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Tétano o que é sintomas e como prevenir

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Tétano: o que é, sintomas e como prevenir
8 minutos para ler
Apesar de rara porque a maioria das pessoas é vacinada, o
tétano ainda pode ser uma doença letal. Neste conteúdo, saiba o
que é o tétano, quais os seus principais sintomas e como se
prevenir.
Este conteúdo foi revisado e aprovado por Dr. Luiz Vicente Rizzo, imunologista e alergologista do
Einstein.
O tétano é uma doença que ainda afeta alguns brasileiros e tem sintomas preocupantes. Segundo dados
do Ministério da Saúde, entre os anos de 2012 e 2022 foram registrados em torno de 2.590 casos de
tétano acidental no Brasil.
Além disso, a tendência de morte ocasionada pela doença foi de 18% no ano de 2022, um número alto
em relação ao que acontece nos países desenvolvidos.
No entanto, para sabermos como prevenir e o que fazer nos casos de diagnóstico de tétano, é essencial
saber mais sobre a doença. Sendo assim, descubra o que é tétano, quais são os sintomas, tratamento e
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como você pode se prevenir.
O que é o tétano?
O tétano é uma doença infecciosa aguda não contagiosa causada por uma bactéria do bacilo tetânico,
chamada Clostridium tetani.Essas bactérias são encontradas em solo e fezes de animais e podem entrar
em contato com o corpo por meio de uma lesão, que é a forma mais comum. Após o contato com o
organismo, a bactéria pode não se manifestar imediatamente, levando até 50 dias para apresentar os
sintomas.
Essa bactéria libera neurotoxinas que podem provocar uma série de consequências, especialmente
espasmos musculares.
Felizmente, hoje em dia a doença é rara e ocorre somente em pessoas que não se vacinam ou em
idosos que foram vacinados há muito tempo e perderam a imunidade.
Sintomas do tétano
A doença tétano pode ser identificada, principalmente, por uma série de contrações musculares
violentas, especialmente na mandíbula e pescoço. No entanto, também pode apresentar alterações
miocárdicas.
Além disso, o tétano pode trazer sintomas como:
Agitação sem motivo;
Dores de cabeça intensas e enxaquecas;
Problemas para engolir alimentos;
Dor de garganta;
Irritabilidade;
Endurecimento dos músculos do pescoço, braços e pernas, limitando a movimentação.
Sendo assim, é fundamental estar atento para essas alterações e entrar em contato com a equipe
médica o mais rápido possível.
Quais os tipos de tétano?
A doença causada pelo Clostridium tetani não tem apenas uma forma. Conforme a idade em que o
paciente contrai a bactéria, os sintomas podem ser diferentes e a chance de morte também.
Os cientistas dividiram a doença em dois principais tipos, de acordo com suas manifestações: tétano
acidental e tétano neonatal.
Tétano acidental
O tétano acidental é a forma mais comum da infecção pela bactéria Clostridium tetani e pode afetar
qualquer pessoa, independente do sexo, da idade e do lugar onde mora.
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Nesse tipo de tétano, o paciente pode contrair a bactéria por meio do ferimento com algum objeto
infectado. Ou seja, o contato acontece por meio de um acidente e assim os sintomas se desenvolvem.
Se a lesão não for tratada o mais breve possível e infeccionar, esta modalidade da doença pode levar a
pessoa a óbito. As chances de morte variam conforme as características de saúde da pessoa e
aumentam se já existirem problemas como complicações renais e respiratórias.
Tétano neonatal
O tétano neonatal, por sua vez, afeta recém-nascidos pelo contato com a bactéria durante o corte do
cordão umbilical após o nascimento. Acontece com maior frequência em bebês de mães que não foram
vacinadas ou que tomaram a vacina há muito tempo.
Dessa forma, o bebê pode apresentar espasmos e rigidez pelo corpo, causados pela neurotoxina, já nas
duas primeiras semanas do nascimento. Além disso, o recém-nascido pode reduzir sua frequência de
alimentação e ter surdez bilateral.
É essencial estar atento aos sintomas e realizar o tratamento adequado e rápido para evitar que a
criança venha a óbito.
Prognóstico do tétano
Quanto à evolução do tétano, o que chamamos de prognóstico, muitos casos podem evoluir para óbito
se não forem tratados adequadamente.
De acordo com dados do Manual MSD, que orienta profissionais de saúde, os números do tétano, hoje
em dia, são os seguintes:
Mundial: mortalidade em torno de 50%;
Adultos sem tratamento adequado: mortalidade entre 15 a 60%;
Recém-nascidos, com ou sem tratamento: mortalidade entre 80 a 90%;
Vale destacar que a chance de mortalidade é ainda maior em pessoas que fazem uso de drogas ou em
idades avançadas, como idosos.
