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Preparatório Capitão da Brigada Militar Prof. Mauro Sturmer Por que um Direito Militar? u Militares – Servidores “especiais”. u Justiça para Militares? 2 Evolução do Direito Penal Militar u Primeiras Regras – Guerra u Julgava-se: Inimigos, Desertores, Covardes. u Direito Penal Militar: Crimes Militares em Tempo de Guerra e em Tempo de Paz. u Direito de Guerra – ramo do Direito Internacional Público (DIP) – Direito Humanitário 3 Justiças Militares uJMU em tempo de paz uJMU em tempo de guerra uJME 4 Conceitos importantes • Juiz Auditor • Juiz de Direito do Foro Militar (EC 45 – Art. 125, § 5º da CF) • Juiz Militar • Conselhos de Justiça – Especial – Permanente • Justiça Militar em tempo de Paz e em tempo de Guerra 5 Escabinato Juiz togado e Juízes Militares 6 7 Militares na CF - Previsão DAS FORÇAS ARMADAS Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. § 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas. § 2º - Não caberá "habeas-corpus" em relação a punições disciplinares militares 8 Previsão Constitucional 3º Os membros das Forças Armadas são denominadosmilitares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas II - o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente será transferido para a reserva, nos termos da lei; III - O militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antigüidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; 9 Previsão Constitucional IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; V - o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos; VI - o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra; VII - o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; 10 Previsão Constitucional Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei. § 1º - às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. § 2º - As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a outros encargos que a lei lhes atribuir. 11 Segurança Pública Militar Previsão Constitucional DA SEGURANÇA PÚBLICA Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária federal; IV - polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeirosmilitares. 12 Previsão Constitucional § 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa civil. § 6º - As polícias militares e corpos de bombeiros militares, forças auxiliares e reserva do Exército, subordinam-se, juntamente com as polícias civis, aos Governadores dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. 13 Previsão Constitucional • Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: • I - o Supremo Tribunal Federal; • I-A o Conselho Nacional de Justiça; • II - o Superior Tribunal de Justiça; • III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; • IV - os Tribunais e Juízes do Trabalho; • V - os Tribunais e Juízes Eleitorais; • VI - os Tribunais e Juízes Militares; • VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 14 Justiça Militar da União Justiça Militar dos Estados u Principal diferença: u Julgamento de Civis. Só ocorrem na Justiça Militar Federal. u A Justiça Militar dos Estados julga apenas: Policiais Militares e Bombeiros Militares u Justiça Militar Estadual – Competência Civil. Julgamento das Ações Judiciais Contra Atos Disciplinares Militares. 15 PREVISÃO CONSTITUCIONAL Justiça Militar Federal (União) “Constituição Federal. Artigo 124 – À Justiça Militar compete processar e julgar os crimes militares definidos em lei. 16 PREVISÃO CONSTITUCIONAL Justiça Militar Estadual “Constituição Federal. Artigo 125: § 3º: A lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça Militar estadual, constituída, em primeiro grau, pelos JUÍZES DE DIREITO e, em segundo grau, pelo PRÓPRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ou por TRIBUNAL DE JUSTIÇA MILITAR no Estados em que o efetivo militar seja superior a vinte mil integrantes. 17 PREVISÃO CONSTITUCIONAL Justiça Militar Estadual “Constituição Federal. Artigo 125: § 4º:Compete a Justiça Militar estadual processar e julgar os MILITARES dos Estados, nos crimes militares definidos em lei e as AÇÕES JUDICIAIS CONTRA ATOS DISCIPLINARES MILITARES, ressalvada a competência do tribunal do júri quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças. (EC 45)” 18 PREVISÃO CONSTITUCIONAL Justiça Militar Estadual “Constituição Federal. Artigo 125: § 5º: Compete aos juízes de direito do juízo militar processar e julgar, singularmente, os crimes militares COMETIDOS CONTRA CIVIL e as AÇÕES JUDICIAIS CONTRA ATOS DISCIPLINARES MILITARES, cabendo ao conselho, sob a presidência do juiz de direito, processar e julgar os demais crimes militares. (EC 45) 19 Justiça Militar Rio Grande do Sul • Art. 91. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: • I - o Tribunal de Justiça; • II - o Tribunal Militar do Estado; • III - os Juízes de Direito; • IV - os Tribunais do Júri; • V - os Conselhos de Justiça Militar; • VI - os Juizados Especiais e de Pequenas Causas; VII - os Juízes Togados com Jurisdição limitada. 20 • Art. 104. A Justiça Militar, organizada com observância dos preceitos da Constituição Federal, terá como órgãos de primeiro grau os Conselhos de Justiça e como órgão de segundo grau o Tribunal Militar do Estado. 21 u§ 2.º A escolha dos Juízes militares será feita dentre coronéis da ativa pertencentes ao Quadro de Oficiais da Brigada Militar ou do Corpo de Bombeiros Militar. 22 • 4.º A estrutura dos órgãos da Justiça Militar, as atribuições de seus membros e a carreira de Juiz- Auditor serão estabelecidas na Lei de Organização Judiciária, de iniciativa do Tribunal de Justiça. 23 • § 5.