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Realidade Brasileira - Parte I

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REALIDADE BRASILEIRA
Realidade Brasileira – Parte I
Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes
Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais 
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de 
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às 
penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
240112516553
DANIEL VASCONCELLOS
Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade 
Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas 
- UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de 
História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio, 
Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor 
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.
 
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para ALINE MARIS DOS SANTOS - 06373680100, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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RealIdade BRasIleIRa 
Realidade Brasileira – Parte I 
Daniel Vasconcellos
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Realidade Brasileira - Parte I . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1. Formação do Brasil Contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.1. Da Independência à República . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2. Primeira República: Elite Agrária e a Política da Economia Cafeeira . . . . . . 42
1.3. O Estado Getulista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
1.4. Democracia e Rupturas Democráticas na Segunda Metade do Século XX . . 77
1.5 A Redemocratização e a Busca pela Estabilidade Econômica . . . . . . . . . . . . 112
Resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126
Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Questões de Concurso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
 
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RealIdade BRasIleIRa 
Realidade Brasileira – Parte I 
Daniel Vasconcellos
aPReseNTaÇÃOaPReseNTaÇÃO
Olá, querido(a)! Seja muito bem-vindo (a).
Chegou mais uma oportunidade para conquistar o cargo que sonha. E olha, que 
oportunidade! Sabe que falo do Concurso Nacional Unificado, o “concurso dos concursos”.
Sem perder tempo, porque sei da sua urgência, falemos um pouco sobre o Conteúdo 
de Realidade Brasileira elencado no edital pela Fundação CESGRANRIO, conteúdo que 
trabalharemos em três aulas:
Aula I:
1 Formação do Brasil contemporâneo: 1.1 Da independência à República. 1.2 Primeira República: 
elite agrária e a política da economia cafeeira. 1.3 O Estado Getulista. 1.4 Democracia e 
rupturas democráticas na segunda metade do século XX; 1.5 A redemocratização e a busca 
pela estabilidade econômica.
Aula II:
2 História dos negros no Brasil: luta antirracista, conquistas legais e desafios atuais. 3 História 
dos povos indígenas do Brasil: luta por direitos e desafios atuais. 4 Dinâmica social no Brasil: 
estratificação, desigualdade e exclusão social. 5 Manifestações culturais, movimentos sociais 
e garantia de diretos das minorias. 6 Desenvolvimento econômico, concentração da renda e 
riqueza. 15 Estado Democrático de Direito: a Constituição de 1988 e a afirmação da cidadania.
Aula III:
7 Desenvolvimento sustentável e meio ambiente. 8 Biomas brasileiros: uso racional, conservação 
e recuperação. 9 Matriz energética: fontes renováveis e não renováveis; mudança climática; 
transição energética. 10 População: estrutura, composição e dinâmica. 11 Desenvolvimento 
urbano brasileiro: redes urbanas; metropolização; crescimento das cidades e problemas urbanos. 
12 Infraestrutura urbana e segregação socioespacial. 13 Desenvolvimento rural brasileiro: 
estrutura e concentração fundiária; sistemas produtivos e relação de trabalho no campo. 14 A 
inserção do Brasil no sistema internacional.
Eis o primeiro “bizú”:
DICA
No conteúdo do edital que separei para essa primeira aula, 
o foco da banca é na evolução da organização política, 
na construção da cidadania, com grande enfoque na 
Democracia . Para tanto, os aspectos econômicos e sociais 
serão o contexto utilizado pelos examinadores para avaliar 
suas habilidades e competências acerca destas temáticas . 
Insisto: é muito importante que você saiba caracterizar as 
formas de participação política e os percalços da evolução 
democrática .
 
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Realidade Brasileira – Parte I 
Daniel Vasconcellos
A segunda aula terá foco nas desigualdades sociais, nas minorias e em movimentos 
sociais. Note, inclusive, que o tópico “15” foi listado na segunda aula porque, didaticamente, 
o Estado Democrático de Direito se relaciona melhor com essas temáticas. A terceira aula, 
abordará o os aspectos geográficos listados pela CESGRANRIO: desenvolvimento sustentável, 
demografia, urbanização, estrutura agrária e inserção do Brasil no sistema internacional.
No decorrer desta aula, acaso tenha alguma dúvida ou mesmo queira comentar algo, 
me chame no Fórum. Prometo responder o mais rápido. Sei que dúvidas não resolvidas nos 
deixam ansiosos.
Antes de seguirmos, peço que avalie nossas aulas. Seu feedback é muito importante 
para que, aqui no GRAN, continuemos produzindo materiais que realmente lhe auxiliem na 
conquista de sua independência financeira!
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Realidade Brasileira – Parte I 
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REALIDADE BRASILEIRA - PARTEIREALIDADE BRASILEIRA - PARTE I
1 . FORMaÇÃO dO BRasIl CONTeMPORÂNeO1 . FORMaÇÃO dO BRasIl CONTeMPORÂNeO
Estimado(a), a formação do Brasil é marcada por uma série de eventos que moldaram 
a identidade e a trajetória do país ao longo dos séculos XIX, XX e início do XXI. Com a 
Proclamação da Independência, o Brasil deixou de ser uma colônia portuguesa e buscou 
consolidar sua soberania. No entanto, a manutenção de estruturas sociais e econômicas 
baseadas na escravidão impôs desafios significativos à construção de uma nação livre e justa.
O século XIX viu a expansão territorial do Brasil, com conflitos como a Guerra do Paraguai 
e a Abolição da Escravatura em 1888, marcando uma transição crucial para a sociedade 
brasileira. A chegada da República, em 1889, trouxe consigo mudanças políticas e sociais, 
mas também instabilidade e conflitos, evidenciados pela Revolução de 1930 e a ascensão de 
Getúlio Vargas ao poder, inaugurando uma nova fase na formação do Brasil contemporâneo.
A Era Vargas foi caracterizada por medidas modernizadoras, industrialização e políticas 
sociais, mas também por um governo autoritário. O período democrático subsequente 
foi interrompido pelo golpe militar de 1964, levando a décadas de regime autoritário. A 
transição para a democracia, nos anos 1980, marcou um capítulo significativo, culminando 
na promulgação da Constituição de 1988. A partir desse momento, o Brasil contemporâneo 
enfrentou desafios como a estabilização econômica, a inclusão social e questões ambientais.
No século XXI, o Brasil emergiu como uma potência econômica global, mas também 
enfrentou desafios persistentes, incluindo a corrupção, a desigualdade social e as questões 
ambientais. A diversidade cultural e étnica permanece como uma característica fundamental 
da sociedade brasileira contemporânea, influenciando as políticas, a economia e a identidade 
nacional. A busca contínua por justiça social, desenvolvimento sustentável e participação 
democrática continua a moldar o Brasil contemporâneo.
1 .1 . da INdePeNdÊNCIa À RePÚBlICa1 .1 . da INdePeNdÊNCIa À RePÚBlICa
O Brasil Império se inicia com a Independência, em 7 de setembro de 1822, e se encerra 
com a Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Entretanto, é importante 
que compreenda a Independência como um processo que se inicia com a abertura dos 
portos em 1808, pois este finda o pacto colonial.
1 .1 .1 . INdePeNdÊNCIa dO BRasIl: CaUsas, O MOVIMeNTO e O ReCONHeCIMeNTO da 
INdePeNdÊNCIa
Quando D. João retornou à Portugal, pressionado pela Revolução Liberal do Porto, 
deixou D. Pedro, que tinha apenas 23 anos, como regente do Brasil. Várias medidas das 
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cortes de Lisboa buscam diminuir o poder do Príncipe-Regente e, desse modo, pôr fim à 
autonomia do Brasil.
Mas os portugueses não se deram por satisfeitos e exigiram o retorno de D. Pedro 
a Portugal para “terminar seus estudos”. Na verdade, ainda acreditavam que poderiam 
recolonizar o Brasil. Entretanto, em 9 de janeiro de 1822, um documento reuniu mais 
de 8.000 assinaturas pedindo que D. Pedro não voltasse a Portugal. Esse episódio ficou 
conhecido como Dia do Fico. Importante destacar que esse documento foi redigido por 
Cipriano Barata, um dos envolvidos na Insurreição Pernambucana de 1817. Além disso, a 
aristocracia rural de passou a apoiar a desobediência de D. Pedro para com Portugal.
Cedendo às pressões D. Pedro respondeu: “Como é para o bem de todos e felicidade 
geral da Nação, estou pronto. Diga ao povo que fico”.
