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Aplicação da Pena Atenuantes e agravantes (Aula 04 e 05) 2ª FASE DA APLICAÇÃO DA PENA finalidade fixar a pena intermediária Instrumentos: Atenuantes As atenuantes estão nos arts. 65 e 66 doCódigo Penal e na legislação extravagante. Agravantes As agravantes estão nos arts. 61 e 62 doCódigo Penal e na legislação extravagante. Quantum Ponto de partida: pena base Em quanto a pena será aumentada em razão de uma agravante? De quanto a pena será diminuída em razão de uma atenuante? A lei NÃO diz, mas a jurisprudência fixou o percentual de 1/6 a mais para as agravantes e a menos para as atenuantes. Porque 1/6? Porque 1/6 é o menor limite previsto pela lei tanto pela causa de aumento como de diminuição. As agravantes sempre agravam a pena? Em regra sim, salvo: a) quando constituem ou qualificam o crime (evitar bis in idem); b) quando a pena base foi fixada no máximo (também na segunda fase o juiz, na fixação a pena intermediária, está atrelado aos limites legais); c) quando a atenuante for preponderante (art.67). As atenuantes sempre atenuam a pena? Art.65 – o Código Penal diz que as circunstâncias atenuantes sempre atenuam a pena. Em regra as atenuantes sempre atenuam a pena, salvo: a) quando constituem ou privilegiam o crime (regra criada pela doutrina, mas criticada por Zaffaroni, pois, de acordo com ele, se não há vedação legal, não pode a doutrina criar tal ressalva); b) quando a pena base foi fixada no mínimo (STJ 231). 231 STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. Críticas à súmula 231 do STJ: viola o princípio da legalidade (não existe lei limitando o juiz ao mínimo legal previsto no preceito secundário); viola o princípio da individualização da pena; viola o princípio da isonomia; c) quando a agravante for preponderante (art.67). Cuidado Sendo a agravante prejudicial ao réu, não se admite a analogia, devendo, portanto ser expressa. Se não há agravantes nem atenuantes, a pena provisória será igual à pena base. Se só houver atenuantes, o juiz aplica a pena provisória inferior à pena base, mas sempre respeitando o limite mínimo.(diminuição de 1/6 para cada atenuante). Se só houver agravantes, o juiz aplica a pena provisória superior à pena base (aumento de 1/6 para cada agravante, sem, contudo, ultrapassar o máximo legal). Concurso entre agravantes e atenuantes Regra A regra geral do Código Penal é a de que uma agravante compensa uma atenuante e vice-versa. Circunstâncias preponderantes As circunstâncias preponderantes valem mais do que as demais. O juiz deve priorizar as preponderantes. Se as circunstâncias se equivalem, uma neutraliza o efeito agravador ou atenuador da outra. são as que dizem respeito à personalidade do agente, aos motivos do crime e à reincidência (todas de caráter subjetivo. Art.67). Art.67: no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. Tabela de preponderantes Atenuante da menoridade relativa (ser menor de 21 anos na data dos fatos) ou maior de 70 anos na data da sentença. A menoridade relativa (menos de 21) prepondera sobre todas as demais circunstâncias (inclusive sobre a reincidência, que também é circunstância preponderante). Agravante da reincidência. Agravante ou atenuante subjetiva prepondera sobre agravante ou atenuante objetiva. Agravante e atenuante subjetivas podem ser compensadas. Ex. confissão e motivo fútil do furto = possibilidade de compensação. É possível compensar a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea? Apesar de haver decisão na 6a turma do STJ autorizando a compensação, prevalece entendimento em sentido contrário. A agravante da reincidência deve preponderar, nos termos do art.67 do Código Penal (STJ HC 143699; STF HC 102.486). Mesmo nos casos de reincidência específica, é possível fazer a compensação com a atenuante de confissão espontânea para fins de dosimetria da pena. O entendimento foi firmado pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ - 2017) Exige-se dolo do agente nas agravantes e atenuantes? As atenuantes incidem nos crimes dolosos e culposos. As agravantes, em regra, exigem dolo do agente. Exceção (agravante também aplicada em crime culposo): reincidência. De acordo com o STF, apesar de a doutrina só admitir a agravante da reincidência no crime culposo, reconhece possível outras circunstâncias agravantes, como as atinentes ao motivo que levou à conduta negligente (HC 70362). Aplicação da Pena Atenuantes e agravantes (Aula 04 e 05) 1. 2ª FASE DA APLICAÇÃO DA PENA 1.1. finalidade 1.1.1. fixar a pena intermediária 2. Instrumentos: 2.1. Atenuantes 2.1.1. As atenuantes estão nos arts. 65 e 66 do Código Penal e na legislação extravagante. 