º Os Juízes do Tribunal Militar do Estado terão vencimento,vantagens, direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos iguais aos Desembargadores do Tribunal de Justiça 24 uArt. 105. Compete à Justiça Militar Estadual processar e julgar os servidores militares estaduais nos crimes militares definidos em lei 25 u Art. 106. Compete ao Tribunal Militar do Estado, além das matérias definidas nesta Constituição, julgar os recursos dos Conselhos de Justiça Militar e ainda: u I - prover, na for ama da lei, por ato do Presidente, os cargos de Juiz-Auditor e os dos servidores vinculados à Justiça Militar; u II - decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças, na forma da lei; u III - exercer outras atribuições definidas em lei. 26 u Princípios de Processo Penal Imparcialidade do Juiz } O Juiz, no processo penal, situa-se entre as partes e acima delas – tendo em vista o seu caráter substitutivo. Certo de que ele não vai ao processo em nome próprio jamais poderá haver conflito de interesse entre o Magistrado e a parte. Trata-se de uma característica subjetiva do órgão jurisdicional. } Para isso estipulam-se: ◦ Garantias (art. 95 da CF) ◦ Proibi-se Tribunais e Juízes de Exceção (art. 5º, XXXVII). ◦ Dessas regras decorre que ninguém será processado por órgão criado após a ocorrência do fato. 28 Imparcialidade do Juiz } O Juiz, no processo penal, situa-se entre as partes e acima delas – tendo em vista o seu caráter substitutivo. Certo de que ele não vai ao processo em nome próprio jamais poderá haver conflito de interesse entre o Magistrado e a parte. Trata-se de uma característica subjetiva do órgão jurisdicional. } Para isso estipulam-se: ◦ Garantias (art. 95 da CF) ◦ Proibi-se Tribunais e Juízes de Exceção (art. 5º, XXXVII). ◦ Dessas regras decorre que ninguém será processado por órgão criado após a ocorrência do fato. 29 Igualdade Processual } Nada mais é do que um desdobramento do mandamento esculpido no caput do art. 5º de nossa Constituição que nos informa de que todos são iguais perante a Lei. Assim, em juízo as partes devem ter mas mesmas oportunidades. } Atenuação: princípio do favor rei. O acusado goza de alguns privilégios em contraste com a pretensão acusatória. Exemplos: ◦ Art. 609, parágrafo único (embargos infringentes e de nulidade); art. 621 e seguintes (revisão criminal). 30 Contraditório } As partes tem o direito de não apenas produzir provas e de sustentar suas razões, mas também de vê-las seriamente apreciadas e valoradas pelo julgador. } Dessa forma elas tem o direito de ser cientificadas sobre os fatos ocorridos no processo (citações, intimações e notificações). } Tal principio foi mais uma vez prestigiado com a reforma de 2008 que proibiu (art. 155 do CPP) a fundamentação da decisão com base exclusivamente em elementos informativos. 31 Ampla Defesa u Implica no dever do Estado em proporcionar a todo o acusado a mais completa defesa, seja autodefesa (pessoal) ou técnica (efetivada por profissional do Direito inscrito na OAB). Implica, ainda, no fato de que ao Estado cabe prestar assistência jurídica e integral ao necessitados (art. 5º, LXXIV). u Decorre ainda a necessidade de se observar, como regra, a ordem natural do processo em que a defesa será a última a se manifestar. 32 Da Ação ou da Demanda u Cabe sempre a parte provocar a prestação da Jurisdição, tendo em vista que os órgãos jurisdicionais são inertes. 33 Indisponibilidade e Obrigatoriedade } Ao contrário do Processo Civil onde a regra é da disponibilidade – ressalvadas algumas limitações que decorrem da natureza indisponível de certos direitos materiais – no Processo Penal vigora o princípio da indisponibilidade ou obrigatoriedade, uma vez que o crime é uma lesão irreparável ao interesse coletivo. Exemplifica-se: � A autoridade policial não pode recusar-se a proceder uma investigações � Não poderá haver o arquivamento do IP sem a manifestação do Poder Judiciário � O MP não pode desistir da ação proposta ou do recurso interposto. ◦ Excepcionalmente o Processo Penal mitiga tal princípio: � Crimes de Ação Penal Privada � Crimes de Ação Penal Pública Condicionada a Representação do Ofendido ou do Ministro da Justiça. 34 Princípio da inocência uPrincípio da inocência revela-se no fato de que ninguém pode ser considerado culpado senão após o trânsito em julgado de uma sentença condenatória (conforme art. 5º, inciso LVII, CF/88). 35 Princípio do juiz natural • Previsto no art. 5º, LIII da Carta Magna de 1988, e significa dizer que é a garantia de um julgamento por um juiz competente. • Estabelecido por regras objetivas (de competência) previamente previstas no ordenamento jurídico. • Proibição de criação de tribunais de exceção, constituídos à posteriori a infração penal e especificamente para julgá-la. 36 Princípio da publicidade u A possibilidade de qualquer indivíduo verificar os autos de um processo e de estar presente em audiência, revela-se como um instrumento de fiscalização dos trabalhos dos operadores do Direito. 37 Princípio da oficialidade uCompete a órgãos oficiais de persecução criminal, para investigar os delitos e realizar o processamento dos crimes, no sistema acusatório. 38 Oficiosidade • A autoridades públicas a quem cabe a persecução penal devem agir de ofício. Não necessitam de provocação ou assentimento de ninguém. – Princípio abrandado pela Ação Penal Privada e Ação Penal Pública Condicionada a Representação. 39 Do impulso Oficial uUma vez instaurada a Ação Penal, compete ao juiz mover o processo de fase em fase, até exaurir a sua jurisdição. 40 Princípio da Ação ou da Demanda uCabe as partes provocar o poder judiciário, pois o órgãos incumbidos da prestação jurisdicional são inertes. 