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30
CURSO DE PSICOLOGIA
 
 
 RENATA CALDEIRA PAIVA DE CARVALHO
REBECA FERMIANO GOMIDES PEREIRA GONÇALVES
FORMAÇÃO DOS LAÇOS AFETIVOS MÃE-BEBÊ, E AS CONSEQUENCIAS PSIQUICAS FRENTE A PRIVAÇÃO MATERNA
 
 
 
 
GUARULHOS
2016
 RENATA CALDEIRA PAIVA DE CARVALHO
REBECA FERMIANO GOMIDES PEREIRA GONÇALVES
FORMAÇÃO DOS LAÇOS AFETIVOS MÃE-BEBÊ, E AS CONSEQUENCIAS PSIQUICAS FRENTE A PRIVAÇÃO MATERNA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Psicologia da Universidade de Guarulhos como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia, sob orientação da Prof.ª. Eliana Ferrante Pires.
 
 
GUARULHOS
2016 
Dedicamos este trabalho as crianças que foram separadas de suas mães, por terem sobrevivido a privação e às condições tão adversas de vida, lutando diariamente por uma nova história. 
 
E as mães substitutas que têm a difícil tarefa de acolher e sustentar psiquicamente às crianças, ajudando-as a dar novo sentido na continuidade de sua história, minimizando assim as cisões causadas pelo abandono.
RESUMO
Nosso trabalho visa pesquisar as consequências psíquicas da criança frente a privação do vínculo afetivo entre a relação mãe-bebê, pois um bebê não pode existir sozinho, mas é parte de uma relação, e sempre que encontramos o bebe encontramos a maternagem, sendo essa a única fonte de alimento e afeto, e isso se dá pela mãe através do ambiente fornecido por ela. Porém a figura materna, mesmo provisória e substituta minimiza os efeitos nocivos da privação, pois possibilita a existência de uma relação afetiva, contribuindo para a saúde mental das crianças, mesmo o bebê pequeno tem um mundo limitado das suas necessidades corporais, e a mãe é quem melhor reconhece o bebe, e busca satisfazer tais necessidades pois apesar de indefeso e incapaz ele vai se adaptar, e esses cuidados fazem o bebê se senta amado, o que influenciará na visão de si próprio, nas suas relações interpessoais, na sua auto estima e consciência do mesmo. Contudo, ausência de cuidados maternos, ou seja a privação materna ou de uma substituta capaz, aliada a pessoas e eventos estranhos, conduz “á tristeza, à raiva e à angustia nas crianças, ou seja, uma criança sofre privação quando não lhe é ofertado pela mãe ou pela mãe substituta, os cuidados e afetos necessários para o desenvolvimento do bem-estar psíquico e social dos filhos ou quando ela precisa ser afastada de sua mãe acarretando problemas e transtornos de comportamento ao longo da vida da criança.
Palavras chave: privação materna, vínculo afetivo, desenvolvimento emocional, privação materna, função materna.
SUMário
1 - INTRODUÇÃO	5
1.1 Justificativa	6
1.2 Objetivo Geral	7
2 REVISÃO DA LITERATURA	8
2.1 Formação dos vínculos familiares e afetivos mãe-bebê.	8
2.2 Função Materna na constituição psíquica	11
2.3 Fusão Patológica psíquica da mãe	16
3 PRIVAÇÃO MATERNA	18
3.1 Abandono como forma de privação	18
3.2 Psicossomática como consequências da privação materna no desenvolvimento psíquico e emocional da criança ............................................................... 21
3.3 Problemas e transtornos de comportamento decorrentes da deficiência da formação e/ou rompimento dos laços afetivos	22
3.3.1 Depressão Anaclítica	24
4 DISCUSSÃO..	27
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS	28
REFERÊNCIA ........................................................................................................... 29
1- Introdução
O objetivo deste trabalho é pesquisar através da psicanálise, a importância da formação dos vínculos afetivos mãe-filho para a saúde mental e o desenvolvimento da personalidade da criança, e as consequências psíquicas quando a mesma é privada desse vínculo nos primeiros anos de vida.
Para Bowlby (2006), é a partir dessa interação afetiva mãe-bebê que se constitui as primeiras representações mentais do recém-nascido, sendo a mãe considerada uma figura de apego, pois é quem através do seu contato, satisfaz a necessidade social primaria do bebe.
A função materna somada a outras condições ambientais favoráveis, é crucial para o desenvolvimento saudável do bebê, tanto na esfera física quanto na psíquica. (WINNICOTT, 1971).
Nesse contexto, a mãe deve exercer o que Stern (1997) denomina matriz de apoio, que se refere à necessidade da mãe de criar, permitir, aceitar e regular uma rede de apoio protetora, benigna, para que ela possa realizar plenamente as tarefas de manter o bebe vivo e promover o seu desenvolvimento psíquico-afetivo.
Nosso objetivo é mostrar através de pesquisas, quando ocorre por algum motivo a privação do amor materno, surgem graves distúrbios, comprometendo suas condições de vinculação. 
Diversas pesquisas relacionam condutas de risco com crianças que vivenciaram a ausência materna, ou tiveram relacionamento perturbado com suas mães nos primeiros anos de vida.
Para Bowlby (1981), o desenvolvimento de crianças institucionalizadas desde cedo é causador de danos significativos, tanto fisicamente quanto mentalmente. O autor refere que desde a primeira semana de vida os efeitos da privação dos cuidados maternos podem ser observados nos bebes.
Bowlby (1984, p23) descreve três estados da reação a separação manifestados pela criança: protesto intenso, seguido de desespero e desligamento. A ausência de cuidados maternos da própria mãe ou de uma substituta capaz, aliada a pessoas e eventos estranhos, conduz “à tristeza, à raiva e à angustia nas crianças com mais de dois anos de idade, bem como a reações comparáveis, embora não tão diferenciadas, nas crianças com menos de dois anos”.
Ainda hoje, as privações são fatos reais e frequentes na vida das crianças brasileiras, cujas marcas determinarão as trajetórias de suas vidas e a conformação das suas personalidades; pois com base nas experiências de satisfação ou de frustação de suas necessidades, o bebe registra sensações e percepções que, mesmo ocultos, constituem a memória e determinam as pautas de conduta de uma pessoa (Freud 1895/1980a). Tem-se, então, as marcas protocoladas pelas experiências de privações.