Em algumas províncias brasileiras, os partidários dos portugueses não prestigiavam o 
governo de D. Pedro. O general Avilés, comandante do Rio de Janeiro e fiel às Cortes, tentou 
obrigar o embarque do regente, mas foi frustrado pela mobilização dos brasileiros, que 
ocupavam o Campo de Santana.
Os acontecimentos desencadeavam uma crise no governo e os ministros portugueses 
demitiram-se. O príncipe formou um novo ministério, sob a liderança de José Bonifácio, 
até então vice-presidente da Junta Governativa de São Paulo. A princesa Dona Leopoldina 
seria a regente durante a ausência do marido.
No mês de maio de 1822, o governo brasileiro estabeleceu que qualquer determinação 
vinda de Portugal só poderia ser acatada após a aprovação de D. Pedro.
Na Bahia, desencadeava-se a luta entre tropas portuguesas e brasileiras. Em desespero, 
as Cortes tomaram medidas radicais:
• declararam ilegítima a Assembleia Constituinte reunida no Brasil;
• o governo do príncipe foi declarado ilegal;
• o príncipe deveria regressar imediatamente a Portugal.
Diante da atitude da metrópole, o rompimento tornou-se inevitável. No dia 7 de setembro 
de 1822, D. Pedro se encontrava às margens do riacho Ipiranga em São Paulo, quando recebeu 
os últimos decretos de Lisboa, um dos quais o transformava num simples governador, 
sujeito às autoridades das Cortes.
Essa atitude o conduziu a dizer que estavam cortados os laços que uniam o Brasil a 
Portugal. Daquele momento em diante, Independência ou Morte seria o lema de todos os 
brasileiros.
No dia 12 de outubro do mesmo ano, D. Pedro foi aclamado como o primeiro imperador 
do Brasil, com o título de D. Pedro I, sendo coroado em 1º de dezembro de 1822.
No plano internacional, para que o Brasil tivesse condições de estabelecer um Estado 
autônomo e soberano, era indispensável que outras importantes nações reconhecessem 
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a sua independência. Já em 1824, buscando cumprir sua política de aproximação com as 
outras nações americanas, os Estados Unidos foram a primeira nação a reconhecer o a 
independência do Brasil.
Apesar da importância de tal manifestação, o Brasil teria que fazer com que Portugal, na 
condição de antiga metrópole, reconhecesse o surgimento da nova nação. Nesse instante, 
a Inglaterra apareceu como intermediadora diplomática que viabilizou a assinatura de um 
acordo. No dia 29 de agosto de 1825, o Tratado de Paz e Aliança finalmente oficializou o 
reconhecimento lusitano.
Tratado de Paz e Aliança: o governo brasileiro deveria pagar uma indenização de dois 
milhões de libras esterlinas para que Portugal aceitasse a independência do Brasil. Além 
disso, dom João VI, rei de Portugal, ainda preservaria o título de imperador do Brasil. Essa 
última exigência, na verdade, manifestava o interesse que o monarca lusitano tinha em 
reunificar os dois países em uma só coroa. O Brasil não tinha condições de pagar a pesada 
indenização estabelecida pelo tratado de 1825. Nesse momento, os ingleses emprestaram 
os recursos que asseguraram o pagamento deste valor. Na verdade, o dinheiro nem chegou 
a sair da própria Inglaterra, já que os portugueses tinham que pagar uma dívida equivalente 
aos mesmos credores.
001. 001. (CESGRANRIO/IBGE/Historiador/2009)
A declaração de Saint-Hilaire, naturalista, que percorreu províncias do Brasil entre 1816 e 
1822, se refere, entre outros significados, à seguinte característica da cidadania instaurada 
por ocasião da independência política:
a) interdição dos direitos civis dos escravos e dos forros sob a alegação de sua condição 
estrangeira como africanos.
b) reconhecimento da nacionalidade brasileira a todos os portuguesesde nascimento, 
residentes no Brasil à época da emancipação.
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c) negligência das populações indígenas, consideradas como fator de impedimento para o 
controle das regiões interiores.
d) utilização da religião católica como instrumento de legitimação do pertencimento nacional 
frente à proibição da liberdade de culto no âmbito privado.
e) exclusões relativas ao uso dos princípios da liberdade e da propriedade para regular 
direitos civis e políticos.
O autor declara que no Brasil não havia brasileiros, ou seja, a colônia não teria formado 
ainda uma identidade nacional. Como a cidadania ainda era limitada por volta do ano da 
Independência, de fato havia pouca liberdade e a propriedade privada era um privilégio das 
elites portuguesas e seus descendentes. Por isso, a resposta em E diz respeito justamente 
a esta carência ou exclusão.
Letra e.
1 .1 .2 . O PRIMeIRO IMPeRadOR dO BRasIl: CONsTITUIÇÃO de 1824
De imediato, o Imperador teve que enfrentar vários levantes militares em algumas 
províncias que se mantinham fiéis a Portugal. Para tanto, chegou a contratar mercenários 
ingleses que asseguraram o controle dos conflitos internos.
CONsTITUIÇÃO de 1824
D. Pedro precisou elaborar uma constituição para o país e, para isso, convocou uma 
assembleia constituinte. Entretanto, diante da limitação de seu poder pela constituição 
escrita pela assembleia, D. Pedro dissolve a assembleia constituinte e outorga a nossa 
primeira Constituição em 1824.
Sua característica mais marcante é a existência da Divisão dos Três Poderes (Executivo, 
Legislativo, Judiciário) de Montesquieu submetidos ao Poder Moderador que era exercido 
pelo Imperador. Em outras palavras, D. Pedro criou uma fachada constitucionalista para 
que exercesse o poder absolutista. Sempre que houvesse divergência entre os três poderes, 
o Poder Moderador do Imperador era evocado, realizando sempre o desejo de D. Pedro.
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Essa traição aos princípios constitucionalistas levou à eclosão de uma revolta contra o 
governo: a Confederação do Equador.
Outras características da constituição de 1824:
• Monarquia hereditária.
• Quatro poderes: Poder Executivo, Poder Legislativo, Poder Judiciário e o Poder 
Moderador.
• O Poder Moderador, exercido pelo imperador, lhe dava o direito de intervir nos demais 
poderes, dissolver a assembleia legislativa, nomear senadores, sancionava e vetava 
leis, nomeava ministros e magistrados, e os depunha.
• Poder Executivo: exercido pelo Imperador que, por sua vez, nomeava os presidentes 
de províncias.
• Poder Legislativo: era composta pela Câmera dos Deputados e pelo Senado. Os 
deputados eram eleitos por voto censitário e os senadores eram nomeados pelo 
Imperador.
• Poder Judiciário: os juízes eram nomeados pelo Imperador. O cargo era vitalício e só 
podiam ser suspensos por sentença ou pelo próprio Imperador.
• Direito ao voto: para homens livres, maiores de 25 anos, e renda anual de mais de 
100 mil réis era permitido votar nas eleições primárias onde eram escolhidos aqueles 
que votariam nos deputados e senadores.
• Por sua parte, para ser candidato nas eleições primárias, a renda subia a 200 mil reis 
e excluía os libertos.Por fim, os candidatos a deputados e senadores deviam ter uma 
renda superior a 400 mil réis, serem brasileiros e católicos.
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• Estabeleceu o catolicismo como religião oficial do Brasil. No entanto, a Igreja ficou 
subordinada ao Estado através do Padroado.
• Criação do Conselho de Estado, composto por conselheiros escolhidos pelo imperador.
• A capital do Brasil independente era o Rio de Janeiro que não estava submetida à 
Província do Rio de Janeiro. Esta tinha sua capital na cidade de Niterói.
002. 002. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) A construção do Estado e da nação no Brasil, 
na primeira metade do século XIX, viabilizou a implementação dos primeiros procedimentos 
estatísticos, direcionados não só para a contabilização da população como também para 
a elaboração de diagnósticos variados acerca de comportamentos demográficos e de 
mapeamentos territoriais. Esses procedimentos estatísticos se caracterizaram por
a) métodos centralizados de coleta de dados sob a jurisdição exclusiva do ministério do 
Império.
b) contabilização populacional e censo eleitoral a partir dos registros paroquiais de nascimento 
e de óbitos.
c) mutabilidade das informações em função da dispersão populacional e da incomunicabilidade 
entre diversas regiões.
d) técnicas ineficientes de recolhimento e armazenamento dos dados agravadas pelas 
fraudes regulares em momentos eleitorais.
e) levantamento dos dados estatísticos dissociados do seu uso regular como instrumento 
de orientação para as políticas estatais.
