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Apostila 20 Delineamentos de PesquisaArquivo

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CBI of Miami 
 
 
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Delineamentos de Pesquisa 
Lucelmo Lacerda 
 
 A pesquisa experimental é aquela em que manipulamos o ambiente para 
produzir mudanças que nos propiciem a oportunidade de ver a relação entre a 
Variável Independente (são as mudanças que realizamos no ambiente) e a 
Variável Independente (que é o elemento sobre o qual queremos conhecer o 
impacto da Variável Independente). 
 No caso de intervenções baseadas em ABA, a Variável Dependente 
sempre é um comportamento socialmente relevante para o indivíduo e a 
Variável Independente pode ser de inúmeras naturezas, como alterações 
consequentes ao comportamento, antecedentes ao comportamento, em ambos, 
e em cada uma dessas esferas há também inúmeras variações. 
 Mas isso não basta, é preciso que se faça um desenho de pesquisa ou 
um delineamento de pesquisa que seja apropriado para verificar se é a Variável 
Independente com que estamos trabalhando que está efetivamente alterando a 
Variável Dependente que estamos observando e não outra coisa, considerando 
que há muitas coisas acontecendo na vida do indivíduo. 
 O delineamento de pesquisa mais comum para a demonstração de uma 
relação forte é o ensaio clínico randomizado. Digamos que se trate de uma 
condição como a COVID-19 que as pessoas queiram avaliar e que o remédio a 
ser analisado é o Dexametasona (esta pesquisa é real e obteve bons 
resultados). O primeiro passo é levantar todas as pessoas com a doença que 
entrarão na pesquisa, eles assinam um Termo de Consentimento Livre e 
Esclarecido após receberem as informações básicas da pesquisa. Este grupo 
não pode ser pequeno, eles precisam ser muitos, geralmente milhares de 
pessoas, porque isso garante a confiabilidade do dado. 
 Depois de levantarem essas pessoas e de todas assinarem o 
consentimento para a participação da pesquisa, eles são divididos em dois 
grupos (às vezes mais) de maneira aleatória, ou seja, sorteada. Não pode 
haver nenhuma interferência humana nesta separação. Nem o pesquisador 
pode dividir os participantes por ala do hospital em que estejam, bairro em que 
morem, nada disso e nem pode ser dada a escolha aos próprios pacientes para 
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que escolham em que grupo querem atuar, essas são coisas que fariam o 
estudo ser invalidado, pois ele teria uma grande chance de viés, o seja, um 
resultado falso. Nesses dois grupos, um toma o remédio e outro toma algo com 
o mesmo cheiro, mesma cor, mesma textura, mas sem o princípio ativo do 
remédio, a isso chamamos de placebo. Quem vai entregar o remédio ou o 
placebo não sabe o que está levando, as embalagens são iguais e as pessoas 
não são informadas de seu conteúdo. Quem recebe e toma também não sabe 
com certeza o que esteja tomando. 
 Após o período designado, todas as pessoas são avaliadas também por 
quem não sabe quem tomou o remédio e o placebo e só então são comparados 
os dados dos dois grupos, evitando-se assim todos os vieses mais temerários. 
 No grupo em que as pessoas tomaram o placebo, muitas pessoas 
melhoraram, sejam por motivos exteriores à pesquisa, como o próprio sistema 
imunológico do indivíduo ou outras variáveis desconhecidas do ambiente, seja 
pelo chamado “efeito placebo” em que um fenômeno psicológico ocorre e as 
pessoas acreditam que tomaram um remédio e algo ocorre para que se curem 
(não sabemos ainda exatamente o que acontece) e então o grupo que tomou o 
remédio, pode acontecer de as pessoas se curarem na mesma proporção do 
grupo placebo, e então chegamos à conclusão de que este remédio não 
funciona ou eles melhoram mais do que no grupo placebo e chegamos à 
conclusão de que este é um remédio eficaz, como de fato ocorreu com a 
Dexametasona, com um resultado bastante superior ao placebo. 
 Mas, porém, contudo, no entanto, não é normalmente esta a 
metodologia utilizada em estudos em ABA, nós utilizamos delineamentos de 
pesquisa de sujeito-único com outras estratégias diferentes para evitar o 
enviesamento da pesquisa, que já tratamos brevemente no texto anterior e que 
vou trazer aqui uma tabela com uma apresentação bem sumária das principais 
formas de fazer isso: 
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Fonte: Benitez, P., Domeniconi, C., & Bondioli, R. M. (2019). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Benitez, P., Domeniconi, C., & Bondioli, R. M. (2019). Delineamento experimental em Análise 
do Comportamento: discussão sobre o seu uso em intervenções educacionais 
inclusivas.Psicologia USP, 30. 
Acesso: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642019000100500&script=sci_arttext 
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-65642019000100500&script=sci_arttext

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