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Função Materna e Paterna

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1 
 
FUNÇÃO MATERNA E FUNÇÃO PATERNA 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
SUMÁRIO 
FUNÇÃO MATERNA E FUNÇÃO PATERNA ......................................... 1 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 2 
Introdução .............................................................................................. 4 
Constituição Psíquica .......................................................................... 6 
A função materna .............................................................................. 13 
A função paterna ............................................................................... 14 
Função materna e função paterna sob a ótica da psicanálise ......... 17 
A importância das funções materna e paterna nos primórdios da 
constituição do ser humano ......................................................................... 20 
REFERÊNCIAS .................................................................................... 28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
file:///C:/Users/rayss/Desktop/Nova%20pasta/PSICOLOGIA%20PRÉ-NATAL/FUNÇÃO%20MATERNA%20E%20FUNÇÃO%20PATERNA.docx%23_Toc84955026
 
 
4 
 
Introdução 
Ser pai e ser mãe não implica apenas na paternidade e maternidade 
biológicas, mas demanda, também, sentimentos e atitudes de adoção que 
decorrem do desejo pelo filho. A dinâmica por meio da qual se atualizam as 
funções materna e paterna organiza-se a partir de um interjogo de fatores 
conscientes e inconscientes. Desse modo, as funções materna e paterna vão 
além dos papéis de pai e mãe, os quais implicam em tarefas relacionadas aos 
cuidados físicos e à educação. 
Quando se fala do pai, não se trata do pai como simples agente de 
paternidade biológica, mas como o operador simbólico. É na dinâmica da 
dialética edipiana que ocorre a construção desse pai simbólico a partir do pai 
real e que a função paterna vai exercer influência na estruturação psíquica da 
criança. O pai, como função simbólica, é estruturante, de forma que o exercício 
de sua função impacta na estruturação psíquica da criança e no seu processo 
de desenvolvimento. Esse não está preso necessariamente à história 
cronológica, mas à história mítica. Assim, nos casos de pais separados ou 
ausentes, alguém precisa exercer a função simbólica de separação mãe-bebê, 
bem como assumir a função de retaguarda e acolhimento da mãe, para que ela 
possa exercer a função materna no período inicial de fusão com a criança. 
O início da vida da criança foi amplamente descrito por Winnicott, que 
privilegiou a função da mãe por entender que a figura materna constitui o 
ambiente primitivo do bebê. A relação inicial do bebê com a mãe é considerada 
a fase mais importante na estruturação da personalidade e do sujeito. 
A saída do estado narcisista da criança deve ser facilitada pela mãe ao 
propiciar a entrada em cena de um pai respeitado e valorizado. A passagem para 
uma triangulação edípica permitirá ao filho o reconhecimento de terceiros, 
possibilitando dessa forma seu ingresso nas relações sociais. 
O pai é quem faz a mediação entre o desejo da mãe e do filho, dá 
 
 
5 
continuidade à proibição do incesto, exercendo o papel do terceiro que interdita 
a relação. É ele o representante do pai simbólico que precisa ser também 
simbolizado como o objeto da falta e desejado por essa mãe, levando-a a 
direcionar o seu desejo para outros objetos que não o filho. 
Devido a fatores de ordem biológica e cultural, a relação entre a mãe e o 
filho é tão exclusiva que praticamente constitui um mundo à parte. Já a relação 
do pai com o filho é constituída num grupo em que há pelo menos três pessoas. 
Espera-se que o pai ensine o filho a existir em sociedade, assim como a mãe o 
ensinou a existir em seu próprio corpo. 
O vínculo que une pai e filho é diferente daquele que une a dupla mãe-
filho. Estudos evidenciam a importância do envolvimento do pai no 
desenvolvimento da criança. A competência e capacidade do pai são similares 
às da mãe na interação com o filho, demonstrando ainda que o contato precoce 
do pai com o filho possibilita um melhor envolvimento posterior entre ambos. 
Merece destaque também o suporte emocional e material dado pelo marido à 
esposa, que favorece um maior envolvimento com a criança nos primeiros anos 
de vida. 
Espera-se que o pai seja um parceiro carinhoso, protetor e cooperativo 
com a mãe, desde a gestação do filho, para que ela possa se dedicar à criança 
num primeiro momento. Sua presença física e afetiva é fundamental para romper 
a relação narcisista do filho com a mãe, funcionando como uma ponte entre o 
mundo interno e a realidade externa da criança. Ao se afastar da mãe e se 
envolver com o pai, a criança desenvolve maiores habilidades exploratórias e 
responsividade social. Nessa etapa bem inicial, a função do pai é também a de 
tolerar a exclusão temporária da relação mãe-bebê e esperar pelo momento de 
participar mais ativamente. O pai, junto com a mãe, compõe o ambiente total em 
que o bebê habita. Nesse sentido, o pai participa do colo que a mãe dá ao bebê 
a partir da experiência real que ela tem da presença dele. 
No desempenho da função materna e da função paterna, entram em jogo 
características pessoais do pai e da mãe, bem como determinadas condições 
emocionais de cada um que se referem às suas vivências na infância e a suas 
 
 
6 
capacidades de elaboração de vivências de frustração, de separação e do 
complexo edípico. Assim, o exercício da função materna, tanto quanto o da 
função paterna, requer uma série de atributos, aptidões e tarefas, que vão se 
modificando de acordo com o desenvolvimento da criança. 
 