41 Princípio da Persuasão Racional do Magistrado u O Juiz decide com base nos elementos existentes no processo, mas deve avaliá-los por critérios racionais e sempre motivar suas decisões. u Atenção: no Tribunal do Júri vale a sistema do Livre Convencimento. 42 Da Lealdade Processual u Veda-se o emprego fraudulento de provas (ilícitos processuais). u Acarreta sanção de ordem processual. 43 Economia Processual uProcura da máxima eficiência na aplicação do direito. uNo processo penal não se anulam atos imperfeitos quando não prejudicarem a acusação ou a defesa e quando não influenciarem na verdade substancial ou na decisão da causa. 44 Duplo Grau de Jurisdição u Consiste na possibilidade de revisão, por via recursal, das causas já analisadas/julgadas pelo Juiz de primeiro grau. u Não é tratado de forma expressa nos textos legais e Constitucional, mas decorre da própria organização do poder judiciário. uHá casos em que o mencionado princípio não é aplicável. u JULGAMENTO PELO STF 45 Princípio do Promotor Natural u Art. 5º, LIII, CF - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente. u Não pode haver designação casuística de um determinado membro do MP (STF). 46 Identidade Física do Juiz u Não vigorava no Processo Penal; u Introduzido na reforma processual de 2008; u Veio a reforçar o princípio da oralidade u Art. 399, § 2o : O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. 47 Igualdade Processual } Nada mais é do que um desdobramento do mandamento esculpido no caput do art. 5º de nossa Constituição que nos informa de que todos são iguais perante a Lei. Assim, em juízo as partes devem ter mas mesmas oportunidades. } Atenuação: princípio do favor rei. O acusado goza de alguns privilégios em contraste com a pretensão acusatória. Exemplos: ◦ Art. 609, parágrafo único (embargos infringentes e de nulidade); art. 621 e seguintes (revisão criminal). 48 Contraditório } As partes tem o direito de não apenas produzir provas e de sustentar suas razões, mas também de vê-las seriamente apreciadas e valoradas pelo julgador. } Dessa forma elas tem o direito de ser cientificadas sobre os fatos ocorridos no processo (citações,intimações e notificações). } Tal principio foi mais uma vez prestigiado com a reforma de 2008 que proibiu (art. 155 do CPP) a fundamentação da decisão com base exclusivamente em elementos informativos. 49 Ampla Defesa • Implica no deve do Estado em proporcionar a todo o acusado a mais completa defesa, seja autodefesa (pessoal) ou técnica (efetivada por profissional do Direito inscrito na OAB). Implica, ainda, no fato de que ao Estado cabe prestar assistência jurídica e integral ao necessitados (art. 5º, LXXIV). • Decorre ainda a necessidade de se observar, como regra, a ordem natural do processo em que a defesa será a última a se manifestar. 50 Da Ação ou da Demanda uCabe sempre a parte provocar a prestação da Jurisdição, tendo em vista que os órgãos jurisdicionais são inertes. 51 uA ç ã o P e n a l Conceito uÉ o direito subjetivo de pedir ao Estado Juiz a aplicação da lei penal no caso concreto. 53 Definição do tipo de Ação Penal uSempre pelo seu titular. uAPPública – MP uAPPrivada – Particular (querelante) 54 Regra no DPM uEm regra temos a Ação Penal Pública uArt. 121 do CPM - A ação penal somente pode ser promovida por denúncia do Ministério Público da Justiça Militar. 55 Atenção u No DPM a ação pública será, por regra, incondicionada. u Excepcionalmente temos APPública Condicionada: u Requisições: do Presidente da República (art. 95, §único, da Lei nº 8457/92) ou dos Ministros da Defesa e da Justiça (art. 31 do CPPM ). u Não há ação penal pública condicionada a representação do ofendido 56 Cuidado u Atenção é possível a Ação Penal Privada Subsidiária da Pública, por força da CF. uArt. 5º, LIX, da CF: “será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal”. 57 Princípio da Obrigatoriedade da Ação Penal Pública uArt. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que houver: ua) prova de fato que, em tese, constitua crime; ub) indícios de autoria. 58 Fiscal do Princípio da Obrigatoriedade u Art. 397. Se o procurador, sem prejuízo da diligência a que se refere o art. 26, n° I, entender que os autos do inquérito ou as peças de informação não ministram os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia, requererá ao auditor que os mande arquivar. Se este concordar com o pedido, determinará o arquivamento; se dele discordar, remeterá os autos ao procurador- geral. 59 Princípio da indisponibilidade uArt. 32 do CPPM: Apresentada a denúncia, o Ministério Público Militar não pode desistir da ação penal. uArt. 512 do CPPM. O Ministério Público não poderá desistir do recurso que haja interposto. 60 Denúncia u Peça que inaugura a APPública; u Subscrita pelo MPM; u O processo tem seu início com o recebimento da denúncia (efetiva com a citação); uCompetência do Auditor u Será sempre escrita; 61 Requisitos para a Denúncia u Art. 77. A denúncia conterá: u a) a designação do juiz a que se dirigir; u b) o nome, idade, profissão e residência do acusado, ou esclarecimentos pelos quais possa ser qualificado; u c) o tempo e o lugar do crime; u d) a qualificação do ofendido e a designação da pessoa jurídica ou instituição prejudicada ou atingida, sempre que possível; u e) a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; u f) as razões de convicção ou presunção da delinquência; u g) a classificação do crime; u h) o rol das testemunhas, em número não superior a seis, com a indicação da sua profissão e residência; e o das informantes com a mesma indicação. u Dispensa de testemunhas u Parágrafo único. O rol de testemunhas poderá ser dispensado, se o Ministério Público dispuser de prova documental suficiente para oferecer a denúncia. 