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PODER JUDICIÁRIO JURISDIÇÃO • O Brasil sendo um Estado Democrático de Direito exerce seus poderes na forma da Constituição Federal. • Com fundamento da República Federativa do Brasil, está o exercício de um dos Poderes, o Poder Judiciário é quem detém o monopólio da jurisdição. • Jurisdição consiste na atividade de aplicar a lei aos casos concretos e essa função só pode ser desempenhada pelo Poder Judiciário, por isso fala-se em monopólio. • Fundamentos constitucionais: • Art. 2° São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. • Art. 5°XXXV – A Lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito. (justamente por ter ele o monopólio da jurisdição). • Mesmo na Justiça Desportiva (art. 217) a decisão final, não satisfeita uma das partes, será sempre do Poder Judiciário. • Há autores que afirmam termos hoje um Estado Fornecedor, um prestador de serviço público, no caso do Poder Judiciário, presta serviços jurisdicionais. • Busca-se através da tutela jurisdicional, uma definição para as questões litigiosas, com força de “Coisa Julgada”. ESTATUTO DA MAGISTRATURA • Art. 93 – Lei Complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: • Os princípios estabelecem critérios objetivos referentes ao ingresso na magistratura e ao desenrolar da carreira jurídica até a aposentadoria. • O artigo 93 estabelece as diretrizes de observância obrigatória pelo legislador infraconstitucional. • Hoje a vigora os dispositivos da Lei Complementar 35/79 (Lei Orgânica da Magistratura Nacional). GARANTIAS • Garantias constitucionais são atribuídas aos magistrados, para bem cumprirem sua importante função jurisdicional, e se apresentam, no Texto Maior, tripartites, a saber: irredutibilidade de vencimentos, vitaliciedade e inamovibilidade. Vêm acompanhadas de restrições, também figurantes no mesmo artigo 95, agora em seu parágrafo único, de três espécies: I - exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; II - receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; e III - dedicar-se à atividade político-partidária. Vitaliciedade • O Juiz só pode ser demitido após uma decisão judicial transitada em julgado, em processo judicial (cível tratando-se de exclusivamente sobre a demissão do magistrado ou penal). • A vitaliciedade só é adquirida após 2 anos de estágio probatório. No segundo grau pode ocorrer a nomeação pelo quinto constitucional (com a posse). Inamovibilidade • Inamovibilidade constitui-se na garantia de o magistrado não ser removido de sua unidade judiciária, exceto por vontade própria ou interesse público, este decidido por dois terços do tribunal a que estiver vinculado. Fácil é de ver a aplicação da regra para o juiz titular, em primeiro, segundo ou terceiro grau, que não pode ser removido de sua Vara, de seu cargo no regional ou no tribunal superior, contra sua vontade. • Décio Cretton a conceitua como “garantia constitucional dos magistrados que consiste em não poderem sofrer remoção, transferência e até promoção sem seu pedido e seu consentimento, exceto em questão de excepcional interesse público” 3. Entre as possibilidades de supressão da referida garantia por interesse público, encontra-se a punição do magistrado, prevista no artigo 42, III da Lei Complementar 35 de 1979, a Lei Orgânica da Magistratura, evidentemente assegurado o direito de ampla defesa. • Bem caracterizando a finalidade protetiva do instituto, Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda: leciona que “inamovíveis e vitalícios, ficam os juízes a coberto dos prejuízos materiais e morais, que lhes infligiriam os dirigentes e os legisladores”. É elemento de garantia da “imparcialidade do juiz no julgamento”, segundo Nélson Nery Júnior 5. Michel Temer aborda o tema, assegurando que a “inamovibilidade é outra faceta da independência. Objetiva permitir livre atuação do magistrado na sua jurisdição sem temor de eventual remoção por haver desagradado quem quer que seja”. E remata ser o meio de garantia de “decisões sobranceiras”. O caráter fundamental do instituto fica claro na lição de Pimenta Bueno: “o magistrado temporário ou amovível é antes um comissionado para julgar, do que um verdadeiro julgador, a independência desaparece perante a amovibilidade”. Irredutibilidade de Subsídios • O membro do Poder Judiciário não pode ter seus vencimentos reduzidos. Tal garantia é estendida aos servidores públicos (art. 37, XV). • Significa que juiz não pode ter diminuído nominalmente seus vencimentos. Independência Hierarquica • De forma implícita, a Constituição deixa clara a existência da denominada Independência Hierárquica no desempenho de suas atividades funcionais. • O juiz tem a livre