Buscar

Criatividade e Inovação: Conceitos e História

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 9 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 9 páginas

Prévia do material em texto

INOVAÇÃO E ECONOMIA CRIATIVA – TÓPICO 2
Conceitos históricos da criatividade:
A criatividade e a inovação são consideradas universalmente distintas na composição de um empreendedor. Schumpeter (1982) considerava a inovação como um atributo ou habilidade presente no empreendedorismo. As variáveis combinadas (criatividade e inovação) diferenciam ativamente o empreendedor do pequeno empresário, com o desenvolvimento de um “novo” produto ou serviço como prova distinta.
O conceito de criatividade na literatura científica é bastante ambíguo, devido à sua complexidade e mudança de atitudes em relação a isso. Ao definir criatividade, alguns autores fornecem diversos aspectos do conceito e atendem a diferentes critérios. A maioria aponta para o princípio da capacidade de criar algo inovador, original, inesperado, de qualidade, e apropriado, ou seja, peças, serviços e protótipos úteis que atendam aos objetivos empresariais (Grakauskaitė-Karkockienė, 2006).
De acordo com a abordagem holística, a criatividade inclui uma variedade de fatores que influenciam o processo criativo: habilidades, traços de personalidade, motivação, experiências criativas, etc. Туник (2002) define criatividade como um processo, que se caracteriza pela sensibilidade ao problema, a capacidade de discernir as lacunas de conhecimento e itens ausentes; pesquisar e encontrar soluções; adivinhar, levantando questões, formulando hipóteses, avaliando, corrigindo, generalizando e apresentando.
Schumpeter (1982) afirma que o empreendedor é um indivíduo de quem se espera considerar e aplicar uma nova combinação de técnicas e processos de produção. Além disso, categoriza e diferencia o empreendedor como alguém que se esforça para o desenvolvimento de novos produtos; o desenvolvimento de um novo método de produção; a identificação de novos mercados e oportunidades de mercado e a descoberta de novos insumos, fornecedores, reorganização ou reestruturação industrial.
Todos os fenômenos acima mencionados são formulados com o “novo” que simplesmente implica “inovação” e é alimentado pela criatividade. Carland et al. (1992), enfatiza que o empreendedor é alguém reconhecido como uma pessoa que prefere o desenvolvimento ou a criação de atividade. Essa atividade ou atividades são manifestadas por meio da combinação inovadora de recursos, com o objetivo de atingir um lucro significativo ou o desempenho empresarial.
O papel que a criatividade desempenha na sociedade e também no empreendedorismo é inequivocamente significativo, mas pouco estudado como ciência. Rothenberg e Hausman (1976) fornecem um pano de fundo histórico à criatividade, envolvendo Platão, Aristóteles, Kant, Galton e Freud: todos influenciaram imensamente a história da criatividade. Platão é descrito como inspiração (um fator catalisador no comportamento criativo); como uma maneira de gerar alternativas (dentro de um contexto “sobrenaturalista”). Aristóteles abraçou a criatividade em um contexto artístico, enquanto a criatividade é vista como parte das leis naturais e não como algo meramente casual. Immanuel Kant indicou pela primeira vez a diferença entre “criação” e “imitação”. Sua teoria mostrou que as ações criativas são diretamente dependentes de “atividade espontânea” através da mente consciente. Francis Galton considerava a criatividade o resultado da prepotência. Ele estudou o “gênio” e a pessoa criativa e afirmou que ambos têm qualidades de talentos que fluem de geração em geração e são, portanto, herdados. A herança genética da criatividade foi, no entanto, um tópico desafiado em uma série de intervenções de pesquisa, ao longo do tempo. Sigmund Freud argumentou que a natureza da criatividade é um fenômeno que contém “fatores dinâmicos” definidos na mente humana, com esforços criativos como consequência.
