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Na poesia, formas tradicionais de estrofe, métrica e esquema de rimas foram substituídas por versos livres, que, não tendo estrutura previsível, continuamente derrubavam as expectativas do leitor. Um dos poemas mais influentes desse período, A terra devastada (1922), de T. S. Eliot, usa o verso livre para juntar vozes muito diferentes e ideias fragmentadas e, como Ulysses, contrapõe o mito e a herança literária às realidades cruéis e alienações da vida moderna após a devastação da Primeira Guerra Mundial. A alienação também foi explorada por Franz Kafka, um duplo forasteiro como judeu de língua alemã em Praga, capital da nova Tchecoslováquia. Kafka empregou um estilo narrativo aparentemente realista para descrever a vida moderna como algo semelhante a um pesadelo, no qual todo esforço humano está condenado ao fracasso nas mãos de uma burocracia sem rosto que administra leis que ninguém consegue entender. HOMEM E MÁQUINA “Um carro rugindo que parece correr sobre uma metralha é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.” Assim escreveu Filippo Marinetti, o porta-voz do futurismo, movimento modernista que surgiu na Itália antes da Primeira Guerra Mundial. Muitos artistas modernistas abraçaram a estética da máquina, que também se tornou uma característica da arquitetura. Le Corbusier descreveu uma casa como “uma máquina para se viver”, e a arquitetura modernista descartou a abundante decoração encontrada em muitos edifícios do século 19 em favor do mantra de que “a forma segue a função”. A música também abraçou o experimento. A tonalidade tradicional, baseada em escalas ocidentais familiares, foi substituída pela “atonalidade”, na qual nenhuma clave era dominante. Arnold Schoenberg, em Viena, desenvolveu o