Uma vez que a igreja, no 1º reinado, era considerada “parte” do Estado, os registros paroquiais 
serviram como base para a incipiente política de censo.
Letra b.
a POlÍTICa INTeRNa e eXTeRNa dO PRIMeIRO IMPeRadOR
Quando D. João VI voltou a Portugal, limpou todas as riquezas dos cofres do Banco do 
Brasil (criado em 1808) deixando o país sem reservas para manutenção de toda a estrutura 
do governo. Como há de se recordar, Dom Pedro I recorreu a empréstimos junto aos ingleses 
para pagar a indenização a Portugal pelo reconhecimento da Independência. Também recorreu 
aos ingleses para contratar corsários ingleses nas Guerras de Independência. Isso gerou 
endividamento externo e grave crise econômica. Internamente, criou ou aumentou impostos.
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Em 1829, após a derrota na II Guerra Cisplatina, a crise financeira que o país sofria 
chegou ao ápice, ocasionando a desvalorização da moeda nacional e o fechamento do 
Banco do Brasil.
Além de todo o contexto econômico, a Outorga da Constituição de 1824, centralizadora 
e autoritária, foi considerada uma traição aos princípios constitucionalistas, o que levou à 
eclosão de uma revolta contra o governo: a Confederação do Equador.
CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR (1824)
A Confederação do Equador foi um movimento revolucionário que pretendia a 
independência de alguns estados numa confederação. Ocorreu em 1824 e teve essência 
emancipacionista e republicana. Teve início em Pernambuco, mas, rapidamente, se 
espalhou por outras províncias da região nordeste (Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte).
Em Pernambuco, epicentro da revolução, ouve participação das elites regionais, intelectuais 
e das camadaspopulares. Essa, talvez, sua característica mais marcante.
Querido(a), resumi o máximo possível as causas que levaram a eclosão do movimento:
• Situação socioeconômica do Nordeste: Em virtude da crise da economia açucareira 
e dos aumentos de impostos;
• Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo 
após a independência;
• Insatisfação de Pernambuco com o governo: D. Pedro havia centralizado o poder 
político com o Poder Moderador instituído na Constituição de 1824. O Autoritarismo de 
D. Pedro chegou ao extremo: A elite de Pernambuco havia escolhido Manuel Carvalho 
Pais de Andrade como governador para a província. Porém, em julho de 1824, D. Pedro 
indicou Francisco Paes Barreto como governador de sua confiança para a província. 
Esta divergência política deu início ao conflito.
Em Pernambuco vinha crescendo a influência do pensamento liberal. Essas ideias 
importadas da Revolução Francesa e do Iluminismo encontravam simpatizantes que 
divulgavam e fomentavam o debate em jornais da região. O jornal “Sentinela da Liberdade 
na Guarita de Pernambuco” de Cipriano Barata (baiano, jornalista e defensor das classes 
baixas, teve participação na Conjuração Baiana e na Insurreição Pernambucana) e a publicação 
“Tífis Pernambuco” de Frei Caneca (Discípulo de Cipriano).
Diante da posição de D. Pedro de indicar um governador para a província de Pernambuco, 
passando por cima da escolha dos Pernambucanos, Manuel de Carvalho Pais de Andrade, 
presidente da província, proclama a Confederação do Equador, unindo Pernambuco, Ceará, 
Paraíba e Rio Grande do Norte. Adotaram a Constituição colombiana de imediato até que 
pudessem elaborar uma.
Podemos listar como objetivos da Confederação do Equador:
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• Diminuir a influência do governo nos assuntos políticos regionais;
• Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma nova 
Constituição de cunho liberal;
• Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo imperial;
• Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil.
O imperador decidiu preparar logo a repressão. Como não existia um exército organizado, 
contratou o mercenário Lord Cochrane, que comandou as forças navais, e o brigadeiro 
Francisco de Limas e Silva, que liderava as forças terrestres.
Em agosto de 1824 as forças do governo derrotam os revoltosos em Recife e Olinda. 
Nos meses seguintes tomam também o Ceará.
Os revoltosos foram presos, condenados à morte ou conseguiram fugir. Frei Caneca 
foi condenado à forca, mas acabou sendo fuzilado diante da recusa do carrasco em 
executar a pena.
Apesar da vitória, D. Pedro acabou com sua imagem desgastada. Ora, usou de recursos 
de tributos de brasileiros para massacrar brasileiros. O descontentamento com o imperador 
foi crescente. A oposição encontrava no jornal Aurora Fluminense, de Evaristo Veiga, terreno 
para divulgação de críticas ao governo, além de propagar ideias liberais.
003. 003. (ESPCEX/2008) A Confederação do Equador, proclamada em 2 de julho de 1824, por 
Manuel de Carvalho,
a) contou com a adesão dos estados da atual região Norte do Brasil.
b) adotava provisoriamente a Constituição dos Estados Unidos da América.
c) mostrava-se sintonizada com o poder central, representado por D. Pedro.
d) defendia a instituição de uma monarquia constitucional.
e) buscava a organização de um governo representativo e republicano.
Influenciado pelos ideais iluministas, os revoltosos objetivavam implantar um regime 
republicano.
Letra e.
POlÍTICa eXTeRNa
Já lhe disse que a região da bacia do Rio Prata, na fronteira entre Brasil e Argentina, era 
de grande importância estratégica no uso do transporte fluvial para o comércio.
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• I – Guerra Cisplatina: Como vimos, em 1816 D. João mandou tropas invadirem 
Montevidéu e anexarem a região com o nome de Província Cisplatina. Na dúvida, 
revisite a aula anterior.
• II – Guerra Cisplatina: Entre 1825-1828 Brasil e Argentina disputaram o controle 
da região. A população local não aceitava ser controlada por um país com língua e 
culturas diferentes das deles. O Brasil foi derrotado e a região se tornou independente, 
batizada pelo nome de Uruguai.
Oficialmente, Dom Pedro I alegava que aqueles territórios pertenciam à sua mãe, Carlota 
Joaquina, irmã do rei Fernando VII da Espanha. Contudo, os habitantes locais contestavam 
esta pretensão.
Além disso, boa parte da prata andina era escoada pelo estuário do Rio da Prata, o que, 
para além dos interesses econômicos, seria uma solução para fortalecer autoridade do 
imperador Dom Pedro I. Contudo, os enormes prejuízos financeiros e a economia brasileira 
acabaram por enfraquecer ainda mais sua imagem.
Nem o Império do Brasil ou as Províncias Unidas do Rio da Prata (Argentina) ficaram com 
a posse da Província da Cisplatina, uma vez que este território se tornou independente no 
final do conflito, formando a Província Oriental del Río de la Plata, atual Uruguai.
O governo imperial decretou o recrutamento forçado para servir no exército e contratou 
mercenários estrangeiros para a guerra. As forças imperiais contavam com cerca de 10.000 
homens espalhados pela Província, dos quais a maioria era recrutada localmente e não 
possuía preparo militar.
Enquanto isso, as forças das Províncias Unidas do Rio da Prata (províncias do vice-
reinado espanhol que formaram a Argentina) iniciaram as investidas com um exército de 
pouco mais de 800 homens, sob o comando de Juan de las Heras, governador da Província 
de Buenos Aires. Contudo, a população uruguaia aderiu maciçamente às Províncias Unidas, 
fortalecendo seu exército e equiparando-o ao exército brasileiro.
Por outro lado, a Marinha do Brasil, era muito superior. Formada por cerca de 3 mil 
marinheiros (1.200 mercenários ingleses, irlandeses e norte-americanos), a esquadra 
imperial era composta por dezoito brigues, seis fragatas, e mais de vinte e cinco embarcações 
menores. Já a Marinha de Buenos Aires contava com os brigues General Belgrano (14 canhões) 
e General Balacre (14 canhões), as corvetas 25 de Mayo (28 canhões), Independencia (28 
canhões) e Chacabuco (20 canhões), a frigata Buenos Aires e algumas canhoneiras.
Em função da pressão britânica e francesa para o fim do conflito, o Império do Brasil e 
as Províncias Unidas do Rio da Prata assinaram a “Convenção Preliminar de Paz” em 27 de 
agosto de 1828, no Rio de Janeiro, reconhecendo ainda a independência da recém criada 
República Oriental do Uruguai.
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a aBdICaÇÃO de dOM PedRO I
Os altos gastos com a Confederação do Equador e a Guerra Cisplatina criaram uma 
crise econômica cuja solução proposta pelo governo foi o aumento de impostos. Isso gerou 
grande descontentamento da população.
