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Metodologia de 
Ensino de Língua 
Inglesa
O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Dra. Palma Simone Tonel Rigolon
Revisão Textual:
Prof. Esp. Bruno Reis
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• A Avaliação e o Ensino de Línguas
• As Quatro Habilidades e a Avaliação
Faremos uma rápida apresentação de alguns aspectos históricos relevantes, 
apresentaremos várias formas de avaliação e relacionaremos esses processos ao ensino-
aprendizagem das quatro habilidades trabalhadas no ensino de idiomas: ler, escrever, 
falar e ouvir e suas implicações. 
Leia os textos propostos, busque material extra sobre avaliação para que você possa ter uma 
posição crítica com relação ao tema.Tente relacionar as formas de avaliação às teorias de 
ensino-aprendizagem e aos métodos e/ou abordagens discutidos ao longo desta disciplina.
 · Nesta unidade, discutiremos os vários tipos de avaliação 
no processo de ensino-aprendizagem de Língua Inglesa 
e como avaliar nossos alunos nas quatro habilidades: ler, 
ouvir, falar e escrever. 
 · Nosso intuito é propiciar oportunidades de reflexão acerca do 
processo avaliativo, mostrar as diferentes formas de avaliação 
para que você possa decidir a maneira mais adequada de 
avaliar seus alunos de acordo com o contexto sócio-histórico e 
com a teoria de ensino-aprendizagem que embasa sua prática. 
O Processo Avaliativo e o Ensino-
Aprendizagem de Língua Inglesa
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Unidade: O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
Contextualização
Vamos iniciar com a definição de avaliação fornecida pelo dicionário Houaiss:
Glossário
Avaliação: substantivo feminino ( 1548)
ato ou efeito de avaliar(-se)
1 cálculo do valor de um bem ou de bens
2 p.ext. valor determinado por quem avalia
 ‹ a. do apartamento atingiu alguns milhares›
3 apreciação ou conjectura sobre condições, extensão, intensidade, qualidade etc. de algo
 ‹a. médica de um paciente › ‹ a. do valor literário de um livro›
4 verificação que objetiva determinar a competência, o progresso etc. de um profissional, aluno etc.
Agora, observe as ilustrações abaixo e tente relacioná-las ao processo avaliativo e às teorias 
de ensino-aprendizagem.
Agora, assista ao vídeo abaixo do Prof. Cipriano Luckesi, pesquisador da avaliação:
• https://youtu.be/OO2YscAwrqg (acesso 07/01/2014)
Será que é possível fazer alguma relação entre as imagens acima e os conceitos de exame e 
avaliação abordados pelo Prof. Luckesi? 
Em sua vida, você pode afirmar que passou por mais exames ou mais avaliações?
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A Avaliação e o Ensino de Línguas
A necessidade de aprender uma língua estrangeira começou a partir do encontro entre vários povos e da 
necessidade de negociação.
Vimos na Unidade II desta disciplina que, no século XVIII, as línguas modernas começaram a fazer parte 
do currículo das escolas europeias e passaram a ser ensinadas de acordo com os parâmetros do ensino da 
Língua Latina. Por isso, os textos eram compostos por frases soltas, regras gramaticais abstratas, listas de 
vocabulário e frases para serem traduzidas. A partir daí nasceu a necessidade de pensar em como ensinar 
uma língua estrangeira e o parâmetro utilizado foi o Latim, já que era o único exemplo de que dispunham 
na época. 
Com o passar do tempo e devido às necessidades de adequações para o ensino-aprendizagem de língua 
estrangeira, foram aparecendo os diferentes métodos e abordagens com o intuito de buscar a melhor forma 
de ensinar e aprender.
Se havia a preocupação em desenvolver a melhor maneira de ensinar e aprender, consequentemente, 
pensou-se na necessidade de avaliar se os alunos aprendiam ou não. Goldberg & Sousa (1982, apud Morosov 
e Martinez, 2012) apontam que o registro da primeira avaliação data de 1897; nela, foi observada a relação 
entre o rendimento em ortografia e o tempo de treinamento gasto na execução da tarefa. 
Podemos, então, imaginar que o processo de avaliação mudou de acordo com os métodos e abordagens 
que apareciam. No Método Gramática Tradução, por exemplo, em que havia listas de palavras para serem 
decoradas, a avaliação era feita por meio de ditados, traduções. Nesse caso, a avaliação era extremamente 
rígida, já que o erro era considerado nocivo à aprendizagem.
Pode-se, então, perceber que o processo avaliativo era reflexo do que era feito em sala de aula. 
