D. Pedro I: Imperador do Brasil

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8o
História
2o bimestre – Aula 16
Ensino Fundamental: Anos Finais
D. Pedro I: de príncipe regente a imperador do Brasil
ANO
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(EF08HI13) Analisar o processo de independência em diferentes países latino-americanos e comparar as formas de governo neles adotadas.
Dissolução da Assembleia Constituinte de 1823; 
A Constituição outorgada de 1824.
Identificar as forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas durante o início do Primeiro Reinado;
Identificar os aspectos essenciais da Constituição de 1824.
Conteúdo
Objetivos
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Portugal
D. Pedro I, imperador do Brasil. 1825. Pintura de Henrique José da Silva (1792-1834)
2 MINUTOS
Todas as mãos
Atualmente, de acordo com nossa Constituição, temos três poderes: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. Mas nem sempre foi assim. Como vimos na aula anterior, D. Pedro I dissolveu a Assembleia Constituinte de 1823 e, em 1824, impôs uma Constituição, contendo nela quatro poderes. Além de Executivo, Legislativo e Judiciário, havia um quarto poder, o Moderador. Levante a mão quem quiser compartilhar uma hipótese sobre o que seria esse quarto poder.
O quarto poder: Pedro I
Para começar
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Resposta: Pela teoria, o Poder Moderador seria um quarto poder do Estado (além dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário). Esse Poder Moderador garantiria estabilidade aos outros três poderes e seria responsável por trazer a paz no caso de atritos graves. No Brasil, o Poder Moderador existiu durante o Período Imperial e ficou reservado ao imperador, cuja função era garantir a hegemonia política do imperador, sobrepondo-se aos demais poderes.
Correção:
Para começar
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A Assembleia Geral Constituinte e Legislativa de 1823 do Império do Brasil foi instalada em 3 de maio para redigir a Constituição do novo estado brasileiro. Durante seis meses, elaborou diversos decretos, leis e um projeto constitucional. No entanto, foi dissolvida por D. Pedro I, pois o texto elaborado pelos deputados constituintes limitava o poder do imperador e garantia que o Poder Legislativo tivesse controle sobre o exército. No entanto, foi dissolvida por D. Pedro I, pois o texto elaborado pelos deputados constituintes limitava o poder do imperador e garantia que o Poder Legislativo tivesse controle sobre o Poder Executivo.
Na aula de hoje, veremos as características essenciais da Constituição de 1824 e como ela concentrou no imperador a função de conciliar as disputas políticas em torno do exercício do poder.
Foco no conteúdo
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Dissolução da Assembleia Constituinte de 1823
1o de setembro: apresentação do texto constitucional 
Em 1o de setembro, os Constituintes apresentaram um texto que limitava o poder do monarca e submetia as Forças Armadas ao Legislativo, o que provocou tensão e irritou D. Pedro I.
11 de novembro: “Noite da Agonia” 
Com tropas amotinadas do lado de fora, a Assembleia declarou-se em sessão permanente. Após a noite em vigília dos deputados, as tropas cercaram o prédio da Cadeia Velha.
12 de novembro: dissolução da Assembleia
Vários deputados foram detidos ao deixar a sede da Assembleia, enquanto outros foram presos nas horas subsequentes. Alguns foram exilados e enfrentaram dificuldades para retornar ao país.
Foco no conteúdo
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Após a dissolução da Assembleia, D. Pedro I incumbiu o Conselho de Estado de elaborar um novo projeto de Constituição. Esse texto foi apresentado ao imperador em 11 de dezembro de 1823. A nova Constituição do Império foi oficializada em 25 de março de 1824 e tinha as seguintes características:
Constituição outorgada: a Constituição de 1824 foi outorgada pelo imperador, o que significa que foi imposta, sem passar por um processo de elaboração e aprovação da assembleia constituinte eleita;
Características da Constituição de 1824
Continua...
Foco no conteúdo
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Monarquia: o texto constitucional estabeleceu o regime monárquico no Brasil, com um imperador como chefe de Estado e um Conselho de Estado como órgão consultivo;
Voto censitário e masculino: apenas homens com determinada renda e propriedade podiam votar;
Charge representando a limitação do direito ao voto segundo as regras da Constituição de 1824
Continua...