Rickards (1999) desenvolveu os seguintes marcos da criatividade, a partir de uma perspectiva histórica:
a) Köhler e a Escola de Psicologia da Gestalt
Köhler explorou as questões que envolvem a percepção e a realidade durante a Primeira Guerra Mundial. Suas perguntas de pesquisa envolveram a observação de imagens, mudando daquilo que é imóvel para o oposto. Foram também analisadas a formulação de respostas baseadas em obstáculos no pensamento. A teoria da Gestalt integra certos processos mentais para resolver o último. Sua pesquisa empírica foi realizada em macacos em cativeiro. Sultão, o macaco, encontrou novas maneiras de executar determinadas ações, quando em cativeiro. Esses experimentos representaram algumas “características de descoberta inesperada”. Os resultados forneceram informações que servem de base para vários estudos contemporâneos sobre a criatividade.
b) Kekulé e “O Ato da Criação”
Arthur Koestler (1905-1983) pesquisou a natureza do processo da criatividade. Ele analisou a utilização do insight como solução de problemas no processo de criatividade.
c) Os quatro estágios do pensamento criativo de Wallas
Graham Wallas (1858-1932) estabeleceu o fluxo cronológico do processo criativo, derivado de sua teoria da descoberta. As diferentes etapas de seu processo são: preparação, incubação, iluminação e verificação. Esse processo ainda se aplica em vários ambientes de desenvolvimento da criatividade.
d) Brainstorming e o paradigma CPS (Creative Problem Solving)
Alex Osborn desenvolveu um processo, durante a Segunda Guerra Mundial, que se refere à geração de ideias múltiplas. Esse processo era usado para motivar colegas de trabalho a gerar novas ideias em apoio a seu país, durante a guerra.
e) A metáfora do cérebro inteiro
A pesquisa, baseada em evidências médicas, mostrou que o pensamento funcional do hemisfério cerebral existe (esquerda e direita). Essa evidência resultou em um trabalho que deu o Prêmio Nobel a Bogen e Sperry. Do lado direito, o pensamento cerebral implica criatividade; enquanto que o lado esquerdo do cérebro é responsável pela lógica analítica. Outro estudo mostrou que, quando os dois hemisférios são fisicamente divididos, diminui o comportamento criativo e a realização. Isso serviu de evidência para o pensamento do “cérebro inteiro”, um paradigma que implica em uma abordagem mais integrativa da criatividade.
f) Testes de Torrance para o Pensamento Criativo (TTCT – Torrance’s Tests for Creative Thinking)
Paul Torrance desenvolveu instrumentos que mediam o talento criativo individual. O escopo de pesquisa de Torrance aplicava testes para verificar o pensamento criativo (TTCT) e suas variações, desde a medição do talento criativo individual e suas implicações para o efeito de intervenções de treinamento, catalisando o emprego de talentos. Torrance publicou mais de mil artigos acadêmicos sobre criatividade.
g) Modelo 4P de Rhodes
Rhodes coletou e analisou mais de 40 definições de criatividade para desenvolver um modelo de criatividade. Seu modelo proposto abrange quatro variáveis interdependentes, constituídas por: pessoa, processo, produto e imprensa. Seu trabalho serviu de agente pioneiro na pesquisa e desenvolvimento da criatividade.
Tipos de Criatividade:
Ильин (2009) define a criatividade como o processo de descoberta das relações inovadoras, significativas e apropriadas entre elementos originais, não relacionados ou mesmo distantes. Bem como a capacidade de discernir inúmeras oportunidades, inventar e aplicar diversos métodos para soluções, propor novas e inesperadas oportunidades, criar e selecionar alternativas. Pesquisadores acreditam que a criatividade é determinada por esses traços de personalidade: imaginação, engenhosidade, curiosidade (GAGE; BERLINER, 1994), emoção, autoconfiança, diligência, pensamento crítico, ousadia, independência pensamento flexível (PETRULYTĖ, 2001), receptividade, domínio e iniciativa (JACIKEVIČIUS, 1999).
Vários pesquisadores mencionam esses traços de personalidade: sensibilidade a problemas, uma ampla gama de interesses, originalidade, excentricidade e utilidade; e as seguintes habilidades: discernir e definir problemas, prevendo técnicas para suas soluções e tolerar ambiguidade (STERNBERG, 1990).
