricos. 
Num ensaio sobre filosofia da ciência, de 1750, Smith afirma seguir o método de Newton, 
segundo o qual, “partindo de certos princípios originais ou comprovados, estabelecemos 
explicações para os diversos fenômenos, conectando-os com a mesma corrente”. De 
Newton, Smith retém a ideia de sistema e a importância de um princípio teórico, não pela 
certeza cartesiana que oferece, mas pela sua capacidade de organizar as diversidades dos 
fenômenos da experiência. 
 Assim, embora à primeira vista pareça que Smith baseie seus conhecimentos em 
observações dos fatos econômicos, não resta dúvida de que tais observações vão fundadas 
em hipóteses ou “princípios originais” como, por exemplo, o princípio de que o homem age 
racionalmente, guiado ao mesmo tempo pelo autointeresse e pela simpatia, cujo 
balanceamento gera ordem e progresso, num contexto regulado pelo mecanismo da 
concorrência perfeita. Esta afirmação aponta claramente para o uso de princípios 
organizadores da multiplicidade da experiência, o que indica a superação do método 
indutivo experimental. O fato de Smith filiar-se ao iluminismo escocês reforça esta 
perspectiva do método racional que privilegia a razão como fonte, ou como princípio ativo 
e organizador do conhecimento. 
 Cabe finalmente ressaltar que nas teorias de Smith há dois aspectos importantes, 
estreitamente relacionados: o pensamento microeconômico e a visão macroeconômica. Por 
um lado, indivíduos movidos por seus interesses pessoais egoístas, produzem um 
equilíbrio, que se traduz bem no público. As raízes filosóficas desses componentes também 
são distintas. A microeconomia teria fontes empiristas e moralistas, inspiradas em Hume e 
Hutchinson, e estabeleceria uma linha de pensamento que ligaria Smith a Bentham e a Mill. 
Já a visão macroeconômica teria uma raiz jusnaturalista, baseada em Locke e Quesnay, e 
estabeleceria uma linha de pensamento que chegaria a Ricardo e aos socialistas 
ricardianos. O aspecto macroeconômico também está relacionado à teoria do crescimento. 
Esta tensão entre a dimensão micro e dimensão macro, certamente, está presente na obra 
de Smith. A micro está relacionada e constitui o fundamento da mão invisível e da economia 
capitalista competitiva como ordem econômica natural. 
 O período clássico teve contribuição de outros economistas também, como Thomas 
Robert Malthus, Jean Baptiste Say, Frédéric Bastiat, James Mill, John Stuart Mill, entre 
outros. O corpo teórico da economia começa a se desenvolver como uma ferramenta de 
análise específica para as questões econômicas, com a elaboração de modelos acerca do 
funcionamento da economia geral, análise de questões monetárias também foi um 
importante indicador para a criação dos conhecidos Bancos Centrais. 
 Thomas Robert Malthus escreveu “Princípios de economia política” em 1820 e 
“Definições em economia política” em 1827. Em suas obras econômicas, Malthus 
demonstrou que o nívelde atividade em uma economia capitalista depende da demanda 
afetiva, o que constituía, a seus olhos, uma justificativa para os esbanjamentos praticados 
pelos ricos. A ideia da importância da demanda efetiva seria depois retomada por Keynes. 
 Quando Stuart Mill escreveu seu primeiro livro, denominado “Produção”, ele explora 
a natureza da produção, começando com o trabalho e sua relação com a natureza. Mill 
afirma que “os requisitos da produção são dois: trabalho e objetos naturais apropriados”. 
Por objetos naturais e apropriados se entendem o capital, a terra e os meios de produção. 
Mill também tem a visão de que o trabalho é um deslocador de objetos físicos, porque define 
que objetos físicos não são capazes de variabilidade por si só. O que estabelece a 
variabilidade é o trabalho humano. Assim, o fator trabalho receberia o equivalente à sua 
contribuição (o salário) e o fator capital o equivalente ao seu lucro. Em seu segundo livro, 
denominado “Distribuição”, Mill diz que esta é uma questão das instituições humanas 
somente. Ele afirma que a distribuição da riqueza, portanto depende das leias e costumes 
da sociedade. As regras pelas quais ela é determinada são feitas pelas opiniões e 
sentimentos que as partes dirigentes estabelecem e são muito diferentes em épocas e 
países diversos. 