O imperador ainda passariapor uma acusação de assassinato antes de abdicar do 
trono. No dia 21 de novembro de 1830, Libero Badaró, um jornalista de oposição, foi 
traiçoeiramente executado. O episódio da Noite das Garrafadas (13 de março de 1831) em 
que brasileiros e portugueses se confrontaram, revelou toda a insatisfação da população, 
levando D. Pedro a abdicar do trono em favor de seu filho D. Pedro II. Dom Pedro volta a 
Portugal para garantir o trono para a filha mais velha, Maria da Glória, cujo o trono havia 
sido usurpado pelo seu tio e irmão de Dom Pedro, Dom Miguel.
Como Dom Pedro II tinha apenas cinco anos de idade, institui-se no Brasil um Governo 
Regencial até que atingisse sua maioridade.
1 .1 .3 . Os GOVeRNOs ReGeNCIaIs
Durante o período regencial o Brasil passou por uma grave crise política e diversas 
revoltas. A crise política ocorreu devido a disputa pelo controle do governo entre os seguintes 
grupos políticos:
• Restauradores: defendiam a volta de D. Pedro I ao poder; caramurus
• Liberais Moderados: defendiam o voto só para os ricos e continuação da Monarquia; 
chimangos
• Republicanos: pretendiam realizar reformas para melhorar a vida dos mais necessitados 
e voto para todas as pessoas. Farroupilhas ou jurujubas.
Entre as várias tendências apresentadas na época, os chamados “restauradores”, 
também conhecidos como “caramurus” eram os mais conservadores da época. Formado 
essencialmente pela figura de comerciantes portugueses, burocratas e militares, defendiam o 
retorno do imperador Dom Pedro I para o Brasil. Defendiam também um regime monárquico 
fortemente centralizado e criticavam fortemente os demais partidos políticos da época.
Popularmente designados como “chimangos”, os liberais moderados não simpatizavam 
com o regime absolutista e contavam com a presença de aristocratas da porção centro 
sul do país. Apesar de não concordarem com o absolutismo, defendiam a manutenção de 
um regime monárquico capaz de defender os interesses da elite agroexportadora do país. 
Buscavam equilibrar o aumento das funções do Poder Legislativo com uma autoridade 
monárquica que se mostrasse compromissada com as elites nacionais.
Mais heterogêneos em sua formação social, os liberais exaltados – igualmente conhecidos 
como farroupilhas ou jurujubas – acreditavam que a autonomia das províncias deveria 
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ser aumentada. Integrado por pequenos comerciantes e homens livres sem posses, esse 
partido tinha uma relativa influência entre as camadas populares urbanas do território 
nacional. Entre outras coisas, eles reivindicavam reformas políticas mais amplas, o fim do 
Conselho de Estado e do Poder Moderador e, em alguns casos mais extremos, a criação de 
uma República.
Ao longo do tempo, a hegemonia política exercida pelos liberais moderados acabou 
dando origem a uma nova subdivisão que gerou os partidos regressista e progressista. 
O primeiro tinha uma orientação mais conservadora, já os progressistas acreditavam na 
necessidade de se fazer algumas concessões para os exaltados. De fato, esse diálogo com 
os grupos mais liberais acabou estabelecendo a aprovação do Ato Adicional de 1834, que 
deu maior liberdade às províncias.
Primeiro governo que sucedeu a queda do imperador Dom Pedro I, o período regencial 
iniciou-se com a formação de dois governos trinos. O primeiro deles ficou conhecido como 
Regência Trina Provisória, onde o calor das transformações políticas deu margem para a 
formação improvisada de um novo governo.
Os moderados logo assumiram o poder com o intuito de frear as agitações políticas 
da época. Inicialmente, o governo de Nicolau Pereira de Campos Vergueiro, José Joaquim 
Carneiro de Campos e Francisco de Lima e Silva reintegraram o chamado “ministério dos 
brasileiros” e anistiou os presos políticos. A Câmara dos Deputados teve seus poderes 
ampliados, tendo o direito de interferir nas ações do governo regencial.
Atuando por breves dois meses, a Regência Trina Provisória deu condições para que um 
novo governo fosse escolhido. Em 17 de junho de 1831, a assembleia promoveu um processo 
de escolha da chamada Regência Trina Permanente.
004. 004. (ESA/2007) Sobre os partidos políticos que dominaram o cenário político brasileiro na 
primeira metade do século XIX, é correto afirmar que:
a) o Partido Restaurador se extinguiu após a morte de D. Pedro I, em 1834.
b) os Liberais Exaltados defendiam o governo monárquico no Brasil e a centralização do 
poder.
c) o Partido Conservador era contrário ao ideário político liberalista – constituição e voto.
d) o Partido Brasileiro era favorável à abolição da escravatura.
e) os Liberais Moderados defendiam o federalismo.
A existência do partido Restaurador perdeu significado após a abdicação de D. Pedro, já 
que pretendiam que o Brasil retornasse à condição de Colônia de Portugal.
Letra a.
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aTO adICIONal de 1834
Durante a Regência Trina Permanente, foi instituído o Ato Adicional. Suas principais 
características foram a instituição da Regência Una e a maior autonomia das províncias, 
alterando a Constituição de 1824. O Ato Adicional de 1834 foi uma medida legislativa tomada 
durante a Regência Trina Permanente, contemplando os interesses dos grupos liberais. O 
Ato Adicional foi uma tentativa de conter os conflitos entre liberais e conservadores nas 
disputas pelo poder político central.
Segundo seu texto, a províncias agora poderiam criar suas próprias Assembléias 
Legislativas, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se uma região politicamente autônoma, 
o poder Moderador foi extinto e o próximo governo regencial deveria ser comandado por 
um único regente.
005. 005. (ESPCEX/2018) Em 1834, numa tentativa de harmonizar as diversas forças em conflito 
no País, grupos políticos, como o dos moderados, promoveram uma reforma na Constituição 
do Império, mediante a promulgação do Ato Adicional. Observe os enunciados abaixo.
I – Criação do Conselho de Estado.
II – Criação das Assembleias Legislativas provinciais.
III – A regência deixava de ser trina para se tornar una.
IV – Fundação do Clube da Maioridade.
Assinale a opção em as afirmativas estão relacionadas ao Ato Adicional.
a) I e II
b) II e IV
c) II e III
d) I e IV
e) III e IV
O Ato Adicional de 1834 determinou o fim do conselho de estado, a criação das Assembleias 
Legislativas provinciais, a adoção da Regência Uma, maior autonomia das províncias e a 
que o Rio de Janeiro se tornaria um município neutro.
Letra c.
ReVOlTas ReGeNCIaIs
Amigo(a), entenda que os movimentos sociais que ocorreram no Período Regencial, 
tiveram entre uma de suas causas, o vazio de poder, essa falta da autoridade de um 
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monarca. Isso fez com que as elites regionais, em várias regiões do país, se sentissem à 
vontade para tentar mudar a ordem institucional nas suas áreas de influência.Além disso, variadas circunstâncias, relacionadas à economia local ou à miséria da 
população, fizeram com que houvesse uma mobilização no sentido de contestar a centralização 
político-administrativa das regências, extremamente autoritárias.
Como tenho ciência das preferências da banca, elenco algumas revoltas mais cobradas 
com um resumo suficiente para que gabarite as questões.
CABANAGEM (1835 – 1840) - PARÁ
No Pará, uma minoria branca, composta de pequenos comerciantes portugueses, 
franceses e ingleses estava concentrada em Belém, por onde fluía uma pequena produção 
de tabaco, borracha, cacau e arroz.
A maioria da população era formada por indígenas, escravizados e dependentes. Com 
uma tropa com negros e indígenas em sua base, a Cabanagem atacou e conquistou Belém, 
estendendo-se até o interior. Os revoltosos declararam a Independência do Pará, mas não 
apresentaram nenhuma saída efetiva para o estado. Os ataques concentravam-se aos 
estrangeiros e aos maçons e defendiam a Igreja Católica, D. Pedro II, o Pará e a liberdade, 
embora não tenham abolido a escravidão, mesmo com muitos africanos entre os cabanos 
rebeldes. A rebelião foi vencida pelas tropas legalistas.
SABINADA (1837 – 1838) – BAHIA
O nome atribuído à revolta, Sabinada, remete ao nome de seu principal líder, Sabino 
Barroso, um jornalista e professor da Escola de Medicina de Salvador. Ocorrida em Salvador, 
na Bahia, a revolta tinha uma boa base de apoio, especialmente entre as classes médias e 
comerciantes de Salvador, que já apresentavam ideias federalistas e republicanas.
