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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-15

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sistemas	 bancários	 que	 se	 desenvolveram	 na	 Europa	 (começando	 na	 Itália	 no
final	 da	 Idade	 Média)	 e	 que	 financiaram	 uma	 grande	 expansão	 da	 atividade
comercial	eram	baseados	no	empréstimo	de	dinheiro	visando	ao	lucro.
Além	 disso,	 pode-se	 argumentar	 que,	 sem	 o	 relaxamento	 das	 leis	 sobre	 a
usura	na	Inglaterra	em	1545,	a	Revolução	Industrial	–	que	começou	dois	séculos
depois	 (veja	 a	 p.	 186)	 –	 simplesmente	 não	 teria	 acontecido:	 a	 perspectiva	 de
obter	um	retorno	sobre	o	capital	estimula	as	pessoas	a	arriscarem	seu	dinheiro,
investindo-o.	 E,	 assim,	 a	 perspectiva	 de	 renda	 por	 meio	 de	 empréstimos	 se
tornou	uma	característica	 fundamental	do	sistema	capitalista,	desde	o	 início	do
seu	desenvolvimento.	A	fundação	do	Banco	de	Amsterdam,	em	1609	(precursor
de	todos	os	bancos	centrais	modernos),	e	do	Banco	da	Inglaterra,	em	1694,	deu	à
Holanda	e	à	Grã-Bretanha	sistemas	de	crédito	mais	sofisticados	e	estáveis	do	que
qualquer	outro	 lugar,	e	os	dois	países	 registraram	um	crescimento	significativo
em	suas	economias.
O	uso	 cada	 vez	mais	 frequente	 do	 papel-moeda	 incentivou	 um	crescimento
maior	 da	 emissão	 de	 dívida.	 Isso	 facilitou	 a	 toma-da	 de	 empréstimos,	mas	 ao
mesmo	 tempo	 dificultou	 a	 avaliação	 dos	 ativos	 de	 um	 mutuário	 e,	 assim,	 o
cálculo	de	quanto	essa	pessoa	poderia	pedir	emprestado	com	um	nível	aceitável
de	 risco.	 Essa	 situação	 foi	 prejudicada	 pela	 imprevisibilidade	 da	 economia.
Fatores	como	tempestades	e	doenças	poderiam	destruir	a	produção	e	o	comércio.
Esses	infortúnios	não	podiam	ser	adequadamente	compensados	pelo	seguro,	que
era	 outra	 característica	 do	 sistema	 econômico	 que	 gradual-mente	 cresceu	 ao
longo	do	tempo.
“Renda	anual	de	20	 libras,	gasto	anual	de	19,96,	resulta	em	felicidade.
Renda	 anual	 de	 20	 libras,	 gasto	 anual	 de	 20,06	 libras,	 resulta	 em
miséria.”
Sr.	Micawber,	personagem	do	romance	David

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