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Desenvolvimento e Fisiologia Pulmonar

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Heloisy de Carvalho Cardoso 
PNEUMOPEDIATRIA 
• DESENVOLVIMENTO DOS PULMÕES: pode ser dividido em: 
1. Período Embrionário (3 a 5 semanas). 
2. Período Pseudoglandular ( 6 a 16 semanas). 
3. Período Canalicular ( 17 a 24/26 semanas). 
4. Período do Saco Terminal (Saccular) (24 a 35 semanas). 
5. Período Alveolar (35 semanas à 3 anos). 
 
>> DIFERENÇAS ANATÔMICAS: 
• Vias aéreas superiores permitem a alimentação e respiração simultaneamente até 3-4 meses de idade. 
Acreditava-se que isto os obrigava a respirar pelo nariz, de modo que qualquer bloqueio nasal poderia 
levar apneia. Porém, notou-se que lactentes com passagens nasais ocluídas (por muco, tubo..) tiveram um 
aumento do trabalho respiratório e episódios de apneia. 
• Tecido linfático (adenóide e amigdalares) pode ser aumentados no lactente. A língua também pode ser 
relativamente maior. Fatores que podem contribuir para obstrução de vias aéreas superiores. 
• Vias aéreas com menor diâmetro nos lactentes, particularmente nos RN Pré-termos, oferece alta resistência 
ao fluxo aéreo e qualquer edema de mucosa aumentaria significativamente o trabalho respiratório. 
• Estrutura da parede brônquica possui uma cartilagem menos firme haveria, proporcionalmente, mais 
glândulas mucosas, o que poderia favorecer uma obstrução e colapso de vvaa. 
• Existe uma quantidade menor de alvéolos, portanto há menor área de superfície de tronca gasosa. 
• Canais de ventilação colateral são menos desenvolvidos até 2-3 anos, o que favorece o colapso alveolar. 
• Costelas não posicionadas horizontalmente, não há movimento de alça de balde, 
• Intercostais são enfraquecidos e a respiração depende mais da ação do m. diafragma. 
• O ângulo horizontal da inserção do diafragma combinado com a complacência cartilaginosa da caixa 
torácica reflete em uma ventilação menos eficiente e uma distorção da forma da caixa torácica na 
inspiração. 
• O coração e outros órgãos são relativamente maiores e existe menos espaço para tecido pulmonar. 
>> DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS: 
• Pulmões lactentes são menos complacentes, especialmente em lactentes pré-termos (< 37 semanas) que 
pode haver falta de surfactante. 
• Neonatos podem apresentar padrões respiratórios irregulares que podem levar à apnéia. Curtos, podem ser 
normais. Mas prolongados que precisam de estímulo para retornar a respiração devem ser investigados. 
• Diferenças anatômicas da caixa torácica impede o aumento do volume pulmonar como um adulto. Porém, 
em dificuldades respiratórias, o lactente aumenta a FR, em vez de aprofundá-la para manter o volume-
minuto. 
• Neonatos podem dormir cerca de 20hrs, 80% em sono ativo. Neste sono, há diminuição do tônus postural, 
diminuindo a capacidade residual funcional, aumentando deste modo o trabalho da respiração. 
• Diafragma do neonato possui apenas 25% de fibras tipo I (resistentes a fadiga) e pode ser de menos de 
10% nos pre-termos. Portanto, há maior suscetibilidade à fadiga do diafragma. 
• Crianças possuem índice metabólico ao repouso com maior demanda de O2. Qualquer aumento desta, pode 
levar a uma hipóxia mais rápido do que no adulto. A hipóxia nos lactentes causa bradicardia, em vez de 
taquicardia como nos adultos. 
• Lactentes e crianças ventilam preferencialmente nas regiões superiores do pulmão, embora o padrão de 
perfusão seja parecido. Em crianças com patologias unilaterais, a oxigenação pode ser otimizada pelo 
posicionamento do pulmão bom elevado. 
• No lactente, o volume de fechamento excede a capacidade residual funcional. Em regiões dependentes, o 
fechamento das vias aéreas pode correr mesmo durante a respiração corrente normal. 
• ASPECTOS FISIOLÓGICOS DA RESPIRAÇÃO DA CRIANÇA: 
➢ Alvéolos: 
- Área de troca gasosa menor → Propensão a desenvolver insuficiência respiratória aguda (IRa) 
- Quantidade ao nascimento: 20-30 milhões / 4 anos: 150 milhões / 8 anos: 300 milhões 
- Crescimento 1 alvéolo/segundo até os 8 anos 
- Ventilação colateral não muito efetiva (completa em 13 anos de idade) → Maior possibilidade de formar 
atelectasias, shunt pulmonar e hipoxemia 

