Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Intercorrências clínicas na gravidez Dentre as intercorrências clínicas temos: ➜ Obesidade ➜ Diabetes Mellitus ➜ Endocrinopatias ➜ Cardiopatias ➜ Hipertensão Crônica, pré-eclâmpsia, eclâmpsia e Síndrome de Hellp ➜ Lúpus Eritematoso Sistêmico e Artrite ➜ Reumatoide ➜ Trombofilias ➜ Doença Tromboembólica Venosa ➜ Doenças Hematológicas ➜ Nefropatias ➜ Asma, Rinite e Dermatoses Pruriginosas ➜ Pneumopatias ➜ Aspectos Oftalmológicos ➜ Aspectos Otorrinolaringológicos ➜ Aspectos Odontológicos ➜ Doenças do Sistema Digestivo ➜ Aspectos Proctológicos ➜ Neuropatias ➜ Transtornos Mentais ➜ Doenças Dermatológicas ➜ Doenças/Infecções Sexualmente ➜ Transmissíveis (DST/IST) ➜ HIV/AIDS ➜ Rubéola ➜ Citomegalovírus ➜ Hepatites Virais ➜ Parvovirose ➜ Varicela-zóster ➜ Malária | Dengue | Zika ➜ Estreptococo do Grupo B ➜ Toxoplasmose ➜ Câncer e Gravidez | Aspectos Gerais ➜ Ginecopatias ➜ Lesões Precursoras e Câncer do Colo do Útero ➜ Câncer de Mama ➜ Uso de Medicamentos ➜ Indicações de Cirurgia Não Obstétrica ➜ Choque | Reanimação Cardiopulmonar ➜ Trauma Obesidade Na primeira consulta pré-natal o IMC é calculado e revisto periodicamente em consultas subsequentes Às obesas deve ser o ferec ida orientação nutricional com especialista e, se possível, um programa de exercícios individualizado Definição ➜ De acordo com critério definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS): ↳ Sobrepeso é definido como IMC de 25 a 29,9 kg/m2 ↳ Obesidade é definida como índice de massa corpórea (IMC) de 30 kg/m2 ou mais ↪ Classe I → IMC de 30 a 34,9 kg/m2 ↪ Classe II → IMC de 35 a 39,9 kg/m2 ↪ Classe III → IMC ≥ 40 kg/m2 Recentemente foi incluída a categoria da superobesidade (IMC ≥ 50 kg/m2) Complicações ➜ Perda gestacional e complicações fetais ↳ Em mulheres obesas há risco aumentado de abortamento espontâneo (OR, 1,2) e de repetição (OR, 3,5) (ACOG, 2015). ↪ Assim, a obesidade é fator de risco para abortamento ↳ As mulheres obesas também têm risco elevado de gestações complicadas por defeitos do tubo neural (DTN), hidrocefalia e anomalia cardiovascular, orofacial e de redução de membros ➜ Complicações anteparto ↳ As mulheres obesas têm risco aumentado de doença cardíaca, doença hepática gordurosa não alcoólica, diabetes mellitus gestacional (DMG) e pré-eclâmpsia (ACOG, 2015). ➜ Complicações intraparto, pós-parto e tardias ↳ A obesidade está associada a parto pré- termo, cesárea, indução do parto sem êxito, endometrite, deiscência e infecção da ferida operatória e doença tromboembólica venosa (DTV) (ACOG,2015). ↪ A indução do parto sem êxito, pode ser pela dose padronizada, pois não usa dose aumentada para obesas ↳ O risco de Doença tromboembólica venosa entre as grávidas obesas é o dobro daquele de mulheres de peso normal. ↪ Devendo ter um cuidado principalmente pós-parto ↳ O ganho de peso excessivo na gravidez é fator de risco para a retenção ponderal no pós-parto (ACOG, 2015). ↳ A obesidade na gravidez está associada com o término precoce do aleitamento, a anemia pós-parto e a depressão. Considerações clínicas ➜ Pequenas perdas de peso (5 a 7% do peso corporal) têm um significativo impacto na saúde metabólica destas mulheres (ACOG, 2015). ➜ Medicações para o controle de peso NÃO são recomendadas ao tempo da concepção e