Uma ideia que foi formuladapor Rogers (1954) em seu conceito de liberdade psicológica (avaliação interna) é tida como um pré-requisito para a criatividade. Hennessey e Amabile (1988) afirmam que a expectativa de avaliação ou recompensa dificulta a criatividade. Eles apontam que a criatividade é reduzida se o tópico ou material de trabalho não pode ser escolhido livremente ou se o indivíduo criativo estiver em um ambiente competitivo.
Hill e Amabile (1993) defendem a pressão do tempo como um obstáculo às realizações criativas. Além disso, descobriram que o desempenho da criatividade está ligado à realização de testes. Os melhores resultados em testes de criatividade são alcançados em condições “semelhantes a testes” e não em situações lúdicas.
Smith, Michael e Hocevar (1990) descobriram que instruções aumentam a ansiedade dos testes, em comparação às instruções para reduzir a ansiedade, prejudicando o desempenho de sua eficácia.
Na rotina do trabalho criativo, existem restrições, como: recursos financeiros limitados, possibilidades técnicas e até demandas externas, em relação ao estilo do produto criativo. Caso essas restrições prejudiquem a criatividade, esses efeitos também ocorrem no âmbito da criatividade profissional. Por exemplo, um pintor pode escolher seus horários de trabalho muito mais livremente do que um designer gráfico, que está fazendo um trabalho semelhante, mas em um local determinado, dentro de uma realidade financeira diferente e sob pressão de tempo. Ainda assim, quase ninguém argumentaria que o trabalho do pintor é, em princípio, mais criativo do que o trabalho de um designer.
Na prática, as diversas profissões criativas enfrentam várias restrições e alguns profissionais argumentam que sua criatividade se manifesta a partir das pressões externas. Por exemplo, a pressão do tempo, às vezes, é vista como um fator positivo porque força o artista a trabalhar (lembre-se de que muitos escritores têm horários fixos que exigem que eles passem certo período de tempo na frente do computador, todos os dias). Além disso, a maioria dos artistas provavelmente concorda que a ideia de ser pago (ou seja, recompensado) por seu trabalho não reduz sua motivação ou sua criatividade.
Claro que todas as pessoas que trabalham no mesmo campo enfrentam semelhantes restrições; porém, dentro desse quadro, alguns artistas têm mais possibilidades do que outros de realizar suas próprias ideias. Por exemplo, um arquiteto famoso e célebre terá mais liberdade em seu trabalho do que um iniciante. Essa contribuição é baseada na ideia de que as definições individuais de criatividade das pessoas criativas devem ser diferentes, dependendo do tipo de trabalho criativo a que se referem. Na avaliação da criatividade do trabalho de um pintor, os critérios podem diferir dos aplicados a designers gráficos ou arquitetos. Implicitamente, isso também foi levado em consideração por pesquisadores que usam classificações de especialistas na avaliação de produtos criativos (vide Hennessey e Amabile, 1988).
A ideia individual a partir dessas diferenças nas concepções de criatividade também pode contribuir para uma melhor compreensão das diferenças entre as sobreposições e descobertas científicas a respeito da criatividade na literatura. Como argumenta Treffinger (1993), os requisitos para a produção desses produtos podem variar. Dependendo do tipo de problemas enfrentados em uma área ocupacional específica, uma grande variabilidade na natureza do comportamento criativo pode ser esperada. Levando essas diferenças em consideração, pode ser um passo importante para estruturar as definições de criatividade de uma maneira que explique as diferenças nos resultados.
A ideia de que o significado de criatividade pode ser diferente para pessoas que fazem diferentes tipos de trabalho criativo se assemelha à teoria de Sternberg (1988) sobre as diferenças de um grupo, a partir das definições implícitas de criatividade, inteligência e sabedoria.
