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Taquicardias Supraventriculares Causadas por Vias AV Acessórias (Síndromes de Pré-excitação) 1. Fundamentos do Diagnóstico 1.1 Características Gerais • Associadas a palpitações e, ocasionalmente, à síncope. • Ritmo rápido e regular. • Complexo QRS estreito ou largo no ECG. • Frequentemente apresentam pré-excitação (onda delta) no ECG basal. 1.2 Considerações Gerais • As vias acessórias, ou tratos de bypass, conectam átrios e ventrículos, evitando o nó AV. • Essas vias podem estar total ou parcialmente contidas no nó AV, como nas fibras de Mahaim, resultando em intervalo PR curto e morfologia do QRS normal. • A forma mais comum de via acessória é por meio do feixe de Kent, associada à síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW), com intervalo PR curto e onda delta no início do QRS. • As vias acessórias são encontradas em 0,1-0,3% da população, aumentando a chance de arritmias reentrantes devido à disparidade nos períodos refratários entre o nó AV e a via acessória. • A condução anterógrada através do nó AV resulta em complexo QRS estreito, enquanto a condução pela via acessória resulta em QRS largo. 1.3 Tipos de Taquicardias • A taquicardia reentrante ortodrômica envolve condução anterógrada pelo nó AV e retrógrada pela via acessória, resultando em complexo QRS estreito. • A taquicardia reentrante antidrômica conduz no sentido anterógrado pela via acessória e retrógrado pelo nó AV, resultando em complexo QRS largo. • Cerca de 30% dos pacientes com WPW podem desenvolver fibrilação ou flutter atrial com condução anterógrada, podendo degenerar em fibrilação ventricular. 2. Tratamento 2.1 Ablação por Cateter • A ablação por radiofrequência é o tratamento preferencial para pacientes com vias acessórias e sintomas recorrentes. • Para síndromes de pré-excitação com episódios de flutter ou fibrilação atrial, deve-se testar a condução anterógrada no laboratório eletrofisiológico. • Se o ciclo RR for menor que 220 ms, há um período refratário curto, indicando maior risco de morte súbita e necessidade de ablação profilática. • As taxas de sucesso para ablação de vias acessórias com cateteres de radiofrequência excedem 90% em pacientes bem selecionados. 2.2 Tratamento Farmacológico • Ritmos de reentrada com complexo estreito podem ser tratados conforme discutido para AVNRT. • Fibrilação e flutter atriais com trato de bypass devem ser tratados com agentes que aumentam a refratariedade da via acessória. • Agentes como digoxina, bloqueadores do canal de cálcio e β- bloqueadores devem ser evitados, pois podem aumentar a condução pela via acessória, aumentando a frequência ventricular. • Agentes antiarrítmicos das classes Ia, Ic, e III são preferidos para taquicardias com complexo largo envolvendo vias acessórias. • Nos casos de comprometimento hemodinâmico, a cardioversão elétrica é indicada. • O tratamento a longo prazo geralmente envolve combinação de agentes que aumentam a refratariedade no trato de bypass e no nó AV. • O agente de classe III, amiodarona, é eficaz em casos refratários. 3. Quando Encaminhar e Quando Internar 3.1 Quando Encaminhar • Pacientes com achado acidental de pré-excitação e atividade profissional de alto risco (como pilotos ou motoristas de ônibus). • Pacientes com sintomas ou episódios recorrentes apesar do tratamento com agentes bloqueadores do nó AV. • Pacientes com pré-excitação e história de fibrilação atrial. 3.2 Quando Internar • Pacientes com taquicardia supraventricular paroxística e síncope. • Pacientes com história de síncope e pré-excitação identificados em um ECG. REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Taquicardias Supraventriculares Causadas por Vias AV Acessórias (Síndromes de Pré-excitação) 1. Fundamentos do Diagnóstico 1.1 Características Gerais 1.2 Considerações Gerais 1.3 Tipos de Taquicardias 2. Tratamento 2.1 Ablação por Cateter 2.2 Tratamento Farmacológico 3. Quando Encaminhar e Quando Internar 3.1 Quando Encaminhar 3.2 Quando Internar
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