 A teoria neoclássica, que surgiu no fim século XIX, vem com o pensamento de 
utilizar diversas do pensamento econômico que estudam a formação dos preços, a 
produção e a distribuição de renda através do mecanismo de oferta e demanda dos 
mercados. Essa teoria leva nomes como Carl Menger (autor de Die Grundsätze der 
Volkswirstschaltslehre (1871), apresentou os mesmos princípios marginalistas em uma 
linguagem comum, deixando de lado a matemática), William Stanley Jevons (escreveu 
Theory of Political Economy (1871), embora de modo diverso, recorreu também à 
matemática, não de forma tão contundente como seu companheiro Walras), Léon Walras 
(publicou Élements d’Économie Politique Pure (1874), se preocupou com o equilíbrio geral 
e a interdependência de todo o sistema econômico e apresentou sua visão da economia 
em termos puramente matemáticos. É um dos percursores da economia matemática que 
ganhou corpo em nosso século, com Wassily Leontieff e Com Neumann) entre outros. 
David Ricardo também teve uma participação para o período neoclássico, colocando que a 
distribuição da terra é determinada pela produtividade das terras mais pobres ou marginais. 
As obras de David Ricardo destacadas: 
 
 
 • O alto preço do ouro, uma prova de depreciação das notas bancárias, em 1810; 
 • Ensaio sobre a influência de um baixo preço do cereal sobre os lucros do capital, 
1815; 
 • Princípios da economia política e tributação, em 1817. 
 
 David Ricardo exerceu uma grande influência tanto nos economistas neoclássicos, 
como nos economistas marxistas, o que revela sua importância para o desenvolvimento da 
ciência econômica. Os temas presentes em suas obras incluem a teoria do valor-trabalho, 
a teoria da distribuição, o comércio internacional e temas monetários. A principal questão 
levantada por ele trata da distribuição do produto gerado pelo trabalho na sociedade. Isto 
é, segundo David Ricardo, a ampliação conjunta de trabalho, maquinaria e capital no 
processo produtivo gera um produto, o qual se divide entre as três classes da sociedade: 
 
 • proprietários de terra; 
 • trabalhadores assalariados; 
 • arrendatários capitalistas; 
 
 Seria o papel da ciência econômica então o de determinar as leis naturais que 
orientam essa distribuição, como modo de análise das perspectivas atuais da situação 
econômica, sem perder a preocupação com o crescimento em longo prazo. 
Este período é privilegiado os aspectos microeconômicos da teoria, pois a crença na 
economia de mercado fez com que não se preocupasse tanto com a política e o 
planejamento macroeconômicos. A grande obra de destaque foi Princípios de economia, 
de Alfred Marshall, que serviu como livro básico até metade deste século. Durante esse 
período a teoria teve uma grande evolução a partir do comportamento do consumidor, que 
foi analisado com profundidade. O desejo do consumidor de maximizar sua utilidade e do 
produtor em maximizar o lucro são base para a elaboração de um sofisticado aparato 
teórico. Por meio do estudo de funções ou curvas de utilidade e de produção, considerando 
restrições de fatores e restrições orçamentárias, é possível deduzir o equilíbrio de mercado. 
Como o resultado depende basicamente dos conceitos marginais, a teoria neoclássica é 
também chamada de teoria marginalista. A análise da teoria marginalista é bem variada, 
alguns economistas privilegiam alguns aspectos como a interação de muitos mercados 
simultaneamente, outros privilegiam aspectos de equilíbrio parcial, usando instrumento 
gráfico. A partir de 1870, o centro de preocupações de grande número de economistas se 
desloca. Alguns autores chamam esse deslocamento de revolução marginalista porque a 
ideia central que o preside é o chamado princípio marginal. A introdução da análise marginal 
mudou de modo significativo a orientação dos estudos econômicos: representou um 
instrumento rapidamente difundido, de explicar a influência de determinados recursos 
escassos entre os usos alternativos, com objetivo de se chegar a resultados ótimos. As 
premissas da teoria marginalista são baseadas na “utilidade marginal”, em que a 
propriedade de bens e serviços têm de satisfazer a necessidade e desejos humanos. Os 
objetos que tem utilidade são considerados bens, do ponto de vista econômico e sua 
caracterização requer que sejam escassos. Portanto, a escolha econômica é o que envolve 
a teoria marginalista e fundamentam dois pontos: 
 
 • os desejos são saciáveis; 
 • diferentes bens não são substitutos perfeitos na satisfação de necessidades 
específicas. 