Causas e transmissão
A infecção pode ocorrer em pessoa não vacinada por meio de qualquer ferida com um objeto
contaminado ou pelo contato com a bactéria.
Geralmente, a C. tetani pode ser encontrada em terra, poeira, fezes de animais e objetos enferrujados
ou deixados ao relento. Como a bactéria pode formar esporos, ela se protege e pode viver por muitos
anos em diversos ambientes. Sendo assim, ela pode infectar o ser humano após uma lesão e o contato
com o ferimento.
Após contrair o microrganismo, noele não se torna contagioso por vias aéreas como alguns tipos de
vírus, por exemplo. Ou seja, a transmissão poderia acontecer apenas pelo contato direto com o
ferimento infeccionado.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bact%C3%A9rias-anaer%C3%B3bias/t%C3%A9tano
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Como é feito o diagnóstico do tétano?
O diagnóstico do tétano é feito pela equipe de saúde após avaliação dos sintomas e do histórico do
paciente. Além disso, alguns exames podem ajudar a comprovar a infecção pelo Clostridium tetani.
Nesse sentido, ao notar que a parte sensitiva do pacientes e o líquor que fica na medula espinal estão
intactos, mas os espasmos continuam, o médico poderá pensar no possível diagnóstico de tétano.
Ademais, exames de bacteriologia podem ser solicitados para verificar se a bactéria do tétano está
presente no organismo.
Tratamento do tétano
O tratamento do tétano consiste em eliminar a bactéria do organismo e tratar os sintomas. Algumas
medidas podem ser adotadas conforme o quadro. Nesse sentido, os primeiros passos envolvem a
limpeza do ferimento e um tratamento de suporte respiratório, caso haja os sintomas.
Antibióticos são usados nos casos de ferimento, mas isoladamente eles não evitam o tétano. Afinal, a
toxina já formada se prende ao sistema nervoso, onde os antibióticos não são eficazes.
O tratamento para quadros mais graves de infecção é complexo, feito em UTI com monitoramento e
medicamentos chamados de benzodiazepínicos. Porém nem todos os pacientes sobrevivem.
Na maioria dos ferimentos de pessoas não vacinadas pode ser utilizada a imunoglobulina humana
antitetânica ou o tradicional soro antitetânico obtido de cavalos. Saiba mais sobre estes tratamentos:
Soro antitetânico (SAT)
O soro antitetânico (SAT) é um composto feito a partir do sangue de cavalos, no qual estão presentes
anticorpos contra as toxinas da Clostridium tetani. Sendo assim, ao administrar esse soro no paciente
com tétano, os anticorpos conseguem neutralizar a ação das neurotoxinas.
Assim, os sintomas da doença não se desenvolvem ou são amenizados, caso já estejam acontecendo.
Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT)
A Imunoglobulina Humana Antitetânica (IGHAT) é um tipo de tratamento com anticorpos humanos que
servem para inibir a ação da maior parte das toxinas produzidas pela bactéria.
Afinal, esse tipo de anticorpo é capaz de se ligar às toxinas que ainda não se fixaram em alguma parte
do corpo, ou seja, que estão apenas circulando no sangue. Dessa forma, a toxina não consegue causar
os espasmos e pode ser eliminada pela urina, fezes ou suor.
Como prevenir?
A principal forma de prevenir o tétano é por meio da vacinação e dos reforços regulares. Nesse sentido,
é recomendado que as crianças menores de 7 anos tenham as 5 doses primárias. No entanto, se o
paciente tiver mais de 7 anos e não for imunizado, precisa tomar 3 doses.
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Vacinas
Afinal, qual é o tipo de vacina correto para prevenir o tétano? São conhecidos três principais tipos de
vacina contrao tétano: DTaP, Tdap e dT. O tipo mais comum na infância é o DTaP, que também previne
coqueluche e difteria, e deve ser administrada nos seguintes períodos:
2 meses de idade;
4 meses de idade;
6 meses de idade;
15 aos 18 meses de idade;
4 aos 6 anos de idade.
Entre os 11 e 12 anos de idade, deve ser aplicado um reforço do tipo Tdap e a cada 10 anos, o paciente
deve receber o reforço do tipo dT.
Os adultos que não foram vacinados na infância podem receber doses de um outro tipo de vacina, a
Tdap e dT. Nesse sentido, devem receber uma dose inicial de Tdap e dT em seguida, nas 4 semanas
seguintes, após os 6 meses e a cada 10 anos.
O tétano é uma doença complexa e que pode trazer uma série de sintomas graves, podendo levar à
morte. No entanto, a principal forma de prevenir é por meio da vacinação, que evita o desenvolvimento
de casos graves e torna o tratamento muito mais simples, quando necessário.
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https://www.einstein.br/estrutura/centro-imunizacao/vacinas-disponiveis-no-einstein

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