Constituição Psíquica 
A constituição psíquica é um processo pelo qual o bebê precisa passar 
para que venha a se constituir enquanto sujeito. Esse bebê, ao nascer, por sua 
dependência, precisa do Outro para lhe dar um lugar de existência e, para isso, 
é necessária a linguagem. 
Quando nasce uma criança é como se ela fosse apenas um conjunto de 
carne e osso, e para que nela se inscreva algo, é preciso que Outro o faça por 
meio de significantes. Assim, o processo do seu desenvolvimento vai ocorrer em 
função desse Outro que preencherá suas faltas e, que irá lhe fornecer elementos 
que estabeleçam um lugar de onde o bebê será capaz de iniciar o seu 
reconhecimento e a sua estrutura subjetiva. Esse Outro estará exercendo a 
função materna, e o bebê depende desse Outro para sobreviver. 
A posição da mãe, ou de quem exerce a função materna, é baseada 
primeiramente em preencher as funções que o bebê necessita, entre elas, a 
função da alimentação, da higiene, do suporte, de deslocamento. Mas além de 
fazer com que a criança sobreviva, o sujeito nesta função também está 
encarregado dedar significação à todas essas necessidades e inscrever um 
sujeito nesse bebê. Desse modo, a função materna sustenta para a criança uma 
imagem que serve para ela como referência para constituir-se subjetivamente. 
Esse Outro, ou seja, aquele que exerce a função materna vai manejar o 
bebê conforme determinam os significantes de sua história e também, de acordo 
com o lugar que esses significantes atribuem ao seu bebê. É a mãe, ou quem 
exerce a função materna, quem sustenta para esse bebê o lugar do Outro 
primordial. Desse modo, entende-se que: 
 
 
7 
 
Para Lacan, trata-se do momento da alienação do bebê capturado pelo 
desejo materno, introduzido na matriz simbólica dos pais, pois são estes que 
constroem sua história sem que o mesmo possa escolher nada dela. Isso não 
quer dizer que o bebê irá realizar todos os ideais dos pais, mas que esses são 
referências que identificam e sustentam sua constituição psíquica e impulsionam 
seu desenvolvimento. O lugar destinado pelos pais ao futuro do seu bebê está 
intimamente ligado com a maternagem, podendo ser observado a partir da 
escolha do nome, das fantasias dos pais e pelo discurso produzido por eles em 
torno do bebê. 
O Outro primordial (representado pela função materna) é o responsável 
pelo encontro com as primeiras referências simbólicas. A mãe tenta traduzir o 
que o bebê deseja com suas manifestações, pois ele ainda não fala. Essas 
suposições maternas é o que sustentam para que ele se jogue nessa relação 
através do vínculo que lhe é ofertado. 
Segundo Jerusalinsky (2004): 
 
As manifestações do bebê são interpretadas, por aquela que exerce a 
função materna, como demandas. 
 
 
8 
 A construção da demanda se constitui em todos os momentos em que 
diante do desamparo, se manifesta e dirige-se ao Outro, e este interpreta suas 
manifestações. As significações dadas pelo Outro supõem um desejo ao bebê. 
Nesse sentido, Jerusalinsky (2002) diz que: 
 
É através da relação mãe/bebê que a criança vai se subjetivando e se 
tornando um sujeito desejante. Essa experiência do olhar e do toque entre a mãe 
e o filho são estruturantes para o psiquismo e constituição da imagem corporal. 
É o desejo da mãe que vai impulsionar o desenvolvimento da criança, 
fornecendo-lhe elementos que irão estabelecer um lugar de onde ela poderá dar 
início à sua subjetividade. 
Jacques Lacan refere-se ao Estádio do Espelho, como um momento de 
identificação com o discurso com o Outro, sendo fundamental que ela ocorra, 
pois é nela que a criança faz a conquista da imagem do seu corpo e a 
estruturação do “Eu”. Desse modo, compreende-se que: 
 
Lacan (1953) fala dessa passagem a partir da experiência da criança 
diante do espelho, que ocorre entre os seis e os dezoito meses, onde mesmo 
prematura já tem uma visão fragmentada de seu corpo e vive uma experiência 
 
 
9 
de alienação diante dos significantes maternos e que permite a ela constituir sua 
imagem corporal. E isso só é possível em razão do Outro que antecipa e sustenta 
a imagem que a criança enxerga frente ao espelho. A criança se reconhece 
primeiramente no olhar da mãe e através desse mesmo olhar, ela pode olhar-se 
da forma singular como é olhada pela mãe e reconhecida como sujeito. 
Lacan (1953) postula o Estádio do Espelho em três tempos ou em três 
momentos. O primeiro momento da fase do espelho evidencia o assujeitamento 
ao registro do imaginário. A criança ainda não possui recursos simbólicos, e por 
isso não apreende a imagem de seu corpo, mas introduz-se através da 
antecipação imaginária. O segundo momento constitui uma etapa decisiva no 
processo identificatório. Neste, ela é levada a descobrir que o outro do espelho 
não é um outro real, mas uma imagem e não mais procura apoderar-se dela; 
assim, “no geral, seu comportamento indica que ela sabe, de agora em diante, 
distinguir a imagem do outro da realidade do outro” (DÖR, 1990, p. 80). O terceiro 
momento dialetiza os dois anteriores. A criança já está segura de que o reflexo 
do espelho é uma imagem, e que é dela. “A imagem do corpo é, portanto, 
estruturante para a identidade do sujeito, que através dela realiza assim sua 
identificação primordial” (DÖR, 1990, p. 80). 
Ao se enxergar refletida no espelho, a criança volta-se para a mãe como 
que num pedido para que esta lhe confirme a imagem. No momento em que se 
situa que aquele reflexo no espelho é seu, ocorre o reconhecimento, com o qual 
o sujeito pode contar para posicionar-se em um lugar discursivo. 
O Estádio do Espelho é, portanto, o processo de subjetivação do sujeito, 
ou seja, a conquista da sua identidade e prelúdio do complexo de Édipo. 
A relação mãe-bebê não se sustenta por si só para a constituição de um 
sujeito na criança. É preciso ser realizada uma intervenção que possibilite a ela 
ser retirada desta fusão imaginária que foi constituída inicialmente com a mãe. 
 A entrada de um terceiro, ou seja, do pai, permite que a criança saia da 
alienação diante dos significantes maternos, fazendo assim com que possa estar 
referenciada a outros significantes. Nesse sentido: 
 