 
 
Apesar de questões microeconômicas ocupares o centro das atenções houve 
paralelamente uma produção em outros aspectos da teoria econômica, como a teoria do 
desenvolvimento econômico, de Joseph Alois Schumpeter, a teoria do capital e dos juntos 
de Eugen Böhm-Bawerk. Foi observado ainda em um desenvolvimento da análise 
monetária, com a discussão sobre a teoria quantitativa da moeda. Enquanto a abordagem 
microeconômica dos marginalistas preocupava-se com as estruturas e os preços relativos 
dos mercados específicos, na área macroeconômica procuram-se respostas para a 
determinação do nível geral dos preços, separando o setor real e o setor monetário da 
economia, por meio da teoria quantitativa da modela. Entretanto, alguns autores, como Knut 
Wicksell, buscavam os mecanismos de interligação entre os dois setores. 
 A teoria keynesiana iniciou-se com a publicação de A teoria geral do emprego, 
do juro e da moeda, de John Maynard Keynes em 1936. Muitos autores descrevem que a 
partir daí iniciou-se a Revolução Keynesiana e que Keynes seria o pai da moderna 
macroeconomia. Keynes era uma um economista de destaque, que ocupava a cátedra que 
havia sido de Alfred Marshall na Universidade de Cambridge e embora um acadêmico 
respeitado, Keynes tinha preocupações com as implicâncias práticas da teoria econômica. 
A obra de Keynes teve um impacto necessário quando se considera a época. A economia 
mundial atravessava, em 1930, ume recessão prolongada (depressão), e a teoria 
econômica vigente acreditava que se tratava de um problema temporário, apesar da crise 
estar durando alguns anos. Predominavam o liberalismo e a crença de que o mercado 
sozinho permitiria recuperar o nível de atividade e emprego. A Teoria Geral procurou então 
mostrar porque a combinação das políticas econômicas adotadas não funcionava 
adequadamente, e apontou para soluções que poderiam tirar o mundo da recessão. As 
prescrições apontadas, baseadas na maior intervenção do Estado na condução da 
economia, via gasto público, foram implementadas, e o resultado obtido aumentou de 
maneira meteórica as possibilidades da utilização da teoria econômica,para ajudar de 
maneira efetiva a melhoria do padrão de vida da coletividade. Uma obra que tem destaque 
nesse período é a de Alvin Hansen e John Richard Hicks, que realizaram uma síntese entre 
o modelo neoclássico e o modelo keynesiano, por meio de uma análise chamada Análise 
IS-LM (Investment Saving – Liquidity Money), ao final dos anos 40. A teoria keynesiana foi 
rica em contribuições para todos os campos da economia, bem como a ampliação dos 
horizontes. Nos anos seguintes, houve um desenvolvimento muito grande da teoria 
econômica, com a incorporação do ferramental estatístico e matemático, que ajudou a 
formalizar ainda mais a ciência econômica. 
 Na época de Keynes – mais precisamente, no período entre as duas guerras 
mundiais – predominava o positivismo lógico, que defendia a possibilidade de um 
conhecimento certo e objetivo da realidade econômica. Mas Keynes, que se formara na 
tradição neoclássica e positivista, cedo percebeu que essa visão não era compatível com 
a realidade. Com efeito, a teoria neoclássica fundava-se numa ontologia positiva, para a 
qual “o ser é sua aparência”, e numa racionalidade abstrata não-não histórica que 
menosprezava a dúvida e a incerteza. Por isso, sua crítica procura atingir o âmago dessa 
teoria, qualificando-a como “uma daquelas técnicas bonitas e bem-feitinhas que tentam lidar 
com o presente, abstraindo-se do fato de que sabemos muito pouco sobre o futuro”. 
Efetivamente, para Keynes, a teoria neoclássica supõe um conhecimento sobre o futuro 
que não podemos ter. 