Sternberg encontrou diferenças interessantes entre leigos e especialistas, e entre especialistas de diferentes domínios. Por exemplo, os professores de arte enfatizavam a imaginação, originalidade e a possibilidade de assumir alguns riscos em suas concepções de criatividade. Já os professores de física defendiam aspectos de resolução de problemas como sendo o ponto mais importante do processo.
Westby e Dawson (1995) descobriram que a concepção dos professores sobre a criatividade (em alunos) diferia da dos estudantes universitários: para os professores, a criatividade incluía aspectos de responsabilidade e confiabilidade, e não incluía impulsividade ou inconformismo – que receberam altos índices na concepção de criatividade dos estudantes universitários.
Runco e Bahleda (1986) encontraram diferenças entre artistas e não artistas nas características listadas para diferentes tipos de criatividade: por exemplo, a diferença emocional foi listada por artistas, mas não por leigos, como algo típico da criatividade artística.
A criatividade tem sido associada a uma ampla gama de assuntos. Isso inclui o campo mais óbvio, das artes, bem como os menos óbvios – como as áreas de economia e educação. Além disso, a criatividade tem sido uma característica considerada desejável para estudantes de graduação e pós-graduação, e foi eleita como o recurso econômico mais importante do século 21 (KAUFMAN; BEGHETTO, 2004). Por fim, a criatividade foi identificada como um componente importante na resolução de problemas e para outras habilidades cognitivas, além de ser um preditivo de sucesso educacional e bem-estar mental e social (PLUCKER; BEGHETTO; DOW, 2004).
Quando a criatividade se tornou um assunto de interesse científico, nos anos 1950, o foco era apenas em algumas questões, como a personalidade criativa e as técnicas de pensamento criativo. Décadas mais tarde, o aspecto social da criatividade foi adicionado ao foco. No entanto, a partir da década de 1990, o campo começou a se tornar mais diversificado: a criatividade passou a se referir às habilidades mais específicas das pessoas. As habilidades criativas determinam se o indivíduo tem capacidade de exibir comportamentos criativos em algum grau notável. Dentro desse contexto, se possui as habilidades necessárias ou não para produzir resultados de natureza criativa, a partir de motivação e de seus traços temperamentais (HENNESSEY; AMABILE, 2010).
Há muita ambiguidade nessa definição, pois, nesse caso, a criatividade se refere à habilidade de pessoas criativas. A definição se refere, continuamente, a si mesma, tornando bastante difícil estabelecer o que a criatividade realmente significa (RUNCO; JAEGER, 2012, p. 94).
Uma das críticas ao teste de Torrance é que atribuir uma única pontuação de criatividade e descrever tantos resultados diferentes de testes não é uma boa indicação de quão criativo alguém é (KIM, 2006). As pontuações dos testes precisam ser divididas em vários aspectos da criatividade, como o que Spearman fez, mais de um século atrás, com o conceito de QI (SPEARMAN, 1904). Como a inteligência, a criatividade é um conceito muito amplo para capturar em uma única pontuação e, portanto, a criatividade a partir do teste precisa se concentrar nos aspectos, e não no todo.
Em 1953, Morris Stein foi um dos primeiros a perceber isso, e depois desenvolveu algumas ideias importantes que aprofundariam o campo da pesquisa sobre criatividade (RUNCO; JAEGER, 2012):
1. O trabalho criativo tende a ser útil para alguns grupos; assim, existe um julgamento social envolvido.
2. O insight criativo surge da reintegração de materiais ou de materiais já existentes, mas quando concluído, contém novos elementos.
3. É importante separar a criatividade pessoal da histórica.
Criatividade é um termo que se tornou bastante popular nas últimas décadas. É uma das características essenciais que todo empregador deseja, ao contratar um funcionário. A criatividade é importante em quase todos os aspectos da vida, desde o processo de alimentar uma criança até os aspectos de um negócio. Existem basicamente dois componentesda criatividade: a Originalidade e a Funcionalidade.
1) Originalidade: o método (ou ideia) deve ser novo e exclusivo. Não deve ser a extensão de algo que já existe. No entanto, pode-se inspirar em métodos e ideias já existentes para fabricar algo novo e único.
