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Direito Civil – das Coisas 1 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Capítulo III > Tem natureza possessória, a ação que tiver a posse como fundamento- causa de pedir e o pedido (pretensão); Fungibilidade das 3 medidas: “ A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o Juiz conheça do pedido e outorgue proteção legal correspondente àquela, cujos pressupostos estejam provados”. Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados. Direito Civil – das Coisas 2 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Capítulo III Caráter dúplice das ações possessórias – litigante autor e réu simultaneamente - é lícito pleitear seus direitos e reclamar perdas e danos na contestação; 556 CPC Transmudação de uma ação em outra; Princípio da instrumentalidade das formas; Se o réu quiser pedir a proteção possessória ou a indenização por outro meio que não seja a contestação carecerá de interesse processual. ( Nelson Nery Junior) Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor. Direito Civil – das Coisas 3 AÇÕES POSSESSÓRIAS – CLASSIFICAÇÃO DA POSSE QUANTO AO TEMPO 558 CPC Ameaça, turbação e esbulho – novos (menos de 1 ano e 1 dia) – ação de força nova - Procedimento especial – admite-se liminar; Ameaça, turbação e esbulho – velhos (pelo menos 1 ano e 1 dia) – ação de força velha - procedimento comum – não se admite a concessão liminar; Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial. Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório. Direito Civil – das Coisas 4 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Procedimento: ação de força nova e força velha > concessão da liminar - tem natureza satisfativa, não tendo como objetivo resguardar o resultado prático do processo, mas restabelecer, o mais rápido possível, o “status quo ante” alterado pelo esbulho ou turbação. Momento da concessão: antes da citação do réu ou após a audiência de justificação prévia. Antes, se provar: - posse; -turbação ou esbulho e a data do ocorrido; - Continuação ou perda da posse Direito Civil – das Coisas 5 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Procedimento: ação de força nova e força velha > Ausentes os requisitos de prova: autor justifica o pedido de tutela liminar em audiência mediante a citação do réu; Audiência de justificação - produção de provas, o juiz decidirá sobre o pedido de liminar; Concedido ou não o mandado liminar – autor deve criar condições para a citação do réu;Art. 564Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias. Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar. Direito Civil – das Coisas 6 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Foro - situação do bem; Contagem do Prazo - a partir da consumação do esbulho ou turbação – quando não há mais resistência do possuidor; Juizado Especial Cível – limite de alçada Defesa do Réu - contestação, pode haver a reconvenção. Alegações - não preenchimento dos requisitos do artigo 561 requerendo a improcedência da ação ou a extinção do processo sem a resolução do mérito Provas - situação fática - oitiva de testemunhas com predominância; Direito Civil – das Coisas 7 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Cumulação de Pedidos: Art. 555 CPC - Pode o autor cumular ao pedido possessório: a) Condenação em perdas e danos; (danos emergente, lucros cessantes e dano moral) b) Indenização dos frutos; c) Evitar nova turbação ou esbulho; Para o cumprimento da tutela : cominação de pena – multa (astreintes) diária; Prescrição - 10 anos e 1 ano e 1 dia (rito especial) Direito Civil – das Coisas 8 EXIGÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO Art. 559 - “Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente”. - Liminar que paralisa as obras vultuosas – não confirmada – requerido tem direito a indenização – prejuízos; - Não prestando a caução, a coisa litigiosa será depositada judicialmente. A caução poderá ser real, fidejussória e na sua ausência depósito da coisa litigiosa. Direito Civil – das Coisas 9 EXIGÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO Ônus da prova – réu - falta de idoneidade financeira do autor; O autor deve provar a sua idoneidade e higidez financeira; Juiz não está adstrito a deferir, sempre, o pedido de caução. Poder discricionário - sensibilidade e bom senso; Direito Civil – das Coisas 10 AÇÕES POSSESSÓRIAS: Inovações do Novo Código de