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e-Tec Brasil33 Aula 5 – Principais enfermidades na piscicultura III Nesta aula daremos continuidade ao estudo das principais en- fermidades em peixes cultivados no Brasil. 5.1 Enfermidades causadas por parasitas, parte II 5.1.1 Parasitose por Monogenoidea Os helmintos de forma alongada da Classe Monogenea são na sua maioria ectoparasitos, podendo ser encontrados na superfície do corpo, cavidades nasais, e branquiais dos peixes. Devido a seu ciclo de vida monóxeno, os monogenéticos reproduzem-se com grande rapidez. O confinamento de grande quantidade de peixes em tanques de piscicultura apresenta uma condição ótima para sua proliferação, tornando este parasita um dos grandes problemas dessa atividade. Figura 5.1: Monogenea retirada por raspado de superfície corporal de tilápia Fonte: Acervo Laboratório AQUOS, Sanidade de Organismos Aquáticos, UFSC. Os monogenéticos estão normalmente presentes no ambiente de cultivo, causando mortalidade quando estão em grande quantidade. Causam grande irritação devido a uma estrutura de fixação formada por uma serie de ganchos, formando ferimentos e a destruição de tecidos, predispondo a ocorrência de fungos e bactérias. O principal sinal clínico a ser observado é a intensa produção de muco verificada nas brânquias e superfície corporal do peixe. Modificações no comportamento dos animais também podem ser observados no caso de infestações severas, levando esses indivíduos a se esfregarem na lateral dos tanques e aquários, numa tentativa de se livrarem dos parasitos. Essa atitude também pode provocar ferimentos no corpo do peixe, permitindo a instalação de infecções secundárias. Atualmente consideramos que seja a doença mais importante na piscicultura no Brasil. 5.1.2 Parasitose por Lernaea A Lerneose trata-se de uma importante doença cujo agente etiológico é a Lernaea cyprinacea, que foi introduzida no Brasil através de carpas importadas da Hungria, sendo comumente encontradas em espécies nativas. São próprios de peixes de água doce e de pouca especificidade parasitária. São mais frequentes as infestações ocorrerem na primavera e verão. Os animais afetados podem sofrer perda de equilíbrio, natação errática e letárgica; a penetração das âncoras causa hemorragia levando à anemia e anorexia. Perdem o senso de direção, se chocam contra as paredes dos tanques e aglomeram-se na superfície dos tanques. Os parasitas podem alcançar órgãos internos como fígado, rins e cérebro, comprometendo muito a sanidade do animal e provocando perdas econômicas. Como reconhecer esta doença? As fêmeas grávidas caracterizam-se por apresentar uma região anterior chamada de âncora, formada por 4 ramos que é introduzida no corpo do peixe para fixação e pela presença de 2 sacos de ovos, facilmente visíveis a olho nu. As lesões causadas pela âncora de fixação podem originar infecções secundárias por bactérias e fungos. 5.1.3 Parasitas do Gênero Dolops e Argulus Algumas espécies de parasitas encontradas em pisciculturas são popularmente conhecidas como “piolho ou carrapato de peixe”. Estes indivíduos comprometem a saúde dos animais devido aos danos diretos causados nos tecidos corporais e por infecções secundárias advindas destas lesões. Figura 5.2: A- Lernaea cyprinacea, B- Lernaea cyprina- cea observada na cavidade bucal. Fonte: acervo de Maurício Laterça Martins Manejo e Sanidade no Cultivoe-Tec Brasil 34 São pequenos crustáceos facilmente visíveis a olho nu, apresentam baixa especificidade parasitária, ciclo de vida direto, sendo os ovos depositados em substrato, dos quais surgem jovens crustáceos já com forma semelhante à dos adultos e capazes de sobreviver fora do hospedeiro por vários dias. Seu aparecimento está relacionado a excesso de matéria orgânica no viveiro. Esse tipo de parasito alimenta-se fazendo com que seu aparelho bucal, penetre profundamente no hospedeiro, dele sugando os fluidos de que necessita. A penetração do aparelho bucal causa dano mecânico, e a injeção de enzimas tóxicas, inflamação local e irritação no peixe. Nas brânquias, a presença do parasito provoca hiperplasia das células da mucosa, que se traduz por hipertrofia do epitélio de revestimento. Focos de necrose nos locais agredidos também podem ser observados. Além disso, esses parasitos são vetores de bacterioses e viroses de importância em piscicultura. Figura 5.3: Dolops sp. Fonte: acervo de Maurício Laterça Martins Resumo Estudamos nesta aula parasitos como: Monogenea sp, Laernea sp., Argulus e Dolops. A grande quantidade de parasitas encontrados nos peixes pode provocar irritabilidade, aumento de muco, erupções cutâneas devido à fricção do animal nas paredes dos tanques e devido à penetração dos ganchos que alguns parasitos possuem. Estas infecções causadas pelas lesões podem ser uma porta de entrada para outras infecções como as bacterianas, por exemplo. Crustáceo: Animais aquáticos pertencentes ao filo Artrópoda, caracterizados por um exoesqueleto de quitina e apêndices articulados, que incluem, entre outras espé- cies, camarões, caranguejos, caranguejos de rio, lagostim, siri, isópodes, ostracódios e anfípodes. e-Tec BrasilAula 5 – Principais enfermidades na piscicultura III 35 Atividades de aprendizagem • Faça uma ilustração demonstrando os parasitos vistos nesta aula, destacan- do o formato do corpo e os aparelhos de fixação no corpo do hospedeiro. Anotações Manejo e Sanidade no Cultivoe-Tec Brasil 36
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