 
1.1 	JUSTIFICATIVA
 Consta na trajetória histórica das crianças no Brasil, a presença de privações na infância desde o início da história do país. A partir de 1530, quando as terras do Brasil começaram a ser povoadas, as embarcações lusitanas que ali chegavam traziam muitas crianças solitárias a bordo. As famílias portuguesas pobres empregavam os seus filhos para servirem nessas embarcações, abandonando-os a própria sorte. Durante a viagem, as crianças solitárias eram privadas de alimentação, expostas a um ambiente insalubre, escravizadas, abusadas sexualmente e severamente castigadas por marujos violentos. As que sobreviviam, traziam marcas dos traumas vividos e faziam das ruas o seu ganha-pão (PRIORE, 1999).
 Ainda hoje, as privações são fatos reais e frequentes na vida das crianças brasileiras, cujas marcas determinarão as trajetórias de suas vidas e a conformação das suas personalidades.
 Diante dessa problemática da criança privada do amor materno, este trabalho visa pesquisar a importância de uma boa formação de laços afetivos e cuidados maternos através da maternagem que são imprescindíveis para o desenvolvimento físico e psíquico da criança. Assim como mostrar as consequências e os danos psíquicos que essa privação poderá acarretar ao longo do desenvolvimento débil desse vínculo.
 Assim Bowlby (1981) afirmou, que a figura materna, mesmo provisória e substituta minimiza os efeitos nocivos da privação, pois possibilita a existência de uma relação afetiva, contribuindo para a saúde mental das crianças.
 
1.2 Objetivo Geral
 Pesquisar a importância da formação dos vínculos afetivos entre mãe-bebê e as consequências dos danos psíquicos e físicos causados pela privação materna nos primeiros anos de vida
	
REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Formação dos vínculos familiares e afetivos mãe-bebe.
 Acredita-se ser essencial à saúde mental que o bebê e a criança pequena tenham a vivencia de uma relação calorosa,íntima e contínua com a mãe (ou mãe substituta permanente – uma pessoa que desempenha, regular e constantemente, o papel de mãe para eles), na qual ambos encontrem satisfação e prazer. É esta relação complexa, rica e compensadora com a mãe, nos primeiros anos, enriquecida de inúmeras maneiras pelas relações com o pai e com os irmãos e irmãs, que os psiquiatras infantis e muito outros julgam, atualmente, estar na base do desenvolvimento da personalidade e saúde mental (BOWLBY 2006, p4).
 Fiamenghi Junior e Messa (2007) assinalam que o grupo familiar tem influência no comportamento humano e na formação da personalidade, auxiliando o indivíduo a se inserir na comunidade e na sociedade. Os mesmos autores apontam para o fato de que todos os membros se influenciam mutuamente, sendo que a relação entre eles modifica o comportamento individual.
 Desta forma, é possível perceber que o grupo familiar pode também dificultar o desenvolvimento da criança. Para Maia e Willians (2005), os pais podem influenciar negativamente seu filho por diversos motivos, como a exposição à violência e ausência de cuidados e de proteção. Além disso, muitas vezes os sintomas da criança podem ser o reflexo de um adoecimento da família ou a sua maneira de expressar para os pais algum problema ou dificuldade, sobretudo quando relacionados a uma dificuldade resultante de um conflito familiar (SOIFER, 1983).
 Quando se trata de estudos a respeito do grupo familiar e de suas influencias no desenvolvimento de seus membros, nota-se que a maioria enfatiza a relação mãe-filho e a sua importância para o desenvolvimento saudável da criança. Dessa maneira, é importante afirmar que a ausência da mãe, seja fisicamente ou por um não cuidado afetivo suficiente, pode prejudicar a criança e comprometer o seu senso de realidade (WINNICOT, 2001).
 Já com relação paterna, Rhode (2000) relata que ela é fundamental para que as relações triangulares edípicas sejam vivenciadas. Desta forma, a ausência do pai ou a sua presença de forma inadequada podem causar confusão mental e pensamento desarticulado na criança, influenciando negativamente seu desenvolvimento emocional.
 Nesse sentido, nota-se que a presença das figuras materna e paterna, o estabelecimento de um bom vínculo entre membros familiares e a inserção da criança em um ambiente favorecedor propiciam que ela tenha um desenvolvimento satisfatório. A ausência destes elementos, ou de um deles, pode ser caracterizada como uma privação para a criança e, assim, gerar falhas intrusivas que bloqueiam o seu amadurecimento emocional com a presença de perturbações que influenciarão negativamente seu futuro (CARETA; MOTA, 2007).
 A construção do indivíduo começa, segundo Winnicott, desde o nascimento do bebê e seu primeiro contato com a mãe. (WINNICOTT, 2008). Podendo ser chamada de “mãe” cuidadora ou cuidador dependendo da formação atual na sociedade. 
Entretanto, como a boa ou a má formação dos vínculos afetivos da criança dependem da dedicação constante e ininterrupta daquela que cuidará do bebê, e o autor acima citado, atribui à mãe quem melhor realizará essa recompensante tarefa como veremos mais a diante. 
 Para Bowlby (1981), é a partir dessa interação afetiva mãe-bebe que se constitui as primeiras representações mentais do recém nascido, sendo a mãe considerada uma figura de apego, pois é quem através do seu contato, satisfaz a necessidade social primaria do bebe. É na identificação primaria que a criança estabelece sua condição de ser, de existir. Esse processo implica a base de sua saúde mental (WINNICOTT, 2000). Logo ao nascer, o bebê é alguém que necessita de maternagem para que possa existir.
A maternagem compreende no início o desenvolvimento de um estado por ele denominado “preocupação materna primária”, descrita como uma sensibilidade que faz a mãe perceber e suprir as necessidades de seu filho, lançando as bases da sua saúde mental, processo este essencial, uma vez que o bebe experimenta angustias muito fortes nos estágios iniciais do desenvolvimento emocional, antes que seus sentidos estejam organizados e seu ego desenvolvido (WINNICOTT, 1983). É em virtudes desta dependência do bebê que Bowlby afirma que “a mãe, nos primeiros anos de vida da criança, funciona como sua personalidade e consciência” (2006b, p.55).