62 Rejeição da Denúncia u Art. 78. A denúncia não será recebida pelo juiz: u a) se não contiver os requisitos expressos no artigo anterior; u b) se o fato narrado não constituir evidentemente crime da competência da Justiça Militar; u c) se já estiver extinta a punibilidade; u d) se for manifesta a incompetência do juiz ou a ilegitimidade do acusador. 63 No caso de denúncia não preencher os requisitos u§ 1º No caso da alínea a , o juiz antes de rejeitar a denúncia, mandará, em despacho fundamentado, remeter o processo ao órgão do Ministério Público para que, dentro do prazo de três dias, contados da data do recebimento dos autos, sejam preenchidos os requisitos que não o tenham sido. 64 Prazo para oferecimento da denúncia u Art. 79. A denúncia deverá ser oferecida, se o acusado estiver preso, dentro do prazo de cinco dias, contados da data do recebimento dos autos para aquele fim; e, dentro do prazo de quinze dias, se o acusado estiver solto. O auditor deverá manifestar-se sobre a denúncia, dentro do prazo de quinze dias. Ø Não cumprimento – consequência! Ø Prazo para recebimento – 15 dias (preso ou solto) Ø Estando solto o acusado o prazo do MPM poderá ser prorrogado pelo dobro ou triplo (§1º do art. 79) 65 uForo Militar Especialidade do foro militar uArt. 82. O foro militar é especial, e, exceto nos crimes dolosos contra a vida praticados contra civil, a ele estão sujeitos, em tempo de paz: Pessoas sujeitas ao foro milita u I - nos crimes definidos em lei contra as instituições militares ou a segurança nacional: u a) os militares em situação de atividade e os assemelhados na mesma situação; u b) os militares da reserva, quando convocados para o serviço ativo; u c) os reservistas, quando convocados e mobilizados, em manobras, ou no desempenho de funções militares; u d) os oficiais e praças das Polícias e Corpos de Bombeiros, Militares, quando incorporados às Fôrças Armadas; u u II - nos crimes funcionais contra a administração militar ou contra a administração da Justiça Militar, os auditores, os membros do Ministério Público, os advogados de ofício e os funcionários da Justiça Militar. u Extensão do fôro militar u § § 1° O fôro militar se estenderá aos militares da reserva, aos reformados e aos civis, nos crimes contra a segurança nacional ou contra as instituições militares, como tais definidas em lei. (Renumerado do parágrafo único, pela Lei nº 9.299, de 7.8.1996) u § 2° Nos crimes dolosos contra a vida, praticados contra civil, a Justiça Militar encaminhará os autos do inquérito policial militar à justiça comum. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.299, de 7.8.1996) u u Foro militar em tempo de guerra u Art. 83. O fôro militar, em tempo de guerra, poderá, por lei especial, abranger outros casos, além dos previstos no artigo anterior e seu parágrafo. u Assemelhado u Art. 84. Considera-se assemelhado o funcionário efetivo, ou não, dos Ministérios da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, submetidos a preceito de disciplina militar, em virtude de lei ou regulamento. INQUÉRITO POLICIAL MILITAR u Conceito u “É o conjunto de diligências realizadas pela Polícia Judiciária Militar para apuração de uma infração penal e sua autoria, a fim de que o titular da Ação Penal possa ingressar em juízo.” u Finalidade u Fornecer ao titular da Ação Penal (Ministério Público Militar) elementos idôneos que autorizem a ingressar em juízo com a denúncia. u Caráter Inquisitivo u Inquérito não é Processo e sim um procedimento administrativo, com caráter inquisitivo. u O investigado não é SUJEITO do IPM é OBJETO. 71 CARACTERÍSTICAS DO IPM u São as mesmas do IP: Ø ESCRITO: Pois mesmo os seus atos orais serão reduzidos a termo (CPPM art. 21). Ø SIGILOSO (CPPM art. 16): o IPM busca o esclarecimento dos fatos, portanto, devem ser mantidos em sigilo os fatos sob investigação. Advogado, Juiz e Promotor Ø INQUISITIVO: o investigado é OBJETO da investigação e não sujeito do ato, daí não haver contraditório no IP. Ø INFORMAL: O IPM não é forma é conteúdo, daí que não há uma forma legal para a sua realização, nem pode haver nulidade do mesmo (somente de algum ato). Ø DISPENSÁVEL: Pois o MPM, não necessita do IPM para o oferecimento da AçãoPenal, nem mesmo é vinculado à conclusões do seu encarregado, podendo utilizar de outros elementos ( Art. 28 do CPPM) 72 POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR • A Justiça Militar , ao contrário da Comum (Art. 144 da CF/88) não possui uma Polícia Judiciária organizada em carreira. • As funções de Polícia Judiciária Militar( PJM) são exercidas pelas próprias FFAA, nos termos do Art. 7º do CPPM. • A lógica de atribuir aos próprios Militares as atribuições de PJ decorre de dois fatos: Ø A) a impossibilidade de se ter uma Delegacia em cada Unidade Militar, ou cidade Sede de Unidade Ø B) as peculiaridades da vida da caserna, que talvez não fossem compreendidos por pessoas de fora 73 Art. 7º CPPM Exercício Polícia Judiciária Militar - Comandante da Força - Chefe de Estado Maior - Cmt Mil Área - Cmt Região Militar - Ch e Dir de Dep e Dir - Cmt de Organização Militar QUEM EXERÇE A POLÍCIA JUDICIÁRIA MILITAR? 