convicção, isto é, a liberdade na formação de seu convencimento. Ele estará subordinado somente à lei. A hierarquia no Poder Judiciário está relacionada a competência existentes entre as instâncias (superior e inferior). • A independência do juiz não impede a existência de órgãos disciplinares como as Corregedorias que atuam sobre certos aspectos da conduta do juiz. • Exceção à regra é a ação declaratória de constitucionalidade e hoje a súmula vinculante, que vincula todos órgãos do Poder Judiciário. • Para que essa liberdade de convencimento motivada seja efetiva a constituição veda que o magistrado dedique-se a atividades político- partidária ou exercício de outra função pública. • A Constituição também outorgou algumas garantidas institucionais para assegurar a autonomia deste órgão em relação aos demais Poderes, assegurando observância ao princípio da Tripartição de Poderes. Art. 96 CF/88 • As garantias são: • Capacidade auto-governo: (eleição de órgão diretivos, organização de secretarias, provimento de cargo de carreira e serviços auxiliares, concessão de férias afastamentos etc.). • Capacidade normativa interna: elaboração de regimento interno. • Autonomia administrativa – os atos internos de administração ordinária independem de manifestação dos outros Poderes. • Autonomia financeira – Proposta para a Lei de Diretrizes Orçamentárias elaboradas pelo Judiciário. • A E.C. n° 45 - restringiu em parte essa autonomia financeira, eis que conferiu ao Chefe do P. Executivo poderes para adaptar as propostas orçamentárias dos tribunais se estiverem em desacordo com o determinado na lei de diretrizes orçamentárias, permitindo alteração pelo Executivo quando entender adequadas. VEDAÇÕES • Art. 95§ único • Para que a independência do Poder Judiciário seja efetiva o Constituinte não conferiu apenas garantias, mas também vedações. • - Exercer ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; • - receber a qualquer título ou pretexto, custas ou participações em processo; • - dedicar-se a atividade político partidária; • - receber a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas ou jurídicas, entidades públicas ou privadas, salvo exceções previstas em lei. • - exercer advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO • A Constituição fixou os órgãos do Judiciário traçando a divisão de sua competência. • A primeira divisão é a Justiça Especializada (matérias específicas) e a Justiça Comum (matéria residual). SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Superior Tribunal de Justiça Tribunal Superior do Trabalho Superior Tribunal Militar TSE Tribunal de Justiça Tribunal Regional Federal Tribunal Regional do Trabalho Tribunal de Justiça Militar Tribunal Regional Eleitoral Juízes Estaduais Juízes Federais Varas do Trabalho Conselhosde Justiça (Militar) Juízes eleitorais CNJ • Uma das principais novidades trazidas pela chamada reforma do Poder Judiciário sem dúvida nenhuma é a criação de um órgão de controle externo do Poder Judiciário. • O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa aperfeiçoar o trabalho do sistema judiciário brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual. • Missão do CNJ - Contribuir para que a prestação jurisdicional seja realizada com moralidade, eficiência e efetividade em benefício da Sociedade • Visão do CNJ - Ser um instrumento efetivo do Poder Judiciário Transparência e controle: o que CNJ faz? • • Na Política Judiciária: zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, expedindo atos normativos e recomendações. • • Na Gestão: definir o planejamento estratégico, os planos de metas e os programas de avaliação institucional do Poder Judiciário. • • Na Prestação de Serviços ao Cidadão: receber reclamações, petições eletrônicas e representações contra membros ou órgãos do Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializado. • • Na Moralidade: julgar processos disciplinares, assegurada ampla defesa, podendo determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas. • • Na Eficiência dos Serviços Judiciais: melhores práticas e celeridade: elaborar e publicar semestralmente relatório estatístico sobre movimentação processual e outros indicadores pertinentes à atividade jurisdicional em todo o País. • Art. 103-B • § 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura: • I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providências; • II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; • III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares, serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais, podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções administrativas, assegurada ampla defesa; • IV - representar ao Ministério