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Evolução Cultural e Seleção Natural

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habilidades	e	tecnologias	tem	permitido	que	os	seres	humanos	se	adaptem	a	uma
gama	de	habitats	mais	 ampla	que	qualquer	outro	animal.	Em	climas	 frios,	não
desenvolveram	 pelos	mais	 grossos	 e	 camadas	 de	 gordura,	mas,	 em	 vez	 disso,
inventaram	e	transmitiram	roupas,	abrigos,	ferramentas,	técnicas	de	caça	e	assim
por	diante.	A	evolução	cultural	 reduziu	o	 impacto	da	seleção	natural	em	nossa
espécie,	 pois	 indivíduos	 mais	 fracos	 estão	 mais	 propensos	 a	 sobreviver	 e
procriar,	reduzindo	assim	a	velocidade	da	evolução	física.
A	 cultura	 concedeu	 aos	 seres	 humanos	 uma	 vantagem	 competitiva	 enorme.
No	 final	 da	 última	 era	 do	 gelo,	 talvez	 houvesse	 10	milhões	 de	 seres	 humanos
vivendo	na	Terra.	Hoje,	apenas	10	mil	anos	depois,	a	população	global	passa	dos
7	 bilhões.	 A	 taxa	 de	 evolução	 cultural	 humana	 se	 acelera	 constantemente,
sobretudo	nos	últimos	10	mil	anos,	começando	com	o	início	da	agricultura	(veja
a	p.	91).
CULTURA	E	SELEÇÃO	NATURAL
Às	vezes,	uma	 inovação	cultural	pode	atuar	como	um	propulsor
da	 evolução	 física.	 Cerca	 de	 7.500	 anos	 atrás,	 surgiu,	 entre	 os
pastores	 de	 gado	que	viviam	no	 centro	 e	 no	 sudeste	 da	Europa,
uma	mutação	que	acabou	com	a	intolerância	à	lactose	em	adultos.
Antes	 disso,	 nenhum	 ser	 humano	 conseguia	 digerir	 leite	 e	 seus
derivados	depois	do	desmame.	Dessa	forma,	indivíduos	tolerantes
à	lactose	puderam	explorar	outra	fonte	de	alimento,	e	tomar	leite
tornou-se	 uma	 nova	 prática	 cultural	 disseminada	 que	 conferiu	 a
esses	 indivíduos	 uma	 vantagem	 competitiva.	O	 gene	 tolerante	 à
lactose	espalhou-se	com	sucesso,	e	agora	é	encontrado	em	muitas
populações	 em	 todo	 o	 mundo,	 mas	 não	 entre	 culturas	 que	 não
criam	gado	ou	outros	animais	produtores	de	leite.

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