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IanCrofton-OPequenoLivroDaGrandeHistoriaMundo-141-230-píginas-46

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anterior,	 o	 imperador	 do	 Oriente,	 Justiniano,	 havia	 embarcado	 em	 uma
ambiciosa	campanha	de	reconquista.	Mas	o	caos	e	a	devastação	infligidos	pela
peste	abalaram	todos	os	sonhos	de	reunificação.
A	Peste	Negra	que	veio	da	Ásia	 no	 século	14,	matando	 talvez	um	 terço	da
população	 da	 Europa,	 foi	 provavelmente	 uma	 mistura	 de	 peste	 bubônica,
pneumônica	 e	 septicêmica.	 A	 Peste	 Negra	 foi	 um	 ponto	 de	 virada	 na	 história
social,	econômica	e	intelectual	da	Europa.	Com	grande	parte	da	força	de	trabalho
agrícola	morta,	aqueles	que	sobreviveram	puderam	exigir	salários	mais	altos.	Os
proprietários	 de	 terra	 resistiram,	 o	 que	 provocou	 revoltas	 camponesas.	Muitos
consideravam	a	Peste	Negra	como	um	sinal	do	desgosto	de	Deus,	 tanto	com	o
seu	 povo	 quanto	 com	 a	 sua	 Igreja.	 Consequentemente,	 vários	 grupos
questionaram	a	autoridade	papal,	 antecipando	a	Reforma	Protestante	do	 século
16.
A	 Peste	 Negra	 se	 espalhou	 pela	 Europa	 a	 partir	 do	Mar	 Negro	 através	 de
navios	 de	 comerciantes	 genoveses.	 No	 século	 16,	 as	 “viagens	 de	 descoberta”
europeias	para	o	Novo	Mundo	causaram	devastação	semelhante	(veja	a	p.	182).
“Onde	 estão	 nossos	 queridos	 amigos	 agora?	 Onde	 estão	 os	 rostos
amados?	(…)	Que	tempestade	os	afogou?	Que	abismo	os	engoliu?	Havia
uma	multidão,	agora	estamos	quase	sozinhos.”
Petrarca,	poeta	italiano	do	século	14,	expressando	a
solidão	dos	sobreviventes	da	Peste	Negra
No	 início	 do	 século	 20,	 houve	 uma	 revolução	 em	 nossa	 capacidade	 de
compreender	 as	 causas	 das	 doenças,	 mas	 isso	 não	 impediu	 o	 surgimento	 de
novas	 pandemias.	 Embora	 surtos	 de	 gripe	 tenham	 ocorrido	 durante	 séculos,	 a
tensão	que	varreu	o	mundo	em	1918--1919,	conhecida	como	“gripe	espanhola”,
causou	uma	devastação	sem	precedentes.	Estimativas	de	mortalidade	variam	de

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