 O bebe pequeno tem o mundo limitado ás suas necessidades corporais (WINNICOTT, 2000). A mãe, quem melhor conhece o bebê, busca satisfazer tais necessidades, pois apesar de indefeso e incapaz, o bebe vai se adaptar (SPITZ, 1958) através do contato, calor corporal, movimento, alimentação, cuidados higiênicos que a mãe proporcionará (WINNICOTT, 2000), esses cuidados fazem o bebe se sentir amado, o que influenciará na visão de si próprio, nas suas relações interpessoais e na autoestima.
 Esse processo é chamado de desenvolvimento emocional, onde há de um lado a hereditariedade, e de outro esse ambiente (cuidado materno), que pode apoiar, falhar ou traumatizar; e, no meio, o bebê, que está vivendo, crescendo e acumulando experiências. Ao nascer, ele traz consigo tendências hereditárias, que incluem o que Winnicott (1981) denominou “os processos de maturação”: um impulso biológico para a vida, para o crescimento e o desenvolvimento. Mas o crescimento físico e emocional depende, para sua efetivação, de uma provisão ambiental, o “ambiente de facilitação”, cuja característica é a adaptação às necessidades, sempre cambiantes, que se originam dos processos de maturação.
 Winnicott (1981) denomina a princípio a mãe suficientemente boa como sendo o ambiente favorável, pois ela cria um setting que proporciona ao lactente viver uma experiência de onipotência e progredir em seu desenvolvimento rumo a integração, ao crescimento emocional e ao acúmulo de vivencias. O ambiente não faz o bebê crescer nem determina o sentido do crescimento, mas quando suficientemente bom, possibilita o processo de maturação, a evolução do ego e seus mecanismos de defesa, o desenvolvimento do self, a história do id, das pulsões e de suas vicitudes.
 Winnicott (1988) usa o termo “mãe devotada comum” para designar aquela mãe que naturalmente, se adapta de forma sensível e ativa às necessidades do bebê, que no início são absolutas. O rumo do desenvolvimento, porém deve percorrer um estágio de dependência absoluta, rumando para a dependência relativa e culminando na independência, que nunca será absoluta.
 Em estado saudável, o indivíduo nunca está isolado, mas preserva uma interdependência com o ambiente. A criança, no estágio de dependência absoluta, acredita que o mundo é criação sua, mas ao atingir outros estágios, deve viver um processo de “desilusionamento”, facilitado pela mãe, a medida que esta permite um contato cada vez maior do bebê com a realidade. Porém, esta desilusão deve ocorrer apenas depois da mãe ter proporcionado ao bebê uma crença nas coisas e nas pessoas, um sentimento de confiança básica, característico do desenvolvimento saudável.
2.2 Função Materna na constituição psiquica
 No A Função materna é tida pela psicanálise, como uma função necessária para a estruturação e desenvolvimento do psiquismo da criança. Esta Função materna não precisa ser necessariamente exercida pela mãe biológica, podendo também ser exercida pelo pai, pela avó, tia, babá, entre outros.
Winnicott (1994) diz que a função materna é necessária, bem mesmo antes do nascimento do bebê, através do desejo no qual o casal insere ao filho. Sendo de grande importância o contexto do lar onde a criança vai crescer, a harmonia e a forma de convivência do casal, sendo fatores que vão influenciar nas possibilidades de exercício da função materna.
O autor segue dizendo que, com o nascimento do bebê, ele precisa de cuidados de um adulto que faça quase tudo por ele, exercendo tais funções, de proteção, alimentação, higiene. Não significa que esta função precisa ser feita somente pela mãe, pois a criança precisa da função de mãe e não necessariamenteda mãe biológica. 
O desejo pelo filho é um dos primeiros fatores a se considerar no constituir da função materna. Segundo ponto de vista da psicanálise, o lugar que o filho tem ocupado no desejo dos pais é um aspecto significativo e importante para ser observado. Este lugar do filho no desejo dos pais pode informar como a função materna se estabelece, levando em consideração o desejo consciente ou não de cada mulher que se torna mãe. (WINNICOTT, 1983). 
Freud (1914) postulou que a possibilidade de tornar-se mãe encontra seu alicerce na infância da mulher. Por isso, cada gravidez remete à mulher um retorno inconsciente às etapas mais primitivas por ela vivenciadas com a sua mãe ou com a pessoa que exerceu a função materna. Em função desse retorno surgem por vezes fantasias e expectativas em relação à gravidez, ao parto, ao bebê e seu desenvolvimento, experimentadas como gratificantes ou frustrantes, as quais poderão ou não ajudar a mãe a encontrar prazer na maternidade, e a amar ou não a sua criança.
Para Kamers (2001), a pré-história do sujeito é caracterizada como uma lógica significante que se inicia desde a gestação, onde a mãe ou qualquer sujeito que cumpra essa função inicia a projeção do simbólico ao bebê, lhe oferecendo uma imagem, um nome, inserindo a criança na mítica familiar, na ordem da cultura. A pré-história constitui-se como fundamental para a criação de um lugar para o bebê na história familiar, no imaginário materno, desta forma na relação mãe-bebê. 
Lebovici (2004), fala que a gravidez vai estimular o narcisismo primário da mãe e é este fato que lhe permite tornar-se boa mãe. O gerar filhos e, ainda, saudáveis proporciona à mãe sentimentos de capacidade e valorização, além de reativarem nela as lembranças da criança que foi, olhada e admirada narcisicamente pelos pais. 
Segundo o mesmo autor, ao poder gerar, na vida adulta, são os sentimentos de ter sido amada e olhada que são transmitidos aos filhos e desse modo, tudo fica bem com o bebê quando ele é objeto de desejo da mãe. O bebê humano nasce com uma falta, exposto à suas necessidades, por isso depende de outro para sobreviver. A mãe (Outro) é possuidora de referências significantes através das quais a criança inaugura sua constituição psíquica.
 Segundo Winnicott, o ser humano nasce com um conjunto desorganizado das pulsões, instintos, capacidades perceptivas e motoras que, conforme progride o desenvolvimento, vão se integrando, até alcançar uma imagem unificada de si e do mundo externo. Assim, o papel da mãe é prover o bebê de um ego auxiliar que permita integrar suas sensações corporais, estímulos ambientais e suas capacidades motoras nascentes. No entanto, quando a mãe não é suficientemente boa, a criança não é capaz de começar a maturação do ego, ou então ao fazê-lo, o desenvolvimento do ego ocorre necessariamente distorcido em certos aspectos vitalmente importantes (WINNICOTT, 1983, p. 56).