Público, no caso de crime contra a administração pública ou de abuso de autoridade; • V - rever, de ofício ou mediante provocação, os processos disciplinares de juízes e membros de tribunais julgados há menos de um ano; • VI - elaborar semestralmente relatório estatístico sobre processos e sentenças prolatadas, por unidade da Federação, nos diferentes órgãos do Poder Judiciário; • VII - elaborar relatório anual, propondo as providências que julgar necessárias, sobre a situação do Poder Judiciário no País e as atividades do Conselho, o qual deve integrar mensagem do Presidente do Supremo Tribunal Federal a ser remetida ao Congresso Nacional, por ocasião da abertura da sessão legislativa. • A composição do Conselho está descrita no rol do artigo 103 B da CF. Composição • 15 Membros • Mais de 35 e menos de 66 anos • Mandato de 02 anos com uma recondução, • O Presidente do Supremo Tribunal Federal (redação dada pela EC n. 61, de 2009); • Um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, que será o Corregedor Nacional de Justiça; • Um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho; • Um Desembargador de Tribunal de Justiça; • Um Juiz Estadual; • Um Juiz do Tribunal Regional Federal; • Um Juiz Federal; • Um Juiz de Tribunal Regional do Trabalho; • Um Juiz do trabalho; • Um Membro do Ministério Público da União; • Um Membro do Ministério Público Estadual; • Dois advogados; • Dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL • Composição: • 11 Ministros nomeados pelo Presidente após aprovação pelo Senado. (com notável saber jurídico, reputação ilibada e idade entre 35 até 65 anos) • Objetivo Constitucional foi caracterizar o STF como órgão guardião da Constituição. • Competência Originária: • - Ação direta de inconstitucionalidade; • - Ação declaratória de constitucionalidade; • - Julgar nos crimes comuns e de responsabilidade: • o Presidente, Vice-Presidente, Deputados Federais, Senadores, Ministros de Estados, os Comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, os membros do Superior Tribunal de Justiça, do Tribunal Superior Eleitoral, do Superior Tribunal Militar, TST, TCU e chefes de missão diplomática de caráter permanente. • O litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou o Território; • f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; • g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; • h) (Revogada pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; • l) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; • i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário, cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; (NR) (Redação dada à alínea pela Emenda Constitucional nº 22/99, DOU 19.03.1999) • m) a execução de sentença nas causas de sua competência originária, facultada a delegação de atribuições para a prática de atos processuais; • n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; • o) os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais Superiores, ou entre eles e qualquer outro tribunal; • p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de inconstitucionalidade; • q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; • r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público; (Alínea acrescentada pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • II - julgar, em recurso ordinário: • a) o habeas-corpus, o mandado de segurança, o habeas-data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; • b) o crime político; • III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida: • a) contrariar dispositivodesta Constituição; • b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; • c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; • d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal. (Alínea acrescentada pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • § 1º. A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. • § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. (Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • § 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá demonstrar a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois terços de seus membros. (NR) (Parágrafo acrescentado pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) SÚMULA VINCULANTE • Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. • § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. • § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. • Doutrina Vinculada • § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. • Embora a maioria da Doutrina entenda inconstitucional a Súmula Vinculante, por violar o devido processo legal e o princípio do juiz natural, o STF já declarou sua constitucionalidade. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA • Art. 104. O Superior Tribunal de Justiça compõe-se de, no mínimo, trinta e três Ministros. • Parágrafo único. Os Ministros do Superior Tribunal de Justiça serão nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo: (Redação dada ao caput do parágrafo pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • I - um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais e um terço dentre desembargadores dos Tribunais de Justiça, indicados em lista tríplice elaborada pelo próprio Tribunal; • II - um terço, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal, Estadual, do Distrito Federal e Territórios, alternadamente, indicados na forma do artigo 94. • Nota: A Lei nº 7.746, de 30.03.1989, dispõe sobre a composição e instalação do Superior Tribunal de Justiça, cria o respectivo Quadro de Pessoal e disciplina o funcionamento do Conselho da Justiça Federal. • Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: • I - processar e julgar, originariamente: • a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; • b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; (NR) (Redação dada à alínea pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999, DOU 03.09.1999) • c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea a, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; (NR) (Redação dada à alínea pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999, DOU 03.09.1999) • d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no artigo 102, I, o, bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; • e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; • Jurisprudência Vinculada • f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; • g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; • h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; • i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Alínea acrescentada pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • II - julgar, em recurso ordinário: • a) os habeas-corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; • b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; • c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; • III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: • a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; • b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; (Redação dada à alínea pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) • c) der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. • Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior Tribunal de Justiça: • I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira; • II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, na forma da lei, a supervisão administrativa e orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo graus,como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. (NR) (Redação dada ao parágrafo pela Emenda Constitucional nº 45, de 08.12.2004, DOU 31.12.2004) Emenda 45 • Podemos destacar as principais novidades: • 1 - A todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação (art. 5º, LXXVIII, e art. 7º da EC 45/04). • 2 - A previsão do real cumprimento do princípio de acesso à ordem jurídica justa, estabelecendo-se a Justiça itinerante e a sua descentralização, como a autonomia funcional, administrativa e financeira da Defensoria Pública Estadual (arts. 107, §§ 2º e 3º; 115, §§ 1º e 2º; 125, §§ 6º e 7º; 134, § 2º; 168 e art. 7º da EC 45/04). • 3 - A possibilidade de se criar varas especializadas para a solução das questões agrárias. Nessa linha de especialização em prol da efetividade, sugerimos também varas especializadas para as áreas do consumidor, ambiental, coletiva etc. (art. 126, caput). • 4 - A “constitucionalização” dos tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos, desde que aprovados pelo quorum qualificado das emendas constitucionais (art. 5º, § 3º). • 5 - A submissão do Brasil à jurisdição do Tribunal Penal Internacional (TPI), cuja criação tenha manifestado adesão (art. 5º, § 4º). • 6 - A federalização de crimes contra direitos humanos, por exemplo, tortura e homicídio praticados por grupos de extermínio, mediante incidente suscitado pelo Procurador-Geral da República (PGR) no STJ, objetivando o deslocamento da competência para a Justiça Federal. Busca-se, acima de tudo, adequar o funcionamento do Judiciário brasileiro ao sistema de proteção internacional dos direitos humanos (art. 109, V-A e § 5º). • 7 - Previsão do controle externo da Magistratura por meio do Conselho Nacional de Justiça, como a criação de ouvidorias para o recebimento de reclamações (arts. 52, II; 92, I-A e § 1º; 102, I, r; 103-B e art. 5º da