74 Formas de início do IPM u a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal, atendida a hierarquia do infrator; u b) por determinação ou delegação da autoridade militar superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada, posteriormente, por ofício; u c) em virtude de requisição do Ministério Público; u d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos do art. 25; u e) a requerimento da parte ofendida ou de quem legalmente a represente, ou em virtude de representação devidamente autorizada de quem tenha conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à Justiça Militar; u f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição militar, resulte indício da existência de infração penal militar. Indícios contra oficial de posto superior ou mais antigo no curso do inquérito u § 5º Se, no curso do inquérito, o seu encarregado verificar a existência de indícios contra oficial de posto superior ao seu, ou mais antigo, tomará as providências necessárias para que as suas funções sejam delegadas a outro oficial, nos termos do § 2° do art. 7º. Encarregadode IPM: Preferencialmente, oficial da ativa de posto não inferior ao de capitão (CPPM Art. 15), sempre de posto superiorao do Investigado, ou, no mínimo de maior antiguidade. Escrivão Designado pelo encarregado ou autoridade delegante, caindo a indicação em segundo ou primeiro-tenente, se o indiciado for oficial, e em sargento, subtenente ou suboficial, nos demais casos. As pessoas designadas no art. 7º do CPPM, podem legalmente delegar as atribuições de Polícia Judiciária Militar a outra pessoa (Militar) (CPPM art. 7º, § 1º) para garantir a eficiência. Ao Militar que recebe a delegaçãode conduziro IPM dá-se o nome de ENCARREGADO. 77 A QUESTÃO DO CORONEL MAIS ANTIGO NA POLÍCIA MILITAR u Questão recorrente na Justiça Militar Estadual é o fato de ser investigado o Coronel da ativa mais antigo da Corporação. u Nesta Hipótese o que fazer? u Neste caso, a solução mais aceita pela doutrina é a reincorporação de CORONEL da Reserva ao serviço ativo e delegar a ele as funções de encarregado. 78 PROVIDÊNCIAS PELO ENCARREGADO - arts. 12 e 13 do CPPM Art. 12. Logo que tiver conhecimento da prática de infração penal militar, verificável na ocasião, a autoridade a que se refere o § 2º do art. 10 deverá, se possível: a) dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e a situação das coisas, enquanto necessário; b) apreender os instrumentos e todos os objetos que tenham relação com o fato; c) efetuar a prisão do infrator, observado o disposto no art. 244; d) colher todas as provas que sirvam para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias. 79 Formação do inquérito Art. 13. O encarregado do inquérito deverá, para a formação deste: a) tomar as medidas previstas no art. 12, se ainda não o tiverem sido; b) ouvir o ofendido; c) ouvir o indiciado; d) ouvir testemunhas; e) proceder a reconhecimento de pessoas e coisas, e acareações; f) determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outros exames e perícias; g) determinar a avaliação e identificação da coisa subtraída, desviada, destruída ou danificada, ou da qual houve indébita apropriação; h) proceder a buscas e apreensões, nos termos dos arts. 172 a 184 e 185 a 189; i) tomar as medidas necessárias destinadas à proteção de testemunhas, peritos ou do ofendido, quando coactos ou ameaçados de coação que lhes tolha a liberdade de depor, ou a independência para a realização de perícias ou exames. Reconstituição dos fatos Parágrafo único. Para verificar a possibilidade de haver sido a infração praticada de determinado modo, o encarregado do inquérito poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública, nem atente contra a hierarquia ou a disciplina militar. Incomunicabilidade do Preso (CPPM - art. 17) No atual cenário Constitucional (artigo 136, § 3º, IV), a questão é discutível, havendo duas correntes: 1) não permitida em qualquer hipótese - Tourinho e Mirabete 2) permitida até 3 dias – Afrânio Silva Jardim, Damásio E. de Jesus e Vicente Greco Filho Entretanto, ainda que se entenda possível a incomunicabilidade, a prisão terá que ser comunicada imediatamente à autoridade judiciária e a incomunicabilidade será decretada pelo juiz. Além disso, o preso tem sempre direito à assistência de seus familiares e advogado. São garantias constitucionais previstas no artigo 5º, incisos LXII e LXIII, da CF: LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoaporele indicada; LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lheassegurada a assistência da família e de advogado; 81 O PROBLEMA DO ART. 18 DO CPPM Art. 18. Independentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar detido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comunicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, mediante solicitação fundamentada do encarregado do inquérito e por via hierárquica. Há quem defenda a constitucionalidade desse dispositivo com base no art. 5º , LXI (LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei), limitando a sua validade somente aos crimes propriamente militares em que haveria a dispensa de ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária . Para nós não foi recepcionado, pois o real sentido do art. 5º, LXI da CF/88 é admitir a CAPTURA independente de Mandado de Prisão, não a manutenção , ou o encarceramento do agente. O art. 18, não trata de captura, mas sim de modalidade de prisão provisória (equivalente a prisão temporária no Direito Comum) que exige fundamentação e ordem escrita. 