O movimento separou os escravos entre nacionais – nascidos no Brasil – e estrangeiros 
– nascidos em África – e buscou comprometimento em relação aos escravos. Caso a revolta 
tivesse sucesso e a tomado do poder se concretizasse, os escravizados nacionais que tivessem 
pegado em armas seriam libertados. Mas, as forças governamentais logo recuperaram a 
cidade de Salvador, numa luta violenta que gerou aproximadamente 1800 mortes.
BALAIADA (1838 – 1840) – MARANHÃO
A Balaiada foi uma revolta ocorrida no Maranhão, iniciada por conta de disputas entre 
as elites locais. Em uma área ao sul do Maranhão, com pequenos produtores de algodão e 
criadores de gado. Os revoltosos tiveram como líderes Raimundo Gomes e Francisco dos Anjos 
Ferreira, um vendedor de balaios. É de seu ofício que vem o nome de revolta maranhense.
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Enquanto Ferreira tinha uma motivação pessoal ao entrar na revolta – vingar sua filha 
violentada por um capitão da polícia, Cosme, um outro líder, apareceu à frente de três mil 
escravos fugidos que se juntaram à Balaiada. Os revoltosos saudavam a Igreja Católica, a 
Constituição e D. Pedro II e não apresentavam grandes preocupações sociais ou econômicas. 
Logo foram derrotados, em meados de 1840, pelas tropas do governo. O líder Cosme foi 
enforcado em 1842 enquanto a anistia aos revoltosos esteve condicionada à reescravização 
dos negros rebeldes.
A revolta se encerrou com um saldo de cerca de 30.000 mortos.
REVOLTA DO MALÊS (1835) - BAHIA
A Revolta do Malês foi organizada por muçulmanos de origem Iorubá – nagôs – que 
viviam na Bahia. Durou menos de um dia, mas é uma importante revolta que demonstra a 
organização entre os sujeitos escravizados no período. Com a maioria da população de origem 
africana, esta era uma questão latente na Bahia. Escravos e libertos urbanos circulavam 
pela cidade e dividiam os trabalhos diários – e às vezes até as moradias – formando laços de 
sociabilidade e solidariedade, que facilitavam as ações políticas. Os trabalhadores urbanos 
mais alguns escravos de engenho decidiram se rebelar com a intenção de formar uma Bahia 
Malê, que seria controlada por africanos, tendo à frente representantes muçulmanos. 
Mesmo intencionando a tomada de poder, logo a revolta foi controlada.
REVOLUÇÃO FARROUPILHA OU GUERRA DOS FARRAPOS (1835 – 1845)
A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos foi a mais longa e duradoura das revoltas 
do período regencial, deflagrada por conta de aumentos de impostos sobre a produção 
de charque (carne bovina cortada em mantas, salgada e seca ao sol). Enquanto as outras 
revoltas do período eram compostas pelas classes menos favorecidas, a Farroupilha foi 
uma revolta da elite estancieira do sul do país.
Em 20 de setembro de 1835 foi proclamada a República Rio-Grandense, tendo como 
líder Bento Gonçalves que governou a província em 1837. Com o comando de Giuseppe 
Garibaldi proclamaram em Santa Catarina a República Juliana. A revolta ultrapassou o 
período regencial e só foi finalizada no segundo reinado.
Foi a única revolta regencial que se encerrou com um acordo, o Tratado de Poncho 
Verde, negociado com Duque de Caxias, com os revoltosos podendo, inclusive, entrar para 
o exército brasileiro.
A Guarda Nacional foi uma força militar organizada no Brasil em agosto de 1831, durante o 
período regencial, e desmobilizada em setembro de 1922. Sua criação se deu por meio da lei de 
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18 de agosto de 1831 que “cria as Guardas Nacionais e extingue os corpos de milícias, guardas 
municipais e ordenanças”. Diz a referida lei, em seu art 1º, que “As Guardas Nacionais são 
criadas para defender a Constituição, a liberdade, Independência, e Integridade do Império; 
para manter a obediência e a tranquilidade pública; e auxiliar o Exército de Linha na defesa das 
fronteiras e costas”, tendo como fundamento o artigo 145 da Constituição de 1824: “Todos 
os Brasileiros são obrigados a pegar em armas, para sustentar a Independência, e integridade 
do Império, e defendê-lo dos seus inimigos externos, ou internos”. Em setembro de 1850, 
por meio da Lei n. 602, a Guarda Nacional foi reorganizada e manteve suas competências 
subordinadas ao Ministro da Justiça e aos presidentes de província. Em 1873, ocorreu nova 
reforma que diminuiu a importância da instituição em relação ao Exército Brasileiro. Com 
o advento da República, a Guarda Nacional foi transferida em 1892 para o Ministério da 
Justiça e Negócios Interiores. Em 1918, passou a Guarda Nacional a ser subordinada ao 
Exército Brasileiro, sendo incorporada como exército de 2ª linha, acabando diluída.
Para ilustrar o quanto o período regencial foi cheio de instabilidades políticas, listei as 
principais revoltas. No entanto, tenha em mente que as revoltas que lhe expliquei acima 
são as que deve se preocupar.
• Revolta do Lavradio, em Minas Gerais 1836.
• Balaiada, no Maranhão, 1838–1841.
• Cabanada, em Pernambuco, 1832-1835.
• Cabanagem, no Pará, 1835-1840.
• Carneiradas, em Pernambuco, 1834-1835.
• Federação do Guanais, na Bahia, 1832-1833.
• Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, 1835–1845.
• Insurreição do Crato, no Ceará, 1832.
• Mata-Maroto, na Bahia.
• Motins em Pernambuco, de 1831 a 1834.
• Abrilada, de 1832.
• Setembrada, de 1831.
• Novembrada, de 1831.
• Revolta do Ano da Fumaça, em Minas Gerais, 1833
• Revolta de Carrancas, em Minas Gerais, 1833
• Revolta de Manuel Congo, no Rio de Janeiro
• Revolta dos Malês, na Bahia.
• Rusgas, no Mato Grosso, 1834.
• Sabinada, na Bahia, 1837 – 1838.
• Setembrada, no Maranhão, em 1831.
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Note que não foram poucas as revoltas no período. O país foi sacudido pela insatisfação 
da população ante aos constantes aumentos de impostos e ao autoritarismo dos governos 
regenciais, que indicavam governadores totalmente desvinculados das realidades regionais.
006. 006. (FGV/SME - SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016) 
Relacione as reformas político-institucionais do período regencial com suas respectivas funções.
1. Guarda Nacional
2. Código do Processo Criminal
3. Ato Adicional
4. Lei Interpretativa do Ato Adicional
(  ) � Instrumento usado para frear a autonomia das províncias, de acordo com os ideais 
conservadores.
(  ) � Instrumento forjado para ampliar o poder legislativo local, por meio da criação das 
Assembleias Provinciais.
(  ) � Instrumento estabelecido para manter a ordem interna, com potencial uso coercitivo 
para repressão das revoltas.
(  ) � Instrumento utilizado para fortalecer os proprietários rurais provinciais, que elegiam 
a autoridade judiciária do município.
Assinale a opção que indica a relação correta, de cima para baixo.
a) 1 – 3 – 2 – 4.
b) 1 – 4 – 2 – 3.
c) 4 – 3 – 1 – 2.
d) 2 – 4 – 3 – 1.
e) 4 – 3 – 2 – 1.
A Guarda Nacional era uma instituição de uso coercitivo da força para a manutenção da 
ordem. O Código de Processo Criminal dava poderes aos latifundiários, na medida em que 
poderiam eleger os representantes do judiciário para defesa de seus interesses. O Ato 
Adicional de 1834 dava maior autonomia às províncias e a Lei Interpretativa do Ato Adicional 
retirava essa autonomia concedida às províncias.
Letra c.
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1 .1 .4 . O seGUNdO ReINadO
O Segundo Reinado corresponde ao período de 23 de julho de 1840 a 15 de novembro 
de 1889, em que o Brasil esteve sob reinado de D. Pedro II (1825-1891). Foi caracterizado 
como um período de relativa paz entre as províncias brasileiras, a abolição gradual da 
escravidão e a Guerra do Paraguai.
D. Pedro II se tornou imperador com 15 anos de idade, um ano após ter sido declarado 
maior de idade, com 14 anos. Esta foi a forma encontrada pelo Partido Liberal para acabar 
com o governo regencial, que era provavelmente o causador das rebeliões que se passavam 
no Brasil. A antecipação da sua maioridade é conhecida como o golpe da maioridade.