 A visão é de que Keynes vai formando a realidade econômica do seu tempo. Embora 
não possa ser classificada formalmente como dialética, certamente não é uma visão 
positiva e racionalista da realidade. Para Keynes, muito mais importante que a formalização 
da teoria é a visão de mundo, que se coloca na raiz ou na fonte das ideias. Ele disse sentir-
se “mais ligado às ideias fundamentais relativamente simples” subjacentes à sua teoria, do 
que às formas particulares em que as formulou. Sendo uma visão complexa, a visão de 
Keynes pode ser compatibilizada como uma ontologia “dialética”, para a qual o ser não é 
estático, mas dinâmico, complexo e contraditório, envolvendo o tempo e a história. Para 
ele, o futuro e a ideia que fazemos dele plasmam o presente. A realidade econômica não é 
“dada”, “positiva”, mas construída pelas decisões econômicas de cada um. O objeto de 
investigação não é um dado, pré-existente, a ser descoberto e conhecido, mas um mundo 
criado pelas próprias decisões humanas. 
 Keynes diz que os fatos econômicos são fatos morais, pois são motivados e 
intencionais e não mecânicos. Por isso, também, não são constantes e homogêneos, mas 
dinâmicos e contraditórios. A natureza moral dos fatos econômicos, em contraposição ao 
mundo físico, é ilustrada numa afirmação de Keynes: “É como se a queda da maçã ao chão 
dependesse dos motivos da maçã, de se vale a pena cair no chão, e se o chão quer que a 
maçã caia, e de cálculos equivocados por parte da maçã a respeito da distância que separa 
do centro da terra.” 
 Uma ciência de cunho moral, como Keynes define a economia, não pode por 
consequência ser formada por conhecimento preciso como o da física, mas por um 
conhecimento de natureza incerta. Conhecimento incerto é aquele do qual não se pode ter 
base para cálculo, mas apenas graus de probabilidade, graus de certeza, convicção, crença 
racional, peso do argumento, convenção. Como não conhecemos o futuro, racionamos com 
incertezas, probabilidades, expectativas e juízos convencionais. 
 Finalmente é importante salientar que Keynes pretendeu conferir à economia o 
caráter de uma ciência prática que lhe fornecesse razões e instrumentos para intervir na 
realidade, ou seja, ao mesmo tempo em que acredita no progresso da ciência, seu método 
rompe coma ideia de uma ciência racionalista, abstrata, certa, única e histórica. A ciência 
econômica deve caracterizar-se como uma ciência prática, um instrumento da política 
econômica e de intervenção na realidade. 
 Há outras abordagens e críticas alternativas, que fogem da corrente principal. Muitas 
críticas foram e são absorvidas, e algumas abordagens alternativas foram e são 
incorporadas. O espectro dessas abordagens é muito amplo e disperso e, evidentemente 
é muito heterogêneo. Destaca-se a contribuição dos marxistas e dos institucionalistas e 
alguns desenvolvimentos relativamente recentes na área de organização industrial e da 
macroeconomia. 
 Os marxistas têm como pilar do seu trabalho a obra de Karl Marx, um economista 
alemão que desenvolveu quase todo seu trabalho com Friedrich Engels, na Inglaterra, na 
segunda metade do século passado. O método dialético de Marx é em parte de sua crítica 
da Economia Política Clássica. Ele distingue claramente dois métodos ou dois momentos 
no processo do conhecimento: o primeiro, que parte do todo concreto e chega ao 
conhecimento abstrato de suas partes; e o segundo, que parte das abstrações feitas pelo 
pensamento, e retorna ao todo concreto, agora reconstruído pelo pensamento. O primeiro 
método foi o caminho trilhado pelos economistas clássicos, e de forma mais radical pelos 
economistas marginalistas e neoclássicos, que ficaram apenas no conhecimento abstrato 
da realidade. O segundo momento, o caminho de volta, que vai do abstrato do todo, é o 
que Marx chama de “método cineticamente exato”. A investigação de Marx iniciou pelo 
estudo da jurisprudência, mas ele logo descobriu que a “essência da sociedade burguesa 
estava na Economia Política” e não no direito, no Estado ou na política. Na sua “Crítica da 
Filosofia do Direito de Hegel”, Marx faz uma revisão crítica da concepção idealista da 
sociedade e do Estado, que deixa de ser encarnação divina do poder para expressar a 
dominação das forças econômicas e políticas da sociedade. Marx critica também a ideia de 
homem feita por Feuerbach, como um ser natural, produto da natureza, e o define como 
um ser social, produto das relações sociais. Assim, passando do idealismo para o 
materialismo, sua investigação preocupa-se com a análise das relações sociais objetivas 
que condicionam as ações dos indivíduos isolados. 
