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A LONGA ESTRADA RUMO À TOLERÂNCIA A intolerância religiosa é quase tão antiga quanto a própria religião. Quando a crença se baseia na ideia de uma batalha do bem contra o mal, ela pode acarretar um senso de certeza incontestável, uma convicção de que qualquer um que tenha crenças diferentes seja odioso e mereça ser condenado à morte. A perseguição de dissidentes costuma acontecer quando a religião já está institucionalizada. Sempre que isso ocorre, a per-seguição preserva o poder e defende a doutrina. Em muitos casos, a religião institucionalizada tem sido aliada do poder do Estado (ou mesmo controlada por ele). Um dos títulos dos imperadores romanos era pontifex maximus, “sumo sacerdote”. Os romanos toleravam uma variedade de religiões, muitos até se uniam a cultos como o mitraísmo. Mas os primeiros cristãos foram vistos como uma ameaça: eles atraíam as pessoas sem posses e falavam sediciosamente de uma construção do reino de Cristo na Terra. Isso resultou em perseguições até que os imperadores romanos decidiram adotar o cristianismo. Assim, a Igreja tornou-se um instrumento do poder do Estado e, por sua vez, perseguiu as minorias religiosas consideradas hereges. Às vezes, aqueles que estavam no poder reconheciam que a tolerância, o pensamento criativo, a inovação e o pluralismo contribuíam para uma sociedade mais feliz e mais próspera. Na China imperial, três religiões – confucionismo, taoismo e budismo – coexistiam pacificamente. Na Índia, no final do século 16, Akbar, o maior dos imperadores mogóis, procurou manter unido seu vasto império conferindo tolerância religiosa a todos os seus súditos, fossem hindus, siques ou jainistas, mesmo sendo ele muçulmano. No entanto, um século depois,
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