Durante o Segundo Reinado surgiram os seguintes partidos políticos:
• o Partido Liberal, cujos membros eram conhecidos como os “luzia”;
• o Partido Conservador, cujos membros eram conhecidos como os “saquarema”.
Ambos os partidos defendiam as ideias de elite, como a manutenção da escravidão. 
Somente se diferiam em relação ao poder central, com os liberais lutando por mais 
autonomia provincial e os conservadores por mais centralização. Em função disso, o político 
pernambucano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, proferiu: “Nada se assemelha 
mais a um ‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder.”
Por causa da abdicação do seu pai, D. Pedro II sentiu a necessidade de mudar forma de 
governo. Seguindo, assim, ao sistema que tem origem na Inglaterra, em 1847 é implantado 
o parlamentarismo no Brasil.
Este sistema ficou conhecido como parlamentarismo às avessas dado que o Presidente 
de Conselho, a partir de 1847, era escolhido de uma lista de tripla pelo imperador e não 
necessariamente era o candidato mais votado, como na Inglaterra. O imperador também 
detinha o Poder Moderador, mas este foi usado poucas vezes pelo soberano.
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007. 007. (CESGRANRIO/IBGE/Historiador/2009)
A partir da década de 1870, as críticas à vigência da escravidão na sociedade brasileira 
tornaram-se mais frequentes, figurando em jornais e periódicos, como exemplificado na 
charge acima.
Nesse contexto, a condenação da escravidão foi promovida em função da(s)
a) incompatibilidade entre os ideais de ordem e a civilização defendidos pela direção do 
Estado imperial e a vigência do liberalismo político no Brasil.
b) difusão de teorias raciais retificadoras dos malefícios da escravidão para as populações 
negras e mestiças.
c) inviabilidade de legitimar o escravismo na conjuntura internacional de reconhecimento 
dos direitos universais de homens e cidadãos.
d) expansão das propostas de reforma tanto do sistema político brasileiro quanto das 
condições do exercício da cidadania.
e) pressões de cafeicultores cuja renda havia diminuído frente à crescente depreciação do 
valor da mão de obra escrava.
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a) Errada. Não havia vigência do liberalismo. Funcionava o parlamentarismo às avessas.
b) Errada. Teorias raciais, neste momento, são racistas. Não foram essas teorias que 
contribuíram para o fim da escravidão. Essas teorias contribuíram para vigência da escravidão.
c) Errada. O fim da escravidão no Brasil ocorreu por pressão internacional, mas esta visava 
o aumento do mercado consumidor e não o reconhecimento dos direitos universais.
d) Certa. Além da pressão feita pela Inglaterra pelo fim da escravidão, interessada em criar 
um mercado consumidor para sua ebulição industrial, muitas associações surgiram a fim 
de tratar desse tema por volta de 1870. Isso fez com que o debate crescesse e alcançasse 
não só a sociedade, mas também os representantes do povo, que eram responsáveis por 
fazer as leis.
e) Errada. Os cafeicultores não tinham objetivo de terminar com a escravidão, pois muitos 
deles ainda usavam esse tipo de mão de obra. Como o tráfico de escravos já havia sido 
proibido há mais tempo o valor do escravo no mercado interno subiu.
Letra d.
eCONOMIa
Estimado(a), o Café foi de importância indiscutível para o crescimento e desenvolvimento, 
tanto econômico, como agrícola no Brasil.
Iniciado seu cultivo já no final do século XVIII, nas terras do Vale do Paraíba, no Rio de 
Janeiro, esta cultura foi seguindo para São Paulo e Minas Gerais, até descer e descobrir as 
férteis terras de solo roxo do norte do Paraná, no final do século XIX, seja pelo consequente 
esgotamento das terras no sudeste do País, seja pelo anseio natural dos fazendeiros em 
expandir suas plantações para mais a oeste de São Paulo.
A história do ciclo do café no Brasil começou com o contrabando de grãos da Guiana 
Francesa. Quem introduziu o cultivo no país foi o Francisco de Melo Palheta, um militar luso-
brasileiro. O café e seus derivados seriam os principais produtos brasileiros de exportação 
durante quase 100 anos e seu ciclo ajudou no desenvolvimentodo Brasil em diversos prismas, 
com ênfase na urbanização dos grandes centros econômicos.
A maior parte do ciclo do café ocorreu na economia brasileira entre os anos de 1800 
e 1930. Nota-se a importância do produto pela quantidade de tempo de predominou na 
economia brasileira. Compreendido entre as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, o Vale do 
Paraíba tinha ótimas condições geográficas como regularidade de chuvas e clima adequado 
para o cultivo do café.
Para escoar a produção, várias estradas férreas foram construídas. Nesse sentido, 
merece destaque a Estrada União e Indústria, a primeira da América Latina de rodagem 
macadamizada, construída em 1861.
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008. 008. (FGV/SME - SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016) As 
opções a seguir caracterizam corretamente o processo de expansão e modernização da 
economia cafeeira, na segunda metade do século XIX, à exceção de uma.
Assinale-a.
a) A Estrada União e Indústria foi a principal via de ligação entre as províncias do Rio de 
Janeiro e Minas Gerais, na segunda metade do século XIX, facilitando o transporte de 
produtos e passageiros, competindo com o sistema ferroviário.
b) A economia cafeeira ganhou impulso com a criação de um sistema ferroviário, na medida 
em que essa inovação contribuiu para aumentar a capacidade logística de transporte do 
café, reduzindo os custos finais de produção.
c) A produção de café do Vale do Paraíba fluminense usufruiu da construção da Estrada de 
Ferro D. Pedro II, que conectava a Corte a São Paulo e Minas Gerais, facilitando o escoamento 
do café produzido nessa região
e) A malha ferroviária em São Paulo combinou investimentos nacionais e estrangeiros, gerando 
uma rede de núcleos urbanos produtores e consumidores, que, por sua vez, contribuíram 
para diversificar a economia do Oeste Paulista.
e) O desenvolvimento da economia cafeeira no Oeste Paulista se beneficiou da ligação com 
o litoral pela estrada de ferro de Santos a Jundiaí, estimulando o porto de Santos como 
centro exportador.
A Estrada União e Indústria foi a primeira estrada de rodagem pavimentada (“macadamizada”) 
da América Latina. Buscava melhorar o escoamento da produção de café da região onde se 
situa atualmente Juiz de Fora. Ligava Juiz de Fora a Petrópolis, e tinha 144 km de extensão, 
com doze estações de muda 1 um marco de pedra a cada 6 km. Foi inaugurada em 23 de 
junho de 1861, quando ainda não havia ferrovia (que somente chegaria a Três Rios em 1867 
e a Juiz de Fora em 1875). Sendo assim, não havia como competir com o sistema ferroviário.
Letra a.
Em 1850, o Império decretou a chamada Lei de Terras (lei n. 601 de 18 de setembro de 
1850), uma das primeiras leis brasileiras, após a independência do Brasil (1822), a dispor 
sobre normas do direito agrário brasileiro. Trata-se de uma legislação específica para a 
questão fundiária. Esta lei estabelecia a compra como a única forma de acesso à terra e 
abolia, em definitivo, o regime de sesmarias. Muito embora não tenha havido revogação 
formal, considera-se que a mesma foi derrogada quando da edição da Lei n. 4.504, de 30 
de novembro de 1964 (o “Estatuto da Terra”), que trata do mesmo assunto.
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A Lei de terras teve origem em um projeto de lei apresentado ao Conselho de Estado do 
Império em 1843, por Bernardo Pereira de Vasconcelos. Analisando seus efeitos, podemos 
afirmar que sua principal consequência foi a concentração latifundiária.
Em decorrência do crescimento da exportação de café foram construídas as primeiras 
ferrovias e formaram-se muitas cidades. Os portos de Santos e Rio de Janeiro prosperam.
Mesmo com a vinda da família real portuguesa para o Brasil, não houve espaço para que 
a produção industrial brasileira desenvolvesse. A mudança de foco na administração do 
império marítimo português não ofereceu tamanha liberdade em terras brasileiras porque 
foi firmado um acordo com a Inglaterra que garantia a este país privilégios na venda de 
suas mercadorias.
Assim, o Brasil se tornou um grande consumidor e dependente dos ingleses. Com o 
passar das duas primeiras décadas do século XIX, essas tarifas sofreram transformações, 
entretanto o Brasil precisou utilizar mais recursos na contenção de revoltas e com outras 
dificuldades que afetavam a produção agrícola e o próprio reconhecimento da independência.