 
10 
 
Conforme Jardim (2001), o reconhecimento do lugar do pai é suposto 
estar presente desde o início da vida de uma criança, com a finalidade de que 
seja possibilitado a esse pai o exercício de sua função, que consiste em 
sustentar e intervir na relação mãe-bebê. 
Compreendemos que o pai é aquele que interdita, castra a mãe quanto à 
possibilidade desta “devorar” em desejo seu bebê enquanto supõe que este lhe 
completa, inscrevendo, assim, a lei primordial da proibição do incesto. A 
interdição paterna se articula como uma metáfora estruturante do psiquismo, 
comportando uma espécie de substituição do pai como símbolo colocado no 
lugar da mãe. Está aí a substituição da dimensão do desejo materno pela 
dimensão da lei paterna. O pai desse modo, é aquele que “defende” a criança 
de ser “devorada” pela mãe, possibilitando assim a separação que é de 
fundamental importância para que a criança se constitua como sujeito. 
A função paterna, por ser simbólica, opera como uma metáfora, na qual 
um significante vem no lugar de outro, o Nome-do-Pai é substituído pelo falo 
como objeto de desejo da mãe. A função significante Nome-do-Pai inscreve-se 
no Outro, que até então era, para a criança, ocupado somente pela mãe. É o 
Nome-do-Pai que vem barrar esse Outro onipotente e absoluto, inaugurando sua 
entrada na ordem simbólica. 
Conforme Coriat (1997): 
 
No momento da alienação do infans ao outro, a função paterna já se 
 
 
11 
encontra presente no Outro primordial, mas não opera e fica à espera de entrar 
em funcionamento no momento da separação, quando ocorre o corte na relação 
mãe- bebê, que é aí de fato que o pai começa a exercer a sua função. 
A relação estabelecida com as funções materna e paterna sustenta ao 
bebê possibilidades de se constituir psiquicamente. 
Segundo Lacan (1958), o Complexo de Édipo se descreve pela 
intervenção paterna na relação mãe-filho, intermediando a relação especular do 
“eu” e do Outro. Com a castração simbólica o desejo da mãe deixa de ser o que 
determina o desejo da criança, surgindo assim a falta e a possibilidade de 
realizar-se o desejo. A função do pai no Complexo de Édipo é a de ser um 
significante que substitui o significante materno. 
Este mesmo autor ainda afirma que, o Complexo de Édipo acontece em 
três tempos: num primeiro momento, a relação da criança é com o desejo da 
mãe, ou seja, a criança deseja ser o objeto do desejo materno. O objeto do 
desejo da mãe é o falo. É na posição de objeto de desejo (falo) que a criança se 
coloca como suposto completar o que falta à mãe. Desse modo, a criança se 
situa como único objeto de desejo da mãe, assujeitando seu desejo ao dela. A 
criança busca se fazer desejo do desejo, poder satisfazer o desejo da mãe. É 
nesse primeiro momento que a problemática situa-se sob a formada dialética do 
ser ou não ser o falo. 
No segundo momento, no plano imaginário, o pai se faz pressentir como 
proibidor e instaurador da lei. O pai aparece como objeto rival intermediador na 
relação mãe-bebê e se coloca como objeto do desejo da mãe, ou seja, como 
aquele que seria imaginariamente o falo. Pelo fato do falo ter se deslocado para 
o lugar da instância paterna, a criança se depara com a lei do pai, supondo que 
a própria mãe também depende dessa lei. Essa proibição é dirigida tanto à 
criança como também à mãe, representando um obstáculo ao instinto materno 
e à satisfação da criança como objeto do desejo materno. Nesse momento a 
mãe e o bebê estão referenciados ao Outro. E é também nesse momento que 
se introduz o bebê no registro da castração. 
 
 
12 
No terceiro momento ocorre a simbolização da lei paterna que marca o 
lugar exato do desejo da mãe. Lacan (1958) nos diz que: 
 
O pai passa a ser aquele que tem o falo, e não aquele que o é. A instância 
paterna deixa seu lugar no imaginário para advir ao lugar de pai simbólico. 
Assim, o bebê deseja ter o falo, pois a mãe que não o tem pode desejá-lo 
naquele que o detém. 
Segundo Lacan (1958), o que se torna estruturante do psiquismo da 
criança nessa passagem edipiana é o fato do falo voltar a seu lugar de origem, 
ou seja, ao pai, por meio da escolha da mãe, a qual irá desencadear a passagem 
do ser ao ter e determinará a instalação da metáfora paterna na criança. É o 
encontro com a falta que faz da criança, um sujeito desejante. 
É também, através da passagem pelo Édipo que garante a criança uma 
filiação, uma posição sexuada (menino ou menina) e a formação do supereu, 
como instância da lei, da moral e dos limites. 
Além de uma experiência da infância, o Complexo de Édipo é um conflito 
estruturante da proibição do incesto. O amor endereçado à mãe é barrado pela 
lei paterna. É o pai, como elemento terceiro, que faz a mãe desejar outra coisa 
para além do filho; este por sua vez, ao dirigir-se à mãe, percebe no seu olhar 
outra direção que lhe servirá de referência. 
É nesse momento que ocorre o final do estágio do espelho, quando um 
elemento terceiro entra em cena, ou do desejo do pai que separa a mãe do filho, 
quando o pai beija a mãe libertando-a para a vida e para o amor e ao beijar o 
filho o desperta do sonho onde pensava possuir a mãe, oferecendo-lhe um novo 
objeto para o seu amor. 
É a partir do processo de constituição subjetiva que o bebê se tornará 
 