 Desta forma, a investigação de Marx, que começara pelo direito, passara pela 
filosofia e pelo socialismo utópico, vai desembocar no estudo da economia política, pois é 
nela que vai encontrar a “essência da sociedade burguesa”. O objetivo de Marx era mais 
abrangente que o dos economistas clássicos, uma vez que se propunha investigar a 
economia e a sociedade dominadas pelas leis do capital. Procura, então, descobrir a lei 
econômica dos fenômenos e mais, a lei de sua modificação, de seu desenvolvimento, ou 
seja, a transição de uma forma de relação econômica para outra, pois o desenvolvimento 
da sociedade é visto como um processo histórico, dirigido por leis que se sobrepõem e 
determinam a vontade, a consciência e a intenção dos homens. 
O marxismo desenvolve uma teoria de valor – trabalho e consegue analisar muitos 
aspectos da economia com seu referencial teórico. Um exemplo é a abordagem da história. 
A apropriação do excedente produtivo pode explicar o processo de acumulação e a 
evolução do excedente produtivo pode explicar o processo de acumulação e a evolução 
das relações entre classes sociais. Karl Marx enfatizou muito o aspecto político em seu 
trabalho, que teve impacto ímpar não só na ciência econômica, como também em outras 
áreas do conhecimento. As contribuições dos marxistas para a teoria econômica foram 
variadas. Entretanto, a maioria ocorreu à margem dos grandes centros de estudos 
ocidentais, por razões políticas e também pelo desenvolvimento da teoria microeconômica 
de determinação dos preços. Consequentemente, a produção teórica foi pouco divulgada. 
Um exemplo é o trabalho de Mikail Kalecki, um economista polonês que antecipou uma 
análise parecida com a da Teoria Geral de John Keynes. Contudo, o reconhecimento do 
seu trabalho inovador só ocorreu muito tempo depois. 
 Os institucionalistas,que tem como grandes pensadores os americanos Thornstein 
Veblen e John Kenneth Galbraith, dirigem suas críticas ao alto grau de abstração da teoria 
econômica e ao fato de ela não incorporar em sua análise as instituições sociais. Essa 
vertente concentra a compreensão do papel das instituições na moldagem do 
comportamento econômico. Essa corrente teve seu apogeu nos anos 1920 e 1930, 
influenciando significativamente as medidas tomadas à época do New Deal. O foco dessa 
escola é a dicotomia formulada por Veblen, que consiste na oposição entre os 
comportamentos cerimoniais e os comportamentos industriais, sendo esses últimos fatores 
de progresso. 
 Thornstein Veblen escreveu seu mais influente livro em 1899 “A Teoria da Classe 
Ociosa”, nele, Veblen analisa a motivação para o consumismo conspícuo, vigente no 
capitalismo, como uma forma de demonstrar sucesso, um comportamento não só adotado 
por uma classe mais alta e predatória, mas também imitado pelas classes mais baixas. A 
ociosidade conspícua foi outro foco da crítica de Veblen, o conceito de consumo conspícuo 
estava em contradição direta com a visão neoclássica de que o capitalismo era eficiente. 
Veblen também apontou o conflito entre a motivação da indústria, de produzir mercadorias 
úteis, e a motivação empresarial, de usar ou subutilizar a infraestrutura industrial para gerar 
lucros, argumentando que a primeira é normalmente prejudicada porque as empresas 
perseguem a segunda. 
 John Kenneth Galbraith trabalhou na administração do New Deal de Franklin Delado 
Roosevelt e apesar de ele ter escrito depois, e de ser mais desenvolvido que os 
economistas institucionais anteriores a ele, Garbraith foi crítico quanto à economia ortodoxa 
por todo o século XX. Ele argumenta que os eleitores que alcançam um certo nível de 
riqueza material começam a votar contra o bem comum. Ele usou o termo “sabedoria 
convencional” para se referir às ideias ortodoxas que sustentam o consenso conservador 
resultante. Em uma época de grandes empresas, é irreal pensar os mercados pelo jeito 
clássico. Grandes empreas 
 
 A microeconomia é o estudo de como as famílias e as empresas tomam decisões e 
como elas interagem em mercados específicos. Na microeconomia, as correntes 
alternativas são associadas às teorias de organização industrial, que consideram que as 
hipóteses da microeconomia tradicional, como empresa tomadora de preços, maximização 
de lucros, concorrência perfeita e racionalidade dos agentes, dificilmente caracterizam o 
mundo econômico real. 