✓ Poros de Kohn (comunicação entre os alvéolos): São mais efetivos ente 1-2 anos 

✓ Canais de Lambert (comunicação de bronquíolo e alvéolo): 6 anos 
OBS: Não tem ventilação colateral adequada por conta dos poros de Kohn e canais de Lambert não serem 
efetivos no início da vida extra-uterina, assim essas crianças não respondem bem ao PEEP → Irá 
hiperestender o alvéolo sem melhora da ventilação colateral 

➢ Caixa Torácica: 
- Forma cilíndrica 
- Costelas horizontais → Menor angulação 
- Gradil costal maleável → Menor estabilidade da caixa torácica, sendo mais fácil se deformar (esforço - 
chorar - traciona na região) 
- Diafragma + baixo 
- Caixa torácica semelhante a quem possui DPOC 
- Zona de aposição diafragmática →Desvantagem mecânica (ângulo de inserção das costelas e do 
diafragma é maior; torque diafragmático menor) 
 
- No nascimento a complacência torácica (possui + cartilagem) é 2 vezes maior que a complacência 
pulmonar → Tórax cede o volume com mais facilidade e o pulmão tem mais dificuldade de ceder o 
volume (pouco surfactante, diâmetro alveolar menor e muita elastina presente) 
✓Contração muscular menos efetiva 
✓ Tendência do movimento costal para dentro →Pulmão e caixa torácica tem tendência a colapsar, na 
contração dos músculos respiratórios a caixa torácica que é maleável e pouco estável, não traciona o 
pulmão de forma adequada 
✓ Estabilidade do gradil costal depende da musculatura intercostal → Não é muito efetiva na inspiração 
quanto diafragma 
✓Menor capacidade de aumentar o Vt (volume corrente)→Por conta da instabilidade da caixa torácica é 
mais difícil realizar uma inspiração profunda para ter aumento do Vt 

➢ Músculos Respiratórios: 
• Diafragma e intercostais tem pouca massa muscular 

✓ Baixo percentual de fibras tipo 1 (resistentes a fadiga) → Contração lenta e alto metabolismo oxidativo 
(pode resultar em fadiga) 
• SURFACTANTE: O surfactante pulmonar é um líquido que reduz de forma significativa a tensão 
superficial dentro do alvéolo pulmonar, prevenindo o colapso durante a expiração.
- Produção em 23/24 semanas até alcançar um nível suficiente nas 35 semanas. 
- Deficiência surfactante: 
* Complacência baixa = aumento do esforço respiratório.
* Volume reduzido (podem reter CO2). 
* Atelectasia disseminada.
* Alteração na relação V/Q (ventilação/perfusão).
* Hipóxia. 

- Recursos Fisioterapêutico: 
✓ PEEP: Pressão expiratória final positiva (invasiva ou não invasiva) → Melhora complacência, diminui 
área de shunt, estabilizar alvéolos e minimizar o desconforto respiratório 
• AVALIAÇÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO NA CRIANÇA: 
- Entender a história da gravidez, trabalho de parto… 
- Avaliação de Apgar. 
• Esta avaliação determina o grau de asfixia que o paciente pode apresentar, sendo um parâmetro para um 
encaminhamento para unidade semi-intensiva ou intensiva neonatal. 
- Idade gestacional e peso. 
* Classificação de acordo com a Idade Gestacional: 
AVALIAÇÃO
NOTAS
0 1 2
Frequência Cardíaca Ausente Lenta < 100 bpm Normal >100 bpm
Esforço Respiratório Ausente Irregular (lento, choro fraco) Regular (bom e forte)
Tônus Muscular Flacidez total Alguma flexão dos 
membros nas extremidades Boa movimentação
Irritabilidade Reflexa Ausente Alguma reação (careta) Choro, espirro.
Cor Cianose, palidez cutânea. Corpo róseo e extremidades 
cianóticas. Completamente rosa
RN Pré-Termo (RNPT) Até 36 semanas e 6 dias
RN Maturo ou Termo (RNT) Entre 37 a 41 semanas e 6 dias 
RN Pós-Maturo ou Pós-Termo > 42 semanas
A classificação da asfixia é de acordo com a pontuação, pode ser sem asfixia (8 a 10), asfixia leve (5 a 7), 
moderada (3 a 4) e grave (0 a 2). 
* Classificação de acordo com o Peso: No Brasil, para um RN termo o peso médio esperado é de 3350g e 50 
cm para meninos. E 3280g e 49,6 cm para meninas 
1. Sinais Vitais: FR, FCe PA 
2. Identificação de possíveis sinais clínicos de desconforto respiratório: 
• Tiragem – ocorre por causa da alta pressão negativa gerada pelo esforço inspiratório sobre a parede 
torácica; pode ser esternal, subcostal ou intercostal. 
• Batimento de Asa do Nariz – movimento realizado pelos músculos dilatadores do nariz; resposta primitiva 
tentando diminuir a resistência da VA. 
• Taquipneia. 
• Gemidos – expira contra a glote parcialmente fechada; tentativa para aumentar o volume 