durante a gravidez pela preocupação com os seus efeitos adversos (ACOG, 2015). ➜ A estratégia principal do controle de peso é a mudança do estilo de vida, com dieta e exercício (ACOG, 2015). ➜ As diretrizes recomendam para mulheres com sobrepeso (IMC de 25 a 29,9) um ganho de peso total na gravidez de 6,8 a 11,3 kg e para grávidas obesas (≥ 30), um ganho total de 5,0 a 9,1 kg (ACOG, 2015). ➜ Mulheres obesas estão sob r isco aumentado de síndrome metabólica (ACOG, 2015): 3 ou mais dos seguintes critérios Obesidade central, Hipertensão arterial, resistência a insulina, lipoproteína de alta densidade (HDL) baixo e Triglicerídeo alto. ➜ Mulheres obesas devem ser aconselhadas sobre as limitações da ultrassonografia em identificar anomalias fetais. ↳ Quanto mais obesa a paciente, maior a dificuldade de ser feito o USG, com isso menor a possibilidade de detectar anomalias fetais, devendo ser orientada sobre isso Parto e pós-parto ➜ Numerosas investigações relatam aumento no risco de parto cesáreo entre as grávidas com sobrepeso e obesas (ACOG, 2015). ➜ A profilaxia com antibióticos de largo espectro é recomendada, 30 a 60 min antes da incisão na pele, e a dose do antibiótico profilático deve ser aumentada, vale dizer, 2 g de Cefazolina para mulheres com peso acima de 80 kg e 3 g para aquelas com peso maior que 120 kg ↳ Em todas faz-se 2g, em pacientes obesas 3g ➜ Há dificuldade tanto para a cirurgia cesária, quanto para a raquianestesia ➜ Complicações operatórias ou pós- operatórias: perda excessiva de sangue, tempo de cirurgia > 2 h, infecção de parede com deiscência da cicatriz, endometrite e apneia obstrutiva do sono (ACOG, 2013b). ↳ Produz-se muito seroma o que é um ótimo meio de cultura, propiciando ainda mais a infecção ➜ A obesidade é fator de risco para tromboembolismo na população geral (ACOG, 2015). Associa a essas pacientes gestantes a Tríade de Virchow (hipercoagulabilidade, estase venosa e lesão endotelial) ↳ Para a prevenção da TVP em grupos de muito elevado risco, a tromboprofilaxia farmacológica deve ser considerada, assim como os apa re lhos de compressão pneumática (ACOG, 2015). ↳ A tromboprofilaxia da TVP é iniciada 12 h após o parto cesáreo utilizando uma dose estratificada pelo IMC (IMC de 40 a 59,9 recebendo 40 mg de enoxaparina a cada 12 h e IMC ≥ 60 recebendo 60 mg de enoxaparina a cada 12 h) (ACOG, 2015). ↪ Então, além do até, faz-se uso de heparina não fracionada (liquemine) que é mais barato ou a de baixo peso molecular (enoxaparina) que apesar de mais cara tem menor chance de sangramento Gestação em mulheres submetidas à cirurgia bariátrica ➜ (NICE, 2015): Recomenda que a cirurgia bariátrica deva ser indicada quando o IMC for ≥ 40 kg/m2, ou para os indivíduos com IMC entre 35 e 40 kg/m2 na presença de comorbidades e quando outros métodos não cirúrgicos não obtiveram resultado. ➜ R e c o m e n d a - s e q u e a p a c i e n t e submetida à cirurgia bariátrica espere 12 a 24 meses para engravidar, de maneira que o feto não se exponha à rápida perda de peso após a operação que ocorreria em plena gravidez (ACOG, 2009) ➜ Orientar engravidar a partir da estabilização do peso da paciente ➜ Em todas as pacientes, independentemente da técnica cirúrgica, deve-se monitorar ferritina, ácido fólico e as vitaminas A, D, B1, B12 e K ➜ Para o