 
13 
sujeito e será reconhecido como tal, por isso o discurso sustentado pela função 
materna e paterna é fundamental, tanto para a constituição do psiquismo, quanto 
para o desenvolvimento funcional da criança. 
A função materna 
Sublinhamos a presença materna, no sentido do desejo da mãe, como a 
peça chave na construção do psiquismo do sujeito. É a mãe, primeiro grande 
Outro, que "empresta" ao filho seu olhar, sua voz, seu seio, seus movimentos, 
até poder ele apropriar-se de si mesmo, da sua própria identidade e, mais tarde, 
de sua alteridade. Em vista da condição de prematuridade do bebê e da sua 
radical dependência em relação à mãe, os cuidados maternos são 
imprescindíveis para a sobrevivência da criança, porém não podem ser 
resumidos às necessidades vitais. 
 Ao interpretar os anseios do bebê, a mãe inscreve as necessidades 
biológicas do filho no campo da linguagem. A necessidade biológica se torna 
demanda quando é viabilizada através da palavra da mãe, porém sempre 
permanece um resto não simbolizado, ou seja, o desejo. Assim, para a criança 
satisfazer suas necessidades precisa lidar com as demandas do Outro. Logo, 
supõe o Outro como demandante e, portanto, faltante. Por sua vez, a criança 
procura responder aquilo que falta ao grande Outro, por isso seu desejo é o 
desejo do Outro. 
No começo, é o olhar da mãe como espelho que possibilita a criança 
construir a imagem com a qual estará um dia em posição de se identificar. O 
estádio do espelho permite à criança encontrar no olhar da mãe uma imagem 
unificada do seu corpo, a saber, as coordenadas para a formação do seu eu. No 
entanto, tal imagem não é a imagem real, mas a projeção do desejo materno em 
relação à criança (CABASSU, 1997). 
Assim, a mãe ao antecipar uma unificação corporal para o seu filho, assim 
como pulsionar seu corpo através dos cuidados e carinhos, tem o poder de 
transformar em linguagem aquilo que era o puro real13 do bebê. Mais do que a 
gerar algumas "libras de carne" (LACAN, 2008, p. 15), a mãe faz a "gestão" de 
 
 
14 
um lugar para o filho, a partir do qual poderá encontrar significantes que o 
representem no mundo. Na medida em que a mãe faz hipóteses ou profecias a 
respeito da criança, ela está designando sentidos que marcam sua existência. 
Por outro lado, se no início a fusão entre mãe-filho é necessária, 
posteriormente a entrada de uma presença terceira é fundamental para liberar a 
criança do aprisionamento ao desejo materno. Ao desejar algo para além do seu 
bebê e mostrar ser um sujeito faltante, a mãe permite a entrada do pai na relação 
da díade, acionando assim na criança a vivência do complexo de Édipo. 
A função paterna instaura uma operação fundamental para o sujeito, a 
castração que consiste na interdição, e esta introduz uma Lei simbólica. Essa 
Lei é responsável pela interdição do incesto e pelo deslocamento da criança da 
posição de objeto do gozo materno. Sobre isso Lacan (2008, p. 216) diz: "É a 
instauração do sujeito enquanto tal. Quer dizer que, por um ato verdadeiro, o 
sujeito surge diferente, em razão do corte, sua estrutura é modificada". Na 
perspectiva lacaniana, sem a experiência subjetiva da castração, não há como 
advir o sujeito. Assim, o "nascimento psíquico do sujeito" (DUNKER, 2008) não 
coincide com o momento do nascimento, pois dependendo dos modos de 
relação estabelecidos entre a criança e os seus pais. 
Muitos impasses ocorrem no exercício das funções parentais, pois 
desempenhá-las remete tanto o sujeito homem como a mulher a sua própria 
biografia como sujeito sexuado. Mais do que nunca, as "posições subjetivas" 
(LACAN, 2001) do ser são colocadas à prova quando os sujeitos se tornam pais. 
Para Jerusalinsky (1996), a função materna implica os cuidados 
maternos, a dupla tradução de linguagem em ação, ação em linguagem e a 
sustentação paterna ou edípica. Assim, a mãe ocupa para o filho um lugar de 
poder; porém, nem sempre a mulher tem recursos subjetivos para arcar com tais 
funções. 
 
A função paterna 
 
 
15 
 
O pai, num primeiro momento é denominado pai real, fica fora da relação 
mãe-bebê, e ainda não pode cumprir sua futura função simbólica de separação 
da mãe com seu filho, pois o falo é imaginariamente identificado à criança, é o 
momento em que ela ainda é extremamente dependente dos cuidados da mãe. 
Aos poucos o pai irá aparecer como um terceiro, a quem a mãe começa a se 
dirigir e fazer com que o filho, passe do “ser” o falo da mãe ao querer “ter” o falo 
para onde ela se dirige (DOR, 2011). 
A função paterna na psicanálise, afirma Dor (2011) é tomada no campo 
conceitual como um operador simbólico e a-histórico, não sendo assim um pai 
em si, embora também o possa ser, o que não garante que este possa legitimar 
o poder de intervenção estruturante do ponto de vista do inconsciente. Trata-se 
de uma entidade simbólica que se encarregará de uma função. É a-histórico pelo 
fato de não estar sujeito à ação de uma história, não ao menos em seu sentido 
cronológico. Desse modo, o autor aponta: 
A instância do Pai simbólico é antes de mais nada a referência à Lei da 
proibição do incesto, a qual é, portanto, prevalente sobre todas as regras 
concretas que legalizam as relações e trocas entre os sujeitos de uma mesma 
comunidade. Em consequência, é porque o Pai simbólico é apenas o depositário 
legal de uma lei que lhe vem de outro lugar, que nenhum Pai real pode se 
vangloriarde ser seu detentor ou fundador. Mas, em compensação, recai sobre 
ele o ter que se fazer valer de ser seu representante (DOR, 2011, p.14) 
Nota-se que, tendo o falo se deslocado ao pai, conforme afirma Dor 
(2011), a criança há de se deparar com a Lei do pai, já percebida ao descobrir 
que a mãe não está a sua disposição como antes, pois está em outro lugar, 
verifica então que a mãe é submetida ao desejo do pai. Assim, a criança percebe 
que esta mãe é faltante, logo a criança também o é, e o pai tem o falo e priva a 
mãe de seu desejo, o bebê, e priva o bebê de ser o objeto do de- sejo da mãe. 
A partir disso “Então, um significante, o Nome-do-Pai, vem como símbolo da 
ausência da mãe; ele é esse nome que carrega a causa da ausência, e substitui-
se ao que foi o significante primeiro do desejo materno” (VANIER, 2005, p. 68). 
 