82 Momento da Inquirição uArt. 19. As testemunhas e o indiciado, exceto caso de urgência inadiável, que constará da respectiva assentada, devem ser ouvidos durante o dia, em período que medeie entre as sete e as dezoito horas. uNão pode ser ouvida por mais de 4 horas consecutivas. PRAZO DO IPM ( CPPM Art. 20) Indiciado Preso Indiciado Solto Prazo para a Conclusão 20 Dias 40 dias Prorrogação Não admite Por mais 20 dias pela autoridade militar superior (mas a praxe é requerer ao Juiz) Termo Inicial do Prazo A partir da prisão do indiciado A partir da Instauração do IPM 84 RELATÓRIO E SOLUÇÃO u Relatório IPM( art. 22) u - Mencionar diligências feitas, pessoas ouvidas e resultados obtidos, com indicação do dia, local e hora em que ocorreu o fato. u - Na conclusão deverá dizer se há ou não crime ou transgressão disciplinar u - Não há necessidade de capitular o delito (enquadrar no CPM). Solução( Art. 22, § 1º) n - No caso de ter sido delegada a atribuição para a abertura do inquérito, o seu encarregado enviá- lo-á à autoridade de que recebeu a delegação, para que lhe homologue ou não a solução, aplique penalidade, no caso de ter sido apurada infração disciplinar, ou determine novas diligências, se as julgar necessárias. n Discordando da solução dada ao inquérito, a autoridade que o delegou poderá avocá-lo e dar solução diferente. 85 ARQUIVAMENTO u A autoridade militar não pode determinar o arquivamento do IPM (Art. 24 do CPPM), mesmo que não identificada a autoria ou tenha entendido pela inexistência de crime militar. u Após a solução os autos são remetidos à Justiça Militar que abre vista ao MPM para requerer o que de direito. 86 Opções do Promotor Militar ua) Solicitar novas diligências; ub) Oferecer denúncia; uc) Pedir o arquivamento do IPM ao Juiz-Auditor uD) Requerer o envio a outro órgão do PJ Novo IPM u Art 25. O arquivamento de inquérito não obsta a instauração de outro, se novas provas aparecerem em relação ao fato, ao indiciado ou a terceira pessoa, ressalvados o caso julgado e os casos de extinção da punibilidade. u § 1º Verificando a hipótese contida neste artigo, o juiz remeterá os autos ao Ministério Público, para os fins do disposto no art. 10, letra c. (iniciar) u § 2º O Ministério Público poderá requerer o arquivamento dos autos, se entender inadequada a instauração do inquérito. Devolução de autos de inquérito u Art. 26. Os autos de inquérito não poderão ser devolvidos a autoridade policial militar, a não ser: u I — mediante requisição do Ministério Público, para diligências por ele consideradas imprescindíveis ao oferecimento da denúncia; u II — por determinação do juiz, antes da denúncia, para o preenchimento de formalidades previstas neste Código, ou para complemento de prova que julgue necessária. u Parágrafo único. Em qualquer dos casos, o juiz marcará prazo, não excedente de vinte dias, para a restituição dos autos. Suficiência do auto de flagrante delito u Art. 27. Se, por si só, for suficiente para a elucidação do fato e sua autoria, o auto de flagrante delito constituirá o inquérito, dispensando outras diligências, salvo o exame de corpo de delito no crime que deixe vestígios, a identificação da coisa e a sua avaliação, quando o seu valor influir na aplicação da pena. A remessa dos autos, com breve relatório da autoridade policial militar, far-se-á sem demora ao juiz competente, nos termos do art. 20. (prazo) Dispensa de Inquérito u Dispensa de Inquérito u Art. 28. O inquérito poderá ser dispensado, sem prejuízo de diligência requisitada pelo Ministério Público: u a) quando o fato e sua autoria já estiverem esclarecidos por documentos ou outras provas materiais; u b) nos crimes contra a honra, quando decorrerem de escrito ou publicação, cujo autor esteja identificado; u c) nos crimes previstos nos art. 341 e 349 do Código Penal Militar. u Art. 341 – desacato a autoridade judiciária no exercício das suas funções u Art. 349 – desobediência a decisão judicial Discordância no arquivamento do IPM u Art. 397. Se o procurador, sem prejuízo da diligência a que se refere o art. 26, n° I, entender que os autos do inquérito ou as peças de informação não ministram os elementos indispensáveis ao oferecimento da denúncia, requererá ao auditor que os mande arquivar. Se este concordar com o pedido, determinará o arquivamento; se dele discordar, remeterá os autos ao procurador-geral. Peculiaridades: u Caso o Juiz-Auditor não concorde com o pedido de arquivamento feito pelo MPM, deve encaminhar os autos à Câmara de Coordenação e Revisão do MPM (art. 136, IV, da Lei Complementar nº 75/93), que opinará sobre a situação (não vinculativa) e, em seguida, o o PGJM decide se é ou não caso de oferecer a denúncia. u No caso de o PGJM entender que é hipótese de oferecimento de denúncia, ele indicará algum membro do MPM para oferecer a ação penal militar. u Todavia, se o PGJM concordar com o arquivamento, o IPM será definitivamente arquivado (art. 397, caput e § 1º, do CPPM). PRISÃO EM FLAGRANTE DELITO Prof. Ms. Mauro Cesar Maggio Stürmer Possibilidade de Prisão Importante u Civil u Ordem escrita e fundamenta da autoridade judiciária u Flagrante delito u Militar u Ordem escrita e fundamenta da autoridade judiciária u Flagrante delito u Transgressão disciplinar u Crime propriamente militar 95 Auto de Prisão em Flagrante Conceito • O termo flagrante – latim flagrare – que queima. Conceito: • Medida restritiva de liberdade, de natureza cautelar, consistente na prisão, independente de ordem escrita do juiz competente, de quem é: – surpreendido cometendo – ou logo após ter cometido um delito 96 Auto de Prisão em Flagrante Previsão Legal • Art. 243 do CPPM - Qualquer pessoa poderá e os militares deverão prender quem for insubmisso ou desertor, ou seja encontrado em flagrante delito. • Art. 244 Considera se em flagrante delito aquele que: • a) está cometendo o crime • b) acaba de cometê-lo • c) é perseguido logo após o ato delituoso em situação que faça acreditar ser ele o autor • d) é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos, material ou papéis, que façam presumir a sua participação no fato delituoso 97 Espécies de Flagrantes u Flagrante Facultativo ou obrigatório (art. 243 do CPP) u Flagrante Próprio (Art. 244, 'a' e 'b' do CPPM) – cometendo ou acaba de cometer u Flagrante