2) Funcionalidade: outro componente importante da criatividade é a sua funcionalidade. Uma ideia criativa deve funcionar e produzir resultados, caso contrário, todo o esforço será em vão.
Desenvolvimento da Criatividade:
A rapidez das tecnologias da informação e comunicação, bem como a economia do desenvolvimento, gera um novo conjunto de desafios. A crescente demanda por criatividade está em ascensão em todas as áreas da vida.
A capacidade de encontrar soluções criativas e de se adaptar às condições em constantes mudanças é um requisito fundamental em um mundo com transformações tão rápidas. A criatividade é considerada a base para atividades profissionais bem-sucedidas; fornece oportunidades de carreira, e ajuda a resolver problemas de forma mais eficaz; portanto, possuir uma personalidade criativa é de extrema importância.
Como afirma Grakauskaitė-Karkockienė (2010), a necessidade de criatividade, inovação, engenhosidade, empreendedorismo em indivíduos dispostos a fornecer soluções não convencionais promovem a educação e incentivam as autoridades a buscar métodos e técnicas eficazes e materiais de ensino apropriados, para proporcionar condições favoráveis a o desenvolvimento e autodesenvolvimento da criatividade.
Grakauskaitė-Karkockienė (2010) afirma que promover a criatividade estimula a autoexpressão e as realizações educacionais e econômicas, além do crescimento pessoal. Além disso, a criatividade é importante não apenas para a sociedade, mas também para o indivíduo e é considerada crucial para a sobrevivência humana e para a adaptação social em uma sociedade dinâmica.
A maioria dos pesquisadores vincula a criatividade ao pensamento criativo, definido como a mais alta forma de pensamento produtivo (JOVAIŠA, 2007). Portanto, o desenvolvimento de habilidades criativas e habilidades que ajudam criativamente respondem aos desafios globais, considerando-os como uma oportunidade.
Jovaiša (2007) afirma que a criatividade é considerada um conjunto de traços de personalidade que permitem alcançar um elemento original, obtendo resultados importantes e inovadores. De acordo com o pesquisador, esse conjunto inclui habilidades de pensamento, interesse em ciência ou arte, valores pessoais (personalidade), bem-estar psicológico no trabalho e durante os estudos, autoeducação, vontade de trabalhar de forma independente, autoestima e percepção da própria criatividade – isso permite alcançar resultados efetivos, por meio da atividade produtiva e descobrir o que é novo e inesperado.
Com base na literatura científica e análise de trabalhos de pesquisa relacionados ao tema proposto, observamos que o desenvolvimento de habilidades de criatividade na personalidade é de suma importância. Vários pesquisadores consideram a criatividade como resultado de características pessoais inatas ao desenvolvimento. O desenvolvimento da criatividade influencia em grande parte nas atividades pessoais e na atualização dos conhecimentos e habilidades. A eficácia do desenvolvimento/autodesenvolvimento da criatividade foi atestada por inúmeras pesquisas; no entanto, essa questão faz com que os estudiosos investiguem repetidamente diferentes oportunidades de desenvolvimento ou autodesenvolvimento da criatividade (Халифаева, 2006).
Ильин (2009) afirma que o desenvolvimento ou autodesenvolvimento da criatividade é crucial, pois pode estimular tanto o desenvolvimento artístico quanto o acadêmico e o pessoal. Grakauskaitė-Karkockienė (2006) apoia esta opinião e salienta que a resolução criativa de problemas não surge inesperadamente; isso deve ser desenvolvido e treinado, enquanto o pensamento original é apreciado e encorajado. Como afirma o pesquisador, o desenvolvimento da criatividade e o aprimoramento de habilidades potenciais fornecem condições para gerenciar esse processo.