 
16 
Pelo processo de acesso ao simbólico, Lacan nos mostra que a criança 
irá se constituir como sujeito, pela operação da metáfora paterna e seu 
mecanismo correspondente, o recalque originário, o qual evidencia que ela 
renunciou ao objeto inaugural de seu desejo, que se tornou inconsciente para 
ela (DOR, 2011). 
Dessa maneira, Dor (2011) salienta que, auferindo o pai como causa das 
ausências da mãe é que a criança realiza a passagem do “ser ao ter” o falo, 
agora ela entende que o pai mobiliza o desejo da mãe, associando o significante 
novo, Nome-do-Pai, ao falo. O pai, passou de pai real, onde não existia ainda 
para a criança, para pai imaginário, este se apresentando como um rival, que a 
faz renunciar ao objeto fundamental de seu desejo e depois passará à pai 
simbólico. Afirma então que, além disso, “ fazendo-a advir como sujeito 
desejante, essa renúncia traduz explicitamente a expressão de sua própria 
castração. “ O advento do Pai simbólico como Nome-do-Pai atesta, com efeito, 
o reconhecimento de um Pai castrador pela criança, não apenas em razão da 
atribuição fálica que lhe é conferida, mas ainda pelo próprio fato de que a mãe é 
suposta encontrar junto a ele o objeto de- sejado que ela não tem” (DOR, 2011, 
p. 51-52). 
A citação acima reforça o que escreve Jerusalinsky (2014) sobre o 
inconsciente do bebê ser construído na relação com o Outro, uma vez que em 
seu exercício ma- terno, a mãe passou pela resolução edípica, logo, o primeiro 
pai que contará para o bebê é aquele que está inscrito pela função paterna na 
própria mãe, a qual leva a fantasia de que o bebê seja a suposta completude de 
sua falta. Portanto, não há função materna sem referência ao Nome-do-Pai que 
também lhe foi inscrito e é transmitido à criança por meio do simbólico. 
Desta forma, por efeito da metáfora paterna, portanto, a mãe não é 
totalmente proibida à criança. Não é proibida enquanto mãe, só é proibida 
enquanto mulher. Isto, porque, na qualidade de mulher, de esposa, só pode 
desejá-la aquele homem que está investido da característica de marido, ambos 
se constituindo como objeto de desejo (sexual inclusive) um do outro (NETTO, 
2011, p. 111). 
 
 
17 
Assim, num primeiro momento a relação da mãe e bebê é quase de 
enlace, relação de completude, em que a criança deseja constituir-se enquanto 
falo materno, e o pai não media a relação. Somente em um segundo momento 
quando oscila a posição da criança entre ser ou ter o falo, o pai ocupa a 
dimensão imaginária, por meio do discurso da mãe é que irá aparecer e sob a 
forma de privação, mediando a relação mãe-criança-falo. No terceiro momento 
do complexo de Édipo, se dá o seu declínio, o pai intervém como aquele que tem 
o falo e não mais aquele que o é, marca a simbolização da lei. A criança sai da 
dimensão do querer ser o falo, para ter o falo, já que é a ele que o desejo da 
mãe se direciona (DOR, 1989). 
Segundo Freud (1996), o complexo edípico instaura a lei paterna e se dá 
pela ameaça de castração no menino e na menina o processo é mais simples, 
ela reconhece não possuir o pênis como o menino e o renuncia como forma 
compensatória ao desejo de ter um bebê, desejo este que permanece em seu 
inconsciente e a prepara para sua função posterior. 
 
Função materna e função paterna sob a ótica da psicanálise 
 
A psicanálise tem um olhar peculiar para com as funções materna e 
paterna. São funções consideradas necessárias para a estruturação e 
desenvolvimento do psiquismo da criança. São funções de ordem prática que 
possuem uma série de diferentes atributos de acordo com a fase de 
desenvolvimento da criança e são exercidas por adultos tutelares (mãe e pai, 
biológico ou adotivo). 
Ser pai e ser mãe na ótica psicanalítica não implica apenas paternidade 
biológica; demanda também, sentimentos e atitudes de adoção que decorrem 
do desejo pelo filho (DOLTO, 1996). A dinâmica por meio da qual atualizam-se 
as funções materna e paterna organiza-se a partir de um interjogo de fatores 
conscientes e inconscientes. Portanto as funções materna e paterna vão além 
 
 
18 
dos papéis de pai e mãe. 
Neste sentido a psicanálise aponta para fatores da função materna e da 
função paterna que têm relação com aspectos reais, imaginários e simbólicos, 
pela visão de Lacan, Dor e Hurstel. Lacan (1999 apud BACCARIN, 2000, p. 179-
180) refere-se ao real, ao imaginário e ao simbólico como três registros da 
experiência do pensar. 
 O registro real tem relação com o corpo e com as experiências pelas 
quais passamos no contato corporal. O registro do imaginário refere-se ao 
âmbito das fantasias, da capacidade imaginativa, à uma área do psiquismo onde 
as coisas ganham representação, a partir das experiências. O registro simbólico 
pressupõe uma capacidade de elaboração maior, isto é, um nível mais evoluído 
da capacidade de pensar, em relação ao registro do imaginário, e refere-se à 
capacidade de ir além das representações, dando novos sentidos. 
Inspirada na ideia destes três registros nomeados por Lacan (2008), 
coloco no âmbito das funções materna e paterna fatores relativos ao real, ao 
imaginário e ao simbólico. Como fatores reais, podemos citar os cuidados físicos, 
o contato, aspectos relacionados à capacidade dos pais de percepção da criança 
dentro de suas necessidades fisiológicas, entre outros. Com isso a capacidade 
sensorial dos pais de percepção dos movimentos da criança; das variações de 
seu choro; da percepção da sensibilidade epidérmica da criança, como tato, 
temperatura; de sua sensibilidade auditiva, entre outros são fatores que devem 
ser considerados nos cuidados com a criança em relação ao ambiente. 
Os fatores imaginários referem-se aos aspectos ligados à capacidade de 
sonhar dos pais, a tudo o que se refere às expectativas dos pais em relação à 
criança, mescladas com expectativas socialmente esperadas. A capacidade 
imaginativa dos pais os ajuda a compreender o que se passa com a criança; por 
exemplo, se o choro se refere a dor, ou a fome; assim como sua capacidade 
lúdica, sua capacidade de entrar em contato com o mundo de fantasias das 
crianças e compreender sua comunicação. Os fatores simbólicos referem-se a 
questões psíquicas, relativas à possibilidade de dar sentido às experiências 
vividas e à nomeação destas experiências pelos pais. Estas têm profunda 
 