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Poder Executivo: exercido pelo imperador e seus ministros, sua função era administrar o país;
Poder Legislativo: exercido pelos deputados e senadores, sua função era elaborar, discutir e aprovar leis. O cargo de deputado era ocupado por um período de quatro anos, já o de senador era vitalício (ou seja, durava toda a vida);
Organograma representando a divisão dos poderes no Império
Foco no conteúdo
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Poder Judiciário: exercido por tribunais e juízes, sua função era aplicar a lei. Os magistrados do Supremo Tribunal eram nomeados pelo imperador;
Assista ao vídeo: Direito em 90 Segundos – Constituição de 1824 (youtube.com). Ele traz um breve resumo das características da Constituição de 1824.
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Catolicismo como religião oficial: o texto 
estabeleceu a Igreja Católica como religião oficial do Estado¹;
¹Art. 5. A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a Religião do Império. Todas as outras Religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior do Templo. Das Disposições Gerais, e Garantias dos Direitos Civis, e Políticos dos Cidadãos Brasileiros. [...] V. Ninguém pode ser perseguido por motivo de Religião, uma vez que respeite a do Estado, e não ofenda a Moral Pública. (Constituição política do Império do Brasil, de 25 de março de 1824). 
Na sua interpretação, a liberdade religiosa era um direito previsto na Constituição de 1824? Argumente.
De surpresa
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Resposta possível: No contexto da Constituição de 1824, o art. 5o instituiu que outras religiões que não fossem o catolicismo, poderiam ser praticadas em ambientes domésticos. Isso era visto como garantia do exercício da liberdade religiosa. No entanto, para os membros de outras religiões isso significou a continuidade da prática de perseguições às suas crenças.
Correção
Continua...
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Poder Moderador: exercido exclusivamente pelo imperador, que podia nomear e demitir livremente os ministros e os presidentes de província, dissolver a Câmara dos Deputados, nomear os senadores, suspender os magistrados e perdoar sentenças de réus condenados pelo Judiciário. Portanto, o Poder Moderador permitia ao imperador intervir em todos os outros poderes;
NOVAES & LOBO, Carlos Eduardo e César. Charge representando o Poder Moderador
Continua...
Foco no conteúdo
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Centralização política: a Constituição fortaleceu o poder central do Estado e restringiu a autonomia das províncias, estabelecendo a figura dos presidentes de província nomeados pelo imperador.
Pirâmide invertida representando a centralização política conforme a Constituição de 1824
No próximo slide, você pode visualizar um mapa mental que demonstra como ficaram distribuídas as forças políticas de acordo com a Constituição de 1824.
Foco no conteúdo
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Poder Moderador
Poder Executivo
Presidentes de 
Província
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Estudante, analise com atenção o fragmento de texto do historiador Boris Fausto para responder ao questionamento em sequência.
O “povo” na Constituição de 1824
A primeira Constituição brasileira nascia de cima para baixo, imposta pelo imperador ao "povo", embora devamos entender por "povo" a minoria de brancos e mestiços que votava e que de algum modo tinha participação na vida política. [...] um contingente ponderável da população – os escravos – estava excluído de seus dispositivos. Deles não se cogita, a não ser obliquamente², quando se fala dos libertos, o outro ponto se refere à distância entre os princípios e a prática.
10 MINUTOS
Todo mundo escreve
Continua...
²Obliquamente: de modo indireto.
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Na prática
A Constituição representavaum avanço, ao organizar os poderes, definir atribuições, garantir direitos individuais, o problema é que, sobretudo no campo dos direitos, sua aplicação seria muito relativa. Aos direitos se sobrepunha a realidade de um país onde mesmo a massa da população livre dependia dos grandes proprietários rurais, onde só um pequeno grupo tinha instrução e onde existia uma tradição autoritária.
(FAUSTO, 1995. p. 149).
De acordo com o historiador Boris Fausto, por que a Constituição de 1824 foi marcada pela exclusão social?
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Na prática
Resposta: Segundo o historiador Boris Fausto, a Constituição de 1824 não reconhecia direitos políticos para as mulheres, negros, indígenas e outros grupos sociais marginalizados. Essa exclusão social se refletia também em outras áreas, como na educação, que era reservada apenas aos homens brancos de determinadas classes sociais. 