Já com o Brasil definido como império e independente, as taxas praticadas sobre 
produtos estrangeiros estavam na casa dos 15% de impostos. Valor este que permaneceu 
ativo no Brasil entre os anos de 1828 e 1844. Foi então que o Ministro da Fazenda Manuel 
Alves Branco decidiu revisar as taxas que eram cobradas. Alves Branco era advogado e 
economista, mas desenvolveu uma grande carreira de sucesso na política, ocupando diversos 
cargos de destaque no império.
A Tarifa Alves Branco recebeu o nome de seu criador e foi implementada no dia 12 
de agosto de 1844. Tratava-se de uma tarifa alfandegária que aumentou as taxas de 
importação para a casa dos 30%, quando não havia similar nacional, e para a casa dos 
60%, quando havia produto similar nacional. O objetivo básico da Tarifa Alves Branco era 
melhorar a balança comercial brasileira, fazendo com que o império arrecadasse mais 
dinheiro do que era dispensado com gastos. Só que a implicação da tarifa foi bem além 
disso, a medida do Ministro Alves Branco acabou por incentivar a produção industrial 
brasileira, já que os custos para substituição das importações pela instalação de pequenas 
fábricas eram bem mais atraentes.
É na vigência da Tarifa Alves Branco que se cria a estrutura necessária para os investimentos 
do conhecido Barão de Mauá, o qual investiu em diversas inovações tecnológicas e comerciais 
para o Brasil. A chamada Era Mauá foi interrompida e minada dentro do próprio governo 
imperial brasileiro em função da existência de políticos atrelados aos interesses dos ingleses 
que pressionaram até conseguir derrubar as taxas protecionistas e sucumbir o império ao 
capital inglês.
De posicionamento liberal e abolicionista, Mauá teve problemas com o Império devido aos 
seus ideais. Seus negócios ficaram abalados pela legislação de taxação de importações que foi 
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implantada e em 1857 o seu estaleiro foi incendiado criminosamente. Seus empreendimentos 
também sofreram consequências com a crise bancária de 1864.
009. 009. (FGV/SF/CONSULTOR LEGISLATIVO/ÁREA PRONUNCIAMENTOS/2022) O ano de 1850 é 
considerado o marco inicial de um processo de transição na economia e de transformação 
da sociedade brasileira. A abolição do tráfico internacional de escravos, a Lei de Terras e 
o Código Comercial (ambos de 1850), a Lei das Hipotecas (1864), o avanço das estradas 
de ferro, ao que se agrega a própria consolidação, no mercado internacional,do modo de 
produção capitalista – todos esses são elementos que apontam para uma sociedade em 
transformação.
Adaptado de FRAGOSO, João Luís. “O império escravista e a república dos plantadores”. In: História geral do 
Brasil. RJ: Campus, 2000, p. 147.
Considerando os marcos legais citados, assinale a opção que descreve corretamente o 
processo socioeconômico de transformação do Império brasileiro, na segunda metade do 
século XIX.
a) A Lei Eusébio de Queirós concedeu amplos poderes às autoridades judiciais para proibir 
o tráfico e, pela primeira vez, declarou livres todos os escravos vindos fora do império, o 
que impactou o sistema escravista.
b) O Código Comercial aboliu a justiça especializada em causas comerciais, o que permitiu 
maior liberdade ao capital financeiro que estava sendo desvinculado do tráfico negreiro e 
aplicado em outros setores.
c) A Lei de Terras tornava ilegal a aquisição de terras devolutas por outro título que não 
fosse o de concessão de sesmaria, o que impediu o acesso fácil à terra e garantiu a mão de 
obra às fazendas, face a extinção do tráfico negreiro.
d) O Código Comercial foi elaborado para proibir o comércio interprovincial de escravos, o 
que incentivou o abastecimento ilegal atlântico do sudeste produtor de café e atrasou o 
movimento abolicionista.
e) A Lei de Terras foi eficaz ao instituir critérios para definir os marcos legais da propriedade 
privada da terra, o que facilitou o seu reconhecimento como uma mercadoria regulada 
pelo mercado.
Atenção! Duas das alternativas listam informações sobre a Lei de Terras de 1850. A afirmativa 
“c” está errada porque não tornou ilegal a aquisição de terras devolutas que não fosse 
de sesmaria. O que a Lei exigiu foi o registro de sua ocupação. Apesar de a Lei de Terras 
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promover a concentração latifundiária, na medida em que posseiros não tiveram acesso à 
cartório e registro de imóveis enquanto grandes proprietários o tinham, a Lei foi eficiente 
na criação de critérios legais da propriedade da terra.
Letra e.
POlÍTICa eXTeRNa
Quanto à política externa, o Brasil, que, por sua extensão territorial, já usufruía de posição 
privilegiada no continente sul-americano, procurou, ao longo do reinado do imperador Dom 
Pedro II, desempenhar agressiva política a fim de evitar o fortalecimento de outras nações 
que ameaçassem sua posição hegemônica. Além disso, procurou expressar sua vontade de 
assumir uma posição “autônoma” em relação à Inglaterra.
Durante toda a primeira metade do século passado, a Inglaterra, importante produtora 
de gêneros industrializados, buscava ampliar seu mercado consumidor. O país acreditava 
que essa ampliação dependia da abolição do trabalho escravo no continente americano.
Portanto, desde a chegada de D. João VI ao Brasil – que foi auxiliada pela Coroa britânica 
– as autoridades inglesas pressionavam o governo brasileiro a abolir a escravidão. Tal 
demanda se chocava com os interesses dos grandes proprietários rurais brasileiros. Os 
ingleses acreditavam que a abolição deveria ocorrer de forma lenta e gradual: iniciaria pela 
extinção do tráfico negreiro, principal meio de abastecimento de mão de obra escrava em 
uma população cujo crescimento natural não era suficiente para a sua reposição.
Devido aos adiamentos da decisão do governo imperial, as autoridades britânicas 
resolveram intervir: decretaram a lei Bill Aberdeen, dispositivo que permitia aos ingleses 
aprisionar navios que estivessem transportando africanos para o Brasil, apreender a carga 
e julgar a tripulação por crime. Algumas apreensões foram feitas, o que abalou as relações 
entre Brasil e Inglaterra.
QUesTÃO CHRIsTIe
Outro episódio marcante no relacionamento entre os dois países foi a chamada Questão 
Christie. Em 1861, um navio inglês, o Príncipe de Gales, naufragou nas costas do Rio Grande 
do Sul e sua carga foi pilhada por brasileiros. William Christie, representante inglês no Brasil, 
exigiu uma indenização de 3.200 libras, o que desagradou o governo imperial.
Para agravar ainda mais a situação, pouco depois, três oficiais da marinha inglesa, à 
paisana e completamente embriagados, foram presos pela polícia do Rio de Janeiro por 
provocarem desordens. Christie exigiu a imediata libertação dos oficiais ingleses, além da 
punição dos responsáveis pela prisão.
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O imperador Dom Pedro II concordou, inicialmente, em arcar com a indenização pelo 
saque do navio e também ordenou a libertação dos marinheiros ingleses, mas se recusou, 
terminantemente, a punir as autoridades brasileiras, que, segundo ele, agiram corretamente 
ao prender os arruaceiros.
Em represália à decisão do imperador, Christie ordenou o aprisionamento de cinco navios 
brasileiros que se encontravam no Oceano Atlântico e os manteve como reféns até que a 
atitude do governo brasileiro se alterasse. Em resposta à atitude do embaixador inglês, 
centenas de pessoas se manifestaram nas ruas do Rio de Janeiro, insultando comerciantes 
ingleses radicados na cidade.
Para arbitrar a questão diplomática envolvendo Brasil e Inglaterra, foi eleito o rei da 
Bélgica, Leopoldo I, que se manifestou a favor das atitudes do imperador Dom Pedro II e 
aconselhou o governo britânico a pedir desculpas ao Brasil, o que não ocorreu. Em 1863, 
as relações diplomáticas entre os dois países foram rompidas, apesar da manutenção dos 
contatos econômicos.
Em 1865, porém, preocupada com a expansão paraguaia em território sul-americano, a 
Inglaterra buscou uma reaproximação com o Brasil, e um representante inglês formalizou, 
em nome do governo britânico, um pedido de desculpas a Dom Pedro II, reatando, assim, 
as relações diplomáticas entre Brasil e Inglaterra.
GUeRRa dO PRaTa
A Guerra contra Oribe e Rosas ou também conhecida como Guerra do Prata aconteceu 
entre 1851 e 1852 na região do rio do Prata, um estuário criado pelos rios Paraná e Uruguai. 