2.2. Agravantes 2.2.1. As agravantes estão nos arts. 61 e 62 do Código Penal e na legislação extravagante. 3. Quantum 3.1. Ponto de partida: pena base 3.2. Em quanto a pena será aumentada em razão de uma agravante? De quanto a pena será diminuída em razão de uma atenuante? 3.2.1. A lei NÃO diz, mas a jurisprudência fixou o percentual de 1/6 a mais para as agravantes e a menos para as atenuantes. 3.2.2. Porque 1/6? 3.2.2.1. Porque 1/6 é o menor limite previsto pela lei tanto pela causa de aumento como de diminuição. 3.3. As agravantes sempre agravam a pena? 3.3.1. Em regra sim, salvo: 3.3.1.1. a) quando constituem ou qualificam o crime (evitar bis in idem); 3.3.1.2. b) quando a pena base foi fixada no máximo (também na segunda fase o juiz, na fixação a pena intermediária, está atrelado aos limites legais); 3.3.1.3. c) quando a atenuante for preponderante (art.67). 3.4. As atenuantes sempre atenuam a pena? 3.4.1. Art.65 – o Código Penal diz que as circunstâncias atenuantes sempre atenuam a pena. Em regra as atenuantes sempre atenuam a pena, salvo: 3.4.1.1. a) quando constituem ou privilegiam o crime (regra criada pela doutrina, mas criticada por Zaffaroni, pois, de acordo com ele, se não há vedação legal, não pode a doutrina criar tal ressalva); 3.4.1.2. b) quando a pena base foi fixada no mínimo (STJ 231). 3.4.1.2.1. 231 STJ: A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena abaixo do mínimo legal. 3.4.1.2.1.1. Críticas à súmula 231 do STJ: viola o princípio da legalidade (não existe lei limitando o juiz ao mínimo legal previsto no preceito secundário); 3.4.1.2.1.2. viola o princípio da individualização da pena; 3.4.1.2.1.3. viola o princípio da isonomia; 3.4.1.3. c) quando a agravante for preponderante (art.67). 3.5. Cuidado 3.5.1. Sendo a agravante prejudicial ao réu, não se admite a analogia, devendo, portanto ser expressa. 3.5.2. Se não há agravantes nem atenuantes, a pena provisória será igual à pena base. 3.5.3. Se só houver atenuantes, o juiz aplica a pena provisória inferior à pena base, mas sempre respeitando o limite mínimo.(diminuição de 1/6 para cada atenuante). 3.5.4. Se só houver agravantes, o juiz aplica a pena provisória superior à pena base (aumento de 1/6 para cada agravante, sem, contudo, ultrapassar o máximo legal). 4. Concurso entre agravantes e atenuantes 4.1. Regra 4.1.1. A regra geral do Código Penal é a de que uma agravante compensa uma atenuante e vice- versa. 4.2. Circunstâncias preponderantes 4.2.1. As circunstâncias preponderantes valem mais do que as demais. 4.2.1.1. O juiz deve priorizar as preponderantes. Se as circunstâncias se equivalem, uma neutraliza o efeito agravador ou atenuador da outra. 4.2.2. são as que dizem respeito à personalidade do agente, aos motivos do crime e à reincidência (todas de caráter subjetivo. Art.67). 4.2.3. Art.67: no concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência.4.2.4. Tabela de preponderantes 4.2.4.1. Atenuante da menoridade relativa (ser menor de 21 anos na data dos fatos) ou maior de 70 anos na data da sentença. 4.2.4.1.1. A menoridade relativa (menos de 21) prepondera sobre todas as demais circunstâncias (inclusive sobre a reincidência, que também é circunstância preponderante). 4.2.4.2. Agravante da reincidência. 4.2.4.3. Agravante ou atenuante subjetiva prepondera sobre agravante ou atenuante objetiva. 4.2.4.3.1. Agravante e atenuante subjetivas podem ser compensadas. 4.2.4.3.2. Ex. confissão e motivo fútil do furto = possibilidade de compensação. 4.2.5. É possível compensar a agravante da reincidência com a atenuante da confissão espontânea? 4.2.5.1. Apesar de haver decisão na 6a turma do STJ autorizando a compensação, prevalece entendimento em sentido contrário. A agravante da reincidência deve preponderar, nos termos do art.67 do Código Penal (STJ HC 143699; STF HC 102.486). 4.2.5.2. Mesmo nos casos de reincidência específica, é possível fazer a compensação com a atenuante de confissão espontânea para fins de dosimetria da pena. O entendimento foi firmado pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ - 2017) 5. Exige-se dolo do agente nas agravantes e atenuantes? 5.1. As atenuantes incidem nos crimes dolosos e culposos. 5.2. As agravantes, em regra, exigem dolo do agente. 5.3. Exceção (agravante também aplicada em crime culposo): reincidência. 5.3.1. De acordo com o STF, apesar de a doutrina só admitir a agravante da reincidência no crime culposo, reconhece possível outras circunstâncias agravantes, como as atinentes ao motivo que levou à conduta negligente (HC 70362).
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