 A contribuição das abordagens alternativas tem sido fundamental para corrigir falhas 
existentes na teoria tradicional, bem como para apontar novos caminhos para a evolução 
da ciência econômica. 
 
 
Desdobramentos recentes 
 
O debate sobre os aspectos do trabalho de Keynes dura até hoje, destacando-se 
quatro grupos: os novos clássicos, os economistas do lado da oferta, os novos keynesianos 
e os pós-keynesianos. Apesar de nenhum dos grupos terem um pensamento homogêneo 
e todos terem pequenas divergências, é possível fazer algumas generalizações. 
Os novos clássicos estão associados principalmente à Universidade de Chigado, e 
têm como economistas de maior destaque Thomas Sargent e Robert Lucas. De maneira 
geral, seguem o monetarismo, ao privilegiar o controle da moeda e um baixo grau de 
intervencionismo do estado. Contudo, a grande diferença com o modelo monetarista é a 
suposição de que os agentes formam expectativas racionais. Isso quer dizer que os 
indivíduos são capazes de aprender da experiência, o que pode permitir que, em certos 
casos, sejam capazes de antecipar as alterações de política monetária, anulando seus 
impactos negativos. 
Os novos keynesianos têm seu maior expoente em James Tobin, da Universidade 
de Yale. De maneira geral, recomendam o uso de políticas fiscais ativas e maior grau de 
intervenção do Governo, em virtude da rigidez em alguns pontos do sistema econômico, 
que impediram que o mercado se autorregulasse, amplificando os efeitos das flutuações da 
atividade econômica. 
Os pós-keynesianos têm um trabalho que explora outras implicações da obra de 
Keynes, enfatizando o papel da moeda e da especulação financeira, e pode-se associar a 
este grupo a economista Joan Robinson, que era muito ligada a John Maynard Keynes. Os 
pós-keynesianos retornam à obra básica de Keynes, pois julgam que a interpretação que 
foi dada com base na sistematização da Análise IS-LM não é a leitura correta de Keynes, 
em particular na parte da incerteza, pouco enfatizada naquela análise. 
Os economistas do lado da oferta, ou da teoria dos ciclos econômicos reais, entre 
os quais se destaca o ganhador do prêmio Nobel de Economia de 2004, Edward Prescott, 
enfatizam o papel dos choques de oferta na explicação das flutuações econômicas. 
Na microeconomia, os desenvolvimentos teóricos vêm-se dando em duas vertentes, 
ambas procurando aproximá-la da economia real dos mercados. Por um lado, uma 
continuidade da linha tradicional neoclássica, na área de Teoria dos Jogos e Economia da 
Informação, onde diferentemente do modelo tradicional de concorrência perfeita, em que 
as empresas são tomadoras de preço no mercado, a firma pode afetar variáveis relevantes 
para sua decisão, e tem um comportamento mais estratégico. Por outro lado, numa direção 
mais crítica dos pressupostos da teoria tradicional, há as teorias de organização industrial, 
que, como já se observou, contestam a hipótese de que as empresas são tomadoras de 
preços e que maximizam lucros, pilares do modelo neoclássico. 
O período mais recente está marcado por três características principais. Em primeiro 
lugar existe consciência maior das limitações e possibilidades de aplicações da teoria. O 
segundo ponto é o avanço e consolidação das contribuições dos períodos anteriores. O 
desenvolvimento da informática permitiu um processamento de informações em volumes e 
precisão sem precedentes. A teoria econômica passou a ter um conteúdo empírico que lhe 
conferiu uma aplicação prática maior. Hoje, é possível acessar de qualquer ponto do 
planeta uma infinidade de bancos de dados, que são atualizados constantemente. Por um 
lado, isso permite um aprimoramento constante da teoria existente e, por outro, abre novas 
frentes importantes. 
Todo o corpo teórico da economia avançou consideravelmente. Hoje, a análise 
econômica engloba quase todos os aspectos da vida humana, e o impacto desses estudos 
na melhoria do padrão de vida e do bem-estar de nossa sociedade é considerável. O 
controle e o planejamento macroeconômico permitem antecipar muitos problemas e evitar 
algumas flutuações desnecessárias. 