Quando o enfoque passou a ser a habilidade oral, no Método Direto, por exemplo, a avaliação também 
teve seu foco modificado. Passou-se a verificar a correção fonética, observar a conversação por meio de testes 
orais.
Observa-se, então, que a avaliação se transformava de acordo com os objetivos de cada método e/ou 
abordagem de ensino. 
Diante dessa discussão, podemos afirmar que a avaliação está intrinsecamente relacionada à concepção 
de ensino-aprendizagem do professor. Por exemplo, se o professor acredita que aprender e ensinar acontecem 
por meio da transmissão de conhecimento em que o professor é o detentor do saber e o aluno um mero 
receptor, a avaliação refletirá essa crença e, provavelmente, será feita de forma a verificar se o aluno captou a 
matéria ensinada exatamente da forma que lhe foi transmitida.
Vamos pensar a respeito da avaliação na perspectiva crítica ou sócio-histórico-cultural: De que maneira 
podemos avaliar nossos alunos, já que nosso objetivo é formar o cidadão crítico, autônomo? 
Exame ou Avaliação?
Luckesi (2006) faz uma distinção entre exame e avaliação. Para o autor, exame é a verificação quantitativa 
do aprendizado. As provas elaboradas para ser exames servem para “provar” que o aluno aprendeu e não 
para auxiliá-lo em seu processo de ensino-aprendizagem. Nessa visão, as provas, os pontos positivos e 
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Unidade: O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
negativos, servem como elemento disciplinador, funcionando como ferramenta aterrorizante e de controle. 
Segundo o autor, essa forma de examinar não contribui para que o professor perceba o desenvolvimento de 
seus alunos no processo educativo e nem permite que o professor pense em estratégias para aprimorar sua 
ação na sala de aula. Os exames acabam por excluir uma parte dos alunos.
Já a avaliação tem outro papel no processo educativo. Segundo Luckesi (2006, p. 43), é necessário 
recuperar sua função diagnóstica, “deverá ser o instrumento dialético do avanço, ou seja, terá de ser o 
instrumento da identificação de novos rumos”. O autor aponta que a avaliação já pressupõe acolhimento, 
tendo em vista a transformação.
A avaliação também tem função motivadora, ou seja, a partir do momento em que o aluno entende 
e reconhece o limite e a amplitude de seu processo, surge uma motivação para a melhora, o desejo de 
superação.
A avaliação diagnóstica possibilita ao professor perceber onde o aluno está defasado e o que fazer para 
ajudá-lo a melhorar seu desempenho.
Luckesi (2006) também propõe que a avaliação seja participativa, isto é, que permita que o professor 
discuta com o aluno seu processo de ensino-aprendizagem, processo esse que envolve a participação tanto 
do aluno como do professor.
As Quatro Habilidades e a Avaliação 
Sabemos que o ensino das quatro habilidades (ler, escrever, ouvir e falar) é importante e faz parte do 
ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. É claro que, de acordo com as necessidades de nossos alunos, 
com nossos objetivos, focalizaremos mais uma ou outra habilidade.
Vamos começar a discutir a compreensão oral.
Compreensão Oral ou Auditiva
De acordo com os métodos e abordagens de Língua Inglesa estudados, 
percebemos que alguns deles tinham como enfoque a compreensão oral, 
como, por exemplo, o método Resposta Física Total, em que os alunos 
tinham de ouvir antes de falar. 
Depois do aparecimento da Abordagem Comunicativa, cujo enfoque se 
dá por meio do ensino de funções, os exercícios de compreensão oral ficaram 
bastante frequentes nos livros didáticos e o são até hoje.
Polaczec (2003) afirma que a compreensão oral é vista como um processo ativoe complexo em 
que o significado é construído a partir da informação ouvida. O'Malley e Chamot (1990, apud Polaczec 
2003) explicam que, durante o processo de compreensão, ocorrem análises complexas e estratégicas de 
processamento que auxiliam na detecção ou inferência de significados, além de estabelecer uma relação entre 
a informação e o conhecimento existente.
Fonte: T
hinkstock / G
etty Im
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Além desses processos, o aprendiz se depara com outros tipos de dificuldades, como quebras e 
junções de palavras, formas reduzidas, pausas, correções de informações, hesitações, velocidade da 
fala (já que cada falante tem um ritmo, alguns falam mais vagarosamente, enquanto outros falam 
muito rápido), as diferentes variantes etc.
Em relação aos erros de interpretação, Rost (1990, apud Polaczec, 2003) discute que é possível que 
ocorram pelo fato de o ouvinte prestar atenção às pistas erradas, porém também afirma que, muitas vezes, 
em se tratando de um língua estrangeira, a causa pode ser atribuída à falta de familiaridade com algum item 
lexical ou com determinada construção sintática. 