O autor afirma que a mãe suficientemente boa é aquela que, durante os primeiros meses de vida do filho, identifica-se com ele e adapta-se a suas necessidades, ou seja, que seja boa o bastante para que o seu bebê possa conviver com ela sem prejuízo para sua saúde psíquica. 
A mãe insuficientemente boa pode corresponder a uma mãe real ou a uma situação. Se tratando de mãe real, Winnicott (2008), fala de uma mãe que não consegue se identificar com as necessidades de seu filho. Essa mãe não é capaz de complementar a onipotência do lactante. Dessa maneira, podem-se supor psicopatologias no desenvolvimento emocional do bebê, pois a catexia dos objetos externos não é iniciada. Assim, ele permanece isolado, sobrevivendo “falsamente” e apropriando-se de um self falso. 
Segundo Winnicott (1982), a base da saúde mental é estabelecida nos primórdios da infância pelo provimento de cuidados dispensados à criança por uma maternagem suficientemente boa. Ele destaca três tempos de desenvolvimento emocional na criança: integração e personalização, adaptação à realidade e crueldade primitiva. 
Portanto, sabe-se que:
 A mãe que ativamente se adapta, de um modo fértil dá ao seu bebê uma base para estabelecer contato com o mundo e, mais do que isso, propicia ao bebê uma riqueza em suas relações com o mundo que pode desenvolver-se e atingir plena fruição, com o decorrer do tempo, quando a maturidade chegar. Uma parte importante dessa relação inicial do bebê com a mãe é a inclusão na mesma de poderosos impulsos instintivos; a sobrevivência do bebê e da mãe ensina ao bebê, através da experiência, que são permissíveis as experiências instintivas e as ideias excitadas, e que elas não destroem, necessariamente, o tranquilo tipo de relações, de amizade e de participação. (WINNICOTT, 1982, p. 119). 
 
 As necessidades do bebê não são apenas de ordem corporal, mas também estão ligadas ao desenvolvimento psíquico do eu. A adaptação da mãe a essas necessidades do seu filho concretiza-se através de três funções maternas: holding (sustentação), handling (manejo) e apresentação de objeto. 
O termo Holding (suporte materno ou sustentação) é atribuído por Winnicott à capacidade da mãe em se identificar com seu filho. A função do holding é fornecer apoio egóico, em particular na fase de dependência absoluta antes do aparecimento da integração do ego. 
Nesta fase, o bebê se encontra no estado de dependência absoluta, ou seja, encontra-se totalmente dependente dos cuidados maternos, mesmo não tendo consciência disto. O termo Handling (manejo ou manipulação), é a capacidade da mãe manejar seu bebê para as suas funções e necessidades e, também, para que ele não se sinta invadido em um ambiente assustador. 
Esse manejo é “necessário para o bem estar físico do bebê, que aos poucos se experimenta vivendo dentro de um corpo, realizando uma união entre sua vida psíquica e o seu corpo”. (NASIO, 1995, p. 185). Uma das funções da mãe é fazer a apresentação do objeto, ou seja, entregar ao seu bebê o objeto desejado no momento em que ele o necessita. 
Para Winnicott (1983), as bases da relação objetal instauram-se na primeira infância, e dependem da maneira como a mãe apresenta o seio ao bebê, a mamadeira ou qualquer outro objeto. Nessa apresentação do objeto, a mãe o faz de tal forma, que permite ao bebê criar o que já se encontrava ali.
 Na verdade, o que o bebê cria é a parte da mãe que foi encontrada. Em relação ao estado de “preocupação materna primária" desenvolvido no início da maternagem, Winnicott (1983) ao descrever este estado também chama a atenção para a importância do ambiente.
...um estado de sensibilidade aumentada, no qual a mãe volta-se inteiramente para seu bebê, um adoecer, do qual se recuperará progressivamente quando o desenvolvimento do filho a for dispensado. Para viver esse momento, todavia, a mãe necessita ter um desenvolvimento sadio e um ambiente protetor que a sustente. (WINNICOTT, 1983, p. 491). 
A grande maioria dos bebês nasce em um ambiente humano satisfatório, que o acolhe em suas necessidades de maneira apropriada. Frequentemente, a mãe mostra-se apta à condição, conseguindo se colocar de maneira empática no lugar de seu bebê. Neste período de dependência absoluta, os bebês encontram um mundo exterior que lhes propicia condições de subsistência bastante favoráveis. Porém, existem as situações de bebês que não encontram no ambiente estes cuidados suficientemente bons. 
Conforme Mannoni (1982/1986) há uma bipolaridade em jogo no vínculo entre mãe e filho, devendo se estabelecer uma relação de presença-ausência para que um sujeito psíquico possa advir. Assim, o que se estabelece é uma relação de completude em que não é permitida a instalação da falta. Esse mesmo autor também escreve que, a mãe é para seu filho um objeto amoroso e, dessa forma, ela vale por sua presença. 
O autor continua dizendo que, ao se ausentar, ela se torna para ele um agente simbólico. A ausência desta bipolaridade pode provocar um abalo psicossomático, ou seja, a dificuldade que a mãe encontra em amar psiquicamente seu filho pode dificultar o desenvolvimentodas potencialidades psíquicas, cognitivas e motoras na criança. 
De acordo com Winnicott, (1982), maternagem é a forma como a mãe cuida de seu bebê de maneira boa e protetora. Esses cuidados incluem o amparo às necessidades fisiológicas e todo investimento de desejo, amor e aconchego. Isto só é possível porque a eficácia da função materna se dá a partir do cultivo do prazer em realizar os cuidados com o seu bebê, ou seja, para que este possa ser dominado pelo prazer materno e ter prazer no reconhecimento receptivo da satisfação de suas necessidades. 
As marcas primordiais que antecedem o bebê, ou seja, a sua estrutura simbólica, determinarão a sua existência dependendo do modo como isto se efetua e se organiza em seu corpo, de modo inconsciente.