A teoria econômica tem avançado em muitas frentes. Um exemplo é a área de 
finanças empresariais. Até alguns anos atrás, a teoria de finanças era basicamente 
descritiva, com baixo conteúdo empírico. A incorporação de algumas técnicas 
econométricas, conceitos de equilíbrio de mercados e hipóteses sobre o comportamento 
dos agentes econômicos revolucionaram a teoria de finanças. Essa revolução também 
refletiu nos mercados financeiros, com a explosão dos chamados mercados futuros e de 
derivativos. 
Por fim, a economia internacional, que é um sistema articulado de economias 
nacionais intercambiando bens, serviços, capitais e tecnologia, em um contexto dinâmico 
de assimetrias estruturais, passou por diversas fases ao longo do século XX. Saltos 
tecnológicos, mudanças de padrões monetários, crises financeiras, anos de crescimento 
sustentado seguidos de conjunturas de estagnação, surtos de liberação alternando com 
impulsos de protecionismo comercial, incorporação de novos atores econômicos e 
preservação de velhas desigualdades estruturais, fases de fechamento e abertura dos 
movimentos de pessoas e aos fluxos de capitais, redistribuição dos fluxos de renda na 
direção de novos centros de acumulação e confirmação de antigos mecanismos de 
concentração e acumulação, enfim, uma gama variada de tendências e de ciclos tão 
diversosquanto os processos políticos que marcaram um século ao mesmo tempo 
destruidor e criador. A despeito, das diferenças estruturais e das inversões de tendência, 
características comuns são detectáveis no início e no final do período: a presença 
hegemônica do mesmo conjunto de economias no centro do sistema, processos de 
globalização comercial e de internacionalização financeira relativamente semelhantes, bem 
como a atuação de um grupo influente de atores transnacionais, os cartéis do final do século 
XIX e as companhias multinacionais na passagem para o século XXI. 
Esses três conjuntos de elementos e processos históricos (preservação de um 
mesmo núcleo de economias dominantes; fluxo, refluxo e nova expansão chamada 
interdependência global; organização social da produção dominada por um grupo restrito 
de atores relevantes) oferecem um quadro analítico adequado para o exame do 
desenvolvimento da economia internacional num longo século XX econômico. 
Com efeito, o século XX econômico tem início na década final do século XIX, quando 
o capitalismo manchesteriano de meados daquele século entra em sua fase madura de 
industrialização e de incorporação de um novo fluxo de inovações tecnológicas no quadro 
da segunda revolução industrial, não mais marcada pela máquina à vapor, mas sim pela 
eletricidade, pelo motor a explosão e pela química. É a fase de formação de cartéis, 
moderadamente controlados por leis de defesa da concorrência, da passagem do laissez 
faire doutrinal para o protecionismo comercial e no nacionalismo econômico, com a prática 
agressiva de tarifas diferenciadas e o desenvolvimento de zonas geográficas de exclusão 
(periferias), ainda que esses processos restritivos tenham sido contrabalanceados por uma 
liberação inédita no que respeita os fluxos de pessoas (imigrações) e os movimentos de 
capitais. 
O século XX econômico termina, não numa suposta era “pós-industrial”, mas sim 
numa fase combinação crescente dos sistemas produtivos e administrativos com as novas 
características da sociedade da informação, na qual os elementos brutos da produção 
(terra, capital e trabalho) são necessariamente permeados e dominados pela nova 
economia da inteligência. Os componentes de matéria-prima e o valor extrínseco de um 
bem durável passaram a valer bem menos, no final do século XX do que o valor intrínseco 
e a inteligência humana embutida nesses produtos, sob a forma de concepção e design, 
propriedade intelectual sobre os processos produtivos e sobre os materiais compostos 
utilizados em sua fabricação, royalties pela cessão e uso de patentes, trade-secrets e 
transferências know-how, margas registradas, marketing distribuição e publicidade. 
De fato, a globalização tende a agravar, num primeiro momento, os padrões de 
desigualdade regional ao selecionar áreas suscetíveis se serem integradas à nova 
economia planetária (pela oferta abundante de mão-de-obra assalariável, comunicações 
baratas, condições institucionais adequadas) e outras, sequem merecedoras do direito de 
serem exploradas. A nova fase de globalização capitalista, portanto, também coincidiu com 
o desenvolvimento e a expansão notável dos processos de integração regional, 
evidenciados nos exemplos da União Europeia, do NAFTA e do Mercosul, ademais de 
vários outros menos conhecidos. Esses blocos passaram a dominar grande parte do 
intercâmbio comercial global.

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