Por causa de todos esses aspectos, é importante que o professor leve em conta todas essas questões ao 
preparar exercícios de compreensão oral. 
Outro fator a ser levado em consideração na preparação da atividade é que, como o processo 
de compreensão oral envolve vários processos cognitivos, é importante que o aluno apenas ouça o 
texto na primeira vez e, depois, o professor informa os pontos a serem observados e/ou respondidos 
de acordo com o texto. 
É importante trabalhar com palavras-chave. Geralmente, o professor tem de ensinar seus alunos a 
descobrirem essas palavras para que consigam resolver a tarefa. Normalmente, os alunos sentem-se 
desmotivados por não coseguirem entender o texto todo. É papel do professor deixar claro que o objetivo é 
buscar a informação por meio da palavra-chave e não tentar entender todas as palavras do texto. 
E como avaliar essa habilidade? 
Vamos partir do pressuposto de que o professor de línguas adote a avaliação continuada, processual. 
Acredito que esse tipo de avaliação é o mais adequado em se tratando de ensino-aprendizagem de língua 
estrangeira. É claro que o número de alunos em sala de aula deve ser pequeno, pois será complicado fazer 
avaliação processual em uma sala de 30/40 alunos por exemplo. 
Observamos que a compreensão oral é uma das habilidades mais complexas, por causa do processo 
cognitivo envolvido nela. Sendo assim, temos de pensar que a prática fará que os alunos melhorem sua 
compreensão auditiva. É claro que o aluno deverá praticar não apenas nas atividades propostas em sala de 
aula, mas também fora dela. Hoje em dia, é muito fácil fazer exercícios de listening, pois a internet é uma 
ferramenta excelente e permite que os alunos tenham acesso a notícias, vídeos, sem sair de suas casas. 
E como fazer essa avaliação processual? 
Você pode ter fichas ou pastas no computador com o nome dos alunos e fazer suas anotações com o 
objetivo de registrar o desenvolvimento dos alunos. Ao longo do processo, é interessante que você converse 
com os estudantes, pois, dessa maneira, você poderá apontar os problemas e mostrar caminhos para que os 
alunos possam melhorar sua performance. 
Essa devolutiva, ou feedback, pode ser feita coletivamente ou em particular, isso dependerá da característica 
do grupo – o que você conseguirá perceber ao longo do tempo –, caso fique em dúvida, pode perguntar aos 
alunos a maneira que eles gostariam de receber feedback. Há alunos que se sentem constrangidos ao receber 
devolutiva frente ao grupo.
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Unidade: O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
Produção Oral
Essa habilidade está relacionada à compreensão oral e é uma 
das habilidades em que os alunos têm mais dificuldade. 
Assim como a compreensão auditiva, a produção requer uma série 
de processos cognitivos muito rápidos. Quando falamos, pensamos 
ao mesmo tempo, mas não nos damos conta disso na língua materna 
porque o processo é bastante rápido, só perceber a dificuldade dessa 
habilidade ao aprendermos uma língua estrangeira. Ademais, temos 
de pensar que, além desse processo cognitivo rápido, é necessário ter 
fluência, acuidade, para que nosso interlocutor nos entenda e vice-
versa. Por isso, esse é um processo lento que requer prática e paciência.
Nos vários métodos estudados cuja ênfase era a habilidade oral, percebemos que havia muita utilização 
de drills (repetições), perguntas e respostas, produção de diálogos. Depois, com a abordagem comunicativa, 
começou-se a trabalhar com a contação de histórias, pedia-se também que os alunos reportassem algum fato, 
fizessem apresentações orais sobre algum assunto de sua preferência. Algumas dessas técnicas são bastante 
utilizadas ainda hoje.
Também nessa habilidade, o feedback é bastante importante e os alunos esperam que isso aconteça, 
porém é necessário que o professor saiba o momento adequado de fazer essas correções para não quebrar 
o fio discursivo do falante. Também é importante que o professor deixe claro para os alunos que haverá 
momentos em que ele/a irá corrigir e momentos em que não haverá essa prática.
Para que fique mais claro, vamos dar alguns exemplos. 
Se o aluno estiver fazendo uma apresentação oral e cometer erros estruturais, como, por exemplo: 
I did went to his house yesterday. 
O professor deverá anotar o erro e depois retomar a estrutura, o que pode ser feito com o grupo todo ou 
apenas individualmente, mas apenas ao final da apresentação, para não quebrar o fio discursivo e interromper 
o raciocínio do aluno. 