Assim, se o bebê não é ouvido no registro do desejo, ele não consegue ter eficácia psíquica e, ao ser escutado no registro da necessidade, facilita-se a possibilidade de instalação de um fenômeno psicossomático. Em alguns casos, a mãe não faz função, ou seja, deixa uma espécie de fratura no período inicial de constituição do bebê, pois ela não sabe nada sobre seu filho, causando certo desamparo das funções constituintes. WINNICOTT, (1963).
O mesmo autor afirma que, sendo assim, a mãe não consegue apropriar-se da criança, e dessa forma não exerce as funções mínimas que uma criança precisa, facilitando patologias que afetam o desenvolvimento da criança.
A função materna é tida como fundamental certifica-se sua importância para o desenvolvimento psíquico do bebê, pois o desenvolvimento de uma criança depende das relações primordiais que vão ser estabelecidas nos primeiros momentos de sua vida. WINNICOTT, (1963).
 
2.3 Fusão Patológica psíquica da mãe 
 A relação mãe-filho pode entretanto, ser patológica, quando, por exemplo, gera problemas na fusão. Se a mãe, ou a pessoa que desempenha este papel, tiver sido uma criança carente em sua história inicial, terá dificuldade em cuidar sozinha de seu bebe, da mesma maneira que ela ainda precisa ser cuidada, em virtude de um sentimento de desamparo, caracterizando o que ressalta Winnicott (1988) como confronto de desamparos.
Outra situação possivelmente indicadora de fusão patológica é a amamentação prolongada. Quando prolongada, pode indicar que a mãe permanece num estado de fusão com a criança, impossibilitada de reconhecer a alteridade de seu filho, o que terá consequências sobre o seu desenvolvimento. (SZEJER ; STEWART, 1997).
Num extremo, a perda de interesse pela criança prejudica sua saúde emocional, aumentando o risco de doenças, desnutrição ou retardo no desenvolvimento. As dificuldades maternas podem ser decorrentes da existência de transtornos psíquicos como a ansiedade e a depressão pós-parto, gerando para o bebe, na visão de Winnicott (1988), uma experiência de desintegração. O bebe foge destas sensações de desintegração que a experiência de distanciamento materno suscita, se recolhendo em si mesmo ou desenvolvendo um “falso self”, que surge em virtude da necessidade de agradar a mãe. Ao invés de viver a experiência da criatividade e da espontaneidade, entrando em contato com sua essência, a criança desenvolve a capacidade de reconhecer qual o desejo da mãe em relação a ela e, assim, se submete aos seus desejos.
É nesse sentido que Zimerman (2010) acrescenta a noção de “vinculo do reconhecimento”, defendendo que o ser humano necessita reconhecer a si próprio e ao outro como alguém diferente dele, para que o processo de individualização seja bem sucedido.
Constata-se, que o estado psíquico da mãe é de extrema importância, pois determina a qualidade dos cuidados que ela oferece ao seu filho. Pela possibilidade da existência de transtornos maternos e reconhecendo “o quão vulnerável é a mãe”, Winnicott (1988) recomenda que figuras de apoio para a mãe se façam presentes, como o parceiro e outros membros de sua família, para que ela se prepare e exerça da melhor maneira seu papel, buscando se necessário ajuda de um profissional nos casos dos transtornos psíquicos.
 
3 PRIVAÇÃO MATERNA 
3.1 Abandono como forma de privação 
 A formação dos vínculos é necessária para o desenvolvimento global do bebe. Nesse sentido, o distanciamento, a omissão e a negligência de um cuidador nesse processo dificultam a garantia de um ambiente equilibrado, comprometendo a saúde física e mental dos indivíduos.
Segundo Winnicott (2005) quando o ambiente familiar deixa de proporcionar as características essenciais para a sobrevivência da criança, ela sofre privação e então passa por um processo chamado de “complexo de privação”.
Quando há a ausência da figura materna, o distanciamento da mãe no processo de desenvolvimento do filho manifesto pela sua omissão em cuidar, acariciar, brincar, segurar, ou estimular o desenvolvimento psíquico e emocional da criança, pode ser acometido em suas capacidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais, devido ao afastamento dessa mãe de sua rotina. A isso se dá o nome de “privação materna”. WINNICOTT, (2005).
 Conforme, Bowlby (1981) existem vários tipos de privação, uma criança sofre privação quando não lhe é ofertado pela mãe ou pela mãe substituta, os cuidados e afetos necessários para o desenvolvimento do bem-estar psíquico e social dos filhos ou quando ela precisa ser afastada de sua mãe.
A “privação parcial” ocorre quando a mãe mesmo convivendo no mesmo ambiente que a criança, se ausenta e negligencia os cuidados, delegando a outras pessoas os cuidados que seriam de sua responsabilidade, isso pode acontecer por questões de trabalho, falta de tempo, ou por inconscientemente não perceber a importância dos afetos. BOWLBY (1981).
O autor segue dizendo que, a “privação quase total” ocorre onde a criança fica institucionalizada, sendo difícil ter uma figura que lhe proporcione segurança, e também, a “privação total”, onde há uma ruptura na relação materno-filial, a mãe morreu ou abandono o filho, e este não tem nenhuma figura substituta que possa lhe assegurar os cuidados necessários.
Então a “mãe simbólica” quem vem ao socorro do bebê quando esta lhe pede algo, é ela quem amamenta, quem toca e quem garante os primeiros cuidados para a sobrevivência do mesmo. BOWLBY (1981).
Quando suas demandas não são supridas, a criança se sente desamparada, a falha sofrida nessa interação. O sentimento de abandono vivenciado pelas crianças é explicado por meio das interações familiares que apontam dois aspectos, físicos e afetivos. O primeiro relaciona-se a ausência dos cuidados por parte de um dos genitores, que negligenciam os cuidados higiênicos, e também no que concerne ao amparo, o segundo, faz menção ao abandono afetivo que trata da negligência de carinho, amor e de um equilíbrio emocional (BOCCA, 2009).
A partir do experimento de Harlow citado por Gomide (2009) verificou-se que o “calor materno” é mais importante do que o “alimento materno”. Por isso, este estudioso constatou que a mãe que não delega cuidados aos filhos, que não toca, não escuta, não motiva e que não informa o que é certo ou errado, era considerada uma mãe negligente, que com esses comportamentos, privavam os filhos de estabelecer um vínculo afetivo capaz de promover segurança.