 
19 
relação com a introdução do animal humano na cultura, iniciada pela introdução 
da linguagem e os vários sentidos aos quais ela está vinculada. Há uma 
interação entre estes fatores na vivência e desenvolvimento da função materna 
e da função paterna. 
Hurstel (1999) defende que as contribuições de Lacan provocaram uma 
ruptura epistemológica sobre a abordagem da paternidade, pela qual, vai ser 
dada importância ao sentido que o pai tem na vida da criança. Hurstel (1999) 
utiliza os fatores reais, imaginários e simbólicos em sua relação com o exercício 
das funções paternas. O termo função implica uma função propriamente 
humana, tanto simbólica quanto real, que pressupõe uma posição assumida por 
uma pessoaque deseja a criança. 
Hurstel (1999) salienta que a questão do desejo está diretamente ligada 
ao exercício da função paterna e, a meu ver, podemos pensá-la também 
relacionada à função materna. O termo “função” utilizado por Bion (1973) foi 
retirado da matemática, implicando uma articulação entre fatores, sem perder as 
associações com o significado biológico de função de um órgão. Função materna 
e função paterna implicam, portanto, adultos que desejam a criança e que são 
continentes de determinados atributos que os tornam capazes de exercer 
cuidados físicos e psíquicos para com o bebê. 
Dor (1991), ao falar sobre função paterna, informa-nos que ela está 
associada não apenas ao agente de paternidade comum mas ao operador 
simbólico. Os agentes de paternidade comum, pai e mãe presos à historia 
cronológica são os vetores da função. Neste sentido o pai real tem a tarefa de 
representação desta função. E acrescenta que pais reais desempenham melhor 
sua função de embaixadores da função paterna por poderem estar mais 
próximos da linguagem do desejo dos protagonistas (mãe e filho). 
Diante desta ideia podemos refletir sobre as funções materna e paterna 
como funções cujo desempenho depende de adultos que possam ser 
operadores das mesmas. No entanto este fato pode, ou não, ocorrer, 
dependendo das vicissitudes do vivenciar a maternidade e a paternidade. 
 
 
20 
O exercício das funções, materna e paterna também têm suas variantes 
de acordo com as condições psico emocionais dos pais, as demandas do bebê 
e as etapas de desenvolvimento da criança. As atribuições e significações das 
funções materna e paterna são diferentes em cada etapa de seu constituir-se, 
começando a partir do desejo de ter um filho, desenvolvendo-se durante a 
gravidez, após o nascimento da criança e a cada período do desenvolvimento 
desta. 
 
A importância das funções materna e paterna nos primórdios da 
constituição do ser humano 
 
Um dos primeiros fatores a se considerar no constituir da função materna 
e da função paterna está o desejo pelo filho. O lugar que o filho tem ocupado no 
desejo dos pais é um aspecto significativo e importante para a observação, sob 
o ponto de vista da psicanálise. E, é um dado bastante atual diante das inúmeras 
exigências do mundo pós- moderno. Este lugar do filho no desejo dos pais pode-
nos informar como a função materna e a função paterna estabelece-se, a partir 
do desejo consciente ou não de cada mulher e homem que se tornam pais. 
Winnicott (1999) também nos diz sobre as expectativas e desejos dos pais 
em relação à criança como aspectos importantes para um bom desenvolvimento 
desta. A função materna e paterna parece ser necessária, bem mesmo antes do 
nascimento do bebê, através do desejo no qual o casal insere o filho. 
Winnicott (1999) ressalta a importância da harmonia do casal no 
desenvolvimento da criança. A união dos pais e seus cuidados mantêm para a 
criança um contexto através do qual ela possa encontrar a si mesma (seu eu), o 
mundo, e uma relação entre ela e o mundo. O contexto do lar onde a criança vai 
ser gerada, a harmonia e a forma de convivência do casal são fatores que vão 
influenciar nas possibilidades de desenvolvimento das funções materna e 
paterna. 
 
 
21 
Lebovici (2004) nos fala que a gravidez vai estimular o narcisismo primário 
dos pais e é este fato que lhes permite tornarem-se bons pais. Entendo por este 
aspecto de “narcisismo primário” o sentido de valorização, um período em que 
os pais sentem-se abastecidos pela capacidade de gerar, comprovado pela 
gravidez. E que o gerar filhos tem o sentido para os pais de serem capazes e 
valorizados psíquica e socialmente. Um dos aspectos desta valorização refere-
se ao homem no sentimento de que é varão e à mulher, que é fértil. 
Neste sentido, o gerar filho e filhos saudáveis proporciona aos pais 
sentimentos de capacidade e valorização. Além de reativarem nos pais as 
lembranças da criança que foram, olhados e admirados narcisicamente pelos 
pais. Ao poderem gerar, na vida adulta, são os sentimentos de terem sido 
amados e olhados que são transmitidos aos filhos. Para Lebovici (2004) tudo fica 
bem com o bebê quando ele é objeto de desejo dos pais. 
Outro aspecto importante a se observar, relacionado ao desejo dos pais, 
diz respeito à relação que a mãe e o pai fazem com o bebê inicialmente no 
registro do imaginário, o bebê que sonham ter. Com estes aspectos é essencial 
salientar a importância do registro imaginário na relação dos pais com a criança. 
Primeiramente, através do “ser pai e ser mãe”, a partir das vivências com os 
próprios pais (genitores, ou tutores). Estas lembranças de vivências da criança 
que foram, são fatores que determinam experiências de contato com as crianças 
tais como: a capacidade de amorizar a criança através dos cuidados, do olhar 
que percebe desenvolvimentos, da nomeação de seus gestos. 
Adultos, que não tiveram estas experiências de cuidados afetivos e 
efetivos, têm dificuldades ao cuidarem e amorizarem suas crianças. Na clínica, 
estas situações são reveladas no temor de homens e mulheres de não serem 
capazes de cuidar ou demonstrar afeto pelo filho, devido ao fato de não terem 
experienciado esta vivência com seus próprios pais enquanto crianças. Ou, 
ainda, no temor de transmitirem aos filhos comportamentos semelhantes aos dos 
próprios pais, ao terem experienciado situações de pouco afeto, ou, ainda, 
experiências com pais agressivos. 
Aspecto relevante, relacionado à importância do registro do imaginário na 
 