EC 45/04). • 8 - Previsão do controle externo do MP por meio do Conselho Nacional do Ministério Público, como a criação de ouvidorias para o recebimento de reclamações (arts. 52, II; 102, I, r; 130-A e art. 5º da EC 45/04). • 9 - A ampliação de algumas regras mínimas a serem observadas na elaboração do Estatuto da Magistratura, todas no sentido de se dar maior produtividade e transparência à prestação jurisdicional, na busca da efetividade do processo, destacando-se: • a) previsão da exigência de três anos de atividade jurídica para o bacharel em Direito como requisito para o ingresso na carreira da Magistratura; • b) aferição do merecimento para a promoção conforme o desempenho, levando-se em conta critérios objetivos de produtividade; • c) maior garantia ao magistrado para recusar a promoção por antigüidade somente pelo voto fundamentado de 2/3 de seus membros, conforme procedimento próprio e assegurada a ampla defesa; • d) impossibilidade de promoção do magistrado que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los ao cartório sem o devido despacho ou decisão; • e) previsão de cursos oficiais de preparação, aperfeiçoamento e promoção de magistrados, constituindo etapa obrigatória do processo de vitaliciamento; • f) o ato de remoção, disponibilidade e aposentadoria do magistrado, por interesse público, fundar-se-á em decisão por voto da maioria absoluta (e não mais 2/3) do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada ampla defesa; • g) previsão de serem as decisões administrativas dos tribunais tomadas em sessão pública; • h) o fim das férias coletivas do Poder Judiciário, tornando a atividade jurisdicional ininterrupta; • i) a previsão de número de juízes compatíveis com a população; • j) a distribuição imediata dos processos em todos os graus de jurisdição (art. 93). • 10 - Ampliação da garantia de imparcialidade dos órgãos jurisdicionais pelas seguintes proibições: • a) vedação aos juízes de receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; • b) instituição da denominada quarentena, proibindo membros da Magistratura de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram, por aposentadoria ou exoneração, pelo prazo de três anos. A quarentena também se aplica aos membros do MP (arts. 95, parágrafo único, IV e V, e 128, § 6º). • 11 - Previsão de que as custas e os emolumentos sejam destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da Justiça, fortalecendo-a, portanto (art. 98, § 2º). • 12 - Regulação do procedimento de encaminhamento da proposta orçamentária do Judiciário e solução em caso de inércia. Proibição de realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais (§§ 3º, 4º e 5º do art. 99). • 13 - A extinção dos Tribunais de Alçada, passando os seus membros a integrar os TJs dos respectivos Estados e uniformizando, assim, a nossa Justiça (art. 4º da EC 45/04). • 14 - Transferência de competência do STF para o STJ no tocante à homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias (art. 102, I, h (revogada); 105, I, i, e art. 9º da EC 45/04). • 15 - A ampliação da competência do STF para o julgamento de recurso extraordinário quando se julgar válida lei local contestada em face de lei federal. Muito se questionou sobre essa previsão. Observa-se que ela está correta, já que, quando se questiona a aplicação de lei, acima de tudo, há um conflito de constitucionalidade, pois é a CF que fixa as regras sobre competência legislativa federativa. Por outro lado, quando se questiona a validade de ato de governo local em face de lei federal, acima de tudo, estamos diante de questão de legalidade a ser enfrentada pelo STJ, como mantido na Reforma (art. 102, III, d, e 105, III, b). • 16 - A criação do requisito da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso para o conhecimento do recurso extraordinário. Essa importante regra vai evitar que o STF julgue brigas particulares de vizinhos, como algumas discussões sobre “assassinato” de papagaio ou “furto de galinha”, já examinadas pela mais alta Corte (art. 102, § 3º). • 17 - A adequação da Constituição, no tocante ao controle de constitucionalidade, ao entendimento jurisprudencial já pacificado no STF, constitucionalizando o efeito dúplice ou ambivalente da ação direta de inconstitucionalidade (ADIn) e ação declaratória de constitucionalidade (ADC), como o seu efeito vinculante. Ampliação da legitimação para agir. Agora os legitimados da ADC são também da ADIn (e não mais somente os quatro que figuravam no art. 103, § 4º, revogado). Apenas para se adequar ao entendimento do STF e à regra do art. 2º, IV e V, da Lei nº 9.868/99, fixou-se, expressamente, a legitimação da Câmara Legislativa e do Governador do DF para a propositura