A privação materna nos primeiros anos de vida devido ao desamparo, a negligência ou o abandono faz com que as crianças não recebam os cuidados maternais adequados para o desenvolvimento das suas capacidades, isso pode trazer consequências posteriores tendo efeitos duradouros e danosos sobre o desenvolvimento da personalidade dos adolescentes.
De acordo com os estudos de Bowlby (1981), as privações sofridas pela criança nos seus primeiros relacionamentos permitiram a construção de autoimagem desvalorizada e de um ego grandioso capaz de utilizar de alguns artifícios aprendidos socialmente para compensar os cuidados que lhe foram negligenciadas na primeira infância.
Bowlby (1981) verificou claramente que as vivências em um ambiente familiar desfavorável suscitam nas crianças, angústias. Notou-se ainda, que a maior parte das situações de angústiaprecoce entre elas eram evidências específicas da “privação parcial” materna. Para Bowlby (1981, p. 14), “A privação parcial traz consigo a angústia, uma exagerada necessidade de amor, fortes sentimentos de vingança e, em consequência sentimento de culpa e depressão”.
A muitos anos um conceituado grupo de psiquiatras e assistentes sociais americanos fez uma advertência sobre a importância da decisão de se retirar uma criança do seu lar:
A decisão de separar, por qualquer motivo, uma criança de sua família, é muito séria; desencadeia uma série de acontecimentos que afetarão, em maior ou menor grau, toda a sua vida futura. Seja qual for a causa da remoção – doença, negligencia, abandono, ineficiência ou morte dos pais, ou ainda a conduta da criança dentro ou fora do lar -, a transferência da responsabilidade para estranhos jamais deveria ser feita sem muita reflexão. Frequentemente as crianças são retiradas de seus lares sem que tenha havido um estudo sérios das causas por traz da situação aparente. Muitas instituições, erradamente, abordam o problema com ideias preconcebidas sobre as condições que justificariam a remoção, em vez de procurarem saber, com certeza, se é possível fazer alguma coisa para tornar o próprio lar adequado para a criança. (BOWLBY,1981).
Apesar de esse texto ter sido escrito há tantos anos, sua mensagem é, hoje tão atual quanto naquela ocasião. Crianças são retiradas do seu lar, como sendo solução para os problemas familiares apresentados, esquecendo-se que ao retirar por exemplo uma criança de 5 anos, assume-se a responsabilidade direta por sua saúde e felicidade nos dez anos seguintes, e no caso da retirada de um bebe, corre-se o risco de deformar sua personalidade, pois nada pode substituir ou se igualar ao seu próprio lar. Tem-se dado pouca atenção as condições que favorecem o sucesso ou fracasso familiar, sendo o único método eficaz até hoje de evitar as consequências da privação materna, ela ser criada por sua própria família. Tem-se o cuidado para casos em que a criança não pode mais ser cuidada por sua família, contudo, essas providencias deveriam ser consideradas como último recurso, ou seja, quando for absolutamente impossível tornar o lar adequado a criança. BOWLBY, 1981).
 
3.2 Psicossomática como consequências da privação materna no desenvolvimento psíquico e emocional da criança.
A função materna segundo a Psicanálise como descrevemos é essencial para a estruturação e desenvolvimento do psiquismo da criança. Quando a criança é privada da maternagem, ocorrem diversas falhas no desenvolvimento psíquico e emocional da criança.
No início da vida do bebê, a importância da mãe é vital. Além de proteger o bebê de complicações que ele não pode entender ainda, a mãe tem a função de apresentar o mundo à criança. É sobre esse alicerce que se constrói a subjetividade da criança (WINNICOTT, 1945/2000).
Para que haja um desenvolvimento saudável do psique-soma inicial, é necessário um ambiente adequado, que é aquele que se adapta ativamente às necessidades do bebê. A partir disso, emerge a mãe devotada comum, com sua habilidade de fazer uma adaptação ativa às necessidades do bebê, produzidas por sua devoção, tornada possível por seu narcisismo, imaginação e recordações, que lhe permitem saber, pela identificação, quais são as necessidades do bebê (WINNICOTT, 1949/2000).
Dessa maneira, a mãe permite ao bebê a experiência de sentir sua psique habitando seu corpo. Ou seja, torna-se possível a partir dos cuidados de (holding) manejo do corpo do infantil e (handing) e a apresentação gradual do mundo à criança pela mãe, para que o bebê possa adquirir uma experiência psicossomática, uma integração psique-soma e a criança passa a apreciar as funções desse corpo. 
 Neste sentido, pode-se entender as doenças psicossomáticas como um possível produto final de uma maternagem precária ou inconstante.
Se a inter-relação psique-soma não se realiza satisfatoriamente, ou é muito precária, o corpo tem o registro mental, mas não há uma integração do self. Ocorre assim um distanciamento entre psique e corpo, persistindo uma dissociação na organização do ego do paciente (PEDROZO, 1995).
 Spitz, a partir de 1950 observou-se a influência que a ausência da função materna exerce no plano da psicopatologia, e constatou-se que essa ou outras ausências no psiquismo aumentavam a disposição às doenças.
De acordo com Winnicott (1964/1994b), a enfermidade psicossomática sugere uma cisão na personalidade do indivíduo, com dificuldade na vinculação entre psique e soma ou uma divergência organizada na mente, em defesa contra o ambiente precário. O fato de a pessoa estar doente demonstra uma tendência a não perder inteiramente a vinculação psicossomática.
Segundo Winnicott (1967), a família é um meio desestruturante da saúde do corpo, na medida em que a qualidade do vínculo entre os membros coloca em risco a saúde.
3.3 Problemas e transtornos de comportamento decorrentes da deficiência da formação e/ou rompimento dos laços afetivos
O que caracteriza o indivíduo psicologicamente doente é a sua incapacidade para regular satisfatoriamente seus conflitos. A experiência de uma criança pequena, ao ser separada de sua mãe, fornece-nos um exemplo dramático, senão trágico, desse problema central da psicopatologia – a geração de um conflito de tal envergadura que os meios normais para resolve-los são destroçados, e devido a intensidade da demanda libidinal e do ódio que surge na criança separada de sua mãe após gerado um vínculo emocional, poderá causar efeitos devastadores em sua personalidade
Para iniciarmos, é comprovadamente produtivo considerar muitos distúrbios psiconeuróticos e de personalidade nos seres humanos como um reflexo de um distúrbio da capacidade para estabelecer vínculos afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância ou de um transtorno subsequente (BOWLBY, 2001).