pulmonar. 
• Estridores – obstrução VAS. 
• Cianose. 
>> Outras avaliações: 
• Ausculta pulmonar – presença de ruídos adventícios. 
• Extensão pescoço – para tentar reduzir a resistência da via aérea. 
• Percussão torácica: classifica a densidade do som. Indica presença de secreção, líquido e hiperinsuflação. 

3. Gasometria Arterial: 
IDADE FR FC PA
RN pré termo 40-60 120-140 70/40
RN a termo 30-40 100-140 80/40
1 a 4 anos 80-120 100/65
Adolescentes 15-20 60-80 115/60
25-30
Neonato (até 28 dias) Lactente Jovem (até 6 meses) > 6 meses
Ph 7.25-7.35 7.30-7.40 7.35-7.45
PaCO2 40-50 35-45 35-45
PaO2 50-70 60-80 80-100
HCO3 22-26 22-26 22-26
BE -2 +2 -2 +2 -2 +2
SpO2 89-93 92-96 > que 97
Baixo Peso (BP) < 2.500g.
Muito Baixo Peso (MBP) < 1.500g
Extremo Baixo Peso (EBP) 90 g
• TÉCNICAS DE PNEUMOPEDIATRIA: 
VVAA Extratorácicas: 
- VA Superiores 
- Acúmulo de secreção gera desconforto respiratório 
- Técnicas de reexpansão pulmonar→ DRRI (Desobstrução nasofaringea retrógrada com instilação de soro ou não)
VVAA de Grande Calibre: 
➢ Brônquios e traqueia 
➢ Acúmulo de secreção caracterizado por roncos 
➢ Técnicas: 


- Percussão torácica (em crianças e bebês têm pouca efetividade por conta da alta complacência de tórax) 
- DP (drenagem postural) 

- Vibro-compressão (geralmente usada em crianças maiores) 

- TEF (Técnica de expiração forçada) 

- TP (Tosse provocada)→contraindicado em RN 

- AFE Brusco (Aumento de fluxo expiratório de forma brusca →Indicado > 2 anos (Em lactentes pode gerar colapso 
das VA por ter pouca cartilagem para sustentar as VA) 

VVAA de Médio Calibre: 
➢ Brônquio segmentar, bronquíolos. 
➢ Acúmulo de secreção caracterizado por estertor subcrepitante e sibilos inspiratórios (estreitamento das VA) 
➢ Técnicas: 
- AFE Lento (Aumento do fluxo expiratório lento), RN, Lactente e > 2 anos. 
- ELPr (Expiração lenta prolongada – até o volume residual)→Lactente e crianças 

- DAA ( Drenagem autógena passiva ou assistida) →> 5 anos 
- ELTGOL (Expiração lenta total com a glote aberta em decúbito lateral) →Indicado em crianças de 8 a 12 anos 
Vias Aéreas Distais: 
➢ Zona responsável pela troca gasosa (alvéolos) 
➢ Acúmulo de secreção caracterizado por estertor crepitante 
➢ Técnicas: 
- EI (Espirometria de incentivo) → Indicado em crianças a partir do pré-escolar, onde já tem uma boa cognição para 
entender e realizar a técnica 
- EDIC (Exercício do Débito Inspiratório Controlado) → > 3 anos 
- TILA ( Técnica de Insuflação Seletiva)

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