Impróprio (art. 244, 'c' do CPPM) – perseguido u Flagrante Presumido (art. 244, d' do CPPM) - encontrado u Flagrante Esperado u Flagrante Retardado (Lei 12.850/2013) u Flagrante Eficiente (Lei 11.113 /05) – Art. 304 do CPP u Flagrante Provocado ou Preparado - Súmula 145 STF 98 Auto de Prisão em Flagrante uCrimes permanentes uSão aqueles que sua consumação se prolonga no tempo. u Ex.: sequestro – Art. 225 do CPM u Ingresso em “casa” - domicílio – garantia da Constitucional 99 Auto de Prisão em Flagrante Conceito _ Deserção e Insubmissão • Crime de Deserção e Insubmissão • Deserção (art. 187 CPM) – 8 dias • Insubmissão (art. 183 CPM) – Deixar de se apresentar ou, apresentando-se, ausentar-se antes do ato oficial de incorporação. • Crimes permanente (DPU – CESPE) • Deserção e Insubmissão: crime de mera conduta (STM) • O que sujeita o desertor e o insubmisso a restrição de liberdade.... TERMO DE DESERÇÃO (Exceção Constitucional). 100 Auto de Prisão em Flagrante Sujeitos ¡ Presidente ¡ Escrivão ¡ Condutor ¡ Testemunhas ¡ Vítima ¡ Sujeito Passivo - preso ¡ Advogado ¡ “O Estado não tem o dever de manter advogados nas repartições policiais para assistir interrogatórios de presos; a Constituição assegura, apenas, o direito de o preso ser assistido por advogado na fase policial. (STF – 2ª Turma – Rel. Min. Maurício Corrêa, DJU 16.08.1996, p. 28.108)” 101 Auto de Prisão em Flagrante Rol dos Legitimados para a Presidência do APFD u Art. 245 do CPPM u Comandante u Oficial de Dia u Oficial de Serviço u Oficial de Quarto u Doutrina: Médico de Dia, Superior de Dia, Fiscal de Dia u Importante: substituição legal do Comandante da OM. 102 Auto de Prisão em Flagrante Rol dos Legitimados para a Presidência do APFD u Cuidado: não há necessidade de Portaria – como ocorre no IPM u ( Parágrafo Primeiro do art. 7 do CPPM) 103 Auto de Prisão em Flagrante Sujeitos uEscrivão uPreso – Oficial: Capitão-Tenente, 1º ou 2º Tenente uPreso – Praça ou Civil: SO/ST ou SGT uImpossibilidade: Qualquer pessoa Idônea (art. 245, Parágrafo 5º do CPPM) uTodos deverão prestar compromisso legal 104 Auto de Prisão em Flagrante Não poderão ser presos em Flagrante ¡ Menores - inimputáveis ¡ Diplomatas – tratados internacionais ¡ Art. 281, parágrafo único do CPM. ¡ Fuga após acidente de trânsito ¡ Art. 281. Causar, na direção de veículo motorizado, sob administração militar, ainda que sem culpa, acidente de trânsito, de que resulte dano pessoal, e, em seguida, afastar-sedo local, sem prestar socorro à vítima que dele necessite: ¡ Isenção de prisão em flagrante ¡ Parágrafo único. Se o agente se abstém de fugir e, na medida que as circunstâncias o permitam, presta ou providencia para que seja prestado socorro à vítima, fica isento de prisão em flagrante. ¡ Presidente da República (Art. 86, par. 3º da CF) ¡ Todo aquele que se apresentar a Autoridade Policial Militar (24 horas – folclore) § Não existe flagrante por apresentação – STF 105 Auto de Prisão em Flagrante Lavratura do Auto u Comunicações Necessárias uJuiz Auditor Militar (CF) – Plantão Judiciário – CNJ u Art. 4º, alínea “c”, Lei 4.898/65 – Abuso de Autoridade uMinistério Público Militar (LC 75/ 93 Art. 10) uDefensoria Pública da União (Advogado) uFamília do Preso ou pessoa por ele indicada. 106 Auto de Prisão em Flagrante Providências Preliminares u Juntamente com as comunicações deve-se informar aos preso seus direitos: u Assistência da Família u Assistência de um Advogado ou da DPU u Franqueado Telefone (55 3217 9110) u Identificação dos responsáveis por sua prisão 107 Auto de Prisão em Flagrante Providências Preliminares uComo provar que tais direitos foram assegurados ao Preso. u“Mulher de Cesar” uCertidões u Certidão uCertifico que, nesta data, às xx horas, foi comunicada a pessoa xxx/ foi o preso cientificado de quem é o responsável por sua prisão/ etc .... 108 Auto de Prisão em Flagrante Lavratura do Auto uOrdem de Oitiva no APF u Condutor (podendo ser considerado uma testemunha-vítima) u Ofendido (se houver) u Testemunhas u Preso u Cuidado: Vítima nunca antes do condutor e nem após o preso 109 Auto de Prisão em Flagrante Roteiro do APFD u 1º Apresentação do Preso (Cmt ou Oficial) u 2º Oitiva do Condutor u 3º Qualificação do Preso u 4º Oitiva da Vítima, se possível u 5º Oitiva das Testemunhas u 6º Interrogatório do Preso (silêncio) u 7º Recolhimento do Preso à Prisão (prerrogativa – separação – incomunicabilidade) u 8º Entrega da Nota de Culpa – 24 horas u 9º Exame de Corpo de Delito, Busca e Apreensão (ordem judicial), demais diligências.. u 10º Remessa dos autos a Auditoria Militar 110 Auto de Prisão em Flagrante Questões Pontuais u Falta de Testemunha u Duas que tenham, ao menos, presenciado a lavratura do Auto. u Recusa ou impossibilidade de assinar o Auto ou a Nota de Culpa u Auto: duas testemunhas que tenham ouvido sua leitura para o Preso u Nota de Culpa: testemunharam a efetiva entrega da mesma ao preso u Prisão em lugar não sujeito a ADM Militar u Poderá lavrar o auto Autoridade Civil e Autoridade Militar 111 • Avaliação da Coisa Furtada • Compromisso dos Peritos (Sempre dois. Diferente do Direito Processual Pena Comum) • Juntar as “a fé de ofício ou alterações” militares • Exame de Corpo de Delito, antes de recolher o preso a Prisão 112 Auto de Prisão em Flagrante Relaxamento da Prisão u Art. 247, parágrafo 2º do CPPM u 2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta inexistência de infração penal militar ou a não participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em se tratando de infração penal comum, remeterá o preso à autoridade civil competente. u Não foi recepcionado pela CF de 1988 (majoritário) u CMT e Oficial de Dia: Autoridades Administrativas u Somente autoridades Judiciárias – Art. 5º, LXV da CF) u A prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária. 113 Auto de Prisão em Flagrante Remessa à Auditoria Militar • Imediatamente – não havendo necessidade de diligências • Diligências em até 5 dias • Consequência: o Juiz Homologa ou Relaxa • Situação do Preso: Sub judice e sob custódia do CMT • Autoridade Coatora – Habeas Corpus – Antes da (CMT) – Após a Homologação (JA ou JAS) • Devolução a OM (Requerimento do MPM) 114 Direito ao Silêncio Inconstitucionalidade do Art. 305 do CPPM • Art. 305. Antes de iniciar o interrogatório, o juiz observará ao acusado que, embora não esteja obrigado a responder às perguntas que lhe forem formuladas, o seu silêncio poderá ser interpretado em prejuízo da própria defesa. 