Aqueles que padecem de distúrbios psiquiátricos – psiconeuróticos sociopáticos ou psicóticos – manifestam sempre uma deterioração da capacidade para estabelecer ou manter vínculos afetivos, uma deterioração que, com frequência, é grave e duradoura e, em muitos casos, é primária derivando de falhas no desenvolvimento, que terão ocorrido numa infância vivida num ambiente familiar que não foi propício ao desenvolvimento do ser humano (BOWLBY), permitindo-nos classificá-lo como um lar que não é ideal.
Ao examinarem as possíveis causas dos distúrbios psiquiátricos na infância, ficou constatado que o problema encontra-se na ausência de oportunidades para estabelecer vínculos afetivos ou, ainda, as repetidas rupturas dos vínculos que foram estabelecidos.
Foi sistematicamente apurado que duas síndromes psiquiátricas e duas espécies de sintomas associados são precedidas por uma elevada incidência de vínculos afetivos desfeitos durante a infância. As síndromes são a personalidade psicopática (ou sociopática) e a depressão; os sintomas persistentes, a delinquência e o suicídio (BOWLBY, 2001).
No psicopata, a capacidade de estabelecer e manter os vínculos afetivos são dificultosas ou até mesmo inexistentes. É constatado que tais indivíduos foram seriamente perturbados na infância pela morte, separação ou divórcio dos pais ou, ainda, por outros eventos que resultam na deficiência ou ruptura dos vínculos afetivos. 
Outro grupo psiquiátrico que mostra incidência muito alta de perda na infância é a dos pacientes suicidas. As perdas ocorrem na infância, mais precisamente até os cinco anos de idade, tendo sido causadas não só pela morte de um dos pais como também por ilegitimidade e o divórcio como nos mostra Bowlby (2001).
Outra condição, que está associada às perdas na infância, é a depressão. Entretanto, é importante salientar que essas perdas não se devem frequentemente por ilegitimidade ou divórcio dos pais, mas com mais incidência por morte de um deles. A orfandade tende a ser maior dos cinco aos dez anos de idade e em alguns casos no terceiro quinquênio da infância. Segundo as pesquisas, “as indicações são de que a perda por um dospais por morte ocorre com frequência duas vezes maior num grupo de depressivos do que na população em geral”. (BOWLBY, 2001, p. 104).
Assim, parece agora razoavelmente certo que, em numerosos grupos de pacientes psiquiátricos, a incidência de rompimento de vínculos afetivos durante a infância é significativamente elevada. [...] As maiores incidências de vínculos afetivos desfeitos incluem tanto os vínculos com os pais como com as mães, e são observados entre os cinco e os catorze anos, tanto quanto nos primeiros cinco anos. Além disso nas condições mais extremas – sociopatia e tendências suicidas – não só é provável que uma perda inicial tenha ocorrido nos primeiros anos de vida, mas também é provável que tenha sido uma perda permanente, seguida da experiência de repetidas mudanças de figuras parentais. (BOWLBY, 2001, p. 104).
Outro assunto tratado por Bowlby (2001) é que o tipo de perda ocorrido durante a infância determina o tipo de depressão que a pessoa poderá ter na vida adulta.
Ansiedade, depressão ou até mesmo suicídio são os tipos mais comuns de problemas atribuídos aos rompimentos dos laços afetivos. Sabemos que crianças separadas das mães até os primeiros cinco anos de idade são frequentes em pacientes mais tarde diagnosticados como psicopatas ou sociopatas. Sabemos, também, que grandes perdas afetivas poderão acarretar, mais tarde, problemas potencialmente perigosos. Entre essas perdas faz-se necessário citar o luto e o pesar na infância.
3.3.1 Depressão Anaclítica 
Dentro das patologias adquiridas destaca-se a depressão anaclitica, na primeira infância, está relacionada a frustrações precoces e graves, geralmente ocorridas no meio familiar e motivadas por rupturas qualitativas no investimento maternal, lutos, psicopatologia materna, descontinuidade dos cuidados ou por separações reais da mãe ou do cuidador. SPITZ, (1991).
Segundo o autor, a depressão anaclítica, que se desenvolve a partir do segundo semestre, é o quadro mais precoce e mais grave da depressão no bebê, cuja etiologia é de caráter relacional, sendo desencadeada pela ruptura da relação com o objeto maternal.
Para Spitz, as relações objetais se desenvolvem gradativamente durante o primeiro ano de vida e ao seu final estará estabelecida. Sendo assim, o conceito de objeto está intrinsecamente relacionado à mãe ou ao seu substituto.
A perda desse objeto de amor está no cerne das explicações psicodinâmicas sobre a depressão, mas para o bebê essa perda também significa a perda de todo o bem-estar decorrente da relação mãe-bebê, bem-estar esse que implica em sobrevivência física e emocional.
Privação afetiva parcial - a depressão anaclítica
Foi no decorrer de um estudo sobre o comportamento infantil, realizado em 1946 com 123 crianças de uma creche, que René Spitz observou um quadro sindrômico que denominou Depressão Anaclítica.
O termo “anaclítico” vem do grego anaclinein que significa “apoiar-se em”.
Esse termo foi utilizado por Freud em “Sobre o narcisismo: Uma introdução, em que mencionava que a escolha anaclítica do objeto era determinada pela dependência original que a criança tem da pessoa que a alimenta, protege e cuida.
Segundo Spitz, excluindo-se algumas poucas diferenças individuas, essas crianças apresentavam a seguinte sintomatologia:
Primeiro mês: as crianças tornam-se chorosas, exigentes e tendem a apegar-se ao observador quando este consegue estabelecer contato com elas; segundo mês: o choro transforma-se em gemido. Começa a perda de peso. Há uma parada no quoeficiente de desenvolvimento; terceiro mês: As crianças recusam o contato. Permanecem a maior parte do tempo de bruços na cama, um sintoma patognomônico. Começa a insônia, a perda de peso continua. Há a tendência para contrair moléstias; o atraso motor torna-se generalizado. Início da rigidez facial; após o terceiro mês: a rigidez facial consolida-se. O choro cessa e é substituído por lamúria. O atraso motor cessa e é substituído por letargia. O quociente de desenvolvimento começa a diminuir. (p.202).