Outro aspecto marcante da Constituição de 1824 foi a manutenção da escravidão, que permitia a exploração do trabalho humano de forma desumana e perpetuava a exclusão social dos negros.
Correção
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Na prática
De acordo com o que estudamos sobre a Constituição de 1824, elabore um infográfico que represente como ficou prevista a organização do poder de acordo com o texto constitucional. Para tanto, o seu infográfico deve ser capaz de responder aos seguintes questionamentos: 
De acordo com a Constituição de 1824, que poderes eram exercidos pelo imperador? Como ficaram distribuídos os poderes? Como o imperador podia intervir nos demais poderes?
20 MINUTOS
Puxe mais
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Aplicando
Correção 
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Aplicando
Identificamos as forças e os sujeitos envolvidos nas disputas políticas durante o início do Primeiro Reinado de acordo com o que estabeleceu a Constituição outorgada por D. Pedro I em 1824.
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O que aprendemos hoje?
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Centro Cultural. Secretaria de Comunicação Social. Memória da Exposição. 200 anos da Constituinte de 1823: O debate parlamentar na construção do Estado Brasileiro (1823-2023). 
COSTA, E. V. da. Introdução ao estudo da emancipação política. Apud: MOTA, Carlos Guilherme (Org.). Brasil em perspectiva. São Paulo: Difel, 1968.
DIAS, M. O. L. A interiorização da metrópole e outros estudos. São Paulo, Alameda, 2005. Disponível em: https://cutt.ly/34TPfeD. Acesso em: 23 mar. 2023.
FAUSTO, B. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995.
DOLHNIKOFF, M. História do Brasil Império. São Paulo: Contexto, 2017.
LEMOV, D. Aula nota 10 3.0: 63 técnicas para melhorar a gestão da sala de aula. Porto Alegre: Penso, 2023.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Casa Civil. Subchefia para assuntos jurídicos. Constituição do Império do Brazil (de 25 de março de 1824). Disponível em: Constituição24 (planalto.gov.br). Acesso em 13 mar. 2024.
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Referências
OLIVEIRA, C. H. de S. Repercussões da revolução: delineamento do império do Brasil, 1808/1831. In GRINBERG, K.; SALLES, R. (org.). O Brasil Imperial, v. I: 1808-1831. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009.
SÃO PAULO (Estado) Secretaria da Educação. Currículo Paulista: etapas Educação Infantil e Ensino Fundamental, 2019.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Currículo em Ação, 2023. Coordenadoria Pedagógica – COPED.
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Referências
Lista de imagens e vídeos
Slide 3 – D. Pedro I, Imperador do Brasil. 1825. Pintura de Henrique José da Silva (1792-1834). Disponível em: https://cutt.ly/j4WsMeL. Acesso em: 13 mar. 2024.
Slide 8 – Charge representando a limitação do direito ao voto segundo as regras da Constituição de 1824. Disponível em: https://sme.goiania.go.gov.br/conexaoescola/ensino_fundamental/historia-poder-e-politica-no-i-reinado/. Acesso em: 13 mar. 2024.
Slide 9 – Organograma representando a divisão dos poderes no Império. Disponível em: ENEM PPL 2009 No primeiro reinado, D. Pedro I nomeou e comandou um - Estuda.com ENEM. Acesso em: 13 mar. 2024.
Slide 13 – NOVAES & LOBO, Carlos Eduardo e César. Charge representando do poder moderador. Disponível em: https://pt.linkedin.com/pulse/democracias-e-o-poder-moderador-sergio-rodrigues. Acesso em: 13 mar. 2024.
Slide 14 – Pirâmide invertida representando a centralização política conforme a Constituição de 1824. Elaborado pelo autor.
Slide 15 – Mapa mental representando as forças políticas estabelecidas pela Constituição de 1824. Disponível em: e61b490b-98d3-49b4-8582-1e303cef78f2.png (1061×510) (passeidireto.com). Acesso em: 13 mar. 2024.
Slide 19 – Adaptado de: BOULOS JR, Alfredo. História sociedade & cidadania: 8o ano – Ensino Fundamental: Anos Finais. São Paulo: FTD, 2018.
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Referências
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