Segundo Rogers (2005), cada indivíduo possui potencial criativo e habilidades que podem florescer em um ambiente favorável à criatividade. O processo criativo ocorre em ambiente específico, portanto, pode ser fomentado (ou dificultado) por vários fatores ambientais: pessoas com quem uma pessoa criativa se comunica, o ambiente físico, certos eventos da vida, o desenvolvimento da sociedade, bem como tipos de sistemas técnicos, entre outros. Assim, a criatividade apenas poderia emergir em ambiente apropriado (Sternberg, 1990).
Podemos relacionar como características de um ambiente favorável, os seguintes elementos: atitude positiva em relação a mudanças, relações interpessoais baseadas em confiança e respeito, assunção de riscos, margem de manobra, incentivo de atividades independentes, percepção das coisas sob diferentes ângulos, soluções multifacetadas, apresentação de ideias e uso de técnicas diferenciadas, interpretando, fornecendo argumentos, atitudes e opiniões. No entanto, o desenvolvimento da criatividade também pode ser promovido por tarefas criativas (TORRANCE, 1974); com métodos e técnicas eficazes voltados para incentivar alunos e/ou funcionários a levantar problemas e analisá-los. Pesquisadores acreditam que existem numerosos métodos para promover o pensamento criativo.
De acordo com Hockey (2004), a aplicação de métodos de ensino não convencionais no processo de desenvolvimento/autodesenvolvimento é de grande importância. Em seu trabalho, o autor demonstra como métodos de ensino não convencionais estimulam a criatividade e a inovação. Pesquisas apontam que técnicas de pensamento criativo podem ser aplicadas no treinamento de uma grande quantidade de pessoas e gera a construção de ideias mais criativas, fornecendo vários métodos de criatividade, tarefas, exercícios e programas de desenvolvimento da criatividade que podem incentivar a geração de ideias novas e originais.
Design Thinking:
Ter sucesso na realidade altamente tecnológica e globalmente competitiva de hoje exige que uma pessoa desenvolva e use um conjunto de habilidades diferente do que era exigido anteriormente (SHUTE; BECKER, 2010). Uma dessas habilidades é chamada de Design Thinking.
Como solução de problemas, o design é uma atividade humana natural e onipresente. As necessidades e a insatisfação com o estado atual das coisas, combinada com a determinação de que alguma ação deve ser feita para resolver o problema é o início de um processo de design. Nessa visão, muitos cientistas vêm projetando e atuando como designers, ao longo de suas carreiras; embora, muitas vezes, não estejam cientes de que estão realizando esse processo (BRAHA; MAIMON, 1997).
Segundo Braha e Maimon (1997), a engenharia carece de conhecimentos científicos suficientes. Historicamente, os currículos de engenharia foram baseados em modelos dedicados à ciência básica, na qual os alunos aplicam princípios científicos a problemas tecnológicos. No entanto, essa prática produz graduados em engenharia que foram percebidos pela indústria e pela academia como sendo incapazes de praticar na indústria o processo criativo. Essa preocupação levou líderes de departamentos e faculdades de engenharia a reconhecer complexidades e recursos intelectuais exigidos para apoiar uma boa educação em design (TODD; MAGLEBY, 2004).
Essa conscientização resultou na melhoria dos cursos existentes para incluir projetos patrocinados pelo setor em que as empresas fornecem problemas reais, juntamente com a experiência do mundo real. O design thinking também começou a receber maior atenção nas empresas. Isso porque o design de produtos e serviços é um componente importante para a competitividade dos negócios, na medida em que muitas empresas conhecidas decidiram se tornar líderes também em design (DUNNE; MARTIN, 2006).
Embora o design thinking tenha se tornado parte integrante das áreas de design e da engenharia, além de negócios, ele também pode ter uma influência positiva na educação do século21, porque envolve o pensamento criativo na geração de soluções para a resolução de problemas; ou seja, em ambientes acadêmicos, os estudantes precisam ler criticamente, pensar e raciocinar logicamente para resolver problemas complexos (ROTHERHAM; WILLINGHAM, 2009).
