Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doença Obstrutiva: Artérias Femoral Superficial, Comum e Poplítea Fundamentos do Diagnóstico • Sintomas primários: • Dor em cãibra ou cansaço na panturrilha com exercício. • Pulsos poplíteos ou pediosos reduzidos. • Dor no pé em repouso, aliviada por posição pendente. • Ulceração ou gangrena no pé. • Considerações gerais: • A artéria femoral superficial é a artéria mais comumente obstruída por aterosclerose. • A obstrução ocorre onde a artéria femoral superficial cruza com o tendão do abdutor magno (canal de Hunter). • A doença nas artérias femoral comum e poplítea é menos comum, mas pode resultar em claudicação em distâncias curtas. • Assim como outras doenças arteriais periféricas (DAP), essas lesões estão intimamente associadas ao tabagismo. Achados Clínicos Sinais e Sintomas • Claudicação intermitente que limita-se à panturrilha. • Claudicação desencadeada ao caminhar 2-4 quarteirões (em casos com bons vasos colaterais da femoral profunda). • Claudicação em distâncias mais curtas se houver doença concomitante da femoral profunda ou poplítea. • Rubor com o pé abaixado, palidez após elevação, alterações atróficas (perda de pelos, afilamento da pele e atrofia muscular). • Pulsos poplíteo e pedioso reduzidos, pulsação femoral comum normal. Achados de Doppler e Vasculares • Índice tornozelo-braquial (ITB) reduzido, com níveis abaixo de 0,5 sugerindo redução grave do fluxo. • O ITB pode ser enganoso em pacientes diabéticos e idosos devido à calcificação arterial, sendo necessário análise das ondas de pulso. • Registros de volume de pulso em diferentes áreas da perna delinearão os níveis de obstrução. Exames de Imagem • Angiografia, ATC ou ARM são realizados para planejamento de revascularização. • Estes exames determinam a localização anatômica das lesões obstrutivas. Tratamento Tratamento Conservador • Importante para pacientes com obstrução da artéria femoral superficial e bons vasos colaterais da femoral profunda. • Um programa de exercícios consistente pode trazer excelentes resultados. Intervenção Cirúrgica 1. Cirurgia de Bypass: • Indicada para claudicação intermitente progressiva, incapacitante ou interferência significativa com atividades diárias. • Necessária em casos de dor em repouso ou ameaça de perda de tecidos do pé. • O bypass femuropoplíteo com veia safena autógena é o tratamento mais efetivo e durável para lesões da artéria femoral superficial. • Material sintético como PTFE pode ser usado, mas não tem a mesma durabilidade do bypass venoso. • Cirurgia Endovascular: • Utilizada para lesões na artéria femoral superficial. • Estudo BASIL mostrou resultados em curto prazo semelhantes entre cirurgia e angioplastia, mas piores resultados em longo prazo para angioplastia. • Angioplastia pode ser combinada com colocação de stent. • Associada a menor morbidade em comparação com cirurgia de bypass, mas com menores taxas de sucesso e durabilidade. • Mais efetiva para lesões com menos de 10 cm de comprimento e pacientes submetidos a modificações agressivas dos fatores de risco. • Tromboendarterectomia: • Remoção da placa aterosclerótica. • Realizada em lesões da artéria femoral comum e profunda, onde enxertos de bypass e técnicas endovasculares têm papel limitado. Complicações • Procedimentos cirúrgicos abertos do membro inferior apresentam maior risco de infecção. • Infecção da ferida ou seroma ocorre em 10-15% dos casos. • Taxas de infarto do miocárdio após cirurgia aberta variam entre 5- 10%, com mortalidade entre 1-4%. • Taxas de complicação para tratamento endovascular variam de 1- 5%. Prognóstico • Prognóstico excelente para pacientes comprometidos com o tratamento e com doença isolada na artéria femoral superficial. • Cirurgia geralmente não é recomendada para casos com claudicação leve ou moderada. • Intervenções requerem acompanhamento rigoroso pós- procedimento com vigilância ultrassonográfica para evitar obstrução total. • Taxa de patência dos enxertos de bypass e procedimentos endovasculares para artérias femoral superficial e poplítea é de 65- 70% em três anos, enquanto a taxa de patência para angioplastia é menor que 50%. • A sobrevida em cinco anos pode ser limitada, especialmente com doença aterosclerótica extensa e lesões coronarianas associadas. • Há relato de aumento substancial na longevidade com abordagem agressiva para modificação de fatores de risco. Quando Encaminhar • Encaminhar pacientes com sintomas progressivos, claudicação a curtas distâncias, dor em repouso ou qualquer ulceração para especialista em doença vascular periférica. REFERÊNCIA: CURRENT MEDICINA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO Doença Obstrutiva: Artérias Femoral Superficial, Comum e Poplítea Fundamentos do Diagnóstico Achados Clínicos Sinais e Sintomas Achados de Doppler e Vasculares Exames de Imagem Tratamento Tratamento Conservador Intervenção Cirúrgica Complicações Prognóstico Quando Encaminhar
Compartilhar