O Brasil já havia lutado anteriormente na Guerra da Cisplatina (1825-1828) contra as 
Províncias Unidas do Rio da Prata que resultou na criação do Uruguai.
O primeiro personagem dessa guerra, que inclusive dá nome ao conflito, é Juan Manuel 
de Rosas. Eleito o governador de Buenos Aires, uma das províncias mais ricas e populosas 
da Argentina, ainda contava com um importante porto na época. Seu governo era o de 
ditatorial, caracterizado pela corrupção e resultando em uma emigração em massa de 14 
mil opositores.
Os planos de Rosas eram audaciosos: queria recriar o antigo Vice-Reinado do Prata, que 
abrangia territórios do Uruguai, Paraguai e Bolívia e garantir que a Argentina se tornasse 
a principal potência da América do Sul.
Quanto ao Paraguai, Rosas logo resolveu este problema. Este país declarou sua 
independência em 1811, mas nenhum outro o reconheceu. O ditador paraguaio José 
Gaspar Rodríguez de Francia isolou o país, evitando contatos com o exterior e possíveis 
ações diplomáticas. Quando este morreu, Carlos Antonio López o sucedeu e abriu as suas 
portas para a Argentina assinando dois tratados. Porém, como o ditador Rosas não estava 
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para brincadeira, se recusou de reconhecer o Paraguai como independente e criou barreiras 
para o comércio deste país.
O Uruguai, antiga província Cisplatina, enfrentava problemas políticos em decorrência 
de suas eleições. De um lado, o candidato Fructuoso Rivera, do partido Colorado e, do 
outro, o responsável pela independência da Cisplatina, Juan Antonio Lavalleja, do partido 
Blanco. Rivera num ato de desespero tomou o poder a força, num conflito que durou dois 
anos (1830-1832).
Depois de cumprir seu mandato até 1835, Manuel Oribe também do partido Blanco 
assumiu o poder por alguns anos, já que renunciou em 1839 deixando o posto livre novamente 
para Rivera.
O ditador argentino enviou um exército liderado por Lavalleja que não teve êxito. Rosas 
então enviou outro exército com a ajuda de argentinos e de uruguaios liderados por Oribe. 
Desta vez Rivera não teve tanta sorte e procurou exílio no Brasil, enquanto mais de trinta 
mil pessoas eram mortas.
Mesmo com o Uruguai em suas mãos, Rosas queria mais e passou a atacar o Sul do 
Brasil. Dom Pedro II mandou uma parte do seu exército para o Sul e tinha como plano 
financiar os oponentes. O Brasil contava com o apoio da Bolívia, Paraguai (sendo que o 
Brasil enfim reconheceu a sua independência), Uruguai (opositores internos) e com as duas 
províncias argentinas: Entre Rios e Corrientes.
O exército brasileiro se armou para o confronto, uma parte ficou na fronteira para 
protegê-la e outra foi para o Uruguai tirar Oribe do poder. No dia 19 de outubro de 1851, 
diante do tamanho do exército que vinha ao seu encontro, Oribe se rendeu sem luta.
Então as forças armadas seguiram rumo a Argentina para tirar Rosas do poder. Chegam 
próximo de Buenos Aires no dia 1º de fevereiro de 1852 e derrotam a primeira força rosista 
que encontram. Dois dias depois, ocorreu a Batalha de Monte Caseros, desta vez com o 
exército argentino liderado pessoalmente por Rosas. Os aliados ganharam a disputa e Rosas 
fugiu para o Reino Unido, sem que ninguém soubesse.
A Guerra Contra Oribe e Rosas foi importante para o Brasil, já que na época enfrentava-
se a vontade do Rio Grande do Sul de se separar do país. Com sua participação efetiva nos 
conflitos, o estado passou a integrar-se definitivamente ao Império Brasileiro. Ademais, 
ainda provou a hegemonia do país e a sua estabilidade política e econômica.
GUERRA DO PARAGUAI (1864 A 1870)
A Guerra do Paraguai ou Guerra da Tríplice Aliança está relacionada ao controle 
estratégico da bacia do Rio Prata, tanto para navegação comercial, quanto por questões 
fronteiriças e militares.
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A Guerra do Paraguai teve seu início no ano de 1864, a partir da ambição do ditador 
paraguaio, Francisco Solano Lopes. Ele tinha como objetivo principal aumentar o território 
do seu país e, assim, obter uma saída para o Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do 
Prata. Ele iniciou o confronto com a criação de inúmeros obstáculos impostos às embarcações 
brasileiras, que se dirigiam ao Mato Grosso através da capital paraguaia.
Visando a província de Mato Grosso, o ditador paraguaio aproveitou-se da fraca defesa 
brasileira naquela região para invadi-la e conquistá-la. Fez isso sem grandes dificuldades e, 
após esta batalha, sentiu-se motivado a dar continuidade à expansão do Paraguai através 
do território que pertencia ao Brasil. Seu próximo alvo foi o Rio Grande do Sul. Mas, para 
atingi-lo, necessitava passar pela Argentina. Então, Solano invadiu e tomou Corrientes, 
província Argentina que, naquela época, era governada por Mitre.
Decididos a acabar com as ameaças e o domínio do ditador Solano Lopes, Argentina, 
Brasil e Uruguai uniram suas forças em 1º de maio de 1865, através do acordo conhecido 
como Tríplice Aliança. A partir daí os três países lutaram juntos para deter o Paraguai, que 
foi vencido na batalha naval de Riachuelo e também na luta de Uruguaiana.
Combate Naval do Riachuelo de Victor Meirelles (1832-1903)
Esta guerra durou seis anos. Contudo, já no terceiro ano, o Brasil viu-se em grande 
dificuldade no que se refere a organização das suas tropas pois, além do inimigo, os soldados 
brasileiros tinham que lutar contra a falta de alimentos, de comunicação e ainda contra as 
epidemias de várias doenças contagiosas.
Diante deste quadro, Caxias foi novamente chamado, desta vez para liderar o exército 
brasileiro. Sob seu comando, a tropa foi reorganizada e conquistou inúmeras vitórias até 
chegar a Assunção, no ano de 1869. Apesar de seu grande êxito, a última batalha foi liderada 
pelo Conde D`Eu (genro de D. Pedro II).
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Antes da guerra, o Paraguai era uma potência econômica na América do Sul. Além disso, 
era um país independente das nações europeias. Para a Inglaterra, este país era um exemplo 
que não deveria ser seguido pelos demais países latino-americanos, que eram totalmente 
dependentes do império inglês. Foi por isso que os ingleses ficaram ao lado dos países da 
Tríplice Aliança, emprestando dinheiro e oferecendo apoio militar. Era interessante para a 
Inglaterra enfraquecer e eliminar um exemplo de sucesso e independência na América Latina.
Em 1869, tropas brasileiras tomaram a cidade de Assunção, capital do Paraguai, mas o 
presidente do país conseguiu fugir. O genro do imperador, o Conde D’Eu, assumiu o comando 
das forças brasileiras e saiu em perseguição ao presidente paraguaio, vencendo-o na batalha 
de Cerro Corá, na qual Solano López morreu. Por fim, no ano de 1870, a guerra chegou ao 
seu final com a morte de Francisco Solano Lopes em Cerro Cora.
Como consequência da derrota, a indústria paraguaia ficou arrasada. O Paraguai 
nunca mais voltou a ser um país com um bom índice de desenvolvimento industrial e 
econômico. Pelo contrário, passa até hoje por dificuldades políticas e econômicas. Cerca de 
70% da população paraguaia morreu durante o conflito, sendo que a maioria dos mortos 
eram homens.
Embora tenha saído vitorioso, o Brasil também sofreu grandes prejuízos financeiros com 
o conflito. Os elevados gastos da guerra foram custeados com empréstimos estrangeiros, 
fazendo com que aumentasse a dívida externa brasileira e sua dependência em relação 
a países ricos como, por exemplo, a Inglaterra.
Com a guerra, o Exército brasileiro ficou fortalecido no aspecto bélico, pois ganhou 
experiência e passou por um processo de modernização. Houve também um importante 
aumento de sua relevância institucional. Do ponto de vista político, o Exército brasileiro 
também saiu fortalecido e passou a ser um importante força no cenário político nacional.
010. 010. (FGV/SME – SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016) I. 
(...) é o ditador do Paraguai, Francisco Solano López, que vai renovar as pretensões de Rosas, 
de formar no Prata um grande império, rival do Brasil. Para isso preparava-se solícita, mas 
dissimuladamente; e só

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