Processo Civil: ( acréscimo) (artigo 565 e parágrafos) 1) Legitimidade coletiva; 2) possibilidade de mediação em conflitos derivados da posse dos bens; 3) Polo passivo – grande número de pessoas – citação pessoal dos dos ocupantes que forem encontrados no local e citação por edital dos demais; 3.1 – determinada a intimação do Ministério Público; 3.2. – pessoas em situações de hipossuficiência econômica – Defensoria Pública; 3.3. audiência de mediação – obrigatória; 3.4 – Juiz pode realizar a inspeção judicial, comparecendo a área do litígio; 4) Juiz pode valer-se de anúncios em jornais, ou rádios locais – publicidade; Direito Civil – das Coisas 11 DIFERENÇA ENTRE JUIZO POSSESSÓRIO E PETITÓRIO A ação possessória é o meio de tutela da posse perante uma ameaça, turbação ou esbulho. A sua propositura instaura o juízo possessório, em que se discute o jus possessionis (posse autônoma ou formal). A ação petitória é o meio de tutela dos direitos reais, de propriedade ou outro. No juízo petitório se invoca o jus possidendi (posse causal). Art. 557 - Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa. Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa. Direito Civil – das Coisas 12 DIFERENÇA ENTRE JUIZO POSSESSÓRIO E PETITÓRIO A consequência prática da proibição é que poderá o possuidor não proprietário, desde que ajuíze ação possessória, impedir a recuperação da coisa pelo seu legítimo dono, pois este ficará impedido de recorrer à reivindicatória até que a possessória seja definitivamente julgada. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor como ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa; Há a possibilidade de pleito petitório relativo a propriedade em ação possessória, desde que em face de terceiros; Proprietário do bem tentando recuperar a posse que nunca exerceu o correto seria o ajuizamento da ação de domínio – reivindicatória; Direito Civil – das Coisas 13 DIFERENÇA ENTRE JUIZO POSSESSÓRIO E PETITÓRIO No juízo possessório só se discute a posse, não se pode alegar domínio; No juízo petitório a discussão versa sobre o domínio, sendo secundária a questão daquela. O Supremo Tribunal Federal, na Súmula 487, assentou: “Será deferida a posse a quem evidentemente tiver o domínio, se com base neste for disputada”. DireitoCivil – das Coisas 14 OUTRAS MEIOS PARA TUTELA DA POSSE - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS Ações Possessórias - causa de pedir e pedido – posse ( ameaça, turbação e esbulho) Não tem caráter possessório puro – pedido se funda ou no direito de propriedade, ou no direito obrigacional de devolução da coisa, ou na proteção contra atos judiciais de constrição etc. Imissão na posse, Ação Reivindicatória, Nunciação de Obra Nova, Embargos de terceiro Direito Civil – das Coisas 15 OUTRAS MEIOS PARA TUTELA DA POSSE - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS Nunciação de Obra Nova - Não está prevista no CPC mas é admitida - A cada pretensão deve existir uma ação que a garanta (CC, art. 189). Pedido que pose ser incluído no rol de pedidos das ações pelos possuidores e proprietários. Objetivo: Impedir aquele que tem posse e/ou propriedade nova obra em prédio vizinho prejudique o confinante, ou esteja em desacordo com as normas administrativas; Direito Civil – das Coisas 16 OUTRAS MEIOS PARA TUTELA DA POSSE - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS Nunciação de Obra Nova Fundamento - preservação ao direito dos vizinhos (CC, art. 1.299), bem como nas disposições dos arts. 1.300, 1.301 e 1.302, que impõem ao proprietário o dever de construir de maneira que o seu prédio não despeje águas, diretamente, sobre o prédio vizinho, proibindo-o, ainda, de abrir janelas, ou fazer eirado, terraço ou varanda, a menos de metro e meio do terreno vizinho. Direito Civil – das Coisas 17 OUTRAS MEIOS PARA TUTELA DA POSSE - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS Ação de Imissão na posse – ação petitória Fundada na propriedade; O autor - adquirente de um bem, nunca ingressou na posse; Alienante recusa a entregar a coisa - transmissão da posse; Objetivo: obter pela primeira vez a posse da coisa; Como nunca teve posse não pode valer-se dos interditos possessórios; Quando ocorre a transmissão da posse jurídica ao adquirente, não acompanhada da entrega efetiva do imóvel, o alienante torna-se esbulhador, ficando o primeiro autorizado a propor contra ele ação de reintegração de posse. Direito