Essas habilidades são consistentes com as tradições teóricas da cognição, do desenvolvimento e do construtivismo. O que há de novo é a extensão crescente na qual os indivíduos e o sucesso coletivo são vistos como dependentes dessas habilidades. Além das configurações de negócios, o design thinking recebe muita atenção acadêmica nas áreas de engenharia, arquitetura e design, porque pode mudar a maneira como as pessoas aprendem e resolvem os problemas (NAGAI; NOGUCHI, 2003).
Segundo Braha e Reich (2003), o processo de design é caracterizado pelo processo iterativo, exploratório e, às vezes, é um processo caótico. Começa a partir de algumas especificações abstratas ou o que Hatchuel e Weil (2009, p. 182) chamam de “briefing” e termina com a descrição de um produto, enquanto refina gradualmente suas especificações. Os estados intermediários do processo de design podem incluir as especificações e as descrições dos produtos. As especificações podem mudar em reação a novas propostas ou problemas inesperados descobertos durante o processo. Nesse caso, o projeto segue ciclos de ajuste mútuo entre especificações e soluções, até que uma solução final seja alcançada (HATCHUEL; WEIL, 2009).
Durante o processo, os designers se envolvem em vários processos cognitivos diferentes. Kolodner e Wills (1996) especificaram três processos necessários no projeto: preparação, assimilação e controle estratégico. No processo de preparação, os designers precisam aprender o que focar e o que é relevante. Durante essa fase, as especificações e restrições do problema, reinterpretação de ideias, visualização, reformulação de problemas (incluindo avaliação da situação e elaboração), e outros evoluem. O processo de assimilação envolve fazer sentido da solução proposta, analisar os dados; e observações provenientes do ambiente de design, como feedback de experimentos com protótipos. No controle estratégico, os designers devem tomar muitas decisões (por exemplo, qual ideia elaborar ou adaptar a seguir, quais restrições relaxar, como definir prioridades). Eles também se movem entre várias tarefas, subproblemas e processos de design de maneira flexível e altamente situacionista.
Em 2002, Stempfle e Badke-Schaube desenvolveram uma teoria sobre o que as equipes de design realmente faziam enquanto criavam. Eles analisaram as teorias da criatividade e do problema de resolução das teorias cognitivas na tomada de decisão humana. Os elementos básicos de design thinking que os autores propuseram como operações cognitivas para lidar com qualquer tipo de problema eram: geração, exploração, comparação e seleção. Os dois primeiros elementos (geração e exploração) ampliavam o espaço problemático, enquanto os últimos (comparação e seleção) o restringiam. Ao ampliar o problema, as soluções eram geradas e examinadas em relação à meta. E no processo iterativo as soluções podiam ser modificadas ou novas soluções poderiam ser desenvolvidas até se encontrar a solução ideal.
Estreitar um problema implica no processo de comparar duas ou mais ideias e, em seguida, selecionar soluções com base em objetivos específicos e critérios relevantes. Esses elementos representam um modelo que pode ser aplicado para entender o que os designers pensam enquanto trabalham em equipe. Trabalhando em grupo, designers precisam se comunicar (comunicar o que estão pensando, mostrando, assim, seus processos de pensamento básico).
Stempfle e Badke-Schaube (2002) concluem que um designer inicia uma sessão de design conceitual analisando os aspectos funcionais do problema. À medida que a sessão avança, ele se concentra em três aspectos – função, comportamento e estrutura – e, depois, desenvolve um ciclo de análise, síntese e avaliação. Perto do final da sessão de design, a atividade do designer é focada em sintetizar e avaliar o comportamento da estrutura. Da mesma forma, em uma equipe de três designers industriais, Goldschmidt e Weil (1998) descobriram que o processo de pensamento do design é não linear e que cada um dos designers seguia um caminho sequencial (validando) a partir da estratégia de raciocínio. Embora a pesquisa não seja consistente sobre como o tempo é gasto, durante o processo de design thinking, os resultados indicam que há um aprendizado a partir da progressão durante esse processo que, eventualmente, transforma um iniciante em um pensador especialista.

Continue navegando