Em outros momentos, é possível interromper. Por exemplo, se o aluno estiver respondendo alguma 
pergunta e cometer um erro de pronúncia, o professor poderá repetir a palavra da forma correta, sem dizer 
explicitamente que está errado, dessa forma o aluno perceberá e, geralmente, repetirá da forma correta. 
Em outros momentos, principalmente quando for algum erro estrutural como foi o caso do exemplo acima, 
o professor pode retomar aquela estrutura com o grupo, colocando a forma equivocada no quadro, por 
exemplo, e pedindo para que os alunos o/a ajudem a corrigir aquela frase. Dessa forma, há um envolvimento 
de todo o grupo, uma construção colaborativa e, consequentemente, uma revisão daquela estrutura. 
É importante que o professor mantenha sempre um canal de diálogo com os alunos, deixando claro que 
a intenção é construir, colaborar. Sendo assim, o professor pode perguntar aos alunos acerca das diversas 
formas de correção e perceber o que é mais adequado para aquele grupo.
Fonte: T
hinkstock / G
etty Im
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Leitura
A habilidade de leitura é muito trabalhada em sala de aula, e é 
considerada uma das mais fáceis e úteis. Nossos alunos têm contato 
com textos escritos em Língua Inglesa, em lojas, em camisetas, e, 
hoje em dia, a internet é uma enorme fonte de informações e 
de fácil acesso. Além disso, como a Língua Inglesa é a língua da 
globalização, o número de informações a seu respeito é imenso.
Os professores de Língua Inglesa em escolas regulares, 
sobretudo nas escolas públicas, costumam ter como foco a 
leitura, normalmente a leitura instrumental, pois os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN) focalizam essa habilidade.
Essa habilidade é considerada mais fácil porque, diferentemente das outras duas habilidades já discutidas, 
compreensão e produção oral, o aluno tem o texto à disposição, inerte à sua frente, ao qual ele pode voltar, 
buscar alguma palavra desconhecida no dicionário para facilitar seu entendimento, reler o trecho várias vezes. 
Percebe-se, então, que o processo é diferente das outras habilidades discutidas. 
A leitura crítica, para Monteiro (2006), “oferece uma consciência sobre os processos ideológicos e sobre 
as estruturas de poder de uma sociedade tornando a pessoa um indivíduo diferente na sua condição de ser 
social.” Segundo a autora, a leitura tem papel transformador na vida do cidadãocomo ser social. Nessa 
perspectiva, o leitor não é passivo, é participante ativo da construção de sentido. 
Com relação ao material utilizado nas aulas de leitura, a abordagem Comunicativa enfatiza a 
utilização de material autêntico. Nunan (1999, apud Mattos e Valério, 2010) considera material 
autêntico como “amostras de língua oral ou escrita que não tenham sido escritos com o propósito 
de se ensinar língua”. Acredita-se que os materiais preparados e/ou adaptados com o objetivo de 
ensino desfigurariam o produto de uma ação social.
Hoje em dia, busca-se a utilização não apenas de material autêntico, mas também de textos multimodais, 
ou seja, os alunos precisam ter contato com diferentes linguagens, visual, digital, crítica, multicultural, para que 
possa estar inserido, como cidadão crítico, no mundo globalizado de hoje.
Nossa próxima unidade tratará com mais vagar a habilidade de leitura, com enfoque na leitura instrumental 
e no ensino através dos gêneros. Por isso, não me deterei sobremaneira nesse assunto.
Escrita 
Quando pensamos na habilidade escrita, tanto em língua materna 
como em língua estrangeira, sabemos que há necessidade de que nosso 
texto seja coerente e coeso para ser entendido pelos leitores, já que esse é 
o objetivo de todo o texto escrito. Por isso, essa não é uma tarefa fácil nem 
na língua materna e muito menos em língua estrangeira.
Além disso, outros aspectos devem ser considerados, já que nosso 
assunto é o ensino-aprendizagem de língua estrangeira, como por exemplo: 
1) escrever parece ser a habilidade mais distante de nossos alunos, claro 
que eles escrevem, escrevem respostas de perguntas, escrevem no livro 
Fonte: T
hinkstock / G
etty Im
ages
Fonte: T
hinkstock / G
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Unidade: O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
de exercícios, produzem alguns textos curtos, mas dificilmente são trabalhados os diferentes gêneros e suas 
características; 2) geralmente, os livros didáticos não focalizam essa habilidade, apresentam apenas uns poucos 
exercícios e não abordam paulatinamente as especificidades do processo de escrita; é claro que precisamos ter 
sempre em mente as necessidades de nossos alunos, saber para que esses alunos precisam aprender a língua 
estrangeira em questão para que o professor eleger qual ou quais habilidades serão enfocadas. 