 
22 
relação dos pais com a criança, refere-se a questões ligadas à transmissão 
transgeracional. Para Lebovici (2004), ter filhos tornou-se um processo muito 
fácil, atualmente, devido aos avanços da ciência. No entanto, a parentalidade 
(termo utilizado pelo autor) vai além do fator biológico e está relacionada à 
aceitação do que herdamos de nossos pais no âmbito das experiências 
transmitidas transgeracionalmente. 
Este autor vai nos dizer de uma herança psíquica. Este processo de 
transmissão intergeracional começa durante a gravidez, na criança que a mãe 
imagina que vai dar ao marido. No âmbito do registro do imaginário, a escolha 
do nome da criança também está presente com inúmeras representações como, 
por exemplo, nomes de parentes admirados ou nomes dos avós, carregados de 
expectativas. Nomes percebidos pela família como nomes “fortes” ou que 
representam valores admirados pelo grupo familiar como, por exemplo, nomes 
de músicos, compositores, presidentes. 
Assim, o nome vem já permeado de significados e expectativas. A escolha 
do nome, sexo e aspectos imaginados pelos pais estão permeados pela história 
transgeracional. Como exemplo, recordo-me de ma paciente cujo nome continha 
expectativas ligadas a uma irmã que havia falecido antes dela representando o 
desejo e a esperança de que fosse uma menina agradável, perfeita, sem 
defeitos, como os pais expectavam com relação à falecida. 
Lebovici (2004) traz-nos um dado da atualidade, no qual o fato de se 
decidir o número de filhos (cada vez mais reduzido) e quando tê-los torna as 
exigências relacionadas aos filhos cada vez maiores. O sentido dado pelo autor 
refere-se ao fato de que ao terem filhos mais tardiamente, ou em menor número, 
aos filhos recai a sobrecarga dos desejos dos pais. Fato que leva a maiores 
expectativas relacionadas aos filhos e ao aumento de idealizações por parte dos 
pais. 
Winnicott (2000) destaca que as interações com o bebê começam antes 
do seu nascimento. Ele nos informa que a mãe gestante tem para com o bebê a 
função de um ambiente suficientemente bom. Isto é, um ambiente que possibilite 
ao bebê que este alcance a cada etapa de desenvolvimento as satisfações, 
 
 
23 
ansiedades e conflitos inatos e pertinentes a seu desenvolvimento. A mãe é para 
o bebê em gestação o ambiente suficientemente bom, numa espécie de“relacionamento simbiótico”, no qual a mãe está condicionada a perceber as 
necessidades de seu bebê. 
Fato, curioso, muitas vezes, mencionado por obstetras é que gestantes 
têm “desejos” de se alimentar de determinados alimentos que possuem em sua 
constituição elementos que naquele momento se referem às necessidades do 
feto como ferro, cálcio, etc. Se podemos observar estes dados referentes a 
aspectos orgânicos, também podemos fazê-lo em relação a aspectos de 
conforto, segurança. É possível observar em algumas gestantes o cuidado de 
evitar lugares com incidência de muito barulho ou movimento, lugares que 
colocariam em risco o bebê e sua estabilidade. 
Winnicott (2000) vai-nos dizer de uma identificação consciente e também 
inconsciente da mãe com o bebê, necessária para a sobrevivência do mesmo. 
Para este autor, o bebê inicialmente não tem desejos mas necessidades num 
período muito primitivo de vida. Dolto (1996) menciona que num período bem 
inicial de vida o bebê não separa necessidades de desejos e são vividos como 
um aglomerado. A função materna nos primórdios da vida da criança é 
estabelecer condições apropriadas para que o bebê possa se desenvolver. 
Winnicott (2000) considera o ambiente de forma relevante para o 
desenvolvimento e estruturação da personalidade do indivíduo. O ambiente deve 
ser favorecedor de condições para que o verdadeiro “self” do indivíduo se 
desenvolva. O verdadeiro “self” para Winnicott (2000) é o desenvolvimento de 
um eu genuíno, respeitando as características próprias do sujeito, resultado de 
uma relação com a mãe que aceita e reconhece os gestos espontâneos da 
criança. O contrário disso é uma falha na função materna na qual o lactente não 
tem por parte da mãe sustentação para ter experiências e ir constituindo seu eu. 
O que ocorre é que o bebê começa a construir seu eu baseado nas irritações do 
meio. 
Winnicott (2000) salienta que muitas mulheres conseguem ser boas mães 
em vários aspectos, produtivas e criativas mas não têm a capacidade de 
 
 
24 
desenvolver o estado de preocupação materna primária. Ou, ainda, que algumas 
mães conseguem desenvolver este estado com um filho mas, não, com outro. 
Podemos perceber que o vivenciar da função materna tem suas vicissitudes de 
acordo com as características de cada mãe, e de cada filho, de acordo com seu 
desenvolvimento emocional e psíquico, e com as condições ambientais 
propícias. Fato que nos leva a refletir sobre a especificidade de cada relação 
mãe-bebê. E abre também espaço, para o questionamento sobre mulheres que 
têm um grande número de atribuições e exigências como as demandas do 
mercado de trabalho as exigências com a estética e com a sexualidade. 
Winnicott (2000) salienta que por parte da mãe deve haver o aspecto da 
identificação e por parte do bebê numa fase bem inicial, a dependência. A figura 
do pai tem um papel importante neste momento como favorecedor de 
condições para que a mulher possa se tornar mulher-mãe. O pai tem como 
função favorecer que este estado mental de preocupação materna primária 
possa ocorrer. Podemos pensar que por condições favorecedoras Winnicott 
(2000) denomina condições ambientais e psíquicas. Por condições ambientais, 
parece sugerir, condições de segurança; de acolhimento e de não interferência, 
que o pai possa inicialmente proporcionar à mãe gestante. Ao pai, cabe a função 
de uma espécie de “agente protetor” para a mulher nos últimos meses de 
gestação e durante o período de amamentação. Esta função de estar na 
retaguarda, mencionada por Winnicott, consiste numa espécie de cobertura que 
tem a função de poupar a mãe de voltar-se para fora para lidar com o mundo 
que a cerca num momento em que necessita voltar-se para seu bebê. 
No entanto, para a possibilidade de desenvolvimento dos seres humanos 
em geral, as funções materna e paterna podem ser exercidas, enquanto funções 
simbólicas, não apenas pelo pai ou mãe “real” (genitores) mas por quem as 
assume efetiva e afetivamente (DOR, 1991). Isto abre espaço para a questão a 
ser pensada de como têm sido exercidas as funções materna e paterna nos 
casos em que mãe ou pai não estão presentes fisicamente. Se o exercício das 
funções na ausência de um dos pais (mãe ou pai) é suficiente, ou não, para o 
desenvolvimento da criança. No que se refere ao aspecto simbólico das funções 
Dor (1991) parece afirmar que sim. No entanto, há outros fatores relacionados 
 