rastreamento do DMG, deve-se considerar alternativas ao TOTG como a medida da glicemia plasmática pré e pós- prandial → Síndrome de Dumping ↳ Síndrome de Dumping ↪ A Síndrome de Dumping é um problema que ocorre quando a ingestão de alimentos ricos em açúcar ocasiona sintomas de mal estar no paciente, como dores abdominais e sensação de desmaio. ↪ Isso acontece, pois na cirurgia bariátrica o processo do sistema digestivo é alterado. Assim, os alimentos passam de forma rápida pelo estômago e caem no intestino ainda com grandes quantidade de açúcar. ↪ Como consequência, o pâncreas acaba liberando muita insulina e outros hormônios no sangue, o que provoca hipoglicemia no paciente. Conclusão ➜ Atendimento multiprofissional as gestantes obesas ➜ Estimular estilo de vida saudável ➜ Acompanhamento rigoroso do ganho de peso durante a gestação (IMC) ➜ Diagnóstico precoce das possíveis complicações Hipotireoidismo Alterações fisiológicas Profilaxia é feita apenas em parto cesária. A única condição para ser feita em parto vaginal é quando há swab positivo para Streptococcus agalactiae ou Streptotoco do grupo B ➜ Na gestação,a produção de hormônios tireoidianos (HT) está aumentada em razão do incremento da sua demanda e observa-se um aumento de 10 a 20% do volume tireoidiano, mesmo em áreas sem deficiência de iodo. ↳ A demanda aumenta, pois a tireoide do feto é formada apenas no final do primeiro trimestre e os hormônios tireoideanos são extremamente importantes na formação do feto, precisando dos hormônios da mãe para desenvolver ➜ O hCG possui molécula homóloga ao TSH, na sua subunidade alfa, agindo como seu agonista e auxiliando no aumento da produção dos HT ➜ O hipotireoidismo pode ser o resultado de disfunções: ↳ Hipotalâmicas (terciário) ↳ Hipofisárias (secundário) ↳ Tireóideas (primário) ➜ O hipotireoidismo primário é condição bastante comum que afeta 3 a 10% das mulheres em idade reprodutiva ➜ O diagnóstico clínico é difícil de ser estabelecido, já que 20 a 30% das mulheres são assintomáticas ➜ A disponibilidade adequada de hormônios tireoidianos é importante para uma gravidez sem comp l i cações e c resc imen to e desenvolvimento fetal ideal. ➜ A d o e n ç a d a t i r e o i d e m a n i f e s t a (hipotireoidismo clínico) está associada a uma ampla gama de desfechos adversos obstétricos e de desenvolvimento infantil. ➜ Função dos hormônios tireoidianos no organismo fetal: Organogênese cerebral ↳ Assim, se não há HT o suficiente, haverão problemas relacionados à baixa formação do SNC ➜ A formação do tecido tireoidiano fetal será completo após o 1° trimestre de gestação. (nessa fase a produção materna é essencial paradesenvolvimento fetal). Screening ➜ O rastreamento universal de anticorpos tireoidianos (anti TPO) não é recomendado na gravidez de acordo com o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG, 2015). ➜ O screening rotineiro do hipotireoidismo mediante dosagem do TSH deve ser realizado precocemente e é recomendado nas mulheres com as seguintes situações (nível B de evidência): ↳ História de hipo ou hipertireoidismo, tireoidite pós-parto ou tireoidectomia ↳ História familiar positiva para tireoidopatias ↳ Bócio ↳ Conhecimento prévio de ATPO positivo ↳ Sintomatologia sugestiva de hipo ou h i p e r f u n ç ã o t i r e ó i d e a , a n e m i a , hipercolesterolemia ou hiponatremia ↳ Diagnóstico de diabetes tipo 1 ↳ Por tadoras de out ras pato log ias autoimunes ↳ Em mulheres em investigação de quadro de infertilidade ↳ História de irradiação ou cirurgias em região cervical anterior ↳ História de partos prematuros ou abortamentos ↳ História de uso de amiodarona Diagnóstico Na prática solicita-se para todas Com essa medida, cerca de 30% das gestantes com disfunção tireoidiana detectada na gestação deixariam de ser rastreadas, inclusive mulheres com hipotireoidismo clínico e com risco de piores desfechos perinatais. Portanto, a posição de algumas sociedades de endocrinologia tem sido favorável ao r a s t r e a m e n t o u n i v e r s a l d o hipotireoidismo na gestação por meio da dosagem do TSH, logo não tem motivo para não solicitar ➜ A medida do TSH é o melhor teste diagnóstico para o hipotireoidismo primário. ➜ Hipotireoidismo materno evidente (TSH aumentado e T4L diminuído) ocorre em 0,2 % a 0,6% das gestantes. ➜ O hipotireoidismo materno subclínico é caracter izado pela presença de TSH aumentado, porém abaixo de 10 mUI/L, com T4 livre dentro da normalidade. ➜ A presença de anticorpos antiperoxidase (ATPO) detectáve is sugere e t io log ia autoimune. Tratamento ➜ O tratamento do hipotireoidismo na gestação, assim como nas não gestantes, deve ser feito com o uso de Levotiroxina (l-T4 oral) ➜ Aproximadamente 1 a 2% das pacientes que engravidaram já estão em reposição de l- T4, sendo necessário ajuste da dose ideal antes da concepção até alcançar um valor de TSH de 0,4 - 2,5 mUI/l ➜ Há necessidade de um aumento de 25 a 40% de l-T4 durante a primeira metade do período de gestação na paciente que já usa ➜ O objetivo é manter esse valor durante todo o primeiro trimestre e até 3 mUI/l no segundo e terceiro trimestres ➜ Nos casos em que o hipotireoidismo foi d i a g n o s t i c a d o d u r a n t e a g e s t a ç ã o , recomenda-se iniciar a terapêutica com l-T4 o mais rapidamente possível com doses de 100 a 150 µg/dia ou 2 µg/kg de peso atual/dia ↳ Inicia com 100 µg/dia, após 30 faz-se dosagem de TSH, se não ficar bom aumenta- se a dose até normalizar ➜ A titulação da dose deve ser realizada em períodos de 30 a 40 dias ➜ Após estabilização, medir o TSH a cada 6 a 8 semanas e no pós-parto ➜ Hipotireoidismo subclínico: quando tratar? ↳ Hipotireoidismo subclínico (TSH > 4,0 um/L, T4L normal) ↳ Mulheres gravidas com concentrações de TSH > 2,5 um/L devem ser avaliadas quanto ao status do anticorpo anti-TPO ↳ O tratamento deve ser feito: ↪ TSH > 4,0 E ANTI TPO POSITIVO ↪ TSH > 10 ANTI TPO NEGATIVO ↳ Considerar tratamento: ↪ TSH 2,5 – 4 + ANTI TPO POSITIVO ↪ TSH ENTRE 4 - 10 ANTI TPO NEGATIVO ↳ Considerar tratamento se abortamento de repetição ↪ TSH < 2,5 + ANTI TPO POSITIVO Complicações Hipotireoidismo evidente (TSH ↑, T4L ↓) Hipotireoidismo materno subclínico (TSH ↑, T4L normal) Parto prematuro Abortamento Baixo peso ao nascer Descolamento prematuro de placenta Abortamento espontâneo Pré-eclampsia Pré-eclampsia Morte neonatal Déficit do desenvolvimento motor Sem defeitos adversos neurocomportamentais na prole Déficit cognitivo e de linguagem Déficit de atenção Solicita anti-TPO se TSH entre 2,5 e 4. Antes de 2,5 a paciente não tem doença e se maior do que 4 a paciente já faz-se o tratamento
Compartilhar