Uma condição necessária para o desenvolvimento da depressão anaclítica é que, antes da separação, a criança tenha estado em boas relações com a mãe, pois foi observado que crianças que tinham história 	de negligências, 	maltratos, descuido, com suas mães não apresentavam essa síndrome. SPITZ, (1991).
Em se tratando do curso desse quadro clínico, vale ressaltar se a mãe ou um substituto aceitável retornar ao bebê, a depressão desaparece rapidamente.
Senão, pode evoluir para um estado de marasmo cada vez mais inquietante, tanto no plano físico (com possível morte, principalmente por infecções) como psíquico (agravamento do atraso psicomotor, da apatia) deixando sequelas indeléveis1. Esse quadro foi descrito por Spitz sob o nome hospitalismo. Robertson e Bowlby também sistematizaram as reações depressivas do lactente à separação de sua mãe em três fases: uma primeira fase de luta ativa, de protesto, de busca do objeto, da mãe (isto pode durar alguns dias ou algumas horas) onde se misturam cólera, choro, comportamento de busca da mãe; uma segunda fase de desespero, com diminuição do choro; a criança se torna inativa, não procura nada, não pede nada; a tristeza e a aflição manifestadas de início tornam-se pouco a pouco menos evidentes, para dar lugar a uma aparente indiferença; uma terceira fase de desapego: a criança se abandona aos circunstantes, se interessa por eles, torna-se sociável. Na fase inicial, a criança pequena tem uma necessidade consciente muito forte de sua mãe, com a expectativa baseada em experiências anteriores, de que ela atenda seu choro. Sua ansiedade é aguda, a respeito de tê-la perdido, está confusa e assustada, em um ambiente desconhecido, procura recapturá-la excitando ao máximo seus recursos. Não pode atender a situação e está inundada pelo medo e pelo desejo que somente sua mãe pode lhe proporcionar. Com frequência chora alto balança o berço, joga-se para o lado e busca ansiosamente na direção de qualquer sinal ou som que possa ser de sua mãe desaparecida. (ROBERTSON, 1953 apud NASCIMENTO & RODRIGUES12, p. 23).
Foi necessário aguardar por trabalhos como os de Spitz e Robertson para que a comunidade científica reconhecesse e aceitasse que o lactente pode experimentar a tristeza, a mágoa ou a aflição.
Maior parte das correntes do pensamento psicodinâmico são muito dedicadas ao papel da perda na depressão, retomando ao ponto de vista freudiano. A perda e o sentimento de estar sem esperança e sem ajuda são os constituintes universais da experiência humana e sua repetição, sua intensidade explicam grande parte da depressão.
Em outra perspectiva, Bowlby aborda a depressão como sendo a ruptura de um laço de apego. Para este autor trata-se de laços de apego privilegiados (constituídos precocemente do quarto ao sétimo mês), que estão associados com uma necessidade inata, primária e de contato social. Nesse caso, a depressão se derivaria de separações ou experiências de perda.
4 DISCUSSÃO 
 São inúmeras as fontes que nos dão provas de que a privação do amor materno, na primeira infância, pode ter efeitos duradouros sobre a saúde mental e o desenvolvimento da personalidade humana.
 Os estudos diretos deixam claro que, quando uma criança é privada dos cuidados maternos, seu desenvolvimento é quase sempre retardado, física, intelectual, emocional e socialmente, e que podem aparecer sintomas de doença física e mental. Não se conhece claramente a razão pela qual algumas crianças ficam prejudicadas e outras não. Pode ser que fatores hereditários exerçam algum papel, mas é importante rever que o que se sabe sobre o efeito de influências como a idade da criança, a duração e especificamente, o grau de privação.
 Um grande número de pesquisadores estudou detalhadamente os efeitos da privação de cuidados maternos em bebês, seus efeitos ocasionados pela privação.
 As diversas provas que as teorias apontam que pode haver um reparo nestes danos causados pelaprivação afeto materna. A criança necessita dos cuidados de um adulto que exerça a função de mãe e não necessariamente da mãe biológica. 
 A arte de educar um filho não se constitui em uma tarefa fácil, pois os cuidados com a criança se mostram constantes e permanentes, tornando-se a chave principal para a saúde de toda e qualquer criança, mesmo tendo ela alcançado certo grau de desenvolvimento e independência. Para isto, é necessário conhecer as inúmeras condições sociais e psicológicas que influenciam, positiva ou negativamente, o seu desenvolvimento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Podemos concluir a partir deste trabalho, a interação afetiva mãe-bebê que constitui as primeiras representações mentais do recém-nascido, sendo a mãe considerada uma figura de apego, pois é quem, através do seu contato, satisfaz a necessidade social primaria do bebe, cumprindo a tarefa de manter o bebe vivo, promovendo o seu desenvolvimento psíquico-afetivo.
Quando o ambiente familiar deixa de proporcionar as características essenciais para a sobrevivência da criança, ela sofre privação materna, ou seja omissão em cuidar, acariciar, brincar, segurar, enfim, em estimular o desenvolvimento psíquico e emocional da criança, a qual pode ser acometido em suas capacidades físicas, cognitivas, sociais e emocionais, devido ao afastamento dessa mãe de sua rotina. 
As doenças psicossomáticas podem ser entendidas como um possível produto final de uma maternagem precária ou inconsistente, que a ausência da função materna exerce no plano da psicopatologia.
É importante considerar que muitos distúrbios psiconeuróticos e de personalidade nos seres humanos se dão pela incapacidade para estabelecer vínculos afetivos, em virtude de uma falha no desenvolvimento na infância, ou seja uma deterioração da capacidade para estabelecer ou manter vínculos afetivos, que, com frequência, é grave e duradoura, dada na infância, vivida num ambiente familiar que não foi propício ao desenvolvimento do ser humano.
Ansiedade, depressão ou até mesmo suicídio são os tipos mais comuns de problemas atribuídos aos rompimentos dos laços afetivos. 
Conclui-se que uma boa formação de laços afetivos e cuidados maternos através da maternagem são imprescindíveis para o desenvolvimento físico e psíquico da criança. 
A figura materna provisória e substituta, minimiza os efeitos nocivos da privação, pois possibilita a existência de uma relação afetiva, contribuindo para a saúde mental das crianças.
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