 
25 
às funções dos pais, e neste momento, este não é o foco de minhas 
investigações. 
Dor (1991), ao comentar sobre a função do pai em Psicanálise, esclarece 
que não se trata do pai, como agente de paternidade comum, mas o operador 
simbólico. Este operador simbólico não está preso necessariamente à história 
cronológica mas à história mítica. Neste sentido convida-nos a pensar como tem 
ocorrido o exercício da função paterna no caso de pais separados e ou ausentes. 
Nestes casos pressupõe-se pela posição Dor (1991), que alguém exerça a 
função paterna. O autor parece-nos dizer que alguém precisa exercer a função 
simbólica de separação mãe bebê. E podemos pensar, que também a função de 
retaguarda e acolhimento da mãe para o exercício da função materna no período 
inicial de fusão com a criança. Nos casos de separação ou ausência do pai, fica 
vacante a função de retaguarda e acolhimento da mãe para que alguém que 
possa exercê-la. Alguém que assuma a função de separação da fusão mãe bebê 
no final de seu período, alguém que guie e introduza a criança na cultura. 
Após o nascimento, segundo Winnicott (1982), é preciso um período de 
adaptação entre mãe-bebê para que se reconheçam e se adaptem. O bebê, que 
antes era hóspede do corpo da mãe, agora passa a ser hóspede em seus braços. 
Para este autor, no início da vida o bebê não tem desejos mas necessidades 
corporais, como mencionado anteriormente, que devem ser supridas, por 
alguém que se identifique com esta criança para saber, de fato, do que ele 
precisa. 
Desta forma, o fato do bebê estar em um estado de dependência não 
implica que haja por parte da mãe uma identificação. A falta e a inadequação de 
alguém que supra estas necessidades do bebê no início da vida gera distorção 
de seu desenvolvimento, segundo Winnicott (1980). O exercício da função 
materna no período inicial de vida do bebê é crucial para sua existência. Ao 
nascer, o filho se encontra num estado prematuro de “desamparo”. O amparo da 
mãe é uma necessidade para o ser humano constituir-se. 
Berenstein (1996) nos informa que no desamparo originário da criança há 
uma dupla incapacidade: psíquica e motriz para lidar com o excesso de 
 
 
26 
excitação provocado pelas necessidades elementares relacionadas aos instintos 
de auto-conservação. Esta tarefa de lidar com estes estímulos deve ser 
cumprida, segundo Berenstein (1996) por um adulto assistente e é sobre esta 
função que se instala a interpretação das necessidades do bebê, sua nomeação 
e significado. Para este autor o exercício da função materna está nas bases da 
nomeação e significação das necessidades do bebê, indicação e assinalamento 
de lugares mentais, do outro. 
Desde a gestação, o bebê já tem percepções sonoras do ambiente em 
que vive embora não possua aparelho mental suficiente para compreensão e 
distinção de suas percepções. De acordo com Dolto (1996) o bebê percebe os 
sons do ambiente e ao nascer tem já conhecimento dos sons emitidos pelos 
entes da família, como a mãe o pai e os irmãos. A linguagem no dizer de Dolto 
(1996) está presente para o ser humano, durante a vida fetal, de início, 
auditivamente e pelas sensações de prazer e desprazer. Além disso o bebê 
percebe os movimentos da mãe já dentro do útero. Dolto (1996) menciona que 
talvez tenha surgido daí o ritmo pendular de ninar as crianças européias, a partir 
da intuição das mães, em devolver aos bebês, o ritmo conhecido de sua 
deambulação e atividades,que lhes proporciona calma e recuperam um estado 
conhecido, quando estavam dentro do útero. 
Quando o bebê nasce os adultos já começam nomear suas mímicas e 
expressões. A autora cita, o sorriso, como exemplo dos momentos iniciais de 
nomeação dos gestos e mímicas da criança. Para Dolto (1996) o sorriso é uma 
expressão mímica inata na criança, que busca comunicação e contato. A mãe 
ao se referir ao sorriso da criança e expressar satisfação sinaliza e nomeia o 
gesto. O bebê ao encontrar-se com os fonemas produzidos pela mãe, responde 
com o gesto. Em seguida é só se referir a um sorriso que a criança se abre em 
expressá-lo. É, a partir da nomeação dos gestos da criança, para Dolto (1996), 
que se estabelece o início da linguagem e da simbolização. 
 A função simbólica, é percebida pela psicanálise no dizer de Dolto (1996), 
como a função fundadora do ser humano. É por intermédio da função simbólica 
que o ser humano pode se desenvolver, à partir de sua vulnerabilidade e 
 
 
27 
impotência e de uma relação de extrema dependência dos adultos provedores 
para uma futura independência. O primeiro sorriso da criança, bem antes da 
mamada é entendido por Dolto (1996) como uma “potencialidade” para a 
linguagem, e não se trata de um desejo ligado à necessidade alimentar mas e 
sim de uma comunicação psíquica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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