Discute-se hoje que as pessoas têm usado muito mais a habilidade escrita desde o advento da internet e com 
o fácil acesso aos computadores e banda larga, a necessidade da escrita tem aumentado consideravelmente. 
Isso é um fato, mas, será que nossos alunos utilizam a Língua Inglesa para escrever? Possivelmente poucos.
Então, novamente, é importante pensar que o professor deve trabalhar com as necessidades de seus alunos. 
Normalmente, trabalhamos as quatro habilidades, porém com enfoque nas habilidades mais necessárias aos 
objetivos de nossos alunos.
Agora, vamos pensar que temos um grupo de alunos que precise da habilidade escrita. Como 
trabalharíamos? 
É importante pensarmos no processo da escrita e trabalharmos tais processos com nossos alunos, por 
exemplo: a construção dos parágrafos, a importância da sentença tópico ou tópico frasal, a pré-escrita, a 
revisão, a reescrita, a importância do outsider, ou seja, uma pessoa para ler nosso texto e apontar suas 
inconsistências. Esses processos acontecem em qualquer língua e, muitas vezes, os alunos não percebem isso, 
portanto cabe ao professor fazer esse trabalho em sala de aula.
Se entendemos a escrita como processo, a correção também tem de seguir nesse sentido, ou seja, o 
professor deve deixar claro aos alunos desde o início a forma que a correção acontecerá. Há várias maneiras 
de trabalhar a correção de textos.
O professor pode combinar com os alunos algumas siglas, para indicar que o “erro” refere-se à inconsistência 
gramática, erro de ortografia, etc. É importante que o professor indique os erros, sem corrigi-los, para que o 
aluno reescreva o texto e, ao fazê-lo, tenha de rever vários conteúdos. Dessa forma, o professor não será o 
corretor do texto, mas o mediador do processo de escrita, que proporciona reflexão acerca do processo.
Outra estratégia interessante, mas que dependerá das características do grupo, é o feedback 
dos colegas. Dessa forma, o papel desempenhado é o de outsider, um lerá o texto do outro e fará 
comentários. Segundo Figueiredo, 
[...] a correção realizada com os colegas está fundamentada na noção 
vygotskiana e nos princípios da aprendizagem colaborativa, que partem 
do pressuposto que o uso da língua é uma atividade social e, dessa forma, 
permite aos indivíduos co-construir significados dentro e a partir de 
interações. (2005, p. 71)
Todas essas questões postas aqui dependerão das crenças do professor, do que ele acredita ser ensinar e 
aprender, de qual a teoria de ensino-aprendizagem embasa sua prática.
Todas essas “dicas” partem do pressuposto de que o professor está inserido em uma abordagem sócio-
construtivista, que tem como foco o processo e a formação do cidadão crítico.
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Material Complementar
Material sobre Avaliação.
• https://bit.ly/3LZYkS0
Sobre escrita
• https://bit.ly/3NH5FXT
• https://bit.ly/3wYaJ4E
Sobre o processo de escrita
• https://bit.ly/3NFQVJ1 
• https://youtu.be/IQMKV6a1IWk
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Unidade: O Processo Avaliativo e o Ensino-Aprendizagem de Língua Inglesa
Referências
FIGUEIREDO, C. O uso de estratégias de comunicação em sala de aula de língua inglesa: 
a interação em foco. Signótica, v.15, n.2, p.173-194, jul/dez.2003 175. Disponível em: http://www.
revistas.ufg.br/index.php/sig/article/view/3757/3524 Acesso em 9 jan. 2014.
MATTOS, A. M. A.; VALÉRIO, K. Letramento crítico e ensino comunicativo: lacunas e 
inserções. RBLA, Belo Horizonte, v.10, n.1, p.135-158. 
MONTEIRO, T. R. Práticas de letramento e inclusão social: o caso de uma classe de ciclo 
II de Educação de Jovens e Adultos. Rio de Janeiro: 2006.
MOROSOV, I.; MARTINEZ, J. Z. A didática do ensino e a avaliação da aprendizagem em 
língua estrangeira. Curitiba: IBPEX, 2012. 
POLACZEK, M. Compreensão oral em língua estrangeira: aspectos psicolinguísticos, 
fatores fonético-fonológicos e questões de ensino-aprendizagem. Dissertação de Mestrado. 
Inédita. PUC-SP. (2003)
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Anotações
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