de ADIn, e, agora, ADC (art. 102, § 2º; 103, IV e V; revogação do § 4º do art. 103 e art. 9º da EC 45/04). • 18 - Ampliação da hipótese de intervenção federal dependendo de provimento de representação do Procurador-Geral da República para, além da já existente ADIn interventiva (art. 36, III, c/c o art. 34, VII), agora, também, objetivando prover a execução de lei federal (pressupondo ter havido a sua recusa). A competência que era do STJ passa a ser do STF (art. 36, III, e revogação de seu inciso IV, e art. 9º da EC 45/04). • 19 - Criação da súmula vinculante do STF (art. 103-A e art. 8º da EC 45/04). • 20 - A aprovação da nomeação de Ministro do STJ pelo quorum de maioria absoluta dos membros do SF, equiparando-se ao quorum de aprovação para a sabatina dos Ministros do STF, e não mais maioriasimples ou relativa como era antes da Reforma (art. 104, parágrafo único). • 21 - Previsão de funcionamento no STJ: • a) da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados, cabendo- lhe, dentre outras funções, regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e a promoção na carreira; • b) e do Conselho da Justiça Federal como órgão central do sistema e com poderes correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante (art. 105, parágrafo único, I e II). • 22 - No âmbito trabalhista, dentre tantas modificações, podemos destacar: • a) o aumento da composição do TST de 17 para 27 ministros, deixando-se de se ter de convocar juízes dos TRTs para atuar como substitutos; • b) em relação ao sistema de composição, reduziram-se as vagas de Ministros do TST oriundos da advocacia e do Ministério Público do Trabalho. Dessa vez, eles ocupam somente 1/5, os outros 4/5 são preenchidos entre juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho, provenientes da Magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior; • c) fixação do número mínimo de sete juízes para os TRTs; • d) modificação da competência da Justiça do Trabalho; • e) previsão da criação da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, este último deverá ser instalado no prazo de 180 dias; • f) a lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-las aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho; • g) previsão de criação, por lei, do Fundo de Garantia das Execuções Trabalhistas, integrado pelas multas decorrentes de condenações trabalhistas e administrativas oriundas da fiscalização do trabalho, além de outras receitas (arts. 111, §§ 1º, 2º e 3º (revogados); 111-A; 112; 114; 115 e arts. 3º, 6º e 9º da EC 45/04). • 23 - Fixação de novas regras para a Justiça Militar (art. 125, §§ 3º, 4º e 5º). • 24 - Como fixado para a Magistratura (art. 99, §§ 3º ao 5º), regulação do procedimento de encaminhamento da proposta orçamentária do MP e solução em caso de inércia. Proibição de realização de despesas ou a assunção de obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na lei de diretrizes orçamentárias, exceto se previamente autorizadas, mediante a abertura de créditos suplementares ou especiais (art. 127, §§ 4º, 5º e 6º). • 25 - Nos mesmos termos da Magistratura, diminuição do quorum de votação para a perda da garantia da inamovibilidade de 2/3 para a maioria absoluta (art. 128, § 5º, I, b). • 26 - Ampliação da garantia de imparcialidade dos membros do MP: • a) vedação do exercício de atividade político-partidária, sem qualquer exceção; • b) vedação do recebimento, a qualquer título ou pretexto, de auxílios ou contribuições de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; • c) instituição, conforme já vimos, e nos termos da Magistratura, da denominada quarentena, proibindo-os de exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastaram, por aposentadoria ou exoneração, pelo prazo de três anos (art. 128, § 5º, II, e, f, e § 6º). • 27 - Conforme já vimos para a atividade jurisdicional, também no sentido de se dar maior produtividade e transparência no exercício da função, na busca da efetividade do processo, destacam-se, para o MP: • a) a obrigatoriedade de as funções só poderem ser exercidas por integrantes da carreira, que deverão residir na comarca da respectiva lotação, salvo autorização do chefe da instituição; • b) a previsão da exigência de três anos de atividade jurídica para o bacharel em Direito como requisito para o ingresso na carreira do MP; • c) a distribuição imediata dos processos; • d) e, no que couber, as regras já apresentadas em relação ao art. 93 para a Magistratura (art. 129, §§ 2º, 3º, 4º e 5º). • 28 - A EC 45/04 entrou em vigor na data de sua publicação, em 31 de dezembro de 2004, e foi promulgada em 8 de dezembro de 2004 (art. 10 da EC 45/04).
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