115 uTESTEMUNHAS Testemunhas uPessoa, diversa das partes, que é chamada a juízo para prestar informações sobre o que está sendo decidido no processo. uNo direito processual penal qualquer pessoa poderá ser testemunha. 117 Características da prova testemunhal u Judicialidade – quem ouve a testemunha é o juiz, momento em que será oportunizada a realização do contraditório. u Oralidadade: O depoimento testemunhal será prestado de modo oral, reduzido a termo, não podendo limitar o seu depoimento à simples declaração de confirma o que prestou no inquérito. u Objetividade: A testemunha depõe sobre fatos, não podendo emitir qualquer opinião u (Art. 357 do CPPM: O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.) u Restrospectividade – Testemunha depõe sobre fatos passados. u Individualidade – Cada testemunha depõe separadamente das demais u (Art. 353 do CPPM. As testemunhas serão inquiridas cada um per si, de modo que uma não possa ouvir o depoimento da outra.) 118 Classificação uNumerárias uPrestam compromisso uDentro do número legal uExtranumerárias uReferidas uSuplementares u Art. 356, caput, do CPPM: O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. u Informantes uNão prestam compromisso (menores de 14 anos, doentes mentais, pais, filhos, afim em linha reta, cônjuge e companheiro do acusado) 119 Número de testemunhas u Rito ordinário u 6 (seis) uMais de 3 acusados o MPM terá direito a arrolar mais 3 testemunhas (art. 417, § 1º do CPPM) u Rito sumário (deserção e insubmissão) u 3 (três) 120 Comparecimento obrigatório u Art. 347, § 2º, do CPPM: A testemunha que, notificada regularmente, deixar de comparecer sem justo motivo, será conduzida por oficial de justiça e multada pela autoridade notificante na quantia de 1/20 (um vigésimo) a 1/10 (um décimo) do salário mínimo vigente no lugar. Havendo recusa ou resistência à condução, o juiz poderá impor-lhe prisão até (quinze) dias, sem prejuízo do processo penal por crime de desobediência. 121 Testemunha militar u Requisitada por intermédio de seu Comandante. u No caso de não comparecimento, além das consequências que todas as testemunhas estão sujeitas, poderá responder por crime de desobediência. 122 Art. 348 – não recepção u Art. 348. A defesa poderá indicar testemunhas, que deverão ser apresentadas independentemente de intimação, no dia e hora designados pelo juiz para inquirição, ressalvado o disposto no art. 349. u Princípio da paridade de armas. u Se as testemunhas do MPM são intimadas, as testemunhas da defesa também devem ser. 123 Prerrogativa de serem ouvidas pelo Juiz/Conselho em local, dia e hora previamente ajustados u Algumas autoridades tem essa prerrogativa (art. 350 do CPPM) u Atenção: segundo o STJ, essa prerrogativa subsiste somente quando ela não for indiciada ou acusado no processo. uSTJ. 5ª Turma. HC 250.970-SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/9/2014 - Info 547 124 Número de testemunhas u Rito Ordina ́rio: O MPM pode arrolar até 6 testemunhas no momento do oferecimento da denúncia (art.77, “h”, do CPPM). Cada acusado também pode arrolar até 6 testemunhas no prazo de 5 dias apo ́s a oitiva da última testemunha de acusac ̧ão (art. 417, §2o, do CPPM). u Ainda qe o art. 417, §2o, do CPPM mencione que a Defesa arrolara ́ até 3 testemunhas de defesa, a doutrina e a jurisprudência são tranquilas no sentido de ser garantida a mesma quantidade de testemunha às partes, tudo isso para prestigiar o princi ́pio da paridade de armas. Numero de Testemunhas u Rito Suma ́rio: destinado à deserc ̧ão e à insubmissão. A defesa pode arrolar até 3 testemunhas de defesa (art. 457, §4o, do CPPM) noprazo de 3 dias apo ́s a oitiva das testemunhas de acusac ̧ão. u Na pra ́tica, é muito raro o MPM arrolar testemunha nos crimes de deserc ̧ão e de insubmissa ̃o. Em raza ̃o do princi ́pio da paridade de armas, a acusação pode arrolar até 3 testemunhas. Deveres das testemunhas: u 1) Dever de depor; u Exceções: Art. 354, 355 do CPPM e art. 53, par. 5 da CF. u 2) Dever de comparecer em juízo; u Exceções: art 350 do CPPM e Precatórias u 3) Dever de prestar compromisso de dizer a verdade; u Art. 352, par. 3 do CPPM u 4) dever de identificar-se; u 5) dever de comunicar eventual alteração de residência. Observações finais u Na JM vigora o sistema presidencialista. Não vigora no processo penal militar o u sistema de inquiric ̧ão direta (cross examination), que atualmente vigora no CPP comum. u Ordem das testemunhas: u 1o lugar - depõe as testemunhas de acusação; u 2o lugar - depõe as testemunhas de defesa. u Art. 363. Se qualquer testemunha tiver de ausentar-se ou, por enfermidade ou idade avançada, inspirar receio de que, ao tempo da instrução criminal, esteja impossibilitado de depor, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, tomar-lhe antecipadamente o depoimento.
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