Civil – das Coisas 18 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS IMISSÃO NA POSSE - Arrematação de imóveis - carta de arrematação - posse dos bens arrematados em poder de devedores ou terceiros; “Uma vez ultimada a execução, com arrematação do bem penhorado, e expedida a correspondente carta, cabível se mostra a imissão na posse do bem arrematado, ainda que pendente apelação, recebida no efeito devolutivo, da sentença que julgou improcedentes os embargos à arrematação”. Direito Civil – das Coisas 19 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS IMISSÃO NA POSSE Superior Tribunal de Justiça: “o adquirente, em hasta pública, de bem que se encontra em poder do executado como depositário, será imitido na respectiva posse mediante mandado, nos próprios autos da execução, desnecessária a propositura de outra ação. O possuidor do bem penhorado passa a depositário, atuando como auxiliar do juízo, e cujas determinações haverá de obedecer incontinenti” . Direito Civil – das Coisas 20 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS IMISSÃO NA POSSE > ação de natureza real e de seu caráter petitório; > Presença de ambos os cônjuges; , Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I - que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; Direito Civil – das Coisas 21 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS IMISSÃO NA POSSE Bens imóveis, ou direito reais – litigio; "O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens." . “ Tem-se admitido, porém, que possa ser ajuizada pelo compromissário comprador, com compromisso irretratável, devidamente registrado e integralmente quitado”. , Direito Civil – das Coisas 22 OUTRAS AÇÕES - AÇÕES AFINS DO DOS INTERDITOS POSSESSÓRIOS REIVINDICATÓRIA Baseada no domínio; Ação petitória; Legitimidade – proprietário; Objetivo - reaver, com base no seu direito, a posse da coisa que está indevidamente com terceiro; , Direito Civil – das Coisas 23 GILDO DOS SANTOS, “cuida de domínio e posse que se perderam por ato injusto de outrem. Na imissão, a situação é diversa. O proprietário quer a posse que nunca teve. Não perdeu o domínio, nem a posse. Tem o domínio e quer a posse também, na qual nunca entrou”. ReReivindicatória - cuida de domínio e posse que se perderam por ato injusto de outrem. Objetivo: Reaver a propriedade É proposta contra o atual detentor da coisa reivindicada. Pedidos: domínio e posse Imissão – o proprietário quer a posse que nunca teve. Não perdeu o domínio e nem a posse.Tem o domínio e quer a posse. Objetivo: Consolidar a propriedade É proposta contra o alienante. Pedidos: consolidar em concreto o jus possidendi que adquiriu. Direito Civil – das Coisas 24 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS EMBARGOS DE TERCEIRO Ação formulada por um terceiro, em defesa de seus bens objeto de apreensão judicial estabelecida por medida de juiz em um processo em que não figure como parte. Finalidade – liberar o bem da constrição; Parte ativa - possuidor ou proprietário da coisa estranho a lide; Atos de constrição: penhora, arresto, depósito, sequestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário e partilha; “ esbulho judicial” Direito Civil – das Coisas 25 OUTRAS AÇÕES AFINS AS POSSESSÓRIAS EMBARGOS DE TERCEIRO > Embargos de Terceiro não é ação possessória > Ato que aflige o direito possessório que deriva de ordem judicial; > Ação possessória - violação de posse decorra de ato particular ou da administração; Diferenças entre as ações possessórias e os embargos de terceiro: reside nas características que assume o ato perturbador da posse. O esbulho, a turbação e a ameaça que justificam as ações possessórias são atos ilícitos. O ato de perturbação que dá origem aos embargos de terceiro é lícito, pois advém do cumprimento de uma ordem judicial. Direito Civil – das Coisas 26 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS EMBARGOS DE TERCEIRO > a apreensão do bem é efetuada por oficial de justiça, em cumprimento de mandado judicial, enquanto naquelas é feita por um particular. Só quem tem ou teve posse pode ajuizar ação possessória. legitimidade ativa- a pessoa do ‘proprietário, inclusive o fiduciário’; Direito Civil – das Coisas 27 EMBRAGOS DE TERCEIRO Art. 674 - Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro. I – o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843; II – o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução; III – quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte; IV – o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos. Direito Civil – das Coisas 28 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Legitimidade para oposição de embargos de terceiro (artigo 674, parágrafo 1º do CPC/2015) > Art. 677 “ caput” – embargante deve fazer prova sumária de suaposse ‘ou’ de seu domínio. A qualidade de terceiro é estabelecida por exclusão: quem não é parte no feito, ainda que possa vir a ser. “São cabíveis embargos de terceiro, em favor de quem, embora não tendo a posse, é titular inquestionável do domínio de bem que por tal circunstância, não pode sofrer no processo, apreensão judicial” (TJPR/RT 538/175), e, “ Direito Civil – das Coisas 29 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Prazo – 15 dias da intimação - parágrafo 4º do artigo 792 “ antes de declarar a fraude à execução, o juiz deverá intimar o terceiro adquirente, que, se quiser, poderá opor embargos de terceiro, no prazo de quinze dias”. Pedido de desconsideração da personalidade jurídica: Artigo 792, parágrafo 3º: “Nos casos de desconsideração da personalidade jurídica, a fraude à execução verifica-se a partir da citação da parte cuja personalidade se pretende desconsiderar”. Direito Civil – das Coisas 30 OUTRAS AÇÕES POSSESSÓRIAS Intimação pessoal de terceiros para eventual oposição de embargos vem expressamente consignada no parágrafo único do artigo 675, assim redigido: “Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente”. Art. 675 - Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta. Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente. Direito Civil – das Coisas 31 EMBARGOS DE TERCEIRO > Embargos de terceiro - caráter preventivo, em face de lesão ainda não ocorrida, mas iminente, não pode ser hipotético; Nessa linha decidiu o Superior Tribunal de Justiça: “Basta a simples ameaça de turbação ou esbulho para que sejam cabíveis os embargos de terceiro”. Pressupostos a) um ato de apreensão judicial; b) a condição de proprietário ou possuidor do bem; c) a qualidade de terceiro ; Direito Civil – das Coisas 32 EMBARGOS DE TERCEIRO E AÇÕES POSSESSÓRIAS Objetivo comum - interromper ato que limite a posse; Ações Possessórias – exclusivas do possuidor que ora foi esbulhado, turbado ou ameaçado da posse. Embargos de terceiro – possuidor ou proprietário que tem a posse, que não sejam parte do processo – é terceiro. Ações Possessórias - quem comete o esbulho, a turbação ou a ameaça é um particular. Embargos de terceiro - o esbulho, a turbação ou a ameaça são praticados pelo órgão judicial. Direito Civil – das Coisas 33 “Esbulho possessório caracterizado. Permanência ilícita do réu no imóvel, quando já cessada a legitimidade da ocupação em virtude da dispensa de cargo que autorizava o exercício da posse do bem” (RT, 804/401). “Comodato. Imóvel objeto do contrato não restituído quando findo o prazo contratual. Esbulho possessório caracterizado, em tese, que justifica a concessão da liminar” (RT, 779/264). “Reintegração de posse. Admissibilidade. Posse precária de locatário que, despejado, clandestinamente retorna a ocupar o imóvel. Esbulho caracterizado” (RT, 791/230) Direito Civil – das Coisas 34 “Manutenção de posse. Alegação de existência de título dominial. Irrelevância. Necessidade de comprovação do desfrute possessório. Demanda que visa assegurar ao possuidor o direito de ser mantido na sua posse” (RT, 814/291). “Reintegração de posse. Procedência. Prova testemunhal sólida e harmoniosa. Reconhecimento da posse anterior pela própria ré” (RT, 804/303). “O comprador de imóvel com ‘cláusula constituti’ passa a exercer a posse, que pode ser defendida através da ação de reintegração” (STJ, REsp 173.183-TO, 4ª T., rel. Min. Ruy Rosado de Aguiar, DJU, 19-10- 1998, p. 110). Direito Civil – das Coisas 35 “Manutenção de posse. Liminar concedida a empregador que teve sua empresa invadida por funcionários e pelo sindicato a que pertencem em face do atraso no pagamento de salários. Admissibilidade, pois tal fato não enseja a promoção de turbação ou esbulho possessório. Conduta que caracteriza exercício arbitrário das próprias razões. Possibilidade da imposição de multa que poderá ser exigida tanto do sindicato como de qualquer empregado que adentrar o recinto para exercitar seu direito de reivindicação trabalhista” (RT, 772/261).
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